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CAOS, O JOGO*.
Leia a cena e os exercícios.
Se houver dúvidas, escreva-me.
Inexistindo dúvidas, pratique os exercícios da forma indicada.
Bom jogo!
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FASE 1 – Encontrando o seu personagem.
CENA 1 – Descobrindo Caos.
Paralelo a este Universo, conhecido e experimentado por
todos os humanos vivos e conscientes, existe um outro,
vislumbrado apenas por loucos, xamãs, médiuns videntes
e pelos homens comuns durante seus sonhos. O nome deste
universo paralelo é Caos.
Caos era desconhecido para você. Até que um dia,
um dia especial, em que você andava pelas ruas da cidade,
sem pressa, sem compromissos, sem norte, sem destino,
observando pequenos detalhes que passavam por você,
como os invisíveis túneis de vento que agitavam as copas
das árvores, as formações de nuvens tomando e mudando
constantemente seus formatos e as sombras se misturando-se
em formas que projetavam, você resolveu sentar num banco de
praça, ao lado de um velho, aparentemente inofensivo.
O banco era de metal, de ferro fundido, pintado de branco com
tinta a óleo. Ficava bem no meio daquela praça redonda, à
sombra de uma enorme gameleira, que teimava em lançar mais e
mais raízes sobre o solo, chegando até o banco em que você se
sentara, de costas para a árvore.
Sentado ali, um redemoinho de idéias passava pela sua
cabeça, sobre como você tinha passado ali várias vezes
e sequer havia percebido tantos detalhes,... os pombos,
a gameleira de mil raízes, o formato de círculos onde jaziam
os jardins da praça, olhando, olhando, até que estas
idéias foram se dissipando, na medida em que você mantinha sua
atenção em sua respiração. Insipirava. Parava. Expirava.
Parava. Foi aumentando suavemente os intervalos, até que pouco
a pouco sua mente chegou a ficar ausente de pensamentos,
restando apenas a imagem que seus olhos fitavam, um banco
vazio de outro lado da praça. O vazio da mente fez com
que na sua visão periférica os outros bancos da praça
subitamente se destacassem, com uma fraca luminosidade ao
redor deles. Ainda pela visão periférica você notou que eles
eram bancos com base de concreto, assento e encosto de madeira,
sem pintura, desgastados pelo tempo, todos eles, ... exceto,
...exceto aquele, em que você estava sentado. Ao tomar conta
disto, subitamente uma voz ecoou em sua cabeça: "Aqui é o Caos".
Repentinamente você virou-se para o velho. ´´O que você
disse?", perguntou a ele. Então percebeu você que aquele
homem, que tinha cabelos e barba totalmente grisalhos,
vestido de calça de algodão, camisa de mangas curtas,
chinelos e boina, todos brancos, tinha uma aparência de
velho, mas seu corpo, apesar das rugas, dos vincos
e da pele já sem elasticidade, mostrava uma musculatura bem
definida, completamente sem depósitos de gordura. Você
percebeu então que aquele ´velho´ era provavelmente bem
mais forte do que você.
"Foi você mesmo quem disse, meu jovem.", respondeu-lhe o
senhor de branco.
"Eu não disse nada, mas ouvi alguém dizer que aqui é o Caos".
"Você ouviu? Está certo que seus ouvidos lhe disseram isto?"
Então você se deu conta que realmente não havia ouvido nada.
As palavras apenas apareceram em sua mente, como se fosse um
tipo de telepatia. Mas, ... como aquilo era possível?
"Você recebeu uma mensagem de outro tempo, de outro espaço.
Isto simplesmente porque você parou o mundo ao seu redor."
- O velho parecia saber o que se passara.
"Mas você me disse que eu mesmo havia dito.... eu não disse
nada, não pensei nada, como pode ser uma mensagem?"
"A sua consciência alerta percebe apenas este mundo. Por isto
você acredita que tudo nasce aqui e aqui morre, as causas
e suas conseqüências, as ocorrências e razões.
Mas existem outras realidades, com outras leis naturais,
que são imperceptíveis para a mente racional."
"Outras realidades?" O termo ´realidade´ havia pesado na
frase dita pelo velho. Afinal, realidade era o que você tinha
por real: sua vida, seus afazeres, seus estudos, sua família.
"Sua família, seu dia a dia, boa parte de seus afazeres e de
sua vida existem também nesta outra realidade."
Com espantosa sincronicidade, o velho continuava a responder
-lhe as perguntas que você havia apenas pensado.
