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Mauro Santayana: A estranha cobrança dos EUA a Cuba

O povo norte-americano não conheceu os dissabores do colonialismo, como os conhecemos. O povoamento do território começara pouco antes do confronto que, na Inglaterra, opusera os Comuns e os Stuart, e manteria a tensão política na Grã Bretanha até a Glorious Revolution de 1688, não deixando tempo para outras preocupações.

Por Mauro Santayana, no JB

No século 18,com a expansão imperial inglesa na África e na Ásia, Londres tampouco se preocupou com a América: ali só havia bons ingleses, conservadores de sua cultura e de suas crenças. Não havia por que temê-los, nem por que os tratar com arrogância.
As tensões internas nos Estados Unidos só se iniciaram com a expansão ao Oeste e ao Sul, que os levou a dizimar povos autóctones, a comprar territórios vizinhos, como os do Vale do Mississipi (incluindo a Luisiania), da França, e o Alasca, da Rússia, e a invadir estados soberanos, como fizeram com o México, no qual se apoderaram de 1,3 milhão km2.

Pensando como europeus, os norte-americanos deles herdaram a ideia de supremacia sobre os vizinhos. Sentiam-se no direito de estender a “civilização”, substituindo os espanhóis na exploração dos bárbaros do Sul. É de se lembrar que “humanistas” da Europa aplaudiram a guerra contra os mexicanos, ocorrida entre 1846 e 1848.

Essa visão preconceituosa, aliada à ganância de lucro dos homens de negócios, separou a América do Norte dos povos latino-americanos. Os países que mais sofreram foram os menores, como os da América Central, que se transformaram em repúblicas bananeiras, exploradas pelas companhias norte-americanas, entre elas a famigerada United Fruit.

Os países meridionais, ainda que distanciados, também sofreram e ainda sofrem seu domínio político e econômico. Há ainda a registrar sua frequente intervenção nos assuntos internos latino-americanos, como na Guerra do Chaco entre o Paraguai e a Bolívia, e a promoção de sangrentos golpes de Estado, entre eles os do Chile, da Argentina e do Brasil.

Há um passivo difícil de ser liquidado. Ele é ainda maior no caso de Cuba. O governo Eisenhower não conseguiu entender o objetivo real da Revolução Cubana, que era, além de melhorar a vida de seu povo, o de derrubar Batista e impor a moralidade burguesa aos costumes de Havana, com o fechamento dos bordéis e o controle dos cassinos explorados pela máfia de Chicago.

Poucos dos revolucionários (o Che entre eles) imaginavam ser possível um regime socialista na ilha. A pressão dos poderes de fato dos Estados Unidos levou o governo de Washington a iniciar sua hostilidade contra os revolucionários, hostilidade que cresceu no governo do presidente Kennedy, tão louvado pelos que não conhecem bem a raiz quadrada da História.

Castigados primeiro pela ocupação direta dos Estados Unidos, amputado o seu território com o enclave na Baía de Guantânamo, que perdura em suas costas como bócio incurável; submetidos ao bloqueio econômico, os cubanos buscaram o apoio soviético.

E foi esse apoio, aliado à posição de alguns governos latino-americanos da época, entre eles, de forma firme, o Brasil, que impediu Kennedy e seus sucessores de arrasarem o país e seu povo.

Raúl Castro aceitou negociar com os Estados Unidos, de “igual para igual”. Se isso vier a ocorrer, será a primeira vez. Desde que os americanos intervieram na guerra de independência de Cuba e, vencendo a Espanha, ocuparam a ilha, os cubanos são tratados com desdém.

Qualquer seja a opinião que tenhamos de seu regime e de seus dirigentes, é admirável sua resistência ao longo de quase meio século. Raúl não se opõe a mandar para os Estados Unidos os dissidentes do regime que se encontram presos e suas famílias, e só exige que cinco cubanos, prisioneiros na Flórida, sob a acusação de espionagem, sejam devolvidos à pátria. Diante disso, será difícil continuar o bloqueio contra a ilha.

De qualquer forma é estranho que os Estados Unidos, que mantêm a prisão de Guantánamo, uma afronta aos princípios elementares de justiça; que confessadamente sequestram e torturam cidadãos estrangeiros; que invadiram o Iraque e patrocinaram a farsa do julgamento e a oprobriosa execução de Saddam Hussein, falem de respeito aos direitos humanos em Cuba.

Resta saber se eles, sob Obama, estão decididos a respeitar a soberania de Cuba, nas negociações que se articulam, ou desejam simplesmente restaurar a democracia dos tempos de Gerardo Machado e Fulgêncio Batista, seus fiéis vassalos.


Congressista prevê fim do bloqueio a Cuba até fim de 2010

O Congresso dos Estados Unidos deve suspender o bloqueio a Cuba antes do final de 2010, previu, na última terça-feira, o influente parlamentar democrata Charles Rangel. A ideia começa a ganhar cada dia mais adeptos norte-americanos. Nesta quarta, a Câmara de Comércio dos Estados Unidos pediu ao Capitólio o fim do embargo à ilha, em razão das oportunidades que isso ofereceria aos dois países.

Charles Rangel - que há muito tempo critica a política em relação a Cuba e agora chefia a poderosa comissão responsável por políticas tributárias e comerciais dos EUA - disse a jornalistas ser "muito provável" que a atual legislatura, que vai até o final do ano que vem, suspenda as restrições comerciais em vigor há quase 50 anos.

