O dia em que as Lótus se tocaram...
Sentada no pequeno banco feito de toras de madeira cortadas ao meio, a pequena Aurien esperava. Tinha treze anos então, e envergava um vestido cor-de-rosa despretensioso, com apenas um babado simples arrematado de fita bordada de branco nas fímbrias da saia, dos punhos e do decote princesa. O farto cabelo negro faiscava de azul sob a luz do sol que derramava-se da janela aberta, mesmo preso numa trança longa e grossa, terminada por um laço de fita da mesma cor do vestido. Pareceria uma boneca de louça, com olhos de ouro e boca desenhada a bico-de-pena, não fosse o movimento impaciente e alternado das pernas para frente e para trás, as mãos pequeninas e enluvadas de renda apoiadas no assento do banco largo e comprido, esperando pelos irmãos dentro da casa. Estava sozinha, com ordens para não sair dali, enquanto seus pais conversavam em algum lugar lá fora. Foi quando ela viu os irmãos saírem do bosque, acompanhados de um outro rapaz. O jovem alto, loiro e sério não sorriu nenhuma vez ao despedir-se dos irmãos dela, que ao contrário dele eram alegres e zombeteiros, ainda que Raj fosse menos barulhento e mais contido que Rudra. O rapaz loiro aceitou com semblante resignado os abraços e cumprimentos entusiasmados do par de irmãos e deu meia-volta apressadamente, quase correndo de volta para o bosque e sumindo nas sombras do arvoredo.

Curiosa, Aurien vira tudo da janela, ao inclinar o corpo para trás e a cabeça para o lado, deitando-a levemente no peitoril. Suspirou ao ouvir a algazarra que os irmãos faziam ao vir para a cabana, e quase reclamou com eles quando a viram e gritaram de alegria, esmagando-a com abraços ursinos e jogando-a para o alto qual uma boneca de pano. Como eles haviam crescido neste último ano! Já eram esboços bem-feitos dos homens que seriam em breve.

Quando a efusão terminou e eles a deixaram falar, ela ofegava, entre alegre e zangada:

- Manos, também acho maravilhoso rever vocês, mas... eu não sou feita de pano e algodão! Isso machuca, sabiam?

Rudra, meio chateado consigo mesmo, disse:

- Desculpa, Rani, não vai acontecer de novo... Mas é que fazia tanto tempo que não víamos nossa princesinha! E está tão bonita! E como está grande... E...

Muito corada, ela falou, exalando o ar num suspiro sonoro:

- Tá, mano, entendi! É que vocês já estão muito grandinhos para terem estes arroubos de... de... ah, disso aí, vocês entenderam!

Raj complementou, meio irônico:

- Efusão? Arrebatamento?

Aurien confirmou:

- Isto, isto mesmo! Vocês já não são mais rapazinhos, são homens, oras. E ser tratada como boneca é meio constrangedor... Já estou mocinha, não se deram conta? Mamãe é que insiste em me vestir assim quando venho visitar vocês... E nosso pai fez a mesma coisa que os dois, só faltou me jogar para cima.

Rudra a colocou em seu colo e sentou-se com ela no banco em que Aurien os estivera esperando, dizendo a Raj, que sentara-se ao lado:

- Depois é a sua vez, agora sou eu que a carrego.

Aurien revirou os olhos para cima, resmungando: "é, não adiantou nada eu me queixar, fizeram ouvidos moucos..."

Relevando por mais esta vez, Aurien resolveu mudar de assunto:

- Quem era o loiro que estava com vocês? Ele parecia tão sério...

De imediato as feições dos rapazes transformou-se. Havia respeito, admiração e talvez um pouco de inveja, quando Raj respondeu:

- Ele é o discípulo número um do papai. Leva tudo muito a sério, então parece ser bem mais velho do que realmente é. Acho que, se não fossem as madeixas loiras e os traços joviais do rosto, ia parecer um ancião! Já tem a testa vincada de tanto franzi-la, veja você...
- E qual o nome dele, mano?

Rudra a advertiu:

- Nenhum dos membros da Guarda pode ter seu nome revelado. Para todos ele é o Remissor, e assim deve permanecer, ao menos até que sua missão se cumpra.
- Oras, mas eu sei o nome de vocês e do papai!
- É diferente, Rani, você é da nossa família. Ele é alguém de fora. Na família dele ninguém sabe os nossos nomes.

Raj falou, pensativo:

- Acho que Rani poderia saber, não é? Afinal, ela é a futura...

Aurien pôs a mão na boca do irmão, muito séria:

- Não diga este nome aqui, por favor. A mim me basta o quanto o escuto a cada dia, a cada hora e minuto. Toda vez que pronunciam este nome, em qualquer parte, eu o escuto, esteja onde estiver, na dimensão que for. Desde o dia em que conheci meu próximo nome, nunca mais tive paz! E tudo o que eu queria era ser como uma formiguinha, trabalhar sem ser notada, ser necessária e querida por mim mesma...

