Atualidades                                                                                                                                                             

Intelectuais exigem o fim do bloqueio norte-americano a Cuba

 Mais de mil intelectuais da América Latina, Estados Unidos, Europa e África assinaram em menos de 24 horas o chamamento de solidariedade e exigência do fim do bloqueio norte-americano a Cuba. A mensagem que circula na internet destaca que Cuba foi atingida dramaticamente por dois poderosos furacões e o povo reclama o fim imediato do bloqueio que, por quase 50 anos, tem sido um cerco imposto pelas sucessivas administrações dos Estados Unidos.

O chamamento de um importante grupo de intelectuais e artistas de Cuba ao mundo converteu-se num site (http://www.concubahoy.cult.cu/) ao qual podem aderir as pessoas interessadas em todo o mundo.

Artistas do Brasil, Argentina, Chile, Venezuela, Itália, França, Grécia, Austrália, Reino Unido, África do Sul, e outros países, até chegar a 30, aderiram ao apelo, entre os quais se destacam filósofos, atores, romancistas, jornalistas e juristas.

"Apelamos à sensibilidade dos intelectuais do mundo a fim de que exijam o fim imediato do criminoso bloqueio norte-americano e promovam ações de solidariedade e ajuda a Cuba", diz o chamamento.


Política estadunidense contra Cuba também afeta brasileiros

HAVANA, Cuba, 29 set (ACN) - Um artigo do jornal O Globo, demonstra como a política externa dos EUA contra Cuba também afeta os brasileiros.

Segundo recente edição desse jornal, cidadãos brasileiros não foram autorizados a receber créditos de bancos locais como resultado das regras que os EUA impuseram contra Cuba, relatou a Prensa Latina.  

O Globo cita o exemplo de Vânia Maria Parreira, que tentou comprar um laptop DELL e para isso solicitou crédito bancário. No entanto, o banco indeferiu o seu pedido depois de fazer uma série de perguntas sobre possíveis viagens e, sobretudo, se a ilha de Cuba estava em seus planos.

Vânia respondeu que caso tivesse a oportunidade, ela visitaria o país antilhano. Dias depois, a mulher soube que o financiamento fora negado porque os Estados Unidos e Cuba não têm boas relações. Parreira apresentou uma denúncia em um site de defesa do consumidor e pediu satisfações à empresa.

A DELL Brasil confirmou a O Globo que não estava autorizada a fazer a venda por causa de restrições nas políticas de importação do governo norte-americano.  

O advogado Eurivaldo Becerra Neves disse ao jornal que a medida é discriminatória e viola o artigo 5° da Constituição brasileira.

[acn] agência cubana de notícias (c)


Cubanos começam a receber terra em regime de usufruto

A partir da segunda quinzena deste mês, o governo de Cuba começará a receber as solicitações de camponeses ou cooperativas interessados em receber, em regime de usufruto, terras ociosas com o objetivo de torná-las produtivas, informou a ministra de Agricultura do país, María del Carmen Pérez.

Ela fez o anúncio durante um seminário sobre a entrega de terras, do qual participaram comandantes militares, servidores públicos e líderes do Partido Comunista de Cuba, informou a agência Prensa Latina.

A ministra da Agricultura deu instruções do presidente "sobre a imperativa necessidade de a produção de alimentos ser aumentada", em função tanto "do seu encarecimento internacional como dos danos causados pelo furacão ‘Gustav’ ".

Segundo um decreto publicado em julho, os camponeses cubanos sem terra poderão receber até 13,42 hectares, enquanto os que possuem algum terreno em plena produção poderão aumentá-lo para até 40,26 hectares.

Pérez destacou que, atualmente, Cuba explora apenas 47% de sua superfície agrícola, razão pela qual as leis foram mudadas.

De acordo com a nova legislação, as terras agora serão entregues a pessoas físicas por um prazo dez anos.

Segundo o decreto de julho, poderão fazer a solicitação de terra as propriedades, as entidades estatais não agropecuárias, as diferentes organizações cooperativas e "os cubanos com capacidade legal que se encontrem aptos fisicamente para o trabalho agrícola".

Blog O Outro Lado da Notícia


Wagner Gomes: "Cuba respeita direitos humanos fundamentais"

O presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Wagner Gomes, encaminhou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) um "depoimento sobre Cuba e os Direitos Humanos", onde sustenta que Cuba "respeita direitos humanos fundamentais para assegurar a liberdade e dignidade do ser humano", muito embora isto não signifique "que todos os problemas estão resolvidos e que a Ilha e sua revolução não mereçam críticas em aspectos relevantes da vida social e política".

Preocupado com a hipótese de que o tema seja focado de modo unilateral e usado na ONU como arma de propaganda contra o socialismo cubano, instrumentalizada pelos EUA, o presidente da CTB sugeriu ao Conselho considerar "a multiplicidade de questões atinentes ao tema, de forma a identificar os avanços ou retrocessos em cada área e promover um diagnóstico e um julgamento justos desta questão em relação a Cuba e aos demais países que integram as Nações Unidas".

Leia abaixo a íntegra do depoimento de Wagner Gomes:

Depoimento sobre Cuba e os direitos humanos

1 - Em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), fundada em dezembro de 2007 e legalizada no dia 5 de agosto de 2008 com o objetivo de defender os direitos e interesses fundamentais da classe trabalhadora em âmbito nacional e internacional, desejamos prestar a este conselho o seguinte testemunho sobre a situação dos direitos humanos em Cuba.