Já o presidente da Câmara de Comércio, Tom Donohuer, defendeu que o fim do bloqueio ofereceria "oportunidades significativas" aos empresários, agricultores e trabalhadores americanos. Ele participou hoje de um ato, ao lado de Charles Rangel e de outros representantes, como Jeff Flake e Jerry Moram, que apoiaram uma política de comércio incondicional com a ilha.

Os participantes do ato fazem parte do comitê federal de ação política para promover uma mudança em relação a Cuba, que emperra no fato de os Estados Unidos estarem impondo condições à ilha.

O presidente cubano, Raúl Castro, já disse que está aberto a conversar com os norte-americanos, mas que as negociações devem respeitar a soberania dos países. Os EUA, contudo, insistem em atrelar a possibilidade de fim do bloqueio ao que eles chamam de "gestos" da ilha, "rumo à democracia".

"Pelo benefício dos dois países, é hora de virar essa página", advogou Tom Donohuer. A Câmara de Comércio defendeu, em comunicado, uma política mercantil que estabeleça "uma política estatal de benefício mútuo", e assegurou que uma atividade bilateral dinâmica "facilitaria a mudança rumo à democracia na ilha".

Os congressistas William Delahunt (democrata) e Jeff Flake (republicano) promovem um projeto para eliminar as restrições comerciais. Já Rangel defende há muito tempo um outro projeto para suspender o embargo, mas que não chegou a ser debatido na Câmara de Representantes.

Delahunt, contudo, afirmou que não espera que, antes de novembro, seja votado uma proposta que permitiria a cidadãos dos EUA viajar livremente a Cuba. "Estamos acumulando apoio. Temos 138 co-patrocinadores", disse o democrata, alertando que defensores do embargo estão "gastando enormes quantidades de dinheiro" para se opor à lei.

Com agências


Silvio Rodríguez denuncia crime cultural do bloqueio a Cuba

O bloqueio segue sendo uma política viva do governo dos EUA. A cultura continua sendo vítima dos caprichos dessa absurda política. Recentemente, o extraordinário cantor cubano, Sílvio Rodriguez, foi impedido pelo bloqueio de participar, em Nova York, das homenagens ao músico Pete Seeger, em seus 90 anos de vida. O músico cubano enviou uma mensagem em que denuncia a irracionalidade do bloqueio dos EUA a Cuba.

Mensagem de Silvio Rodriguez a sua irmã e gerente, em Havana:

É sexta-feira, 1º de Maio, são 20 horas e 40 minutos em Paris e acabo de visitar a página onde a embaixada americana e francesa publicam notícias sobre os vistos solicitados. O meu visto está em trâmite, como desde o primeiro dia em que o solicitei. Como hoje era o dia do meu vôo a Nova York e o visto não foi liberado, amanhã parto para Havana.

Podes passar essa mensagem a Tao, neto de Pete e a Bill, o advogado, com meus sinceros agradecimentos pelos seus esforços e o meu pesar pelo pouco respeito que o Departamento de Estado mostrou ao convite que eles me fizeram para celebrar os 90 anos do querido Pete Seeger, lenda viva da canção norte americana.

Creio que a atitude do Departamento de Estado é muito contraditória com o desejo expressado pelo presidente Obama de uma aproximação com Cuba. Como trabalhador da cultura cubana continuo a senti-la bloqueada e descriminada por outros governos. Oxalá que isso mude algum dia. Obrigada pela tua ajuda.

Silvio

Nota: Pete Seeger é cantor e folclorista americano, popularizou melodias de seu país ao mundo e esteve sempre ao lado das melhores causas com seu canto. No final dos anos 50, buscando uma melodia típica e popular cubana para incorporar ao seu repertório, tomou o estribilho e a melodia de Guantanamera e o usou com estrofes dos versos de José Martí. O músico cubano Hector Ângulo colaborou com a canção. Hoje ela é uma das canções cubanas mais conhecidas do mundo.

Tradução: Carla Santos

Fonte: Cubadebate


Os Estados Unidos ensaiaram poses humanitárias, mas mantêm o assédio comercial e financeiro com o objetivo de render o povo cubano

Por Ariel Terrero Escalante

(Jornalista cubano em visita ao Brasil a convite da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal)

Recorrente e onipresente o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos a Cuba manifesta-se em todas as partes: nos portos, bancos e aeroportos, nas redes elétricas e de computadores (Internet), em hospitais e nos superlotados estádios esportivos, na venda de alimentos, e até em disputas filosóficas sobre o ser e o nada.

Enquanto frios observadores se entretêm, a política norte-americana contra a Revolução Cubana  evidenciou-se também entre as ruínas provocadas por um desastre natural: os furacões Ike e Gustav, que assolaram a ilha caribenha entre fins de agosto e princípio de setembro.

O governo dos USA colocou-se, rapidamente, a reboque das doações humanitárias prometidas por outros países a Cuba. Em um gesto inicial, a maior economia do mundo ofereceu cem mil dólares, soma ridícula se comparadas às oferecidas por outras nações como o Brasil e a humilde ilha asiática de Timor Leste, que ofereceu a Cuba meio milhão de dólares.

Mas como Cuba recusou a oferta do "dadivoso" vizinho do norte, Bush, de maneira calculada, engordou a cifra em dólares quando já se tornava evidente que teria que assinar o cheque.

Por que Cuba rechaçou a ajuda dos EUA?

Resulta difícil aceitar gestos misericordiosos de um país que reage com rigor cada vez maior diante de qualquer gestão comercial entre Cuba e outros países.

Fiel à sua soberba, a Casa Branca exigiu que fosse enviada uma equipe própria para avaliar os danos estimados por Cuba, resultantes da violência dos furacões, danos esses sobre os quais nenhum outro país levantou dúvidas.

