CASAIS APAIXONADOS; LUA-DE-MEL À VISTA!
A manhã seguinte encontrou ainda muitos hóspedes
pela casa. O casal LeBeau
era um deles:
[Remy] Dieu! Non me lembro de ter bebido tanto
assim, cherrie... – com a mão na cabeça, bebendo um
café preto.
[Vampira] Pois é, gatinho... Fazia mesmo tempo.
Mas a ocasião era tão especial que eu decidi não te impedir. Fiz mal? –
pergunta, sentando no tampo da pia.
[Remy] Non, mon coeur. Você nunca faz nada de
mal... – coloca a xícara na bancada e fica no meio das pernas dela, passando a
mão em seu cabelo e lançando um olhar bastante conhecido da morena.
[Vampira] Aqui não, Remy.
Alguém pode chegar, lindão!
– ela o afasta docemente, tirando-o do meio de suas pernas e descendo.
[Remy] Cherrie! É aí
que está a diversão... – sorri, abraçando-a por trás e
cheirando seu pescoço.
[Vampira] Sei! Sei... Você vê diversão em cada
coisa, Remy! – vira-se e lhe dá um beijo. Nesse
instante, Hank entra na cozinha:
[Hank] Atrapalho alguma coisa? Bom dia, amigos!
O casal se separa e Remy faz
uma cara de enfado, sendo cutucado com o cotovelo por Vampira:
[Vampira] Bom dia, Hank!
Mas que casamento lindo, hein?
[Hank] Tão lindo quanto o seu, minha cara!!
[Remy] Oui! Ao menos,
a noiva do meu casamento era muito mais linda...
[Vampira] Ai! Remy!
Que lindoooo! – e dá um beijão nele, ignorando a
presença de Hank.
O fortão azul pega uma
fruta e sai de fininho, cantarolando alguma música clássica. Encontra com o
Professor no corredor e os dois vão para a varanda,
conversar e discutir sobre filosofia.
Scott também aparece na cozinha e fica indignado com
a liberdade dos dois:
[Scott] Ô pessoal, que é isso! Vão para o quarto! – comenta, arrumando os
óculos e pegando uma bandeja para levar café pra Jean.
Os dois param de se beijar e resolvem que era mesmo
uma boa idéia, Vampira começa a correr segurando Remy pela mão:
[Vampira] Valeu,
Scott! É uma boa idéia! – e sorri, fazendo Remy
soltar uns sons de satisfação que somente ele sabia fazer.
Se fosse possível olhar os olhos de Scott, os
veríamos revirando. Mas a boca articulando a palavra “inacreditável” sem nenhum
som deixa clara sua posição. Ele lembra-se de quando era recém-casado e queria
estar com Jean o tempo todo também. Aliás, fazia um tempo que o mutante não
ficava somente com a esposa. Aquele início de dia prometia ser bom... Caprichou
no café, colocou as frutas que Jean mais gostava e fez uma omelete bem
reforçada. Quando entra no quarto, Jean ainda estava dormindo; Scott colocou a
bandeja sobre o criado mudo e foi sentar no chão ao lado dela. Ficou olhando
para aquela linda mulher, com os cabelos ruivos e alguns fios brancos
espalhados que davam um charme a mais; aquela boca perfeita, o nariz era
perfeito! Os cílios abundantes emolduravam aqueles olhos verdes e começavam a
abrir, esboçando um sorriso maravilhoso:
[Jean] Scott! O que está fazendo aí?... – passa a mão no rosto dele.
[Scott] Bom dia, linda! Estava aqui, vendo como eu tenho sorte em ter uma
mulher como você, Jean... – ele move a cabeça na direção da mão dela – Trouxe
seu café da manhã! – levanta-se para pegar e a ruiva olhava estranhamente para
o marido, tentando descobrir o que estava acontecendo... - Acho que se lesse
minha mente, ia saber. Vá em frente!
Ela levanta uma sobrancelha, sorri e cora logo em
seguida:
[Jean] Scott! – baixa a cabeça – Então, acho melhor deixar a comida para
depois... Vem aqui, vem...
[Scott] Claro, minha ruiva! – colocando a bandeja no mesmo lugar e indo
para os braços dela.
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Ororo levanta e estranha o silêncio da mansão. Tinha ficado até mais tarde na
cama, possivelmente por conta da hora que foi dormir, desce as escadas
vagarosamente e ouve as vozes de Hank e Charles, mais
nenhuma! “Ao que parece, todos resolveram dormir mais
um pouco.” Pensa a Deusa dos Ventos, indo para a cozinha e preparando um
simples desjejum.