2 - É notório que o conceito de direitos humanos desperta controvérsias entre os indivíduos, as classes sociais e as nações. Em muitos aspectos, as divergências de concepções e hierarquia de valores em torno do tema refletem interesses ideológicos, políticos e econômicos que obscurecem ou mesmo impossibilitam uma avaliação objetiva e imparcial da realidade histórica. A concepção liberal, agitada pelos EUA, embora contenha pontos de inegável relevância, também peca pela parcialidade e unilateralidade.

3 - A nosso ver os critérios mais aceitáveis (ainda que não perfeitos) para estabelecer um diagnóstico sobre a situação dos direitos humanos no mundo, e num país particular, estão descritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela resolução 217 da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

4 - Em seu preâmbulo, o documento considera que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, acrescentando que o "advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum".

5 - Para alcançar esses objetivos é também "essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações", princípio desprezado por algumas potências capitalistas que se arvoram em xerifes da democracia e campeãs dos direitos humanos no mundo, apesar de semearem cotidianamente a guerra, a tortura, a tirania, a escassez e a fome em países mais pobres e frágeis.

6 - Se de fato prevalece uma preocupação genuína e o desejo de avançar em relação ao tema é preciso, em primeiro lugar, adotar uma visão multilateral isenta de preconceitos ideológicos e outros interesses, conforme propõe a Declaração de 1948. "Uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso", apregoa a resolução 217. Imaginamos que o Conselho de Direitos Humanos da ONU pode e deve dar uma forte contribuição neste sentido.

7 - Estamos convencidos de que Cuba é um dos países que mais avançou no sentido de transformar em realidade o ideal proclamado no Artigo I da Declaração de desenvolver o espírito de fraternidade entre os indivíduos, o que pressupõe reconhecer que todas as pessoas "nascem livres e iguais em dignidade e direitos". Em que pese seus escassos recursos, Cuba é, hoje, uma das sociedades mais igualitárias do mundo. Sabe-se também que os revolucionários cubanos sempre abominaram a tortura, tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

8 - O socialismo cubano também se esforça para promover o direito do indivíduo à segurança social, que compreende "os direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade", previstos no Artigo XXII da Declaração. Avançou também no sentido de garantir a concretização do Artigo XXIII, que prevê o direito ao trabalho, à proteção contra o desemprego, a uma remuneração justa, à organização sindical. Segundo o "World Fact Book", levantamento anual de dados sobre diferentes países feito pela CIA (agência de inteligência norte-americana), o índice de desemprego na Ilha, durante o ano passado, foi de apenas 1,9%, o que configuraria um cenário de "pleno emprego" em qualquer país capitalista do mundo. Os desempregados, embora pouco numerosos, desfrutam de proteção social, com direito a uma renda mínima, à educação, qualificação e saúde gratuitas. A educação continuada transformou-se numa forma criativa e promissora de emprego. É preciso acrescentar a garantia de um tratamento igual para homens e mulheres no mercado de trabalho, seja do ponto de vista do emprego ou da remuneração: 44% da força de trabalho no país são mulheres, que também compõem 66% da força técnica.

9 - Poucos são os países que asseguram, como Cuba, a realização do Artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que prevê a universalização do direito à instrução gratuita, "orientada" (em nossa opinião) "no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana", que (aliás) não parece possível sem a educação. A educação, assim como a saúde, é universal e 100% pública em todos os níveis. Todas as pessoas, sem nenhuma exceção, têm acesso a esses dois serviços públicos essenciais. O analfabetismo foi erradicado na Ilha, cuja população exibe um dos maiores níveis de escolaridade do mundo. Os trabalhadores têm, em média, 9 anos de escolaridade e um em cada sete trabalhadores possui nível superior. Antes da revolução socialista de 1959 três em cada quatro cubanos não sabia ler ou escrever.

10 - Cuba também se destaca no cumprimento do Artigo XXV, que prevê a garantia a todo ser humano de um padrão de vida capaz de "assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle"; e também preconiza direito a cuidados e assistência especiais para a maternidade e a infância. Os indicadores sociais não deixam margens a dúvidas quanto a isto.

11 - De acordo com pesquisa da PNUD, organismo da ONU, o índice de pobreza de Cuba era o sexto menor em 2004 entre 102 países em desenvolvimento pesquisados. Ainda segundo a ONU, em 2003 a mortalidade infantil de Cuba era de 6,2 habitantes para cada 1000 (no Brasil, o índice era de 28,6 por 1000). Dados da UNESCO em 2002 relatavam que 98% das residências cubanas possuíam instalações sanitárias adequadas (no Brasil, são 75%). Nada menos que 56% do orçamento público são reservados para prover saúde, educação e esporte.

12 - Em 2006, Cuba obteve a 50ª colocação no ranking de IDH, situando-se entre os países de alto desenvolvimento humano (o Brasil é o 69º). A mesma pesquisa colocava o índice de analfabetismo cubano em 0,02% da população (no Brasil, a taxa era de 13,7%). De acordo com o insuspeito "World Fact Book", da CIA, em 2007 a expectativa de vida ao nascer na ilha era de 77,41 anos - contra 71,9 anos no Brasil. Os índices de criminalidade e de tráfico de drogas na ilha são "muito baixos", conforme admite a agência de inteligência dos EUA.

13 - É preciso ressaltar que todas essas conquistas e realizações sociais ocorreram apesar do brutal embargo econômico imposto ao povo cubano pela maior potência econômica e militar do planeta em fevereiro de 1962, intensificado ao longo do tempo e vigente até hoje, e à situação difícil em que o país ficou após o colapso da União Soviética, em 1991.

