"Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento." (Provérbios 2:6)

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De quem você é amigo?

Quem é amigo do mundo é inimigo de Deus?

Em Tiago 4.4 está escrito: Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Mas, o que significa ser “amigo do mundo”? Significa amar as coisas deste mundo, a ponto de tratá-las como verdadeiros deuses, em substituição ao verdadeiro Deus. Como será possível alguém, em sã consciência, substituir Deus por algo mundano? Isto pode acontecer de maneira consciente ou inconsciente na vida de uma pessoa, e é mais freqüente do que se pode imaginar.

Parte das situações seculares é absolutamente neutra: a posição que as pessoas tomam diante delas é que as transformam em bênção ou maldição. Um exemplo disto é o futebol. Uma partida deste esporte pode ser uma bênção quando os torcedores vão ao estádio apenas para se divertirem. Porém, quando algum torcedor deixa de exercer outras atividades para assistir a um jogo, falta ao trabalho, pára de estudar, deixa de freqüentar a igreja – somente para torcer – o esporte torna-se um verdadeiro deus na vida daquela pessoa.

Outro exemplo é o dinheiro, que por si só é absolutamente neutro. A Bíblia diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. O salário ou alguma renda qualquer pode ser uma bênção aplicada na obra de Deus, em ações sociais, doações para creches ou asilos. Entretanto, pode ser também uma maldição, quando um indivíduo fica obcecado para ganhar cada vez mais, torna-se egoísta e apega-se aos bens que o dinheiro pode comprar.

Um indivíduo também pode se tornar um “semideus” na vida de outra pessoa. Isso aconteceu com Abraão, que começou a amar seu filho, Isaque, mais intensamente do que o próprio Deus. O mesmo acontece atualmente na vida de muitos homens e mulheres, que colocam seus maridos, esposas ou namorados como o maior amor de suas vidas, sobrepondo-lhe ao amor do Criador. São muitos os casais que, em suas juras de amor, declaram ser capazes de fazer tudo pelo ser amado, mas não dizem o mesmo em relação ao Pai Celestial. Jesus nos alerta que devemos sim amar ao próximo, mas não amar alguém mais do que ao Senhor (Mt 22.37–39).

Além do primeiro versículo citado no início deste texto, a Bíblia também condena o amor pelas coisas deste mundo em outras passagens. Uma delas é a famosa parábola do semeador, quando Jesus nos relata sobre os que ouvem atentamente o que Deus diz, mas “os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e ela fica infrutífera” (Mt 13.22). As Escrituras Sagradas não condenam ninguém por usufruir os objetos materiais. Ao contrário, há passagens que nos dizem claramente que o homem deve sim usufruí-los. O problema é quando tais objetos transformam-se em “deuses” na vida de alguém, e o verdadeiro Deus torna-se algo abstrato ou irreal.

Conseqüências – As conseqüências de ter amizade com o mundo, de acordo com Tiago 4.4, são terríveis. No campo meramente material, quando uma pessoa substitui o Criador por algo terreno, fica suscetível a perdas fáceis. A tão almejada “casa própria” pode ser o centro da vida de um homem. Por mais que determinada residência tenha sua escritura registrada em cartório, tenha sido projetada pelos melhores arquitetos e engenheiros, sempre será sujeita a catástrofes, assaltos ou incêndios. Um parente próximo pode se tornar o motivo da vida de alguém. Mas poderá morrer a qualquer instante.

Outra conseqüência que a amizade do mundo traz é menos visível aos olhos humanos, porém, mais devastadora – e acontece no mundo espiritual. Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. No dicionário, “inimigo” significa algo contra o qual se está em guerra, adversário, hostil. Portanto, ser amigo das coisas do mundo é o mesmo que pecar. E o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Deste modo, ao buscar o sucesso profissional, sentimental ou familiar, cuidado para que as vitórias nestas áreas não tomem o lugar de Deus em sua vida.


Autor: Leonardo Silva Horta – Correio Eletrônico: leocristao@gmail.com

Publicado no Site da Igreja Batista da Lagoinha (Belo Horizonte – Minas Gerais, em julho de 2003)

e no Site da Igreja Batista de Garça (Garça – São Paulo, em 2004)