Cuba não engoliu a pílula receitada, embora tenha aberto uma porta para o vizinho provar sua boa vontade. Em nota oficial, solicitou a Washington a "permissão para que Cuba vendesse produtos indispensáveis e a suspensão das restrições que impedem que companhias norte- americanas concedam créditos comerciais privados ao nosso país para a compra de alimentos nos Estados Unidos".

Porém, a Casa Branca mostrou-se resistente em liberar, ao menos temporariamente, a concessão dessa ferramenta natural do comércio mundial: os créditos.

Mediante a publicação de listas negras e de outras formas de pressão, Washington busca atemorizar as instituições financeiras e bancárias que ousem conceder créditos e manter vínculos com bancos cubanos.

A Oficina de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) persegue inclusive operações correntes em pequenas quantias. Em 22 de fevereiro de 2008, multou os bancos norte-americanos Atlantic e RMO Inc. As represálias estenderam-se a instituições estrangeiras, como o poderoso UBS suíço,  mais uma prova do caráter extraterritorial do bloqueio.

A OFAC e outros rastreadores impediram que Cuba efetuasse compras importantes em outros países, aí incluídos medicamentos, seringas, equipamentos médicos e camisinhas, como consta no extenso informe apresentado este ano pelo governo cubano à Assembléia Geral das Nações Unidas.

A maior das Antilhas não conseguiu comprar três milhões de seringas descartáveis no valor de 256 mil dólares para vacinação da população infantil, que seria intermediada pela Aliança Mundial para Vacinas e Imunização.

O Departamento do Tesouro dos EUA tampouco renovou a licença dada à ONG norte-americana Population Services International (PSI) para continuar colaborando com Cuba, inclusive com o envio de preservativos "Vives" e sua distribuição aos grupos vulneráveis a AIDS.

A esta altura da história contemporânea, até um importante diário estadunidense, The New York Times, qualificou a política de bloqueio como obsoleta e contraditória em relação às supostas intenções caridosas da Casa Branca.

O preço do bloqueio mostra-se ainda mais salgado em momentos como esse em que os furacões Ike e Gustav golpearam fortemente a já limitada produção de alimentos em Cuba. Além da dificuldade de adquirir sementes norte-americanas, de ter acesso a tecnologias para a criação de galinhas e para a indústria de arroz, existem as armadilhas preparadas pelos rastreadores da OFAC contra as empresas de outros países que pretendam comerciar com Cuba.

Uma empresa mexicana suspendeu a venda de embalagens a Ilha por conterem alumínio norte-americano, enquanto outras empresas evitam a compra do níquel cubano para não irem contra as regras impostas pelos EUA, que limitam a importação de produtos que contenham essa matéria-prima extraída do subsolo cubano.

O brutal prejuízo de cerca de nove milhões de dólares, causado pela combinação de dois furacões é apenas uma pequena amostra se comparada ao sangramento provocado a Cuba pelo bloqueio.

Somados aos mais de três bilhões de dólares que Cuba perde anualmente, esse é o montante dos custos ascendentes do bloqueio, desde que os EUA se propuseram a render o povo cubano pela fome e desespero, como rezam documentos de Washington.

Em lugar de sua falsa aparência humanitária, "a única atitude correta, ética e conforme com o Direito Internacional e a vontade quase unânime dos membros da Assembléia Geral da ONU, seria, como o reclamou o governo cubano diante desse foro mundial, eliminar, definitivamente, o cruel bloqueio econômico, comercial e financeiro mantido, há quase meio século, contra nossa Pátria".

Pela décima sétima vez, 185 nações que compõem a Assembléia Geral da ONU rechaçaram o bloqueio e votaram a favor de uma resolução contra o Bloqueio norte-americano a Cuba. Somente os EUA, Israel e alguma ilha pequena perdida do Pacífico somam três votos isolados a favor de sua manutenção.

É grande a expectativa agora sobre como o novo governo de Barack Obama, (terá tempo, em meio à crise financeira estadunidense?) se ocupará da pequena vizinha.

Não creio que Cuba seja uma prioridade para Washington, nem que a emaranhada rede de leis do bloqueio possa ser eliminada com a assinatura de um presidente. Penso que não será imediata a oportunidade histórica para uma mudança, ainda que sejam cada vez maiores as evidências de esgotamento e as falhas na anacrônica muralha comercial, financeira e econômica levantada pelos Estados Unidos ao redor da ilha socialista.

No entanto, a chave fundamental para uma mudança não está no Norte. Em minha opinião, as forças que ajudarão a por o fim ao Bloqueio estão sendo criadas hoje ao Sul do continente latino-americano.


CEPAL reconhece sério impacto do bloqueio contra Cuba

HAVANA, Cuba, 17 abr (ACN) - Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), reconheceu nesta sexta-feira em Port Spain, capital de Trinidad e Tobago, que o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos a Cuba tem tido um impacto muito sério na Ilha.

Em resposta a uma pergunta da agência Prensa Latina em conferência de imprensa, Bárcena afirmou que o tema do bloqueio está há tempos na agenda das Nações Unidas, inclusive da CEPAL, que tem analisado seus efeitos na economia do país caribenho.

A funcionária pública evitou responder se em sua opinião o governo estadunidense compreendeu as mensagens enviadas pela comunidade internacional a Washington nos últimos 17 anos na ONU.

Em 2008, 185 nações se opuseram a essa política hostil em relação a Ilha.

A coletiva da funcionária ocorreu durante as atividades prévias à V Cúpula das Américas, foro que foi inaugurado nesta tarde, e se estenderá até o próximo domingo.