14 - Estatísticas de diferentes fontes e a observação dos sindicalistas que visitaram a Ilha nos induzem à conclusão de que Cuba respeita direitos humanos fundamentais para assegurar a liberdade e dignidade do ser humano, Isto não significa que todos os problemas estão resolvidos e que a Ilha e sua revolução não mereçam críticas em outros aspectos relevantes da vida social e política. Esperamos que o Conselho de Direitos Humanos da ONU leve em conta a multiplicidade de questões atinentes ao tema, de forma a identificar os avanços ou retrocessos em cada área e promover um diagnóstico e um julgamento justos desta questão em relação a Cuba e aos demais países que integram as Nações Unidas.

15 - Finalmente, consideramos que Cuba é alvo de uma hostilidade política dos Estados Unidos que agride os direitos humanos, o bom senso e a soberania nacional. Além do citado bloqueio, o país sofre a humilhação da ocupação de Guantánamo, base utilizada para a execrável prática da tortura contra prisioneiros políticos indefesos, e reclama a libertação de cinco presos políticos nos Estados Unidos: Fernando González, René González, Antonio Guerrero, Ramón Labaniño e Gerardo Hernández, antiterroristas detidos injustamente há 10 anos (em setembro de 1998) na cidade de Miami e mantidos no cárcere até hoje.

Brasil, setembro de 2008

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

Wagner Gomes, presidente

Da redação


Cuba relança campanha pela liberdade dos 5 Patriotas

No próximo dia 12 de setembro, os cinco cubanos privados da liberdade nos Estados Unidos cumprirão dez anos na prisão. Diante da importante data, organizações de solidariedade com Cuba em todo o mundo decidiram relançar a campanha para pedir justiça. 

No sítio da campanha Liberem os 5 há a informação de que "em 4 de junho de 2008 o próprio Painel dos três juizes do 11º Circuito de Apelações de Atlanta tomou a injusta decisão de ratificar os veredictos de culpabilidade dos Cinco, mas o processo de apelação permanece em curso".

Em conseqüência, e ao cumprir dez anos do encarceramento, foi relançado o recolhimento de assinatura pela liberdade dos presos cubanos nos Estados Unidos. Segundo o texto, "sobre eles pesam extensas condenações, resultado de um julgamento politizado, celebrado na cidade de Miami. Os Cinco ajudavam a monitorar planos terroristas organizados contra Cuba na Flórida por grupos cubanos de ultra-direita".

O sítio explica também que "os Cinco têm permanecido isolados nas prisões de máxima segurança, sob cruéis condições de reclusão, em violação de seus direitos humanos e das próprias leis estadunidenses. Privam-lhes, inclusive, o direito de receber as visitas de suas esposas".

Além do recolhimento de assinaturas, representantes de 242 organizações sindicais, sociais e políticas, de mais de 70 países, entregaram, às embaixadas norte-americanas, um documento onde exigem a liberdade para os Cinco Cubanos presos nos EUA

Fonte: Agência Pulsar


Santoro diz que foi inesquecível interpretar Raúl Castro

Madri, 2 set (EFE).- O ator Rodrigo Santoro considerou uma experiência inesquecível interpretar Raúl Castro, irmão de Fidel, em "El Argentino" e "Guerrilha", filmes do diretor americano Steven Soderbergh que mostram a vida do revolucionário Ernesto Che Guevara.

"Foi uma honra fazer esse filme e interpretar um personagem dessa importância", disse Santoro em entrevista à Agência Efe na apresentação do filme na Espanha, onde estreará na próxima sexta-feira.

O ator passou dois meses em Cuba fazendo pesquisas sobre a vida do atual presidente cubano para poder interpretá-lo.

"Durante esse tempo, conheci Cuba de uma forma especial", comentou.

O filme foi dividido em duas partes, a primeira trata do momento histórico em que Che, Fidel e outros cubanos exilados invadem a ilha caribenha em 1956 e destituem o ditador Fulgêncio Batista. A segunda parte, porém, narra a viagem de Che a Nova York, quando ele discursou na ONU e viu crescer o mito em torno de sua figura.

No Brasil, a primeira parte do longa não tem data certa para estrear, mas, de acordo com a distribuidora Europa Filmes, deve ser nos primeiros meses de 2009.

O ator porto-riquenho Benicio del Toro, intérprete de Che, que assim como Santoro esteve hoje em Madri para promover "El Argentino", elogiou a figura de lutador de seu personagem.

Ele contou sua experiência na hora de dar vida ao revolucionário argentino, cuja figura estudou durante anos para poder interpretá-lo.

"O Che era um homem coerente, como se pode ler no diário que escreveu durante seus anos na Bolívia, mas o que mais me chamou a atenção foi sua energia e sua força", afirmou à imprensa o ator, que ressaltou que não pretendeu "ser" Guevara, mas "Benicio fazendo Che".

"El Argentino" conta os anos que vão desde que Che Guevara conhece Fidel Castro no México, passando pela viagem dos dois a Cuba, a participação na revolução e, finalmente, mostra como eles conseguem tomar o controle de Havana.

Mais adiante, estreará "Guerrilha", filme que, segundo Del Toro, é praticamente baseado "no diário escrito (pelo Che) na Bolívia e que termina nos últimos anos de sua vida"


O ator Danny Glover participa de concerto a favor dos cinco nos EUA 

(Prensa Latina) O conhecido ator norte-americano Danny Glover confirmou sua participação, como convidado especial, no primeiro concerto público que se realizará nos EUA a favor dos Cinco antiterroristas cubanos presos naquele país desde 12 de setembro de 1998.

Glover dividirá a cena com o portorriquenho Danny Rivera, o dominicano Víctor Víctor e o conjunto Todas las Estrellas Doradas del Jazz de Puerto Rico, dos EUA, durante o evento denominado Cinco Estrelas e um Canto, que faz parte da jornada mundial de solidariedade com os cinco antiterroristas cubanos.