Não demora muito e Gian
chega, seguido de August e Jubilee, esses dois,
extremamente sorridentes e cheios de cochichos.
[Gian] Estão assim desde ontem, um pouco antes
da festa... – cochicha para Ororo que estava olhando
para eles.
[Ororo] Hum...
Entendo. Ao que parece, o clima de núpcias foi generalizado... – sorri para o
rapaz.
Os dois riem e alguns minutos depois, Warren chega:
[Warren] Bom dia para todos! – e, indo na
direção de Ororo, beija sua mão – Bom dia, Ororo...
A africana não entende nada, mas percebe ainda algum
resquício de álcool. Com certeza, seria efeito dele ainda... Começa a preparar
um café bem reforçado e forte.
[Warren] Sabe, Ororo, você é uma pessoa muito boa. E bonita! Não devia
estar sozinha...
[Ororo] Digo o mesmo de você, meu amigo... Mas
a vida não é como queremos e, sim, como tem que ser. – lembrando-se de Forge...
[Warren] Eu estou tentando esquecer a Betsy, mas não vejo ninguém que fosse capaz de
substituí-la. Quero dizer, até vejo, mas não sei se essa pessoa aceitaria...
[Ororo] E por que não aceitaria,
Warren? Você é gentil, bonito, rico! Tem todas as
qualidades que uma mulher poderia desejar*
[Warren] Com o bônus de ser mutante e possuir
um par de asas! Ororo! Nada disso parece ter mais
importância do que o fato de eu ser mutante.
[Ororo] Isso não é verdade, Warren!
Hoje em dia, existem mais mutantes que há alguns anos atrás. Creio que você não
esteja procurando direito. Além do mais, voar é um grande dom, meu amigo! Acho
que devia dizer a essa pessoa o que sente e esperar o melhor! Afinal*
[Warren] Ororo, você
namoraria comigo! – pergunta, na lata. Sem flores caras, nem bombons, nem um
jantar romântico. Apenas pergunta, cansado que estava de tentar esconder seus
sentimentos.
A africana leva um susto! Ele havia escondido muito
bem, pois não tinha deixado nenhum deles perceber absolutamente nada! Gagueja,
fica com os olhos arregalados, mas não consegue articular uma resposta.
[Warren] Achei que tivesse dito ser impossível
para uma mulher me dizer não...
[Ororo] Warren! Não
use minhas palavras contra mim! Não sabia ser eu a mulher em questão, pensei
que estivesse falando com uma amiga, como um amigo...
[Warren] Senão? Sua frase final tem tom de
“senão”, Ororo. – pergunta,
um tanto desanimado.
[Ororo] Não existe um senão, Warren. Eu não teria retirado nada do que disse antes. O
problema é que não esperava por isso... Ainda tenho assuntos mal resolvidos com
meu passado. Assim como você... – comenta.
[Warren] E o que há de tão ruim na idéia de
tentarmos resolvê-los juntos? Eu sempre te achei atraente, Ororo
e, mesmo não demonstrando, tenho sentimentos por você que se mostraram claros
ontem, quando te vi vestida de madrinha. Não pelo fato de você estar
deslumbrante, porque você É deslumbrante, mas pelo modo como estava,
tão feliz, tão mais segura de si, do que nunca antes... – faz uma pausa, não
muito longa – E quando entrei por aquela porta, vi o mesmo olhar. Você mudou, Ororo. Para melhor e eu
queria, na verdade, não sei o que queria... – e toma um gole de café.
[Ororo] Respondendo a sua pergunta: não haveria
nada de ruim em resolvermos nossos problemas juntos, se não se tratasse de um
problema de relacionamentos, Warren! – chega mais
perto dele e senta-se na cadeira em frente – Seria sábio ficarmos juntos com
tantas feridas sem sarar em nós? – pergunta, colocando a mão na mão dele.
Os dois só se dão conta de que August, Jubilee e Gian estavam olhando,
nesse momento, quando ambos abaixam o rosto e Warren
coloca a mão dele sobre a de Ororo.
[Warren] Vocês não têm mais nada pra fazer,
não? Alguma coisa pra limpar? – comenta, literalmente, enxotando-os.
Jubilee fica revoltada, mas logo a revolta passa e ela começa
a falar o quanto Warren é romântico e fica torcendo
para que Ororo aceite o pedido. Os dois homens nada
falam. Apenas o achavam corajoso, pois sempre é difícil se declarar a uma
mulher... Ela não deixa nenhum deles sair e fica com o ouvido colado na porta,
tentando entender o que falavam.
[Ororo] Você percebe que não me passa muita
segurança dizendo que não sabe o que quer, não é? Eu te conheço, Warren, o suficiente para saber que não é mais aquele
playboy de antes, isso já seria um ponto positivo. A questão é: você
conseguiria conviver com o fato de eu não ter e não pretender esquecer Forge? Realmente conseguiria, meu
amigo?
[Warren] Como amigo, eu responderia “sim” sem
pestanejar; mas como namorado, não saberia... Tudo dependeria do quanto você
seria capaz de me ouvir sussurrar, enquanto durmo, o
nome de Betsy, Ororo... Eu
nunca fui a favor do insulamento, quando o problema era com os outros. Agora,
com Psylocke, foi totalmente diferente e eu somente
posso dizer que superei a fase de insulamento e gostaria de compartilhar minha
vida com você.
Ororo sorri, ele realmente sabia o que dizer e, realmente, era tudo o que uma
mulher poderia esperar. Mas ela não responde nada, apenas segura na mão dele e,
saindo pela porta da cozinha que dava para a piscina, convida:
[Ororo] Gostaria de voar comigo? Eu tenho muito
que pensar e gosto de fazer isso no ar.
[Warren] Eu não quero atrapalhar sua decisão, Ororo! Mas seria um prazer voar com você. Eu prometo ficar
imperceptível. – sorri, batendo as asas e subindo, sendo seguido por ela.
Ambos tinham uma graça que jamais foi vista ou será
em qualquer outro mutante alado!
[Gian] Isso é errado, Jubi!
Você não devia ficar escutando a conversa dos outros!... – comenta, tentando
tirar o ouvido da garota da porta.
[August] Qu’é qui há, não tem mal nenhum!
Eles não sabem que estão sendo ouvidos... O que estão dizendo, Jubi?
[Jubi] Não sei! Vocês não param de falar e eu
não consigo ouvir! Ai! Como eu queria ter o ouvido do Logan!
_ Pra quê? Ficar espionando os outros, é? – uma voz grave e conhecida
pergunta, enquanto coloca a mão pesada sobre o ombro de Jubi.
[Jubi] Logan! – e sai
da porta.
[Wolvie] Além do que, não tem ninguém aí,
guria... Sinto o cheiro da Ororo e do Warren, mas eles saíram há alguns minutos... – comenta,
abrindo a porta e deixando todos verem que a porta externa estava aberta.
[Jubi] DROGA! Será que ela disse sim? –
pergunta mais pra si mesma, roendo as unhas.
Logan apenas balança a cabeça. Conhecia demais Jubilee
para saber quando o assunto era realmente importante, ou não. E, nesse caso,
era somente importante para ela. Ao menos, é o que pensa o canadense...
[Gian] Vocês vão viajar quando, Sr. Logan?
[Wolvie] Amanhã de manhã, guri. Por quê? Tá de olho no nosso quarto, já? – sorri, dando um “tapinha” nas costas dele que o faz parar a alguns
centímetros de distância.
Colocando a mão nas costas e fazendo careta de dor,
ele somente responde um “por nada” e sai, massageando a área. Logan fica olhando com ceticismo, não tinha batido tão
forte assim... Ou tinha? Sorri e pensa que em breve, não terá mais dor nenhuma
e continua fazendo um suco de laranja.
Ohana desce logo em seguida:
[Ohana] Bom dia, Jubi,
August. Amor, o que aconteceu com Gian? Ele estava
com uma cara esquisita. – pergunta, abraçando-o e beijando-o.
[Jubi e August] Bom dia! – e saem da cozinha,
para deixar os dois a sós.
[Wolvie] Eu vou saber? Essas crianças de
hoje... Quer um suco? – com metade de uma laranja espremida na mão.
Ela acena positivamente e *snikt*
ele joga fora aquela metade e corta uma laranja ao meio, espremendo-a num copo.
Ohana sorri e aceita o suco, bem forte e caprichado.
[Wolvie] Eu falei com o Charlie
ontem, antes do casamento e ele combinou de você passar a parte da manhã com
ele, aprendendo. Tá tudo bem pra você, ruiva?
[Ohana] Está sim, Logan!
Assim que terminar meu suco vou procurá-lo. E você, o
que vai fazer?
[Wolvie] Nossas malas. Posso fazer a tua
também? – pergunta, com um sorrisinho.
[Ohana] Logan! Espero
que não esteja pensando em somente colocar lingeries na minha mala! – e faz
carinha de “não acredito!”.
[Wolvie] Tá vendo! Eu
vou pedir pro Hank fazer uns exames em você! Assim
não dá... Deve ter sumido a telecinesia e se
transformado
A ruiva ri até não poder mais. Não adiantaria falar
para ele que o conhece, tão bem quanto ele próprio. Isso poderia ser mais
prejudicial que bom. Então, ela se limita a rir, balançando a cabeça e
abraçando-o um pouco mais.
Assim
que terminam de se alimentar, ambos começam seus afazeres: Ohana
vai procurar Charles e Wolverine vai para o quarto,
fazer as malas. Eles ficarão no Japão um mês e o canadense odiava bagagens
volumosas. Pensou em pegar somente o necessário e comprarem o que faltaria lá.
Conhecendo Yukio e os bairros mais afastados de
Tóquio, ele sabia da necessidade das pessoas, portanto, quando fossem embora,
poderiam deixar muitas roupas lá.
Antes
mesmo de chegar perto de onde estavam Charles e Hank,
Ohana pôde ouvir a conversa deles, era Hank quem falava:
[Hank] Pelo que eu pude notar,
Professor, Clarisse é tão mutante quanto os pais. Apesar de ambos negarem o
óbvio, possivelmente pelo transtorno passado por Vampira
com sua mutação. O Sr. percebeu como a pequena se
expressa bem? Como ela consegue sempre dizer aquilo que nos deixa feliz? Se me
fosse permitido, gostaria de fazer algum teste antes deles voltarem à Paris...
– comenta, alegremente.
[Prof. X] Você está certo, Hank!
Seria interessante avaliarmos o grau e o tipo de mutação dela. Nem todas, ou
melhor, a minoria das mutações é um transtorno para seus portadores. Alguns têm
até mesmo sorte, como Jean, Logan, Ororo e mesmo Ohana! Seus dons
são úteis e importantes. Contudo, meu amigo, o que tenho percebido pelo Cérebro
é a quantidade de mutações não tão úteis... Ao menos, num primeiro momento...
[Hank] Sim... É crescente o número de mutantes com
capacidades transmorfas locais: mudar o rosto, a cor
do cabelo, das unhas, da pele... Já não nascem mais tantos mutantes com
capacidades notáveis, como telepatia, premonição, telecinesia,
vôo...
Nisso,
Ohana entra:
[Ohana] Bom dia! Como vocês estão? Bem animados, pelo que
posso ver? – sorri.
Ambos
respondem amigavelmente, comentando sobre a beleza do casamento e sobre como
ela estava radiante e feliz:
[Hank] Ousaria dizer que está mais bela, mas isso seria uma
redundância, minha cara! – comenta.
[Ohana] Você não existe, Hank! – e
lhe dá um forte abraço, seguido de um beijo na face. Era estranha a sensação
que os pêlos macios dele davam. Não eram como pêlos de barba, ásperos e
desagradáveis. Dava vontade de beijar mais e de abraçar mais!
[Hank] Ouviu, Professor? Ela acha
que eu sou uma criação do sub-consciente dela! É
possível isso? – e sorri, devolvendo o beijo e o abraço.
[Prof. X] Acredito que tenha vindo para suas aulas, não?
[Ohana] Isso mesmo! Segundo Logan,
ficarei perita em japonês, não é?
[Hank] Oh! Mas isso é ótimo! Assim, poderemos praticar, “ne”?
Todos
riem e o Professor entra com Ohana para a sala de
estudos, onde passariam a parte da manhã e começo da tarde.
No
quarto, Logan já havia começado a fazer as malas,
assobiando alguma coisa de Buddy Holly.
Com certeza, não estava tão empenhado em achar roupas que a ruiva gostaria de
levar, mas todas que o canadense pegava, eram do gosto dele. Se ela não gostasse,
comprariam quando chegassem em Tóquio, oras!
Daqui
a dois dias ele teria de ir para o Japão de qualquer jeito, querendo ou não,
como fazia todos os anos, em cumprimento de uma promessa pessoal. Por isso, era
ótimo poder levar Ohana junto, não imaginando o que
ela pensaria sobre sua quase “segunda vida” naquele país, na verdade, não
queria imaginar como ela reagiria, pois foi exatamente isso que o impediu de
contar até agora. Sua mente exagerava situações e, quando dava conta de si,
sabia que Ohana não agiria daquele jeito, ainda mais
depois que tudo fosse explicado. Por isso, levaria sua mulher para conhecer a
ex-noiva. Apresentaria a ruiva para Yukio, a ninja que jamais desistiu de ser mulher do canadense... E,
com certeza, teria orgulho de apresentá-la para Amiko,
sua filha adotiva, agora uma mulher capaz e independente, dona de uma loja de
conveniências no centro de Osaka.
Logan pára e cheira o ar, dando um sorriso maroto:
{TOC,
TOC}
[Wolvie] Entra, Kitty!
[Kitty] Atrapalho? – pergunta, enquanto atravessa a porta.
[Wolvie] Claro que não, guria! Senta aí! – apontando uma
poltrona.
[Kitty] Eu só passei pra dizer que estarei aqui quando vocês
voltarem. O Professor me pediu para ficar uns meses e eu aceitei! Estou tão
feliz por você, Logan! Não faz idéia! – levanta e o
abraça.
Ele
retribui o abraço e cheirando bem forte, olha a morena nos olhos e pede:
[Wolvie] Valeu, Kitty!
Agora, por favor, dava pra você evaporar lá pra baixo? – falou juntando o
movimento de empurrá-la para o chão.
[Kitty] Ei! Mas por quê? E você
disse “por favor”, pode me dizer o que está
acontecendo... – tirou a mão dele do seu ombro.
Não
dá tempo dele responder ou inventar alguma desculpa.
Uma suave batida na porta é ouvida, seguida da voz de Jean:
[Jean]
Posso entrar? – esperando do outro lado.
Logan apenas dá uma olhada para Kitty
como quem diz: “entendeu o por quê?” e está faz cara
de arisca e desde pelo piso do quarto.
[Wolvie] Pode sim, ruiva! – tira uma grande bagagem de cima
da cama.
Jean
entra, vendo Logan carregando a mala para cima de um
divã. Ela sorri, pois ainda era difícil acreditar que o canadense realmente
havia se casado, que estava saindo para a lua-de-mel, fazendo as malas:
[Jean] Acho
que essa é a primeira viagem que você faz onde todos sabem os motivos, não? –
sorri.
[Wolvie] Parece que o motivo te deixou meio amuada? Tem
algum problema, Jeannie? – largando a mala e indo
para bem perto dela.
A
ruiva franze a testa, faz beicinho:
[Jean] Não
tem nada de errado com o motivo, oras! Como poderia? Estou extremamente feliz
por vocês, Logan! – ela dá um passo atrás.
[Wolvie] Então por que essa cara de triste? Esses olhos
apagados? É algum problema com o Scott? – dá outro passo à frente, olhando-a
nos olhos.
Ela
baixa os olhos, respira fundo.
[Wolvie] Desde a missão na Lua eu notei que cê não tá cem por cento legal... Tá precisando de
uma mão? Cê sabe que eu tô
aqui, ruiva!...
Ela
dá outro passo para trás e encontra a parede, continua com os olhos baixos,
começa a falar:
[Jean] É
incrível como só você consegue perceber certas coisas... Será que é algum
cheiro diferente que eu exalo e só você consegue decifrar? Pensei que não
tivesse notado meu enfado na nave... Eu estou muito ressentida com a negação do
Scott em me dar um filho, Logan... Sinistro não
existe mais e eu sinto que fui usada e que o próprio Sinistro foi usado como
desculpa para o fato do Scott não querer nunca ter filhos! Conversei com Fera e
ele me disse que com a ajuda da Tecnologia S’hiar, eu
poderia tentar, mas, mesmo assim, seria difícil... – uma lágrima escorre de um
dos olhos dela, pingando exatamente sobre a
mão de Logan que ia ao encontro do ombro dela. – Eu
não posso mais ter filhos, Logan... – Jean não espera
a mão dele chegar até si. O abraça com todo o carinho,
soluçando no ombro dele, daquele amigo a quem achava tão sincero e necessário.
Nem mesmo Scott sabia disso, talvez Charles soubesse, além de Fera...