Agência Cubana de Notícias


Raul Castro reitera a disposição de Cuba de dialogar com os EUA em pé de igualdade

HAVANA, Cuba, 17 abr (ACN) - “Cuba agradece pelas declarações de apoio à sua luta contra o bloqueio, emitidas pelos participantes da Cúpula Extraordinária da ALBA e reitera a disposição de dialogar com os Estados Unidos em igualdade de condições”, afirmou Raúl Castro, presidente cubano, durante o evento que se encerrou na cidade venezuelana de Cumaná. 

Raúl Castro recordou que praticamente todo o planeta, à exceção dos Estados Unidos, seu aliado Israel e algum outro país, condena o bloqueio imposto há quase meio século.

Ao mesmo tempo, ratificou a disposição de discutir sobre qualquer tema com os Estados Unidos, mas em igualdade de condições e na base do respeito ao direito de autodeterminação do povo de Cuba.

Outro assunto que pode ser discutido, segundo Raúl, é o que se refere aos ‘presos políticos’.

“Se quiserem a liberdade dos presos, entre os quais se encontram terroristas confessos, que soltem os nossos cinco heróis, encarcerados por lutarem contra o terrorismo e defenderem o povo cubano, e nós enviaremos para lá esses chamados dissidentes e suas famílias”.

Por outro lado, o líder cubano criticou enfaticamente as ações da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a ilha e seu apoio à hostilidade e agressões dos Estados Unidos.

“A OEA transpira sangue desde sua própria criação. O caso de Cuba é um exemplo e há muitos mais”, expressou o presidente cubano, que recordou a invasão à Guatemala em 1954 em resposta a tentativa do presidente Jacobo Árbenz de distribuir terras entre indígenas e pessoas necessitadas.

Raúl recordou que, em 16 de abril de 1961, foram bombardeadas bases aéreas de Cuba, como parte de uma agressão militar organizada dentro dos próprios Estados Unidos, quando sequer se mencionara a palavra socialismo na Ilha.

Somente por ocasião do ato de despedida das vítimas dos bombardeios, Fidel Castro proclamou o socialismo e o povo em massa manifestou sua disposição de dar seu sangue e de enfrentar a agressão.

De acordo com Raúl, a invasão da Baía dos Porcos ou o episódio de Playa Girón tinham por objetivo estabelecer uma cabeça-de-praia para que depois a OEA reconhecesse um eventual governo fantoche instalado na Flórida e se concretizasse a invasão norte-americana.

Raul explicou que, naquela ocasião, aviões estadunidenses sobrevoaram a zona de combate, embora não participassem diretamente, e mantinham uma frota militar a três milhas da costa

“Esse era, então, o motivo de ainda não terem expulsado Cuba da OEA: queriam reconhecer o governo fantoche que pediria ajuda à organização e as forças norte-americanas invadiriam nosso país”, afirmou Raul.

“No entanto”, continuou Raul, “em janeiro de 1962, os Estados Unidos romperam relações com Cuba e só dias depois a OEA expulsou-a, pois se planejava uma invasão norte-americana”.

“O que impediu essa invasão foram os mísseis soviéticos instalados em Cuba, como consta em documentos desclassificados pelo governo norte-americano”.

O presidente cubano reafirmou que seu país se recusa a reingressar na OEA, como já o dissera na Cúpula do Grupo do Rio, ocorrida em Sauípe, Brasil.

Agência Cubana de Notícias


Raúl reitera disposição de diálogo a congressistas dos EUA

O presidente cubano, Raúl Castro, expressou a ''disposição de seu país de dialogar sobre qualquer assunto'' com os Estados Unidos, ''com a premissa de igualdade soberana entre os estados''. A afirmação foi feita durante um encontro com sete congressistas democratas americanos que o visitaram ontem. O encontro aconteceu uma semana depois da apresentação, no Congreso dos EUA, de um projeto bipartidário - ainda em análise - que acaba com todas as restrições de viagens e envio de remessas à ilha.

De acordo com uma nota oficial divulgada hoje pelo site Granma, o estadista da ilha também condicionou o intercâmbio ao absoluto respeito ''à independência nacional e ao direito inalienável de cada povo à autodeterminação'', segundo o texto, uma posição ''inváriavel'' mantida por Cuba ''durante 50 anos''. 

Os sete membros do grupo afro-americano no Congresso dos Estados Unidos, liderados pela californiana Barbara Lee, chegaram na sexta-feira passada a Cuba em busca de contatos para começar a normalizar as relações entre os dois países, após décadas de confronto.

O comunicado afirma que, na reunião de Raúl Castro com os congressistas, houve uma ''ampla troca de critérios'' e foi abordada ''a possível futura evolução das relações bilaterais e os vínculos econômicos, depois da chegada ao poder de uma nova administração americana'', presidida por Barack Obama.

A visita dos congressistas, que terminará amanhã, ocorre no momento em que a imprensa americana menciona a possibilidade de que Obama suspenda as restrições para que os americanos e residentes nos EUA possam viajar à ilha e mandar remessas a suas famílias, em um primeiro gesto de aproximação a Havana.

Com agências


Carta de Maruchi Guerrero, irmão de Tony, um dos heróis cubanos presos nos EEUU

Desde sábado, 17 de março, encontro-me no Colorado, em companhia de meu sobrinho  Tony, para visitar meu irmão na prisão de Florence. As visitas são nos fins-de-semana, sexta, sábado e domingo. Já estivemos juntos por dois fins-de-semana e desfrutamos muito desses encontros. Meu irmão está bem fisicamente, sua saúde é boa e ele demonstra muito otimismo e força com a expectativa de um novo processo perante a Corte Suprema.