O concerto é organizado pelo Comitê Internacional pela Liberdade dos Cinco em colaboração com o Centro Hoston para as Artes e a Cultura, em Nova Iorque.

Gerardo Hernándes Nordelo, condenado a duas prisões perpétuas e quinze anos, é autor do desenho que simbolizará o evento. Assim que se inteirou do projeto, decidiu dar sua contribuição. Com um pedaço de papel e uma caneta elaborou um belo desenho, retratando a bandeira cubana sobre uma guitarra, cujas cordas terminam em um número cinco.


Cuba e o bloqueio do qual muitos falam sem saber o que dizer

Políticos, jornalistas, comentaristas, analistas, assessores, consultores e, mais recentemente, os chamados think tanks (em inglês é mais intelectual, é mais in), falam e escrevem sobre o bloqueio a Cuba. Mas saberão concretamente sobre o que estão falando? E o que escondem deliberadamente nas suas elucubrações?

Por Antônio Vilarigues, para o Avante!, jornal do Partido Comunista Português

Através de um documento que veio a público em 1991, foi possível saber que, em 6 de abril de 1960, o então subsecretário de Estado adjunto para os Assuntos Inter-Americanos, Lester Dewitt Mallory, escreveu em um memorando discutido em reunião dirigida pelo então presidente John Kennedy: ''Não existe uma oposição política efetiva em Cuba; portanto, o único meio previsível que temos hoje para alienar o apoio interno à Revolução é através do desencanto e do desânimo, baseados na insatisfação e nas dificuldades econômicas. Deve-se utilizar prontamente qualquer meio concebível para debilitar a vida econômica em Cuba. Negar-lhe dinheiro e abastecimento para diminuir os salários reais e ingressos financeiros, a fim de causar fome, desespero e a derrocada do governo''. Isso, sublinhe-se, um ano antes da invasão da Baía dos Porcos organizada pelos EUA contra Cuba.

Kennedy, cumprindo o mandato que lhe tinha sido atribuído pelo Congresso, decretou o bloqueio total contra Cuba a partir das 0h01m do dia 7 de fevereiro de 1962.

Essa é a data formal. Mas desde 1959 já se multiplicavam os atos de bloqueio efetivo. O objetivo fundamental era debilitar pontos vitais da defesa e economia cubanas. Atos como a supressão da quota açucareira, principal e quase único suporte da economia e das finanças da Ilha. Ou o não abastecimento e refino de petróleo por parte das empresas norte-americanas que monopolizavam a atividade energética. Ou ainda um sufocante boicote a qualquer compra de peças de substituição para a indústria cubana, concebidas e fabricadas pelos norte-americanos.

Em fevereiro de 1962 os americanos decretam, então, o embargo total ao comércio com Cuba, excluindo certo tipo de medicamentos e alimentos. Esta decisão é simultaneamente apoiada e aprovada por todos os países da Organização de Estados Americanos (OEA), com exceção do México. No dia 22 de dezembro daquele mesmo ano, Kennedy anuncia sanções aos países que praticassem comércio com a ilha. No dia 8 de julho de 1963, os EUA confiscam todos os bens de Cuba instalados em seu território, avaliados então em 424 milhões de dólares. Em 14 de maio de 1964, os Estados Unidos suspendem todo e qualquer fornecimento de alimentos e medicamentos a Cuba.

O presidente dos EUA goza de amplas prerrogativas em matéria de política externa, além de uma permissão discricionária ao executivo amparada na ''Lei do Comércio com o Inimigo''. Assim as sucessivas administrações (onze!!!) modificaram e aprovaram novos regulamentos que “aperfeiçoaram” o bloqueio.

Nos anos seguintes, os EUA proíbem os seus cidadãos de viajar à ilha usando cartões de crédito de bancos norte-americanos. Interditam às companhias subsidiárias norte-americanas no exterior a possibilidade de comercializarem com Cuba. Impõem aos desejem viajar para lá um limite de 100 dólares diários nos seus gastos de hotel, alimentação, diversões e compra de artigos cubanos.

Com o desmembramento da União Soviética, os EUA redobram as medidas do bloqueio a Cuba e advertem a Rússia (e os demais países do antigo campo socialista europeu) de que seriam prejudicados  em relação a ''ajuda “ dos USA se, de alguma forma, continuarem a apoiar a ilha.

Democracia à americana

Em 1992, foi aprovada pelo Congresso norte-americano a ''Lei para a Democracia Cubana'', ou Lei Torricelli. Esta lei consiste, essencialmente, na intromissão direta dos EUA em assuntos internos não só do povo cubano, mas também de outros povos. Proíbe, por um período de 180 dias (contados a partir da data da sua saída de Cuba), a entrada em portos norte-americanos de navios que tocarem portos cubanos. Sanciona as instituições norte-americanas sediadas no exterior que estabeleçam negócios com a ilha (mesmo que estejam contrariando com tal medida, a lei dos respectivos países onde estejam radicados). Viola claramente, assim as normas do Direito Internacional e as leis estabelecidas pela Organização Mundial do Comércio.

Quatro anos mais tarde, em 1996, é promulgada a ''Lei para a Liberdade e a Solidariedade Democrática Cubana'' (o leitor já reparou bem nos nomes destas leis?...), conhecida como Lei Helms-Burton (não apoiada, até hoje, por nenhum país do mundo). Com a desintegração do regime socialista no leste europeu, Cuba perde, literalmente de um dia para o outro, os mercados onde comercializava a preços favoráveis e suas exportações têm uma queda de 85%. Vê-se, por isso, forçada a reduzir drasticamente as suas importações em 75%. O país enfrenta, de imediato, a falta de alimentos, medicamentos, petróleo, transportes, enfim, tudo o que é   essencial à economia de um Estado e à vida de um povo. Impedida, por força do bloqueio americano, de recorrer a financiamentos e créditos externos, os EUA acreditam estar na hora de Cuba se render pela fome.

