Landell e os sinais de radioastronomia


MÚSICA ASTRAL
Luiz Netto

Em 13 de Novembro de 1924, portanto 4 anos antes do
falecimento do cientista , um reporter de um antigo
diário da cidade de Porto Alegre, "Última Hora"
entrevistando Landell, que acedeu a entrevista após
muita insistência do jornalista*, este perguntou-lhe
o que pensava o sábio da possibilidade, da
comunicação com outros planetas:

"....Acha que se possa a vir falar com Marte?"
"....Não. Marte a meu ver, não é habitado. Se o
fora, já teríamos sinais disso há muito tempo"
".....Mas, e os sinais que Marconi disse receber
como oriundos de lá?
".... Não passa de fenômenos cósmicos, periódicos.
Eu tinha um aparelho de minha invenção que também
recebia sinais,
em certas épocas do ano, em em determinadas horas, e
que eu denominei de MUSICA ASTRAL, pelo ruído sonoro
com  que
os mesmos se manifestavam. A meu ver, porém, tudo
isso não passa de fenômenos elétrico-magnéticos
produzido pelas correntes
de indução.
( Extraído da página 150 do livro " O Outro Lado Das
Telecomunicações - A Saga do Padre Landell " de
B.Hamilton Almeida)

Pelo que sabemos hoje Landell estava
certo....podemos ouvir as explosões solares....e
sabemos o quanto elas
interferem nas comunicações eletromagnéticas...

      * Após seu retorno em 1904, dos Estados
Unidos, com tres patentes, não lhe tendo  
      sido dado oportunidade para voltar para
continuar seu trabalho, e sem apoio, Landell se
isolou e dedicou-se sómente à vida religiosa, mas
óbviamente que nunca conseguiu   abafar seu espírito
científico.  


.A propósito das limitações dos sentidos dos seres
humanos o escrito de Landell que transcrevemos a
seguir Landell fala entre outras coisas se através
de nossos sentidos pudéssemos OUVIR O NASCER DO
SOL...: 
  

1 - É muito fraco o poder dos nossos órgãos 
sensitivos e também muito limitado, com relação aos
fenômenos conhecidos e por conhecer, que se dão no
mundo, e ainda mais com relaçao a este mesmo mundo.
É muito fraco o poder dos nossos cinco sentidos,
porque, além de certos  movimentos ou vibrações
aéreas ou etéreas, eles permanecem insensíveis a
miríades de outros movimentos vibratórios, e
ficariam ainda insensíveis a miríades destes
movimentos vibratórios se, como o sentido do tato,
pudessem adaptar se a percepção ou conhecimento de
objetos diferentes. Porque ainda aqui a sua
adaptação seria apenas com relação aos objetos
tangíveis, porem, alem dessas  vibrações, há muitas
outras, superiores ou inferiores às que este sentido
percebe na variedade dos objetos correspondentes, a
que ele permanece, com relação a seus movimentos
vibratórios, completamente estranho. 
2- É muito limitado porque, além das vibrações
produzidas pelos objetos correspondentes, os
sentidos não percebem nenhuma outra. Assim, a vista
não percebe as vibraçoes do calor, nem as do calor
são percebidas pelos ouvidos. 

3- Daí resulta que o conhecimento que temos do mundo
exterior é muito limitado e está muito aquém do que
o mundo realmente é. Há neste mundo que conhecemos
um aluvião de outros mundos mais cheios de encanto e
maravilhas do que este, que, em comparação ao mundo
real, ou à totalidade do conhecimento do mundo real,
é quase nulo, para nao dizer nulo. 
DEUS quiz que só tivesséssemos este conhecimento do
mundo, enquanto habitamos a Terra, porque o
conhecimento universal, total, completo, constitui
uma parte integrante da felicidade que ele reserva
aos futuros compreensores da mansão dos justos.
Todavia, o conhecimento que temos é mais que
suficiente para que, da contemplação das maravilhas
do Universo, possamos fazer escala para as do mundo
invisivel. 

4- Assim é que, não podendo os órgãos auditivos
perceber as vibrações sonoras aquém das 32 e além
das 32.768 emitidas pelos corpos  num segundo,
ficamos privados de um número de conhecimentos e
verdades que superam, incomparavelmente, os
conhecimentos e as verdades relativos ao mundo
exterior que possuímos e hão de possuir todas as
gerações de perscrutadores que venham habitar a
superfície da Terra. 
(Observação: Os valores hoje considerados para a
faixa de audição do ouvido humano estão entre 20 e
20 khz - É interessante notar que os valores dados
acima representam na base binária de numeração, dois
elevado a quinta potencia e dois elevado à décima
quinta potencia). 