Durante as visitas, anoto tudo em minha mente pois não nos é permitido ter nem um pedaço de papel e lápis. Apesar da tensão do ambiente, meu irmão Tonito sempre conta piadas e todos rimos. Até cantamos algumas canções de nossa juventude, dos dois irmãos, é claro. Aos sábados e domingos, aparece um oficial munido de câmera fotográfica para fazer fotos que guardamos como recordação.

A prisão de Max de Florence tem um regime muito rígido, que endureceu ainda mais desde o ano passado devido a faltas disciplinares graves e, segundo o regulamento, os justos pagam pelos pecadores. O Tony, naturalmente, tem uma conduta excelente, continua dando aulas de matemática, inglês e espanhol para outros presos e, baseado em sua conduta, deseja ser transferido para outra prisão.

Todos sabemos quão escassas são as probabilidades de que isso aconteça, uma vez que, neste caso, não valem a lei nem a razão, o que prevalece são o ódio e a vingança política.

Por outro lado, Tony prossegue com seus projetos de pintura e de poemas cheios de amor e de firmeza, o que o ajuda muito a manter sua mente ocupada, brindando sua arte autodidata a quem a achar útil.

Tony também responde, paulatinamente, as centenas de cartas de Cuba e de outras partes do mundo que recebe diariamente.

É claro que, em cada um de nossos encontros, vocês estão presentes, os amigos solidários que nos acompanham nesta luta há mais de 10 anos e que significam a maior esperança de alcançarmos a justiça. Conversamos sobre as atividades, as ações que realizam, nossa comunicação com vocês e entre vocês e os demais presos cubanos, porque vocês representam o que há de maias importante neste esforço por seu regresso. Se não tivéssemos tantos e tantos amigos solidários, não teríamos a esperança de que se faça  a justiça, por isso, nestes momentos em que o caso se encontra pendente de uma decisão da Corte Suprema sobre se aceita ou não o pedido de revisão, necessitamos redobrar nossos esforços.

Também devemos continuar exigindo o direito de visto para os seus familiares, principalmente para Adriana Pérez, esposa de Gerardo. Eles não se vêm há mais de 11 anos

e o visto lhe foi negado nove vezes. O mesmo ocorre com Olga Salanueva, esposa de René. Isso viola todas a leis e regulamentos dos Direitos Humanos.

Em nome de nossa família e dos cinco, agradecemos infinitamente aos amigos de todo o mundo por sua dedicação a luta pela libertação de Tony, René, Fernando, Gerardo e Ramón, especialmente em nome de minha mãe, que luta todos os dias por seu regresso, para ter seu filho em casa.

A luta é diária e temos que fazê-la valer nos EEUU.


Fidel Castro recebe Ordem Oliver Tambo da África do Sul

HAVANA, Cuba, 27 mar (ACN) - A ordem Oliver Tambo, a mais importante da África do Sul, foi outorgada nesta sexta-feira a Fidel Castro Ruz, líder histórico da Revolução Cubana, por sua contribuição e aportes à luta contra a apartheid.

A condecoração, em sua versão dourada, foi entregue ao embaixador cubano em Pretória, Ángel Fernández, pelo próprio presidente sul-africano Kgalema Motlante.

A Oliver Tambo foi instituída em 2002 pelo atual governo sul-africano, encabeçado pelo CNA em homenagem ao ex-presidente dessa organização.

O Congresso Nacional Africano lutou durante uns 80 anos contra o apartheid e a segregação racial e ganhou em 1994 as primeiras eleições democráticas da África do Sul.  

Deste modo, Fidel ingressou em uma lista de prestigiosas personalidades que já receberam o reconhecimento anteriormente. Entre eles, ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, Mohandas Mahatma Gandhi, que a recebeu post mortem, tal como Salvador Allende (ex-presidente do Chile) e Martín Luther King (lutador pelos direitos civis dos afro-norte-americanos). 

Agência Cubana de Notícias


Preside Raúl Castro ato por aniversário dos órgãos de segurança cubanos

HAVANA, Cuba, 26 mar (ACN) - Raúl Castro, presidente de Cuba, assistiu hoje ao ato central pelo 50º aniversário da fundação dos Órgãos da Segurança do Estado (OUSE).

Acompanhado pelo Comandante da Revolução Ramiro Valdés e os membros do Bureau Político do Partido Comunista de Cuba Esteban Lazo, Abelardo Colomé e Pedro Sáez, Raúl inaugurou em Havana a primeira etapa do monumento Bosque dos Mártires dos OUSE.

Mais adiante percorreu áreas do local próximo do Mausoléu do Cacahual, onde jazem os restos do General Antonio Maceo (1845-1896) e de seu ajudante, o capitão Panchito Gómez Touro.

À cerimônia assistiram também o Comandante da Revolução Guillermo García e familiares de Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González, presos injustamente nos Estados Unidos por monitorarem grupos que planejavam ações subversivas contra Cuba, entre outros convidados.

Os presentes na celebração desfrutaram de uma atividade cultural na qual se apresentaram estudantes da Escola Nacional de Espetáculos, o coro Scola Cantorum Coralina, solistas e declamadores dos poemas Nossa Convicção e Sem reverso, de Antonio Guerrero.

Em 26 de março de 1959 surgiu o Departamento de Informação e Investigações das FAR (DIIFAR), que no final de ano adotou a nomenclatura de Departamento de Informação G-2 MINFAR.

