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Textos de Jorge Ribeiro Araújo - Academia Caetiteense de Letras - Caetité - Bahia - 2003 - Todos os direitos pertencem ao Autor
Estive a digerir a sombra,
a um passo da loucura.

Por ser Memória e Esquecimento
ou o que vem dessa mistura,
resisti.
A Memória faz a dor,
o Esquecimento, a cura.
Estive a digerir a sombra;
năo a sombra fresca e pura
mas a sombra de mim mesmo,
metálica e obscura,

como uma porta que nunca se abriu
e agora se abre para o nada.
Nem chama, nem vela,
nem corpo, nem alma,
na sombra, nada se revela.
A sombra é o próprio nada
que assombra e gela,
que nem está na luz
nem na ausęncia dela.

Sou parte dessa história.

Sou o que restou da sombra
do esquecimento e da memória.