O RATO |
Textos de Jorge Ribeiro Araújo - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 - Todos os direitos pertencem ao Autor |
Vou soltar uma, dez, cem, mil bombas |
em tua casa de barro |
Porque eu acho que lá tem um rato. |
Pode ser que neste momento |
teu pai voe pelos ares em pedaços |
junto com teu brinquedo |
Pode ser que estilhaços |
te arranquem uma perna ou um olho |
Vou jogar uma substância letal em tua água. |
Porque eu acho que |
tem um rato em teu quintal. |
Pode ser que tua garganta |
fique ressecada muito tempo |
Vou deixar um vírus mortal |
de sentinela em tua porta. |
Porque um rato pode surgir. |
Pode ser que tua esperança seja banida |
Amanhã, quando o sol nascer |
quero teu afeto |
pois terei que destruir outros monstros |
pela paz. |