Pouco depois, em seis de junho de 1961, o Conselho de Ministros do Governo Revolucionário promulgou a Lei n° 940 para a criação do MININT, onde se incorporou o G-2 MINFAR com a nomenclatura de Departamento de Segurança do Estado (DSE), que conserva até hoje.

Agência Cubana de Notícias


Para além da guerrilha: a atuação do 'ministro' Che Guevara

A imagem clássica é a do revolucionário, idealista, um dos primeiros a chegar em Havana após a tomada do poder em 1959. Mas Che Guevara também teve uma atuação política direta na formação de Cuba após a Revolução. Ele assumiu funções burocráticas vitais para a economia do Estado comunista que se formou no início dos anos 60.

 
Estátua de Che: ícone mundial

Logo após a instauração do novo regime, o argentino Ernesto Guevara de la Serna, nascido em 1928, filho de uma família da classe média, foi declarado “cidadão cubano por nascimento”. Tratava-se de uma homenagem a seu papel na guerrilha liderada por Fidel Castro, a qual ele passou a integrar oficialmente em 1956.

Che ocupou postos-chave da economia cubana após a revolução. Ele assumiu uma série de funções dentro do governo revolucionário, começando pelo comando da fortaleza La Cabaña (que foi usada como prisão). Em seguida se tornou presidente do Banco Nacional e depois ministro das Indústrias. Além disso, continuou sendo o principal conselheiro de Fidel, que assumiu o governo da ilha pós-revolução.

No governo, ele foi responsável pelo processo de nacionalização das indústrias do país, além de cortar os tradicionais laços que Cuba tinha com os Estados Unidos e de construir uma relação comercial com o bloco soviético. Tentou implementar um plano de industrialização que valorizava os incentivos morais acima dos financeiros. 

Popular

Se no mundo a ação política de Che acaba sendo diminuída em nome do mito que se gerou com sua imagem, em Cuba ele continua sendo lembrado como ministro. É o que afirma o pesquisador Tirso Saenz, engenheiro químico cubano que atuou como vice-ministro de Indústrias de Che durante os primeiros anos após a revolução. Segundo Saenz — que é autor do livro O Ministro Che Guevara —, este lado político é menos “espetacular”, mas de muita importância.

“O trabalho no ministério poderia não parecer heróico, mas na realidade o era”, disse o pesquisador, em entrevista à Secretaria de Comunicação da Universidade de Brasília, onde vive. “Também se tratava de um campo de batalha, já que significava dormir duas, três horas por noite, incluindo sábados e domingos, e carregar a enorme responsabilidade de que qualquer erro poderia trazer grandes transtornos ao país.”

Apesar de assumir a função burocrática, Che manteve uma postura combativa em seus discursos e viajou por vários países para levar a experiência da revolução. Em 1964, esteve na Assembléia das Nações Unidas, e depois, ao voltar a Cuba, começou a planejar a expansão do movimento revolucionário para outros países. Um ano depois, ele partiu para a Bolívia tentando exportar o modelo guerrilheiro, mas acabou sendo morto em 1967.

Da Redação, com informações do G1


Fidel critica agências e esclarece saída de veteranos

Em novo artigo, o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, elogiou, hoje, os ex-vice-presidentes do Conselho de Ministros, Osmany Cienfuegos e Pedro Miret, e esclareceu que eles não foram ''destituídos'' pelo atual presidente Raúl Castro, como anunciaram agências internacionais de notícias. Segundo Fidel, os dois veteranos da revolução cubana - cujo afastamento do governo foi divulgado ontem - já haviam deixado suas funções há muito tempo, e a comunicação da saída de ambos, na Gazeta Oficial, foi apenas um trâmite legal.

No texto ''A mentira a serviço do Império'', divulgado pela imprensa oficial, o líder cubano critica as agências Reuters e EFE, que publicaram a notícia do afastamento, afirmando que elas são ''próximas à política imperialista dos Estados Unidos''.

Segundo Fidel, Miret deixou o governo por motivos de saúde, e Cienfuegos foi cessando suas atividades políticas há anos, bem antes de o próprio Fidel largar o comando da ilha. ''O companheiro Raúl Castro, presidente do Conselho de Estado, não tem responsabilidade alguma nisto. Nos dois casos se tratou apenas de um trâmite legal'', disse.

Citando outra matéria da EFE - que versa sobre um eventual trabalho conjunto da Espanha com os Estados Unidos, no relacionamento com países da América Latina -, Fidel afirma: ''Nada aprendeu a superpotência dos Estados Unidos e a minipotência espanhola da heróica resistência de Cuba ao largo de mais de meio século''.

Leia o texto na íntegra:

Reflexões do companheiro Fidel

A mentira a serviço do Império

A Reuters encabeçou, ontem, a lista das agências internacionais de notícias que apresentam Pedro Miret e Osmany Cienfuegos como figuras históricas destituídas por Raúl Castro.

A segue a EFE, que textualmente afirma: ''foram destituídos das vice-presidências do Conselho de Ministros no último dia dois de março''. O pretexto para essa intriga, amplamente divulgada no mundo, foi a publicação, na Gazeta Oficial,  no dia 24 de março, do decreto sobre a reestruturação do Conselho de Ministros do Governo de Cuba, aprovado dia dois deste mês.

Pedro Miret é um magnífico companheiro, com grandes méritos históricos, que todos respeitamos, e por ele sinto grande afeto. Faz vários anos que, por razões de saúde, ele não pode ocupar cargo algum. A lenta instalação de sua enfermidade deu lugar à queda progressiva de sua atividade política. Não é justo apresentá-lo como um destituído, sem consideração alguma.