A Lei Helms-Burton tinha esse objetivo. É evidente a intenção de impedir os investimentos estrangeiros na ilha e, desta forma, impossibilitar o seu desenvolvimento econômico. Nos termos desta lei fica proibido que subsidiárias norte-americanas sediadas em terceiros países realizem qualquer tipo de transação com empresas em Cuba. Que empresas de terceiros países exportem para os Estados Unidos produtos de origem cubana ou produtos que contenham algum componente originário da ilha. Que empresas de terceiros países vendam bens ou serviços a Cuba, cuja tecnologia contenha mais do que 10% de componentes fabricados nos EUA, ainda que os seus proprietários sejam cidadãos desses países. Que entrem nos portos dos Estados Unidos navios que transportem produtos desde ou para Cuba, independentemente do país a que pertençam. Que bancos de terceiros países abram contas em dólares norte-americanos em nome de pessoas jurídicas ou físicas de origem cubana ou que realizem transações financeiras nessa moeda com entidades ou pessoas cubanas.

Essa lei proíbe ainda os cidadãos norte-americanos ou cubano-americanos de viajar para Cuba. Impõe restrições às relações entre cubanos residentes em Cuba e nos EUA. Suspende a ajuda a qualquer país, entidade ou empresa que forneça assistência técnica ou financeira para completar a Central Nuclear de Juragua, na cidade de Cienfuegos. Determina que sejam negados vistos de entrada nos EUA a pessoas de qualquer nacionalidade (e seus familiares) ou representantes de empresas, que comprem, arrendem ou obtenham qualquer benefício de propriedades expropriadas em Cuba depois de 1959. Etc., etc., etc..

Sobre essa lei disse Fidel Castro: ''Ao bloqueio econômico, comercial e financeiro, os EUA acrescentam agora a lei Helms-Burton. Em sua ânsia desesperada por destruir a revolução cubana, pretendem punir todo o mundo e tentam fechar o cerco que nos rodeia. Podemos garantir que o nosso país jamais se renderá. Não permitiremos que nos roubem a dignidade humana plenamente conquistada pela revolução''. Doze anos depois, a realidade aí está para comprovar o quão certas estavam essas palavras.

Mais recentemente, a administração de George W. Bush continuou pelo mesmo caminho. Mas, para permanecer fiel ao apanágio de toda a sua atuação, foi mais longe e aprovou um novo pacote de medidas denominado ''Plano Bush''. A administração norte-americana propõe-se, pela milionésima vez, aniquilar a Revolução cubana e o proclama-o com a sua conhecida arrogância. Estamos perante novas e brutais ações contra o povo de Cuba e contra os cubanos residentes nos Estados Unidos. Medidas definidas pelos seus autores como parte de um plano para provocar ''o rápido fim'' do governo revolucionário.

Intensificaram a perseguição a empresas e às transações financeiras internacionais de Cuba, mesmo aquelas destinadas a pagar órgãos das Nações Unidas. Roubaram marcas comerciais, como as reconhecidas Havana Club e Cohiba. Adotaram maiores represálias contra os que fazem comércio com a Ilha ou com ela realizam intercâmbios de natureza cultural ou turística. Pressionaram ainda mais os seus aliados para forçá-los a subordinar as relações com Cuba aos objetivos de uma ''mudança de regime'', que norteiam a política dos Estados Unidos. Impuseram uma escalada sem precedentes ao apoio financeiro e material para ações que visem a derrubada da ordem constitucional cubana.

Conseqüências políticas, econômicas, sociais e culturais

Um Avante! inteiro não seria suficiente para enumerar todas as ações e respectivas conseqüências para o povo de Cuba. Como o fato, por muitos esquecido, de que cerca de 7 milhões de cubanos, dos mais de 11 milhões que constituem a população da ilha, nasceram sob o estigma do bloqueio que, é mister salientar, já dura 46 anos e tem afetado, sem distinção de sexo, idade, credo religioso ou posição social, todo povo da Ilha.

O prejuízo econômico direto causado ao povo cubano pela aplicação do bloqueio, segundo cálculos estimados, ultrapassou os 89 bilhões de dólares. Este número não inclui os danos diretos, causados a setores econômicos e sociais do país, pelas sabotagens e atos terroristas fomentados, organizados e financiados pelos Estados Unidos. Também não inclui o valor dos produtos deixados de produzir ou os prejuízos derivados das onerosas condições de crédito impostas a Cuba. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba calculou o total de perdas estimadas da economia cubana durante 45 anos (1962/2007) de bloqueio em 222 bilhões de dólares. Quase duas vezes o PIB de um país como Portugal.

Vejamos mais detalhadamente alguns dos numerosos exemplos desta realidade cotidiana:

Estima-se que, só em 2006, o comércio internacional cubano foi afetado pelo bloqueio em valores que ultrapassaram os 1,3 bilhão de dólares. Os maiores impactos registraram-se pela impossibilidade de ingressar no mercado dos EUA. As importações que Cuba realiza não aumentara apenas devido a alta dos preços, da utilização de intermediários e da necessidade de triangulação para determinados produtos o que traz a necessidade de recorrer a mercados mais longínquos, com o conseqüente aumento dos fretes e seguros.