Saindo do colo de Rudra, ela andou até o centro da pequena sala, de ombros baixos e cabeça curvada, como uma flor sob o aguaceiro. Já não tinha ares infantis, mas de uma pequena adulta, sua voz mais séria e quase sem cor. Continuou, falando mais baixo:

- Ser a esperança de tantas pessoas, e ver o receio e o respeito em seus olhares... É tão doloroso, tão assustador! Fico com medo de falhar, não posso errar no mínimo que seja, pois não tenho direito a ser humana. Quantas vezes tive vontade de sair correndo feito louca, entrar num portal tagiverso qualquer e desaparecer com minhas marcas, sumir em alguma dimensão ignorada, para apenas ser Rani Aurien, e mais ninguém!

Rudra a interrompeu, sério:

- É a bajulação que a incomoda?

Sentando-se numa cadeira próxima, desta vez longe do feixe de luz, Aurien suspirou:

- A solidão. As garotas da minha idade me olham com inveja e temor. Os garotos como se eu trouxesse a morte deles em meus olhos. As crianças não podiam ficar ou brincar comigo, eu tinha de brincar sozinha, pois nem Nenne e Nette tinham tempo para mim, sempre em treinamento.

Enlaçou as mãos diante do corpo, repousando-as no colo, mantendo a cabeça baixa, sem encarar os irmãos. Sua voz era amarga ao prosseguir, imitando um adulto ao falar

-  Era voz corrente entre o povo: "Não, fulano, não pode brincar com a filha da Absoluta! Podem machucar a futura Ben Al Chems!" ou "Não, beltrana, imagine se a futura Ben Al Chems ou a Absoluta se zangam com você?"... E tinha aqueles que temiam o que eu poderia fazer com seus preciosos filhos, como se Aurien Eufelle fosse algum monstro prestes a devorar os inocentes.

Levantou a cabeça, monstrando os olhos marejados quais douradas cravejadas de orvalho, e encarou os irmãos, que a observavam, consternados:

- Nem minhas jóias me tratam com naturalidade. Apesar de aceitarem brincar comigo quando tinham tempo livre, de conversarmos todos os dias, sempre há uma veneração, uma distância e respeito que me sufocam. Chamam-me de todos os títulos possíveis, e é um trabalho imenso conseguir fazê-las me chamarem de "Aurien". Linnete é doce e prestativa, apesar do temperamento esquentado, mas nunca explode comigo, por mais que eu a provoque. Alinne é meiga e compreensiva, tremendamente paciente, e por mais que eu aja de forma malcriada tudo o que faz é me sorrir com benevolência. As únicas pessoas que me tratam como uma pessoa comum são vocês e nossos pais. E ter de encarar a piedade e impotência nos olhos de mamãe também me machuca. Sei que ela compreende como me sinto, porém não pode mudar nada... Ela fez o que pôde: escondeu até onde conseguiu a verdade. Só que as Guerreiras despertaram muito cedo... E isto revelou nosso segredo.

Abrindo a mão direita, ela tirou a luva de renda. Encarou a flor-de-lótus dourada que tinha desenhada na palma da mão, plenamente desabrochada e de traços perfeitos. Sussurrou, como se falasse com a flor:

- Minha maldição...

Lágrimas começaram a rolar, e o pequeno corpo estremecia, na vã tentativa de conter a comoção. Por ser numa dimensão fora de Telonika e não estar ao menos junto de um portal, as gotas eram líquidas e aparentemente normais. Quando Raj e Rudra, num movimento simultâneo, esboçaram se levantar, ela fez um gesto imperioso com as mãos, indicando que não queria ser consolada. Todos aqueles anos de autocontrole e auto-repressão enfim vieram em seu auxílio, e ela conseguiu fechar novamente a tampa que entreabrira.

Ainda que permanecessem sentados, Rudra insistiu:

- Por quê? O que houve, princesinha, para que esteja tão revoltada? Você nunca demonstrou estes sentimentos antes!

Recuperando o fôlego e o controle da voz, ainda que esta tremesse às vezes, Aurien retrucou com profunda tristeza:

- Ontem assinei uma carta de intenção nupcial. Estou oficialmente comprometida com nosso primo Auran agora. A única concessão que me fizeram foi que eu ficaria livre do compromisso se me apaixonasse até a Cerimônia Pactual, onde receberei os dons de Telonika: o Mapa da Jóia, o Livro Nie e a Chave Ben Al Chems.

Aproximou-se dos irmãos e pegou-lhes as mãos, a direita de Raj e a esquerda de Rudra, espalmando cada uma em uma bochecha.