Osmany Cienfuegos, irmão de Camilo, realizou importantes tarefas, não só como vice-presidente, mas também como membro do partido ou cumprindo instruções minhas quando eu era Comandante em Chefe. Foi sempre, e é, revolucionário. Suas funções foram cessando progressivamente, desde muito antes de eu adoecer. Já não exercia o cargo de vice-presidente do Conselho de Ministros.

O companheiro Raúl Castro, presidente do Conselho de Estado, não tem responsabilidade alguma nisto. Tratava-se, em ambos os casos, de trâmites simplesmente legais.

Reuters e EFE são duas das agências ocidentais mais próximas à política imperialista dos Estados Unidos. A segunda, às vezes, se comporta de modo pior, ainda que seja muito menos importante que a primeira.

Fazendo uso de uma técnica habitual, EFE toma as palavras de Joaquín Roy, diretor do European Union Center, de Miami, para publicar, em outra notícia do dia 24 de março, o seguinte: ''A Espanha foi redescoberta como país-chave em certas regiões do mundo de interesse dos Estados Unidos, como a América Latina e, em particular, em dois países: Cuba e Venezuela''.

De imediato, EFE acrescenta: ''O estudioso considerou que o maior interesse dos Estados Unidos, mais que pressionar pela abertura, as mudanças, etc, é a estabilidade na ilha".

''Há vários anos, explicou, os estudos das agências de segurança estadunidenses não assinalam Cuba como uma ameaça militar, mas permanecem atentos ao desenvolvimento das mudanças, para evitar que os eventuais atritos internos possam desestabilizar a região''.

''Aos EUA não interessa que o resultado da abertura seja uma Guerra Civil em Cuba''.
A União Européia e a Espanha, segundo Roy, não têm problemas em trabalhar junto com os Estados Unidos porém, com 'cautela', para que não se dê a entender ou Cuba os acuse de seguirem a cartilha de Washington".

Mais claro que isso nem a água: as idéias do velho império espanhol de muletas, tratando de ajudar ao corrupto, cambaleante e genocida império ianque.

Nada aprendeream a superpotência dos Estados Unidos e a minipotência espanhola da heróica resistência de Cuba ao largo de mais de meio século.

Fidel Castro Ruz

25 de Março de 2009

Com Prensa Latina


Presidente cubano exorta as mulheres a assumirem cargos de direção

HAVANA, Cuba, 09 março (ACN) - O presidente cubano Raúl Castro exortou as mulheres a trabalharem gradualmente no sentido de “ocupar cargos de decisão que correspondem ao nível econômico, político e social do país”.  

A declaração foi feita por Raúl, durante o encerramento do 8º Congresso da Federação de Mulheres Cubanas realizado no fim de semana em Havana.

“É uma vergonha que, com todos os avanços obtidos pelas mulheres, que detêm 60 por cento dos postos de trabalho do país, estejam tão pouco representadas na liderança”, disse ele.

Um dos temas abordados por várias mulheres durante sua reunião, concluída neste domingo, foi sua inconformidade com o pequeno número de mulheres em cargos públicos.

Segundo as estatísticas contidas no Relatório Central do Congresso, graças aos planos nacionais de ação para cumprir as exigências da Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher (Pequim, 1995), desde 2000 o número de mulheres em cargos dirigentes aumentou em seis por cento.

Este avanço não é insignificante, mas tampouco é extraordinário, destaca o Granma em sua edição desta segunda-feira. Segundo a mesma fonte, ainda há incríveis tabus nessa tema, mesmo havendo uma política para essa questão.   

A composição dos governos municipais, onde o número de líderes do sexo feminino é muito baixo, sugere o quanto é preciso educar homens e mulheres, para dar a elas as posições que merecem.  

Em nível de governos provinciais, a situação não é tão crítica, pois as mulheres ocupam mais de um terço dos cargos importantes.

Do mesmo modo, segundo as estatísticas da União Inter-Parlamentar, o órgão legislativo de Cuba tem uma das percentagens mais elevadas de representação de mulheres no mundo.

Agência Cubana de Notícias


Mulheres cubanas homenagem a Raúl e Fidel Castro

HAVANA, Cuba, 09 março (ACN) - As mais de 900 delegadas do 8º Congresso da Federação de Mulheres Cubanas (FMC), celebrado no sábado e domingo em Havana, destacaram o importante papel que o líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e os dirigentes do país têm desempenhado ao longo destes anos de batalhas.

Durante a sessão final do evento, foram entregues diplomas a Fidel, Raúl Castro e ao primeiro vice-presidente José Ramón Machado Ventura.  

Durante o encerramento da reunião, Machado Ventura, encarregado do discurso final, disse que as mulheres cubanas têm desempenhado um papel decisivo na vida social, política e no desenvolvimento econômico da nação.

“Elas tornaram-se um exemplo e uma fonte de inspiração através destes anos difíceis. Suas realizações são também um resultado do trabalho da Revolução, que apóia o desenvolvimento da mulher em todos os campos”, acrescentou.

Ele também elogiou o trabalho em favor das mulheres de Fidel e da falecida presidente da FMC Vilma Espín.

No domingo à noite foram escolhidas os 101 novos membros do Comitê Nacional da FMC e os 13 membros da sua Comissão Executiva. Yolanda Ferrer foi reeleita como secretária-geral da FMC.

Agência Cubana de Notícias


Personalidades do mundo exigem vistos para parentes dos Cinco

HAVANA, Cuba, 11 mar (ACN) - O presidente da Assembléia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, é uma das muitas personalidades de 27 países que solicitaram de Washington a concessão de vistos aos familiares dos cinco lutadores antiterroristas cubanos que foram injustamente presos nos Estados Unidos dez anos atrás.

