Ultima entrevista de Renato Russo

Você tem consciência de que seus fãs sabem exatamente como você está?

Renato Russo:(silêncio)Mais ou menos. Eu fico bem de manhã e fico mau de tarde. Qual foi?Hoje de manhã eu estava supermal,tava lá pensando nas minhas coisas. Eu não sou filhote de Dostoievski entendeu? Meu temperamento e meu caráter são assim, ora bolas.Você é jovial,você é fortinho... Existe uma tradição,os medievais começaram a estudar isso. Eu sou mais um outro tipo de pessoa,sinto muito.eu não tô especialmente afim de dançar a dança da garrafinha(risos). Eu não acho isso é divertido!

Você é otimista com relação ás suas fases e à sua recuperação?

Renato Russo: Eu acho que qualquer pessoa que tenha uma visão do que acontece e do que faço.Do meu trabalho,da minha vida,das minhas palavras e dos meus atos _vai ter respostas para essa sua pergunta.Eu não sou dono de nada,eu não entendo nada. É só que eu gosto mais de falar como Bob Dylan. É porque na época as pessoas eram completamente idiotas,mas eu já li entrevistas magníficas de Bob Dilan,quando ele,de repente percebeu que podia pelo menos abrir o jogo e falar um pouco de verdade. Três ou quatro anos atrás,esse era o discurso do bono. Agora,a gente aprendeu a mentir.Todos passam por esse processo;acho que é humano.

Fiz a pergunta por que você comenta sua melancolia com freqüência?

Renato Russo: Mas não é bem uma melancolia. É porque não é a dança da garrafinha! São dois extremos(...)Aqui no brasil,nós somos alegres,mas não somos felizes. Existe toda uma melancolia e uma saudade que a gente herdou dos portugueses e a gente nem começou a resolver. A gente não,o que é o nosso país? não existe um debate por exemplo,dizendo o que é Adriane Galisteu!(risos)pra explicar a sério a motivação da televisão,dando números e as nescessidades psicológicas das pessoas.etc,etc(silêncio)Eu sou a pessoa mais mentirosa e mais pretensiosa do mundo! Talvez em outos momentos,menos agora. Ponto final.

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