- Prometam, jurem por IzilaDrev que não contarão isto a ninguém. Estou arrasada, porque Ranny estava tão feliz ao assinar aquele papel! Ele é tão querido, tão doce, e sinto que vou magoá-lo como jamais pensei que o faria a alguém! Não sou capaz de amá-lo, de vê-lo como homem. É quase incestuoso este casamento, porque o amor que sinto por ele é como o que sinto por vocês dois! Mas eu terei apenas alguns anos neste casamento, enquanto ele terá décadas de dor diante de si! Quando eu "morrer" no Túmulo, ele estará livre, talvez com nossos filhos para criar sozinho, e eu não vou lembrar de nada! Serei... serei... Heliodora. A Ben Al Chems. Ele não merece isto!

Ambos a abraçaram, ainda sentados, sem falarem nada. O que poderiam dizer numa hora dessas? Vendo-a tão aflita, tão triste, tão ferida... Tendo de amadurecer rápida e duramente, sem escolha. Ser tão poderosa e ter a vida tão limitada não devia ser nada fácil. Notaram o esforço descomunal daquele pequeno corpo para não se render às lágrimas outra vez. Apenas o seu tremor e os soluços que continha na garganta davam mostras reais do que sentia, visto que seu rosto ela escondera no ombro de Rudra. Foi então que ele falou, como que iluminado por uma súbita idéia:

- Você queria saber mais sobre o Remissor, não é?

Surpresa, ela levantou a cabeça, ainda atordoada com a súbita mudança de assunto. Assentiu hesitantemente, encarando com os olhos enevoados o rosto do irmão mais velho.

Enquanto Raj silenciosamente a fazia sentar entre os dois, Rudra continuou, como quem vai contar uma história:

- Como Raj e eu, ele nasceu em Telonika. Sua mãe deu-lhe à luz no último amanhecer antes da Noite de Dez Anos, e isto foi decisivo até para seu nome. Por isto, nos seus primeiros dez anos de vida não viu a luz do Sol, nem sabia como era. Mal a conheceu, e teve de sair de Telonika com seu pai, que era um Vortlain.

Aurien arregalou os olhos, assustada. Um Vortlain! O rapaz loiro era um deles! Ficou um tanto desapontada. Rudra percebeu, mas prosseguiu, como se não tivesse notado:

- Vinte crianças Vortlain receberam, a pedido do próprio clã banido, um Delfim Inverso para deixar o caminho da redenção de seu clã em aberto. Eram a chance de os Vortlain provarem que não eram todos da estirpe de Urik, o Usurpador, visto que eles não aceitaram a punição parcial. Com a conspiração, a honra do clã inteiro fora manchada, e fizeram questão deste banimento, deste exílio, para purgarem qualquer culpa que tivesse restado. Enquanto isto, as vinte crianças seriam educadas para preservar a cultura de seu clã, e lutar pela completa punição dos verdadeiros envolvidos no levante. Só que cinco destas crianças tinham outra característica: eram Vortlain por parte de pai, mas suas mães eram Kesshas ou Kamalas. Ou seja, estavam duplamente estigmatizadas, duplamente feridas por esta situação. Uma dessas cinco crianças, um menino loiro de olhos de um tom muito diferente, nascera com uma marca muito rara do clã de sua mãe. A indelével e poderosa lótus azul, capaz de selar, apagar e absorver marcas, entre outras coisas. Uma lótus muito perigosa e temida!

Raj interrompeu o irmão, continuando a contar:

- Este menino era aquele rapaz que você viu, Rani - o Remissor. Ele também renegou seu destino muitas vezes! Achava que era multiplamente amaldiçoado... Como se não bastasse ter nascido filho de uma Kamala restrita e um Vortlain banido, ainda tinha a Lótus Vampira como marca principal, a temida Lótus Azul! Só o fato de ter o Delfim Inverso nas costas é que o aliviava um pouco, porque o delfim era o seu voto, sua promessa de que lutaria pela remissão de seu clã paterno e a quebra da restrição do seu clã materno! Era uma prova de confiança da Absoluta nele, pois ela - sim, ela mesma, nossa mãe! - sabia que ele tinha a Lótus Vampira, e mesmo assim lhe concedeu a marca que, se o impedia de retornar a Telonika, dava-lhe plenos poderes em suas marcas, mesmo na banida e na restrita. Como sabe, um indivíduo com marca banida não tem os poderes da marca punida... E um clã restrito, como o nome já diz, tem este poder apenas parcialmente, precisando da autorização da Absoluta para ser usado na maioria das vezes!