Continuou ele a dizer:
"São universos paralelos. Estão ligeiramente separados pelo
espaço-tempo. O que ocorre aqui, ocorreu primeiro lá. Lá estão
as causas, aqui as conseqüências."
"Você quer me dizer que este mundo em que vivemos é uma
réplica de outro, separados pelo tempo? Estes dois mundos
estão aqui,... na terra? Como isto é possível?"
Certamente, o velho tinha um ´quê´ de louco.
"Ah ha ha ha ha ... sim, parece loucura, e de certa forma o é.
Mas este mundo não é uma replica perfeita do outro, não...
Os fatos que ocorrem lá influenciam os que ocorrem aqui, mas
não são infalíveis. Podem ocorrer de mesma forma, lá e aqui,
ou de formas similares, ou de formas diferentes. Como havia
lhe dito, são universos paralelos, separados pelo espaço-tempo
e no tempo está a forma em quem ambos co-existem aqui na terra."
"Você está dizendo que neste outro universo existe um outro
eu?"
O velho era realmente pirado, devia ter sido solto de
algum manicômio.
"De certa forma sim, digamos que existe um personagem no
universo paralelo que leva uma vida que influencia a sua
vida aqui. Lá, o seu ´eu´ é muito semelhante a você, tem a
sua forma, boa parte de suas habilidades e também de seus
defeitos. Mas como eu já lhe disse, este mundo não é uma
réplica daquele. Aqui você leva uma vida um pouco diferente.
Digamos que aqui lhe foram oferecidas as mesmas opções que
lhe foram oferecidas na sua vida lá, mas suas escolhas nem
sempre foram as mesmas nos dois universos e assim a sua
realidade ´aqui´ tornou-se um pouco diferente da sua
realidade ´lá´."
"Quer dizer que lá eu levo uma vida melhor?"
Repentinamente sua curiosidade o levou a dar algum crédito
ao velho. Ele podia ser maluco, mas a estória dele tinha lógica
e fazia algum sentido, afinal.
"Lá você vive mais de acordo com sua Vontade, meu jovem.
Mas esta sua pergunta é menos interessante do que outro
fato: Lá você pode influenciar sua vida aqui!
As chances que você criar para uma vida melhor lá
ser-lhe-ão oferecidas aqui. Lá você saberá antes o que
lhe acontecerá se fizer a escolha errada aqui.
E isto é que é intrigante, não é mesmo?"
"Mas..... como é possível eu realizar qualquer coisa neste
universo paralelo, se eu vivo aqui?"
"Você deve tornar-se o seu personagem naquele universo. Você
deve descobrir quem é você, lá, no universo chamado Caos."
Repentinamente o velho cerrou os olhos, enquanto expandia
seu diafragma numa respiração nitidamente forçada.
Você sentiu um puxão no seu plexo solar e um pouco de náusea.
Aquilo lhe parecia absurdo, mas também irresistivelmente
intrigante. Podia ser uma história de um velho louco, mas
nada lhe havia sido pedido, nenhum dinheiro, nenhum
compromisso...
"Como eu posso descobrir quem sou eu, ou melhor, como posso
descobrir meu personagem neste universo?"
"O que separa estes dois universos é o espaço-tempo, meu
jovem. Para você vencer a barreira do tempo, existem duas
formas: através dos sonhos ou parando o mundo. Parar o mundo
você já descobriu como fazer, senão você não teria chegado
até aqui."
Com os olhos ainda cerrados, continuou o velho:
"Nos sonhos você deverá criar um portal para que durante o
adormecer lhe seja possível encontrar o caminho para este
outro universo, o Caos."
"Como eu faço para criar este portal?"
"Crie um comando para o seu subconsciente, usando
uma sentença afirmativa, onde você ordena a si mesmo que
encontre o caminho para seu personagem durante o sonho,
e que se lembre dele ao acordar."
O velho continuava a inchar e esvaziar o diafragma, de olhos
ainda cerrados, dizendo: "Desta sentença, faça um anagrama,
uma frase que você consiga pronunciar, e uma imagem como
um símbolo, no qual estejam presentes as letras não repetidas
deste anagrama. Quando estiver para dormir, repita o
anagrama deitado na cama, enquanto sente que irá certamente
encontrar seu personagem nos sonhos. Sinta isso, mas evite
pensar nisto... veja isto, mas sequer fale disto em seus
pensamentos. Repita a frase e o sentimento até que
instintivamente você sinta que está pronto."
"É só fazer isto que irei conseguir encontrar meu
personagem nos sonhos?"