No final de 2001, pressionado pelo sector agro-exportador norte-americano, o Congresso dos EUA aprovou uma lei, autorizando que Cuba comprasse alimentos aos produtores do país. No entanto, essas importações são acompanhadas de severas restrições. Cuba tem que pagar adiantado, sem a possibilidade de obter créditos financeiros, mesmo privados. Em 2004, essas importações atingiram a casa dos 474,1 milhões de dólares. A venda e o transporte de mercadorias requerem a obtenção de licenças especiais para cada operação. Cuba não pode utilizar sua própria frota mercante para realizar esse transporte, vendo-se obrigada a recorrer a navios de outros países, especialmente dos próprios EUA. E os pagamentos são feitos através de bancos de outros países, uma vez que as relações bancárias diretas com Cuba estão proibidas.

Carência quase absoluta de meios de transporte de passageiros e de mercadorias. O setor ferroviário é paradigmático. Há anos que o governo tem planos para renovar seu parque de locomotivas. Mas a manutenção e a reparação das máquinas requerem diversos componentes norte-americanos. Cuba também não tem conseguido alugar navios devido à pressão realizada pelo governo norte-americano sobre as locadoras. Assim, o governo cubano vê-se obrigado a pagar fretes elevadíssimos.

Falta de medicamentos, equipamentos e material de consumível no setor da saúde. Aqui, em sete anos, 1998/2005, os custos do bloqueio ascenderam a 2, 2 bilhões de dólares. Apenas 50 milhões teriam sido suficientes para remodelar todas as clínicas e hospitais. Sem quantificar, por não terem preço, a dor e o sofrimento provocados por esta política criminosa. O que não impediu que, em junho de 2006, mais de 30 mil funcionários voluntários cubanos da área de saúde estivessem espalhados pelo mundo, trabalhando em missões humanitárias, cuidando especialmente de vítimas de catástrofes e fenômenos naturais. Há décadas que Cuba é vanguarda nesse tipo de ação.

A importação de matérias-primas, materiais e equipamentos de uso escolar para assegurar o processo educativo, como meios audiovisuais, computadores, equipamento de laboratório, reagentes, etc., é seriamente afetada. A cada dia que passa, diminuem os intermediários que se atrevem a correr o risco de realizar transações com Cuba. O que se traduz no aumento de 20% (e até de 100% em alguns casos), dos preços dos produtos adquiridos.

Nem a Internet escapa. Em Cuba, o acesso à rede é lento, caro e limitado. A ilha está impossibilitada de se conectar aos cabos de fibra óptica que passam muito perto de suas costas. Como alternativa, utiliza desde 1996 uma ligação via satélite que torna as conexões muito mais lentas e caras. Qualquer modificação do canal exige licença do Departamento do Tesouro dos EUA. O governo aponta essa situação, assim como sua estratégia de prioridades sociais no uso da rede, para explicar as restrições que aplica ao acesso à Internet. Limitações que poderão ser reduzidas em poucos anos por meio de um cabo submarino alternativo de 1 550 km que ligará Cuba à rede da Venezuela. É preciso lembrar ainda que as instituições e cidadãos dos Estados Unidos estão proibidos de utilizar a Web para transações eletrônicas com instituições cubanas. O bloqueio no acesso a software e informações (inclusive gratuitas) é outra realidade.

É sistematicamente negado aos artistas cubanos o direito de participar das cerimônias de entrega dos prêmios Grammy e Grammy Latino. Razão evocada: os regulamentos sobre a imigração, que proíbem a entrada nos Estados Unidos a qualquer indivíduo que possa ser prejudicial aos interesses desse país. O mesmo se aplica a cineastas, ao Balé Nacional de Cuba, a conferencistas universitários, etc., etc., etc..

Mas a política de bloqueio prejudica também os cidadãos norte-americanos e de terceiros países, como o indicam muitos e variados estudos. A eliminação do bloqueio poderia, por exemplo, criar 100 mil postos de trabalho e rendimentos adicionais de 6 bilhões de dólares à economia dos EUA. Em 2006, as perdas totais das empresas dos Estados Unidos por cada milhão de turistas norte-americanos que não puderam visitar Cuba, atingiram os 565 milhões de dólares.

Não é, pois, de se estranhar que no dia 26 de abril de 2005 tenha sido anunciada oficialmente a formação da Associação Comercial Cuba-EUA, composta por mais de 30 companhias, agências estaduais e organizações de 19 estados norte-americanos, com o fim de trabalhar pela eliminação das restrições ao comércio com Cuba. Entre os seus membros encontram-se as grandes empresas ADM, Caterpillar e Cargill. Entre os fundadores contavam-se personalidades como o ex-secretário de Comércio, Bill Reinsch, Kirby Jones, o ex-secretário adjunto de Estado, William D. Rogers, David Rockefeller, a ex-representante comercial Carla Hills, o ex-secretário de Defesa Frank Carlucci e o ex-secretário de Defesa e ex-diretor da CIA, James Schlesinger.

Esta é a realidade ignorada, e/ou escondida, e/ou escamoteada, e/ou deturpada pelos defensores do pensamento único dominante, política esta profundamente isolada e rejeitada todos os anos pela Assembléia Geral das Nações Unidas (Ver quadro anexo). E que tem, como pudemos ver, uma forte oposição interna nos próprios EUA. O que reforça o nosso lema: ''O que é preciso é informar as pessoas ''.


Machado de Assis à luz de Congresso em Havana

(PL) - A literatura do escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908), escritor fundamental mas ainda pouco conhecido em vastas plagas da América Latina, será estudada a fundo durante o Congresso em sua homenagem convocado pela Casa das Américas em Havana.