Vendo a hesitação do irmão, Rudra continuou:

- Mamãe não chegou a ver os olhos de nenhuma das crianças. Quando A Noite terminou, a maioria dos jovens precisou usar vendas, atordoados que ficaram pela luz a que não estavam acostumados. Alguns, como ele, tiveram as retinas comprometidas e precisaram até de cirurgia, devido às lesões causadas por pequenas imprudências de quem não sabia como defender as próprias vistas do excesso de luminosidade. Até hoje os olhos dele são muito sensíveis à luz, porém, em compensação, ele enxerga melhor no escuro que a maioria de nós. De dia ele usa lentes especiais, que camuflam a cor especial de seus olhos e protegem suas retinas sensíveis, principalmente no verão, quando a luz é mais intensa. É uma cor bem rara a dos olhos dele, aquele tom de...

Raj o cortou, irritado:

- Ru! Não diga mais nada!
- Mas... Raj, eu...
- Nem mais uma palavra! Você estará traindo o Remissor! Se ela não pode saber seu nome, então os demais segredos são ainda mais relevantes!

Dirigindo-se a Aurien, Raj explicou:

- Querida, desculpe por isto, mas realmente não podemos falar a este respeito. É um dos segredos dele, e não deve ser revelado, nem mesmo a você.

Rudra, recuperando-se do acanhamento que o tomou pela repreensão do irmão, disse:

- Bem, não revelarei mais segredos... Mas ainda não cheguei ao ponto que queria da história. Como filho de Vortlain e Kamala, ele sofreu mais que seus companheiros de "marca invertida", até porque sua marca Kamala era uma marca... perigosa! E por sofrer tantos preconceitos, esforçou-se muito mais que qualquer outro para provar seu mérito, conseguindo não só superar tudo isto como também ser admirado e benquisto, se não de todos, de uma esmagadora maioria. Porém, e acho que esta parte vai surpreendê-la, o sonho maior da vida dele tem a ver com você.

Atônita, ela tartamudeou:

- Co-comigo?!
- Exatamente! Ele pretende colocar aos pés da Ben Al Chems suas conquistas, e implorar pela remissão de seu povo, pela revogação do banimento e reinstauração dos direitos plenos dos três clãs envolvidos. E ele lutou e luta até hoje por este sonho! Para ser um homem do qual se orgulhar, do qual a sua adorada Ben Al Chems não se envergonharia e a quem ouviria com prazer. Bem... Ele não sabe quem é a futura Ben Al Chems, correm boatos, mas não confirmamos nenhum. Apenas se sabe que seu nome será Heliodora. O sonho do Remissor é reabilitar-se e ao seu clã, em especial, diante de mamãe, a maior vítima daquele pesadelo, e da mítica Ben Al Chems. E, para coroar ainda mais este êxito, ser declarado oficialmente o Guardião da Ben Al Chems, servi-la enquanto viver, para compensar o clã Nielah por todas as inconveniências que as três famílias envolvidas no caso trouxeram. Claro, ele sabe que esta distinção não existe mais, que era um cargo simbólico milênios atrás... Porém é o sonho dele. Só o fato de poder pisar novamente em Telonika como cidadão honrado e colocar-se aos pés da Ben Al Chems já o fariam morrer de felicidade...

Raj completou:

- Maninha, não o decepcione! Assim como há aqueles que encaram com desconfiança uma Ben Al Chems nascida nas trevas da Noite mais longa já havida, filha de um homem restrito e que é oficialmente declarado "morto" em sua terra natal, pode ser que esteja em suas mãos o perdão total de nossos parentes e amigos, assim como o de tantas pessoas que se consomem por uma culpa que não é deles, mas que ainda assim mancha-lhes a honra de forma inglória.

Aurien sorriu docemente, encarando os irmãos:

- Ele é um herói aos olhos de vocês dois, não é? Forte, sério, lutador, idealista, machucado por tantas rejeições, mas se mantendo de pé apesar da borrasca que paira sobre sua cabeça.

Rudra concordou:

- Sim, desde que éramos pequenos. Rem sempre teve a aura de um líder, como papai.

Com uma pequena risada, visivelmente mais relaxada, ela acariciou-lhes os rostos, alternando o olhar pleno de meiguice entre os dois:

- Bem, então darei tudo de mim para não fazer feio diante do herói dourado de meus irmãos! Ele também não pode envergonhar-se de sua Ben Al Chems, não é?

Raj pegou a trança de Aurien, pincelando a ponta do penteado em seu pequeno e arrebitado nariz, arrancando-lhe uma risada ainda mais alta, e disse:

- Este é o espírito, princesinha! Mostre de que têmpera é a inolvidável e inigualável Rani Aurien Eufelle Ramachandra!

Quando, instantes após, Mariam e Shandar entraram na cabana de braços dados, viram os filhos abraçados, conversando baixinho. O coração dos pais enterneceu-se diante da cena de amor fraternal, e ainda mais o da mãe, que vira a nuvem pesada que pairara no olhar da filha caçula esvanecer, dando lugar à luz que sempre irradiava de sua alma. Ainda que não plena do vigor anterior, este brilho suave e doce era um sinal de esperança, sonho... e de resignação.
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