5 - De fato, se dispuséssemos de outros sentidos
capazes de perceber certas vibrações, ou os nossos
sentidos tivessem  a faculdade de adaptar-se a essas
variedades de vibrações, o órgão, por exemplo, da
audição poderia perceber sons tão surpreendentes e
maravilhosos que o deixariam como em uma espécie de
êxtase contínuo. E dado que só pudesse perceber
esses sons, então outra singularidade: não
perceberia nenhum dos sons compreendidos entre 32 e
32.768 vibrações emitidas pelos corpos sonoros e
perceptíveis. Reinaria dentro e em volta  de nós um
silêncio profundo; nada do que ouvimos agora
poderíamos ouvir, nem mesmo a voz do  nosso
semelhante, nem o grito das feras, nem o tiro do
canhão, nem o retumbar do trovão ou o estalar do
raio. Mas, em compensaçao, perceberímos a harmonia
que existe no canto das aves, perceberíamos mesmo ao
longe o zumbir dos  insentos, mais forte ainda do
que o canto dos pássaros agora. 

6- E se os nossos ouvidos se adaptassem à percepção
das vibrações sonoras entre 32.768 e 34 milhões, as
maravilhas da audição ainda iriam mais longe e
tocariam, até às extremas fronteiras do
sobrenatural. Porque, além da  harmonia do canto dos
pássaros, do zumbir ao longe dos insetos, além de 
todos os fenômenos sonoros, perceberíamos os
fenômenos elétricos e magnéticos agora
imperceptíveis, tais como os que se produzem ao
despontar da aurora, ao surgir do Sol, ao aparecer
dos astros ou desaparecer deles, ao relampejar, ao
produzir-se a chispa elétrica etc.etc. Perceberíamos
todas essas vibrações tão claras e talvez ainda mais
nitidamente do que percebemos as do nosso limitado
mundo de percepções auditivas. 

7 - Daí, podeis deduzir que proveitos, que vantagens
não colheriam as ciências, sobretudo a medicina, a
cirurgia, a psicologia, a moral, a  teodicéia. E
quão diferente não seria a humanidade, quão diversos
os seus costumes, as suas tendências, as suas
aspirações e, por conseguinte, quão especial não
seria a lei que o criador ditaria a criatura! Ainda
mais se o órgão da visão, por exemplo, ampliando e
como que completando esses conhecimentos, pudesse
perceber, não as vibrações entre 400 e 700 trilhões,
e sim as vibrações correspondentes a 4 ou 5
quatrilhões. Como com o órgão da audição, não
perceberíamos as cores que percebemos, nem tãopouco
os objetos correspondentes, senão de um modo
indireto, porque com ondas luminosas de tal
amplitude não se verificam os fenômenos de reflexão
que com as inferiores  se manifestam.  É que essas
ondas do éter, que por serem de uma ordem e grandeza
dos interstícios moleculares, não podem ser
refletidas, tem um comprimento muito inferior a 
décima-milionésima parte de um milímetro - pelo que
não podem ser detidas em sua marcha pelos corpos,
quaisquer que eles sejam. Mesmo um prisma, por
exemplo, para elas nao passa de um grosseiro bloco,
cujas moléculas elas atravessam com a mesma ou maior
facilidade com que as bagas de chumbo  miúdo passam
pelos interstícios de uma mão cujos dedos estejam
distendidos e abertos. 

8- E é por essa mesma razão  que na ampola de
Crookes os raios catódicos atravessam os corpos
opacos. Assim é que, quando nossa vista olhasse para
os nossos semelhantes, eles pareceriam esqueletos
ambulantes; veríamos todo o seu interior e o
movimento de suas vísceras;  perceberíamos os
movimentos, agora imperceptíveis, que se propagam em
forma ondulatória e que o nosso organismo emite,
correspondentes as modificações de nosso corpo e de
nossa alma, maximé nos fenômenos de ordem superior,
tais como os psíquicos. Por esses movimentos,
poderíamos avaliar o estado do nosso corpo,  bem
como conhecer e classificar as paixões ou as grandes
emoções  de nossa alma. Agora, se passarmos as
vibrações correspondentes ao extremo oposto do
espectro solar (infravermelhas, ou térmicas), em vez
de percebermos os fenômenos que afetam  o bolômetro,
as  estrelas que  vemos, perceberíamos astros
outrora verdadeiros sóis e hoje apagados, há muitos
séculos flutuando no espaço, quais negros e imensos
blocos de carvão que somente o espectroscópio nos
revela. 