Continuou o velho: "Mais um pequeno detalhe, vigie seu
adormecer. Quando estiver para adormecer, veja na sua
mente uma tela se abrindo e nela aparecendo a imagem do
símbolo. Então, sinta-se mergulhando nesta tela e adormeça.
Mantenha um bloco de anotações e um lápis ao seu alcance.
A primeira coisa que deve fazer ao despertar é anotar tudo
que sonhou."
".... bom, posso tentar fazer isto... " disse você se
levantando do banco. "Como é seu nome, senhor?"
"Lá naquele universo me chamam de vários nomes, mas você
pode me chamar Navaranda." disse o velho, finalmente
abrindo os olhos novamente. "Vá. Encontre seu personagem,
descubra seu nome. Depois disto me encontre aqui novamente."
"Sim, vou fazer isto... eu me chamo... "
"Isto não é importante. Importante é como você se chama lá,
no Caos. Vá! Volte quando tiver sua resposta."
Você então deu as costas e se pôs a caminhar. Depois de dez
passos, olhou para trás. O velho tinha ido embora. Olhou
então por toda praça, para ver se descobria onde o velho
tinha ido. Mas também não o viu.
"Rápido ele." - Pensou você. Olhou o banco onde estavam sentados.
Novamente sentiu um puxão no plexo e uma náusea no estômago.
O banco tinha base de concreto, assento e encosto de madeira.
Voltou a caminhar, decido a por em prática as técnicas que
havia aprendido com o velho. O que poderia você perder,
afinal?
--------------------- FIM DA CENA 1 --------------------------
----------------------- EXERCÍCIOS ---------------------------
Objetivo:
Você jogador, deve descobrir o nome de seu personagem no
universo paralelo chamado Caos, utilizando as técnicas
descritas abaixo. Anote tudo que fizer. Deixe um espaço
para anotar os resultados quando eles ocorrerem. Lembre-se
sempre de anotar o dia, a hora e condições físicas ou
emocionais que lhe pareçam importantes.
Exercícios e Técnicas usadas para alcançar o objetivo:
1) Meditação em estado de mente vazia, contemplativa,
repetindo o anagrama (também chamado de sigilo mântrico)
e/ou no símbolo (também chamado de sigilo pictório)
os quais você deverá construir com o objetivo de formar
um portal de comunicação para que as informações lhe sejam
passadas do universo paralelo.
2) Sonhos. Abertura de portal com uso de anagrama e glifo
(sigilo mântrico e pictório).
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Material que você deverá conseguir e consagrar para uso
exclusivo em CAOS, O JOGO:
a. Um bloquinho de anotações que caiba no bolso.
Pode ser uma agenda pequena, não importa o ano,
ou um bloco de papéis cortados e grampeados.
b. Um lápis, apontado e um apontador ou estilete.
c. Um copo de vidro pequeno ou médio.
d. Um castiçal pequeno. Pode ser improvisado. Velas. Fósforos.
e. Um espelho pequeno, do tamanho suficiente para ver todo
o seu rosto até o pescoço.
O material pode ter sido usado anteriormente. Apenas cuide
para que durante o jogo ele seja usado exclusivamente para
jogar.
Para o exercício 2 o jogador deverá manter perto da mão o
bloco de anotações e o lápis, anotando o seu resultado
de sonhos tão logo desperte, a fim de não perder detalhes.
Qualquer dúvida deverá ser tirada diretamente com o mestre
de jogos que lhe enviar este capítulo. Ainda assim, mesmo
se houver duvida, tente alcançar seu objetivo.
RESULTADO DESEJADO COM A CENA1:
O exercício 1 e 2 devem ser praticados até que se obtenha o
nome do personagem. Outros detalhes já podem ser anotados
como feições, roupas e outros detalhe, caso surjam nos sonhos
ou no processo meditativo.
O nome pode aparecer antes ou após os demais detalhes do
personagem, mas o objetivo da cena1 é obter o nome.
Você deve reportar seus resultados 3 dias após receber esta
cena. O prazo máximo para que a cena seja exercitada é de
uma semana. Se após uma semana você ainda não obtiver o nome,
então lhe enviaremos a uma nova cena com este mesmo objetivo.
Se o nome lhe for revelado, então você será encaminhado para
uma cena com outro objetivo em relação ao personagem.
Do centro do Caos,
Produção de CAOS, O JOGO.
* CAOS, O JOGO é uma obra de ficção. Ou não.
--------------------- FIM DOS EXERCÍCIOS -------------------------
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