Revolver
Desmoronando numa lanchonete em um estúdio fotográfico em Toronto, ele geme alto e esfrega
seus olhos com as duas mãos. "Eu não devia ter bebido a noite passada e ainda estou com uma
porra de ressaca" ele reclama para ninguém em particular. "Eu acho que preciso de ajuda com
meu vício ".
Alegre por escutar atrás da porta: o vocalista do Linkin Park está sendo influenciado por
Scott Weiland, abandonando seus colegas de banda indo se internar numa clínica de reabilitação?
Na verdade, não. O fato é que Bennington tem problemas com algo que não pílulas ou narcóticos,
mas não menos viciante: The Sopranos, o programa da HBO que ganhou prêmios como melhor drama.
Noite passada, o Linkin Park viajou oito horas de ônibus de New Hampshire até Toronto;
enquanto a maioria dos seus colegas de banda conseguiram dar a tão desejada dormida,
Bennington continuou acordado, assistindo a fitas de 3ª temporada da série. "Eu fiquei
assistindo até o sol nascer", disse ele. "Eu começo a assistir aos episódios e não consigo
parar". Finalmente o cansaço o leva a dormir as 8 horas da manhã mas ele é forçado a acordar
três horas antes do planejado para a sessão de fotos e a entrevista com a Revolver.
"Cara você era o meu pior inimigo no mundo quando acordei hoje de manhã" diz mais tarde,
grunindo igual a ele, o rapper Mike Shinoda e o guitarrista Brad Delson. "Ele ficou gritando
"Porra!" Eu acho que foi só "Porra". Um "Porra" para cada episódio que ele assistiu a noite
passada"
"Não me conte o que aconteceu" implora Delson, que só assistiu a poucos episódios da
terceira temporada. Por estar num lugar seguro, ele tampou as orelhas como Shinoda , e
Bennington começou a relatar os capítulos de como deveria ser a vida de Ralphie Cifaretto,
o cafajeste sem moral interpretado por Joe Pantoliano. "Ele é um puta cara perdido que não
tem respeito por ninguém ", Bennington fala. "Como alguém pode ser como ele?" "Será que você
o odeia?", sorri docemente Shinoda. Bem vindo a vida com Linkin Park. Se o Linkin Park fosse
uma banda de garotos fabricada, certamente Chester seria o "irritável". O único Linkin Parker
com tatoos, Bennington é também o com maior probabilidade de ser encontrado no final do dia no
bar do hotel. Ele também tem motivos: molestado quando criança, Chester mascarou sua dor com
coca e anfetaminas quando era adolescente, mas foi capaz de deixar seus hábitos antes que eles
acabassem com ele primeiro.
"Todo mundo já fez merda uma vez ou outra" ele insiste exigindo cerveja e bourbon no bar,
mas é obvio que a raiva que ele demonstra no palco não é encenação. Então a contribuição de
Bennington o aproxima de administrar sua ira; ele pode sussurrar lindamente fazendo com que
Justin Timberlake sinta ciúmes e ele também pode trazer uma incrível melodia e estrutura de
som afiada em anos de performance em bandas do Arizona. Para Chester, as infinitas
possibilidades da música ainda são o aspectos mais excitantes do Linkin Park. "Há sem dúvida
um mix de coisas em nossa música, porque nós temos dois vocalistas, eu e Mike. Há uma multidão
que realmente gosta do que estamos fazendo. E há pessoas que dizem: " Mike, cara, seus raps
são loucos! Você é o melhor MC do mundo" Você precisa fazer mais dessa merda no próximo álbum!"
E há pessoas que dizem "Chester, cara, eu amo sua voz, suas letras são demais! Vocês deveriam
cantar mais no próximo álbum e fazer menos rap!" Nós devemos fazer um disco igual ao do
Coldplay da próxima vez, ou um Slipknot, ou um Mos Def - nós simplesmente não sabemos."
"Há muitos garotos que querem estar numa banda porque isso significa que você pode reduzir
a velocidade e estar em festas todos os dias; acho que ele deveriam dar uma sacada antes..." diz
Chester. "Eu estou dando mais duro agora do que em toda a minha vida. E eu lavava pratos e
construía casas, e havia muita merda nas minhas costas. Com esses trabalhos no final do dia
você vai para casa e relaxa. Agora, não há tempo ocioso, mas do jeito que vejo nós estamos
trabalhando muito duro porque nos foi dado a oportunidade de trabalhar assim. Eu não vou
mentir - pode ser bem difícil quando em cada dia de sua vida, você sai por aí e tem sempre
alguém tipo "hey, você pode fazer algo por mim?" ou "Você pode assinar isso?" ou "Posso tirar
uma foto?". Mas aí você tem que ir além de você e dizer "Olha esse garoto comprou um álbum,
ele terá uns 4 ou 5 amigos que também compraram, além de camisetas, eles foram aos shows... Você
não pode negar nada a essas pessoas que te colocaram onde você está hoje. Você não é um sucesso
porque você é uma estrela do rock, você é um sucesso porque essas pessoas fizeram de você um
estrela do rock".
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