9- O próprio Sol se mostraria um outro, isto é:
circundado de uma aréola vasta, variável pela forma
e posição, como essa coroa misteriosa que observamos
no momento dos eclipses totais. As correntes de ar
quente tornar-se-iam visíveis como turbilhões de
neve, e desapareceriam os mistérios ou segredos da
ciência do calor. 

10- Vivemos, relativamente, na ignorância do que
sucede no Universo, e ainda mesmo dentro e em volta
de nós. Não obstante isto, falamos com tanto orgulho
e insensatez dos conhecimentos que temos pelos
"sábios"do mundo exterior. 

11- E  no entanto a ciência de ontem como a de hoje
e também do futuro não passa senão de um acervo de
hipóteses, de convenções. Numa palavra: não é senão
um simbolismo inventado pela inteligência humana
para significar o que os sentidos nos revelam de um
modo muito limitado, e que, não entendendo nem
podendo dar uma explicação cabal tomamos por causa o
que não passa de um efeito. 

12- Humilhemos portanto a nossa fronte diante  de
DEUS, e digamos: "Tu solus Deus tu solus altissimus
J.Christe. Porque Tu és aquele segundo o qual tudo
foi criado, e sem o qual nada do que existe,
existiria." 
  
  


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O que diz a ciência hoje.... sobre as explosões
solares e como ouví-las: Vejamos uma recente
reportagem da revista ISTO É: 

CIÊNCIA E TECNOLOGIA  05/07/2002
Astronomia
Fúria estelar
Durante a tempestade, o Sol emite ondas de fogo
que afetam a Terra e sons que vibram como guitarra
Natália Azevedo
Fotos e áudio: Estrela incandescente

Uma tempestade de dimensões astronômicas tumultuou a
superfície do Sol na manhã da segunda-feira 1º. O
maremoto estelar produziu ondas gasosas de 350 mil
quilômetros de altura e 40 vezes o diâmetro da
Terra. Em seu interior, o calor chegava a 60 mil
graus Celsius, dez vezes mais do que a temperatura
solar habitual. Essa chuva de fogo é extemporânea e
desobedece o ciclo natural que prevê explosões em
intervalos de 11 anos, quando os átomos que formam
essa imensa estrela gasosa que é o Sol entram em
fúria e se chocam uns contra os outros. 
  



As imagens da explosão estelar foram captadas pelo
Observatório Solar e Heliográfico, uma parceria
entre as agências espaciais americana e européia,
que estuda os humores do astro desde 1995 para
determinar seus efeitos na Terra. "Os ventos
produzidos pelas explosões podem alterar a nossa
atmosfera, interferindo nas ondas de rádio e nos
satélites", explica o físico Ronaldo Mourão, do
Museu de Astronomia do Rio de Janeiro. No furor da
semana passada, não houve consequência grave porque
as ondas de calor surgiram em sentido oposto à
Terra. Os cientistas também registraram os ruídos
produzidos pelas explosões. "O Sol emite certo
comprimento de onda cujo som não pode ser ouvido no
espaço porque não se propaga no vácuo, mas é captado
por equipamentos especiais e traduzido para tons
audíveis", conta Mourão. 
 
Explosão: a sequência de imagens mostra os jatos de
calor que chegam a atingir 40 vezes o tamanho da
Terra 
  


Esses registros revelaram que a vibração das ondas
de gás solar, sob altíssimas temperaturas, produz
som semelhante ao de uma guitarra. Os cientistas
afirmam que os "dedos" que tocam essa guitarra
estelar surgem das regiões mais profundas do astro,
onde o calor chega a dez milhões de graus Celsius.
Há tempos o som do Universo atiça a curiosidade
humana. O astrofísico Donald Gurnett ouviu pela
primeira vez ruídos provenientes do espaço em 1962,
quando integrou uma missão espacial. Para seus
ouvidos, essa vibração soava como música. Desde
então, Gurnett grava esses sinais e os converte em
sons audíveis aos tímpanos humanos. Uma amostra
dessa música, batizada de Sun rings, ou Anéis
solares, será executada em agosto pelo quarteto
Kronos, na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.