De acordo com fontes Comitê Internacional em defesa dos Cinco, no domingo passado foi enviada, simultaneamente, uma carta com a exigência para a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, para o chefe do Departamento de Segurança Interna, Janet Napolitano, e ao procurador-geral Eric Holder. 

A mensagem demanda que Washington conceda vistos a Adriana Pérez e Olga Salanueva, para visitarem seus maridos, Gerardo Hernández e René González, respectivamente.

Segundo a agência de notícias Prensa Latina, o documento também foi assinado, entre outros, pelo Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchu e Adolfo Pérez Esquivel; ainda, pelo escritor americano Noam Chomsky e pelas Mães e Avós da Praça de Maio, na Argentina.

Gerardo, René, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino - internacionalmente conhecidos os Cinco Heróis Cubanos - foram presos na Flórida em 1998 por se infiltrarem em organizações anti-cubanas de direita e grupos que estavam planejando realizar ações terroristas contra o arquipélago caribenho.

Adriana e Olga já solicitaram vistos para visitar seus maridos em nove ocasiões. Em todas, receberam um não como resposta. 

Agência Cubana de Notícias


Fidel teme impacto da crise em avanços da AL, diz sociólogo

Personagem de um dos últimos artigos do ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, o sociólogo argentino Atílio Borón revelou detalhes de seu encontro com o líder cubano, em Havana, no último sábado. Disse que o ex-presidente está "preocupado" com os efeitos da crise na região e teme um retrocesso à direita na América Latina. Borón informou que Fidel está bem de saúde e se exercita regularmente.

O encontro entre os dois durou uma hora e 40 minutos, revelou Borón ao jornal argentino Clarín. A conversa entre ambos resultou em um texto escrito por Fidel, no qual reproduz e elogia as avaliações do argentino sobre a crise.

O sociólogo contou que o líder cubano teme que os impactos da turbulência na economia prejudiquem os governos à esquerda na América Latina, abrindo brecha para forças mais conservadoras nas próximas eleições. "Ele pensa que o processo de deslocamento em direção à esquerda dos últimos anos estará comprometido. Fidel é muito bom leitor da conjuntura e teme que venha um refluxo de direita", disse.

Além disso, Fidel "acredita que estão colocando muitos obstáculos para o presidente [do Paraguai Fernando] Lugo", acrescentou o argentino.

Sobre os Estados Unidos, Borón disse que Fidel "sente uma certa simpatia por [Barack] Obama, mas não se ilude. Para ele, Obama vai descobrir rapidamente que a presidência é uma coisa e o império é outra. E que as leis do império vão fazer enorme pressão sobre ele".

O sociólogo argentino, professor da Universidade de Buenos Aires, revelou que o ex-presidente, de 82 anos, está em boas condições de saúde e pratica natação em uma piscina na própria casa.

"Pensei que poderia me encontrar com uma pessoa enfraquecida. Mas o que encontrei foi o contrário", disse Borón, que admitiu ter ficado surpreso com o "aperto de mão" de Fidel.

Segundo o argentino, o ex-presidente, que o recebeu vestindo o já tradicional "uniforme esportivo" com as cores de Cuba, está "sendo muito disciplinado nos exercícios para sua recuperação".

Borón contou que Fidel está relendo a obra de Charles Darwin e mantém pouco contato com funcionários do governo. Segundo ele, Fidel desmentiu especulações sobre uma suposta de disputa de poder na cúpula do governo, depois das mudanças, no início deste mês, de altos funcionários de Cuba, como o chanceler Felipe Pérez Roque e o vice-presidente Carlos Lage.

O argentino revelou ainda que, há algumas semanas, Fidel "saiu para caminhar pelas imediações" de sua residência "sozinho e sem escolta", para comprar um jornal "como qualquer cubano".

"Quando uma mulher percebeu a presença [do ex-presidente], um pequeno tsunami emocional urbano começou em um bairro da ilha", contou. 

Com informações da Ansa


Ministros da Defesa pedem fim do bloqueio a Cuba

Ministros da Defesa de países da América do Sul defenderam, ontem, que os Estados Unidos levantem o longo bloqueio econômico contra Cuba como forma de melhorar os laços da potência com a América Latina. O grupo, reunido no Chile para a  constituição do Conselho de Defesa Sul-Americano,  espera que o presidente dos EUA, Barack Obama, reverta o embargo com o qual administrações anteriores tentaram durante 47 anos forçar uma mudança no sistema comunista de Cuba.

''Creio que há um ponto fundamental, para que os Estados Unidos tenham uma boa relação com a América do Sul (...) é importante mudar a política com relação a Cuba'', disse a jornalistas o ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim. Obama é o primeiro presidente americano que se mostrou aberto a dialogar com as autoridades de Cuba, depois de meio século.

''Vemos hoje as condições favoráveis para o novo presidente dos EUA a fim de que esta situação injusta e discriminatória acabe'', disse Nilda Garré, ministra da Defesa da Argentina, que lembrou também que Cuba não está presente em fóruns internacionais, como a OEA.

Para o ministro de Defesa uruguaio, José Bayardi, Cuba não representa nenhum problema de segurança aos EUA e a política dos EUA em relação a Cuba ''está mais determinada pelo lobby de pressão interna cubana norte-americano, que por análises puras''. Bayardi acrescentou, no entanto, que o tema não estaria presente na declaração final da reunião dos ministros da Defesa.

O bloqueio a Cuba vigora desde o governo John Kennedy, na década de 60, logo após a Revolução Cubana, em 1959.

Fonte: Reuters