Cerca de 20 especialistas estarão reunidos na capital cubana por ocasião do centenário de sua morte, para jogar mais luz sobre a obra do insigne poeta e narrador.

Machado de Assis será abordado em suas múltiplas facetas durante o debate sobre as literaturas que impulsionaram sua obra, como a alemã, a italiana e a portuguesa.

Segundo os organizadores do evento, o maior interesse recairá, sem dúvida, sobre a influência da literatura hispano-americana na obra de Machado, assim como o seu impacto  no posterior desenvolvimento daquela.

As pesquisas nesse sentido são escassas e há vagas notícias de estudos sérios sobre os possíveis diálogos do escritor com seus pares ibero-americanos ou a repercussão de sua obra naquela região. O tema é instigante: Machado de Assis como leitor e, por outro lado, os leitores de Machado, seus contos e poemas, suas incursões no mundo da novela, da crônica, da dramaturgia e da crítica, entre outros.

A Casa das América orgulha-se de haver publicado já em 1963, portanto, apenas quatro anos transcorridos desde sua fundação, um livro tão essencial como Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Machado de Assis, mestre indiscutível da narrativa breve em língua portuguesa, a exemplo de Missa do Galo e O Alienista, será recordado em Cuba como uma figura viva, à espera de que sua obra seja desbravada para torná-lo mais próximo e apaixonante.


Há 40 anos, estreava a obra-prima do cinema cubano

Cuba celebrou na terça-feira (19) o aniversário de 40 anos da primeira exibição de Memórias do Subdesenvolvimento, filme de 1968 que é considerado o mais importante da carreira do cineasta Tomas Gutiérrez Alea (1928-1996). Foi o primeiro longa-metragem cubano a ser exibido nos Estados Unidos após a ascensão de Fidel ao governo da ilha.

Tida também como uma das mais transcendentes e polêmicas obras da cinematografia cubana e do novo cinema latino-americano, o filme narra a visão de um "burguês" que permanece em Cuba após a partida de sua família para os Estados Unidos, motivada pela chegada de Fidel Castro ao poder, em 1959.

À época de seu lançamento, o filme causou polêmica ao distanciar-se totalmente dos traços que definiam o então chamado "realismo socialista", corrente cinematográfica comum na União Soviética que, quase sempre, retratava o "socialismo real" de uma maneira praticamente acrítica.

Gutiérrez Alea iniciou sua carreira como admirador do neo-realismo italiano, uma escola caracterizada por seu forte conteúdo social. Foi um dos fundadores do "cinema revolucionário" em Cuba, criado após o triunfo da revolução encabeçada por Fidel. Em seus filmes, "Titón", como também era conhecido o cineasta, criticou a burocracia cubana — que para ele era um defeito do sistema.

No início dos anos 90, com outro filme, Morango e Chocolate, o cineasta voltou a chamar a atenção por denunciar atitudes discriminatórias e preconceituosas contra um homossexual na sociedade cubana. O filme foi a primeira produção do país a ser indicada ao Oscar, na categoria melhor filme estrangeiro.

Há pouco mais de um mês, Gutiérrez Alea foi homenageado durante a 3ª edição do Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo. Além de Memórias do Subdesenvolvimento e Morango e Chocolate, foram inclusos na programação do evento outras seis produções suas.

Fonte: revista Fórum


Criada a Associação de Familiares e Amigos dos Estudantes em Cuba

 Foi criada a AFAC-SP, Associação de Familiares e Amigos dos Estudantes em Cuba de São Paulo, numa iniciativa do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba (MPSC).

Desde o seu início, o MPSC tenta consolidar a criação desta importante entidade, e agora este objetivo foi alcançado de forma vitoriosa graças ao empenho de uma comissão formada com este fim durante a 2º Convenção Paulista de Solidariedade a Cuba, realizada em maio deste ano.
A fundação da AFAC fez parte do calendário de atividades promovidas em comemoração ao 26 de julho - Dia Nacional da Rebeldia Cubana, e contou com a presença de diversas mães, pais, estudantes, amigos e entidades responsáveis pelo envio de estudantes a Cuba, além dos representantes Consulares da Ilha.

De acordo como os seus membros, “a AFAC-SP já surge com enormes responsabilidades, mas também com muita força, determinação e apoio e, certamente, será um braço forte na ampliação e articulação da solidariedade no estado”.

MPSC (www.solidariedadeacuba.org.br)


Jovens americanos são diplomados em Cuba

Mais oito jovens americanos estão se formando em medicina neste fim de semana em Cuba, depois de estudarem com bolsas oferecidas pelo governo revolucionário.

"Vamos para lá [EUA] ver se conseguimos mudar alguma coisa", disse Erika Meléndez, 28 anos.

Filha de imigrantes salvadorenhos nos Estados Unidos, ela disse que soube das bolsas cubanas quando era recepcionista na UTI de um hospital de Los Angeles. Agora pretende se especializar em ginecologia. 

Até agora, nove médicos americanos já se formaram em Cuba. Por enquanto, um já conseguiu revalidar seu diplomata e atualmente faz residência num hospital de Nova York. 

"O comandante (Fidel Castro) nos ofereceu 500 bolsas, mas o programa está crescendo pouco a pouco", disse Ellen Bernstein, representante do grupo protestante Pastores pela Paz, que seleciona os bolsistas americanos.

Meléndez e seus sete colegas compatriotas ainda terão de se submeter a três exames nos Estados Unidos para validar o diploma. Só então poderão fazer residência e exercer a medicina.

Cerca de 10 mil alunos da América Latina e África estudam atualmente na Escola Latino-Americana de Medicina. Cerca de cem deles são dos Estados Unidos. 

