O    L A M E N T O
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Textos de Jorge Ribeiro Araújo - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 - Todos os direitos pertencem ao Autor
Eu li em teu olhar, o que o fio de tua voz
não pode me contar, deliberadamente.
E ouvi de tua alma, um grito estridente,
da cor de tua palma, um sofrimento atroz.

Eu desejei, por Deus, ver o que não via:
a luz nos olhos teus. Vi o jogo da vida:
se o dia vence a noite, é certo em seguida,
num lânguido açoite, a noite vence o dia.

Oh! Pálida figura que já não respira!
teu silêncio ecoa no meu pensamento
e o coração murmura entre a dor e a ira.

Se vais vagar a toa ao fim desta agonia,
escutar a partitura eterna do lamento
Que sela e apregoa a vã tecnologia.