 
Mistério: cometa guarda segredo da vida 
O interesse das agências espaciais em estudar as
causas e os efeitos das explosões solares é fazer
previsões mais exatas de quando haverá novas
tempestades e assim evitar que os seus efeitos
danifiquem os equipamentos na Terra ou coloquem em
risco a segurança dos astronautas a bordo de
estações espaciais. "É uma outra modalidade de
previsão do tempo, só que espacial", explica Mourão.
Se no caso do Sol o objetivo é antecipar o futuro,
numa outra missão lançada na quarta-feira 3, a Nasa
busca informações sobre o passado. Muitas teorias
indicam que os objetos celestes têm papel
fundamental no surgimento da vida na Terra. A queda
de um asteróide há 65 milhões de anos, por exemplo,
é a causa mais provável do cataclismo que dizimou os
dinossauros. 

Num projeto que já consumiu US$ 158 milhões, a sonda
Contour 
vai recolher dados dos núcleos congelados de dois
cometas. Durante quatro anos, os aparelhos acoplados
à sonda devem bater fotos e coletar informações
sobre a composição química desses astros,
considerados verdadeiros fósseis do período de
formação dos planetas, há 4,6 bilhões de anos. Ali
estão os registros mais primitivos do Sistema Solar.
Investigá-los pode ser a chave para decifrar os
segredos da origem do Universo.(Fim da matéria de
ISTO É) 



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O que é uma tempestade magnética:

Na década de 20 os dirigentes da Bell Telephone nos
Estados Unidos contrataram o físico Karl Jansky para
estudar os fenômenos que perturbavam as
telecomunicações, construir grandes antenas e
estudar os sinais provindos do sol. No final de
1930, Jansky já tinha construido sua primeira antena
e com 
ela começou a "escutar" as ondas de rádio que
provinham do espaço. Em 1933 ele já havia descoberto
que a maior fonte de sinais era a nossa própria 
galáxia, a Via Láctea. 

Graças a uma camada que existe em torno da terra,
entre 50 e 500k de altitude chamada ionosfera é que
são possíveis as comunicações. Ela atua como 
um espelho que ao receber as ondas eletromagnéticas
provindas dos transmissores aqui existentes,
refletem de volta para a própria suferficie da
terra, que 
novamente são refletidas em direção à ionosfera. Com
isso os sinais conquanto sofram atenuações podem
circundar a terra e podem  ser detectados a
distâncias enormes de seu ponto de geração. (Hoje
são utilizados também os satélites geoestacionários
para cobrir a terra toda). 

Quando há atividades solares estão muito fortes os
átomos da camada ionosférica são ionizados pela
energia do sol em quantidade anormalmente
grande.Como sabemos o átomo é elétricamente neutro
porém com a energia provinda do sol esta energia
arranca um ou mais eletrons desses atómos que se
tornam ÍONS. (Um atómo que perde eletrons é um íon
positivo, um atomo que ganha eletrons é um íon
negativo). Quando há essas tempestades a quantidade
de átomos ionizados aumenta consideravelmente e a
ionosfera fica tão cheia de íons que se torna uma
verdadeira barreira. Sinais de rádio do espaço
vindos do espaço exterior não entram e sinais
gerados na terra não saem. Isto atrapalha enormente
as comunicações e os radioamadores detestam quando
isso acontece.... porque não se bate aquele papo
gostoso.... não há propagação....de nada adianta
aquelas antenas direcionais com aqueles tantos
decibeis de ganho, não há o que amplificar....por
isso aquela alegria quando a propagação volta.... 

Jansky teve um pouco de sorte em suas pesquisas,
pois começou a observar os sinais da Via Láctea
entre os anos de 1932 a 1934, que foi um período de
um mínimo de atividade solar. Se tivesse começado
alguns anos antes ou depois, o início da
radioastronomia teria sido adiado por algum tempo.
Hoje os radiotelescópios são mais sensíveis que a
antena primitiva de Jansky. Naturalmente os
satélites recebem os sinais diretamente e estão
livres dessa interferência. 
  

    Source: geocities.com/br/landelldemoura

               ( geocities.com/br)