Cuba diz que as bolsas são parte da mesma tradição solidária que levou o país a enviar milhares de médicos aos recantos mais miseráveis do planeta.

Nos últimos anos, os serviços médicos prestados no exterior viraram uma importante fonte de receitas para o país.

Cerca de 40 mil médicos trabalham em 80 países, sendo metade deles na Venezuela, que paga com petróleo.

Nowa Aigbogun, filho de imigrantes nigerianos do Harlem (Nova York), disse que seus pais nunca poderiam ter pago uma faculdade para ele nos Estados Unidos. 

"Quando ouvi dizer que em Cuba se poderia estudar Medicina sem me preocupar com o dinheiro, não acreditei", contou o graduando, de 30 anos.

"Quero agradecer a Fidel, (ao atual presidente) Raúl Castro e aos líderes da revolução", acrescentou.

Aigbogun contou que está indo embora contente de Cuba. Além de ter conseguido o diploma de médico, também aprendeu a dançar salsa.

Fonte: Blog "O Outro Lado da Notícia"


Carnaval de Havana homenageia os 50 anos da Revolução

O Carnaval de Havana, festa mais popular da capital cubana, teve início nesta sexta-feira (1) com o tradicional desfile de carros alegóricos, música e blocos pela emblemática região do Malecón. Durante nove noites, a cidade será contagiada pelo espetáculo, que, este ano, homenageia o 50º aniversário da Revolução Cubana, que será completado em 1º de janeiro próximo.

O desfile foi aberto após o tradicional tiro de canhão havanês das 21h locais (23h de Brasília) em três pontos da avenida do Malecón, ao longo de um quilômetro e meio.

Os foliões tradicionais, chamados "comparseros", interpretam músicas, apresentam danças folclóricas e desfilam por toda a avenida levando estandartes e enormes bonecos.

A festa ultrapassa a área do Malecón, sua sede principal, e também envolve outros pontos da cidade, onde centenas de artistas interpretarão ritmos da música popular cubana como rumba, timba, son e bolero.

O tráfego da cidade já foi alterado em várias ruas, e as autoridades policiais pediram aos motoristas que respeitem as medidas propostas.

Também foi solicitado que pessoas não compareçam à festa "com armas brancas ou de fogo" e "garrafas de vidro", para "evitar acidentes".

O Carnaval cubano tem sua origem na época colonial. Segundo registros históricos, as primeiras festas do tipo em Havana foram realizadas em fevereiro de 1895.

Fonte: Efe


Grupos anticubanos nos EUA enfrentam auditoria por corrupção

Havana, 23 jul (acn) - Uma dúzia de organizações anticubanas são investigadas nos Estados Unidos por operações fraudulentas com fundos outorgados pelo governo do presidente George W. Bush para subverter a ordem política na ilha.

Segundo o jornal The Washington Post, as auditorias analisam desvios de recursos detectados em alguns desses grupos, irregularidades que envolvem mais de 500 mil dólares.

Entre os casos recentes, o diário cita o Centro por uma Cuba Livre (CFC, sigla em inglês), localizado em Washington e o Grupo de Apoio à Democracia, radicado em Miami.

O ex-integrante de CFC Felipe Sixto, que também foi funcionário da Casa Branca, utilizou mais de meio milhão de dólares para fins alheios aos previstos, destaca o jornal.

[acn] agência cubana de notícias (c)


Raul Castro alerta cubanos para "tempos difíceis"

O presidente Raul Castro advertiu os cubanos que eles devem se preparar para as conseqüências da atual crise econômica global, em um discurso para marcar o 55º aniversário da Revolução Cubana.

Raul afirmou que os países em desenvolvimento já sentiram os efeitos da alta dos preços dos alimentos e do petróleo durante o discurso em Santiago, a segunda maior cidade cubana, na noite do último sábado (26).

A expectativa era de que o presidente anunciasse novas políticas econômicas, mas em vez disso, ele deu poucas pistas da direção ou ritmo das reformas e afirmou que não há unanimidade sobre esta direção.

Raul Castro já introduziu algumas mudanças significativas desde que assumiu o poder em Cuba, sucedendo seu irmão, Fidel, em fevereiro. Recentemente, o presidente anunciou reformas na política agrícola que vão permitir a alguns fazendeiros cultivar privadamente terras do Estado e relaxou as restrições ao uso de telefone celular e computadores pessoais.

Dificuldades

Falando por 48 minutos, o presidente alertou que a austeridade econômica sofrida nos últimos anos não vai ser ajudada pela alta dos preços dos alimentos. "A Revolução fez e vai continuar fazendo o que for possível para continuar os avanços e reduzir ao mínimo possível as inevitáveis conseqüências das crises internacionais sobre o nosso povo. Mas precisamos explicar as dificuldades ao nosso povo, e assim prepará-lo para lidar com elas", afirmou.

Raul Castro ainda enviou um recado para os Estados Unidos: “Vamos continuar a dar atenção especial a nossa Defesa, qualquer que seja o resultado das próximas eleições presidenciais”.

Desde que assumiu a presidência, Castro também assinou um acordo de direitos humanos com a ONU e anunciou o fim do salário único na ilha, introduzindo bônus de produtividade.

Cerca de 10 mil pessoas acompanharam o discurso no histórico quartel militar Moncada, onde ele e seu irmão lideraram um ataque rebelde há exatamente 55 anos.

Os dois foram presos no ataque, mas eventualmente conquistaram o poder do então líder cubano Fulgêncio Batista em 1º de Janeiro de 1959. "Quando atacamos a Moncada, nenhum de nós sonhou estar aqui hoje", disse.

Fonte: Correio do Brasil