OBÁ

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Cor: vermelho com amarelo
Numero: 4
Símbolo: Obé
Comida: quiabo
Dia da semana: Quarta-feira
Saudação: Obá xirê

 

Descrição
Orixá yorubá. Divindade guerreira semelhante à Oya. Orixá originária do rio de mesmo nome na Nigéria, rio Obá, Ligada à água doce como Oxum, ao contrário desta está presente nas águas revoltas como: enchentes, inundações e cheias dos rios e também no corisco, que lhe foi dado pelo marido Xangô foi a terceira das esposas de Xangô, e também mulher de Ogum. É o orixá que domina a paixão. Obá rege a desilusão amorosa, a tristeza, o sentimento de perda, a incapacidade do homem de ter o que ama e deseja. Obá é a raiva, a frustração, a solidão, a depressão, o sentimento de abandono.
            Embora a diga ser Obá uma guerreira vencedora, ela conseguiu seu encantamento no oposto, ou seja, na derrota. Segundo uma lenda de Ifá, Obá cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa para Xangô. Motivo pelo qual, quando Obá se manifesta em alguma das suas iniciadas, leva a mão para cobrir a orelha esquerda, ou ata-se um torço (turbante), a fim de esconder uma das orelhas. Sua cor é vermelha, sendo sua saudação: Oba sire [Obá xirê].

 

 

Qualidades

Obá Gideo
Obá Rewá

 

Arquétipos

São mulheres de muito valor, mas incompreendidas, atitudes agressivas em virtude da experiência não são bem sucedidas, tendências viris, ambiciosas, buscam tudo na vida, não gostam de perder, são masculinizadas, tem forte aparência física, não levam desaforos, julgam-se superiores, junto as outras pessoas e as outras mulheres.

 

Oferenda

Moranga para Obá

Ingredientes:
1 moranga
500g. de camarão limpo
um maço de língua de vaca
01 cebola
dendê
Modo de preparo:
Cozinhe a moranga inteira. Depois de cozida abra um circulo em cima da moranga, tire a tampa e as sementes. Corte a língua de vaca em tiras (como se corta couve), refogue com cebola, dendê e os camarões, coloque o refogado dentro da moranga e ofereça a Obá.

 

Lendas

"Obá era muito enérgica e forte, mais que alguns orixás masculinos, vencendo na luta, Oxalá, Xangô e Orunmilá. Obá era esposa de Xangô, juntamente com Oxum, a rivalidade surgiu entre ela e Oxum. Esta jovem e elegante. Obá mais velha e sem muita vaidade, mas com pretensão ao amor de Xangô. Sabendo o quanto este era guloso, procurava sempre surpreender os segredos da receitas de cozinha utilizada por Oxum, que irritada decidiu-se pregar-lhe uma peça, quando um dia pediu-lhe que viesse assistir a preparação de determinado prato, que, segundo Oxum, Xangô, o esposo comum, adorava.     Quando Obá chegou, Oxum estava com a cabeça coberta com um pano que lhe escondia as orelhas, e, cozinha uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou dizendo que havia cortado as próprias orelhas, colocando na sopa, para preparar o prato predileto de Xangô. Quando lhe foi servido, tomou com apetite e satisfação, retirando-se, todo gentil na companhia de Oxum. Na semana seguinte que era a vez de Obá cuidar de Xangô, decidiu fazer a receita predileta de Xangô, cortou uma de suas orelhas e cozinhou com a sopa. Xangô ficou repugnado e furioso com a cena. Neste momento apareceu Oxum, retirou seu lenço, onde Obá viu que as orelhas de Oxum nunca haviam sido cortadas, sendo por esta caçoada, seguiu-se violenta luta corporal, Xangô mostrou toda sua irritação e furor. Oxum e Obá, fugiram apavoradas e transformaram-se nos rios que levam seus nomes."
"Obá, é possuída por Ogun. Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida. Enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás. Um dia Obá desafiou para a luta Ogun o valente guerreiro. O ardiloso Ogun, sabendo dos feitos de Obá, consultou os Babalaôs. Eles aconselharam Ogun a fazer oferendas de espigas de milho e quiabos, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia. Ogun preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam. Chegada a hora Obá, em tom desafiador começou a dominar a luta. Ogun levou-a ao local onde estava a oferenda. Obá pisou no ebó, escorregou e caiu. Ogun aproveitou-se da queda de Obá, num lance rápido tirou-lhe os panos e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem. Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogun."