História do Liceu

Volta ao Ínicio



Deixe aqui os seus registros da história do liceu.

Envie por e-mail


...Relativamente à história do Liceu, abro o alçapão da memória e o que me ocorre para já, quando se iniciou a construção do Liceu, foi a minha corrida ao departamento que tinha a responsabilidade de acompanhar as obras, para solicitar a consulta ao projecto.

O arquitecto Mesquita levantou muitas dificuldades argumentando que o projecto tinha vindo de Lisboa, que se destinava a um Liceu de Lisboa e, porque não concretizada a sua construção, entendeu o Ministério do Ultramar aproveitá-lo, endossando-o para Lourenço Marques. O meu propósito era o de indagar se as questões técnicas do Ginásio e dos Campos de Jogos estariam correctas, nunca as de índole arquitectónica. Mesmo assim mostrou-se renitente. Ainda insisti mais duas vezes, sem qualquer resultado.

Entretanto tinha chegado a Lourenço Marques o General Craveiro Lopes (exonerado por Salazar da Presidência da República, por discordâncias políticas), em visita ao filho Arquitecto Craveiro Lopes ali residente.

Eu tinha conhecido o General por intermédio do Coronel Mário Cunha, de quem era amigo íntimo, pelo que me dirigi ao Hotel Polana, onde se instalara, a fazer as minhas solicitações no sentido de me ser franqueado o acesso ao projecto por seu intermédio. A resposta que me deu foi.- "Enquanto fui Presidente da República nunca tive o que quis". O que me animou a persistir com o Arquitecto Mesquita ao qual mostrei obras sobre construções de ginásios e campos de jogos. Aí quebrou a distância e tornámo-nos amigos.

Relativamente ao ginásio o piso de tábuas colocadas ao longo do ginásio e que eu tanto insisti que fossem colocadas no sentido da largura não foi possível, porque já a obra ia avançada. A racionalidade da proposta era que as ripas colocadas no sentido da largura evitava as escorregadelas porque havia um atrito na juntura das tábuas. Na planta dos jogos que contemplava um campo de básquete, dois campos de voleibol e um rinque de hóquei em patins, propus que fosse eliminado o rinque por duas razões. Só tinha dez alunos a jogar e, nem o Liceu, nem os alunos tinham orçamento para comprar equipamentos, pela sua carestia. Aí concordou e adaptou o rinque para duas modalidades voleibol (12 jogadores) e andebol (7 jogadores), mas já não teve tempo de alterar o piso de cimento para o alcatrão; e um dos campos de voleibol (a sul) foi transformado em campo de andebol. O de voleibol à entrada pela porta das traseiras manteve-se.

Depois solicitei-lhe a construção de um percurso de obstáculos na periferia dos campo, ao longo e junto ao muro. Finalmente, conquistada a simpatia do Arquitecto Mesquita, ainda o convenci a construir dois campos de voleibol no terreno livre situado à direita do edifício para as alunas, e ainda uma sala de aulas por cima do refeitório.

Não sei como estarão hoje os campos, o percurso de obstáculos e o ginásio...

Um abraço

João Boaventura





Estive a ler a história do Liceu António Enes e fiquei surpreso ao ler que o projecto tinha sido executado para um liceu em Portugal que não tinha sido construído.

Ora eu frequentei o Liceu Pero de Anaia na Beira que se transferiu para um novo edifício em Matacuane em 1959 (se bem me lembro).

Em 1963 fui transferido para o Liceu António Enes em Lourenço Marques e para minha surpresa este edifício tinha a mesma arquitectura do Liceu Pero de Anaia da Beira construido vários anos antes deste.

Não dará para este assunto ser investigado?

Adiciono o facto das instalações desportivas interiores do Liceu Pero de Anaia serem identicas ao do Liceu António Enes mas as exteriores eram muito melhores e maiores pois até campo de futebol e pistas de atletismo tinha.

Mário Encarnação





Sobre a história da génese do Liceu António Enes, e a propósito de Mário Encarnação testemunhar que a arquitectura é a mesma da do Liceu Pero de Anaia, limitei-me a transmitir a informação que me foi dada pelo Arq. Mesquita. Em tais circunstâncias só posso concluir que a planta, não utilizada em Portugal, afinal serviu para a construção de dois Liceus em Moçambique. E, pelos vistos, serviria, possivelmente, para sempre.

João Boaventura





Junto envio o documento legal para a construção do Liceu da Beira, embora não tenha data, a não ser a do Boletim Geral do Ultramar (1955).

Com o que pouco ou nada adianta relativamente à data do Liceu António Enes.

Quando tomei posse do lugar de professor no Liceu foi em 1958, quando funcionava ainda nas instalações do 1.º de Maio, donde tudo aponta que tenha sido o da Beira a ser construído primeiro.

Vou tentar outras fontes.

João Boaventura



Não dispomos de muitos textos ou relatos da história do Liceu Antonio Enes:


- Funcionava como a 3a. secção do Liceu Saalazar, no final dos anos 50 na Av. 24 de Julho ao lado do Aga Khan, em frente ao jardim 28 de Maio num andar alugado ao Clube Desportivo 1º de Maio...

- Mudou-se para o prédio novo na Av. Paiva de Andrada, em 1962...

É freqüentado pelos seguintes alunos (no ano lectivo de 1965-1966):

1.º ano ...... 323
2.º ano ...... 208
3.º ano ...... 166
4.º ano ...... 123
5.º ano ...... 93
6.º ano ...... 55
7.º ano ...... 50
TOTAL ...... 1.024

- Enquanto aguardamos mais histórias da hiistória do liceu, deixamos aqui a trajetória do Antonio Enes...

( Os erros de ortografia são por conta do provedor Geocities, mistérios... que estão sendo investigados...)


António Enes, nasceu em Lisboa, a 15 de Agosto de 1848.

Destacou-se socialmente como um ilustre político, escritor e conhecedor dos assuntos coloniais.

Fez os seus primeiros estudos no colégio dos padres Lazaristas, matriculando-se posteriormente no liceu, donde passou ao Curso Superior de Letras, que completou de forma brilhante.

A sua arte como escritor começou a revelar-se ao entrar para a redacção da "Gazeta do Povo". Tomou depois, a direcção do "O País", onde demonstrou excepcionais dotes de jornalista e polimista. Com o pacto de Granja, deu-se a fusão dos Partidos Reformista e Histórico, passando "O País" a denominar-se "Progresso", no qual António Enes ficou como redactor principal. Fundou também "O Dia" de que foi director político e redactor principal.

Em 1880 foi eleito deputado, mas as câmaras foram dissolvidas. Tornou então ao Parlamento na Legislatura de 1884-87, tendo sido reeleito em 1887-89 e 1890-91.

Em 1886 foi nomeado bibliotecário-mor da Biblioteca Nacional de Lisboa.

Em 1890 após o Ultimato Inglês, António Enes foi encarregado da pasta da Marinha e do Ultramar, no governo presidido pelo General Crisóstomo de Abreu e Sousa. A gerência desta pasta era de extrema responsabilidade, estando directamente ligada à integridade das colónias Portuguesas. Eram inúmeros os problemas a resolver que, António Enes de forma laboriosa, consegui vencer. Organizou a expedição Militar a Moçambique, providenciando ainda com maior energia, sobre os acontecimentos de S. Tomé, Guiné e Bié.

Em 1891 foi nomeado Comissário Régio em Moçambique, onde deu provas de grande saber e competência, deixando o seu nome ligado a notáveis obras e feitos daquela província.

Foi organizador da Expedição de Mouzinho de Albuquerque e posteriormente, em 1896, nomeado ministro de Portugal no Brasil.



Presidiu ainda ao comité que dirigiu os trabalhos do 5º Congresso de Imprensa reunido em Lisboa em 1898.

Faleceu em Queluz a 6 de Agosto de 1901.


Fonte: Ministério da Defesa Nacional de Portugal: www.mdn.gov.pt
Pesquisa: Filomena Rodrigues


Leia o texto "Lourenço Marques em 1895, um panorama de Antonio Enes" (cortesia do José Manuel R. Marques).





Outra biografia:

ANTÓNIO ENES 1848-1901


António José Enes, político, escultor, e colonialista (Nasceu em Lisboa em 1848 - Faleceu em Queluz em 1901), depois de estudos brilhantíssimos, defendeu tese no antigo Curso Superior de Letras. Seguiu primeiro a vida comercial e depois a política, filiado no Partido Histórico, de que era chefe o duque de Loulé, e como tal entrou para a redacção da «Gazeta do Povo» e depois assumiu a direcção de «O País» onde pôde revelar as suas excepcionais qualidades de jornalista e polemista.

Fundou outro jornal, «O Dia», de que foi redactor político. Deputado da Nação (1880,1884-87,1887-89,1890-91) Bibliotecário-mor da Bibliotéca Nacional de Lisboa (1886) ministro da Marinha e Ultramar depois do ultimato de 1890.


Comissário Régio António Enes
Óleo sobre tela (1889), de Malhoa - Alt 1,10m Larg. 0,90m
Tela exposta no Palácio Municipal de Lourenço Marques.
Homenagem pela regulamentação dos títulos de propriedades em Lourenço Marques e integração da cidade de Lourenço Marques à Vila da Ponta Vermelha, além da campanha de pacificação do Sul de Moçamique (1895)

António Enes foi Comissário Régio de Moçambique em 1895.

Em 1896 foi nomeado ministro de Portugal no Brasil. Deixou uma vasta obra literária, de história, romance, teatro, política e tradução; entre ela tem excepcional interesse «A Guerra de África em 1895», e «Moçambique».

Perto do cais, na Praça 7 de Março, fazendo face ao porto, ergue-se a estátua de Antonio Enes em bronze erigida por subscrição pública e inaugurada em 8 de setembro de 1910.



Pesquisa de MENA VIEGAS em folclore-online.com
oocities.com/Athens/Troy4285/ensino
marinha.pt vidaslusofonas.pt
cm-porto.pt
di.uminho.pt
Arquivo Vivo de Moçambique
Anuário da Província de Moçambique - 1967- 1968


Depois da independência de Moçambique o Liceu António Enes deu lugar à Escola Secundária Francisco Manyanga



Volta ao Ínicio

Created by © Jojo, 2006