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MAQUETE EM PENÍNSULA
Fotos de Juliano Zambrota
          Foram dez anos de espera até que o ferreomodelista Juliano Zambrota conseguisse um local apropriado para a construção de sua maquete. Enquanto isso não acontecia, ele foi construindo e montando, aos poucos, os diversos kits que seriam fixados sobre ela, bem como experimentando as diversas técnicas construtivas que algum dia seriam apalicadas na confecção dos cenários.

              Finalmente, após todo esse tempo, foi possível iniciar a construção nos fundos de uma garagem que para isso sofreu algumas reformas. Em um ano de trabalho - talvez o mais correto fosse dizer divertimento - ela ficou pronta. O traçado é a mistura do projeto S-4 constante do manual da Frateschi - com algumas modificações - anexada a um pátio de manobras, também modiifcado, cujo projeto foi publicado na edição 35 de Trens & Modelismo. A mistura tornou o conjunto uma espécie de "maquete em península", como costuma ser chamada entre os ferreomodelistas.
         A maquete é dividida em três áreas: urbana, rural e setor das oficinas. Na área urbana temos três devios industriais, um para o moinho de grãos, outro para um depósito de combustíveis e um treceiro, mais afastado, para a mina. Existe ainda um quarto desvio para o armazém da estação e um quinto para o virador de locomotivas.
          Os trilhos são todos Frateschi, e a parte elétrica é composta de seis eletro-desengates da marca
Rail ligados a um controlador de 15 volts CC/16 volts CA, de marca desconhecida. A península tem outro controlador, da marca Life-Like de 18volts DC. A iluminação para as estruturas e casinhas é fornecida por outra fonte de 12 volts. Está instalado, ainda, um equipamento que reproduz o som dos motores e das buzinas das locomotivas diesel.
         A estrutura da maquete é de madeira, coberta com madeirite de 3 cm. Foi pintado o "céu" nas paredes laterais e do fundo, com tinta látex cor azul e spray Color Jet branco para as nuvens. As mesas foram recobertas com placas de cortiça em toda sua área, assentados todos os trilhos, Juliano recortou a cortiça pelo lado externo dos trilhos usando um bisturi, de forma que a mesma permanecesse somente embaixo das linhas. Gasta-se um pouco mais de cortiça com esse processo, porém o serviço feito assim resulta mais rápido e prático do que recortar as tiras e ir pregando uma a uma sobre o traçado riscado na madeira. Foram construídos dois painéis de controle, um para o traçado principal e outro para as linhas da península. Para não sacrificar o espaço na área livre interna optou-se por fixar os dois painéis com sistema corrediço, tipo teclado retrátil de mesa de computador, de modo que os os mesmo ficam guardados embaixo das mesas quando não estão em funcionamento.
          O ferreomodelista passou vários dias testando e experimentando toda a parte elétrica, rodando as locomotivas por todo o traçado, para verificar se existia alguma falha. Como tudo estava correto procedeu à pintura dos trilhos e dormentes, usando tinta spray
Color Jet na cor marrom sépia . O passo seguinte foi fazer o empedramento da linha.
          Todas as ruas da parte urbana foram feitas aplicando-se massa acrílica por sobre o tablado. Depois de seca a massa, faz-se o contorno das calçadas com fio de telefone colocado com
Superbonder, para que ficasse um tipo de fôrma que foi logo enchida com massa acrílica. O passo seguinte foi pintar as ruas depois da completa secagem da massa, usando tinta látex branca misturada com corante preto, obtendo assim uma cor cinza escuro. Para as calçadas foi usada a mesma técnica, mas com um tom de cinza mais claro.
         As montanhas  foram construídas usando a técnica do jornal amassado e umedecido com cola de polvilho. Uma vez seca, foram recobertas com papel higiênico para imitar as rugas do solo.
          As rochas foram todas confeccionadas em isopor. Os pedaços de isopor grosso foram passados sobre a chama de um fogão a gás, para que os mesmo adquirissem formatos irregulares e a seguir pintados de cinza escuro com tinta látex, terminando com cinza de tonalidades mais clara. Depois de tudo seco os pedaços foram colados nas encostas das montanhas. Para o relevo das montanhas e do chão da área rural ferreomodelista utilizou terra verdadeira, peneirada e fixada sobre o papel higiênico com cola diluída em água a 50%. As estruturas foram sendo aplicadas e coladas junto com a colagem do solo de terra.
         Para o riacho sob a ponte aplicou-se primeiramente sobre o leito uma camada de areia fina fixada com cola branca. Após a secagem da areia esparramo-se por várias vezes verniz de madeira, com a ajuda de uma bisnaga dessas de mostarda ou de ketchup, fazendo com que o verniz escorresse pelo leito em várias camadas. Esse processo imita a água barrenta com muita naturalidade.
         Serragem tingida de verde foi usada para reproduzir a grama, e as moitas de capim foram feitascom pedaços de espuma sintética triturados em liquidificador e tingidos com tinta Acrilex, em três tonalidades de verde.
          as construções foram modificadas a partir de kits comerciais e/ou  criadas e construidas com papel-cartão.
Esta matéria foi publicada na revista TRENS MODELISMO n. 50 de responsabilidade de José Agenor S. Ferreira. Para maiores informações sobre a revista clique na capa da mesma acima.
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