Os
dois ficam abraçados algum tempo, ela sentindo-se compreendida e ele tentando
imaginar algo que pudesse dizer, qualquer coisa que a fizesse parar de chorar,
pois isso era algo cortante ao coração! Dentro dele ainda existia uma "chama"
por Jean, bastavam momentos como esse para que ela reacendesse e o fizesse
querer matar Scott por estar fazendo-a sofrer desse jeito, lembrou-se da ameaça
que fez ao caolho no dia do casamento dele com Jean, sobre ir atrás dele em
qualquer lugar se ele a fizesse sofrer... Hoje, abraçando aquela mulher, Logan sabe que seria incapaz de cumprir a promessa. Ele
podia sentir o quanto Jean havia ficado mais forte, durante os anos. Sentia o
como ela precisava estar ali com ele, mesmo que Logan
não dissesse nada, pois ele a transportava para um tempo onde ela era mais
frágil, onde a vida parecia fragilizada todo o tempo, precisando de consolo, de
ajuda, enfim, ela sentia-se mais viva, sempre que corria para o canadense e,
simplesmente, o abraçava...
O
soluço foi diminuindo, o choro sumindo. Em alguns instantes, estavam somente
abraçados. Ambos sentiam que poderiam ficar assim para sempre, esquecidos
estavam das pessoas ao redor. Era possível ouvir o roçar da mão de Logan contra o cabelo dela:
[Wolvie] Eu queria ter alguma coisa bonita pra te falar, te
fazer sentir melhor... Mas nada do que eu diga vai prestar,
ruiva. Eu sei o quanto cê queria ter um filho e, me
acredite, essa notícia foi igualmente chocante
pra mim. O caolho, às vezes, tem um jeito estranho de viver a vida, né? – soltou-se do abraço, apenas olhando para ela.
[Jean] Eu
não preciso que me diga nada, Logan... Sou telepata, se esqueceu? – sorri, como há muito tempo não
sorria.
[Wolvie] Então lê essa! *Que a Ohana
me perdoe!*
Jean
franze o cenho, mas só foi entender quando Wolverine
a estava beijando, colocando todo o peso dele sobre ela e prensando-a na parede!!
[Jean] *Pára,
Logan!*
[Wolvie] *Me faz parar, Jeannie...*
A
ruiva o abraça com toda a força, deixando o beijo mais picante ainda e, depois
de alguns segundos, ela consegue jogá-lo na cama, com sua fraca telecinesia:
[Jean] Isso
não está certo! Será possível que eu não posso chegar perto de você, Logan? Estamos mentindo um para o outro, sempre que
deixamos isso acontecer... Você AMA a Ohana e eu AMO
o Scott! Estamos enganando aqueles que amamos... Isso não é certo... – baixa a
cabeça, colocando a mão na testa.
[Wolvie] Se não é certo, por que tu me
beijou ainda mais, Jean? Não acha que dar aula de moralidade não cola,
não?... – pergunta, descendo da cama – Cê sabe que eu
sigo muito meu instinto, foi ele que me disse pra fazer isso. Agora, qual a sua
desculpa? – pára a alguns metros dela.
[Jean] E-eu não sei... Esse é o problema! Eu não sei! – uma longa
pausa – Eu tenho tentado ficar feliz por você, desde que trouxe a Ohana aqui. Ela é uma pessoa maravilhosa, minha amiga, Logan. Mas o que acontece é o seguinte: algo dentro de mim
não está feliz com a sua felicidade... Talvez seja a Fênix...
[Wolvie] Ou talvez seja ela quem AME o Scott... – sorri com
o canto da boca, sussurrando – Sempre tão certinho, todo
senhor de si, somente ela pra gostar mesmo dele...
[Jean]
Talvez... Eu não sei e é isso que me deixa confusa. Eu peço desculpas pelo meu
comportamento, não devia ter retribuído seu beijo. Mas, em primeiro lugar, você
não devia ter me beijado! – fica nervosa.
[Wolvie] Sabia que você fica uma graça quando está nervosa?
– ele dá um tapa no ombro dela.
[Jean] Logan! Estou falando sério! É muito cômodo colocar a culpa
nos seus instintos, não é? – cruzando os braços.
[Wolvie] Caraca, Jeannie! Não é “desculpa” e você sabe! Eu não respondo por
mim, às vezes... Se não acredita em mim, lê minha mente! Vai ver que tem um
tremendo branco nela! Isso é da hora que eu te beijei, falou? – apontando a mão
para a própria cabeça.
[Jean]
Não... Tá tudo bem, eu acredito em você. Mas estou
tão cansada de não poder ter uma conversa civilizada com você...
[Wolvie] Ah! Foi pra isso que tu veio
aqui chorar que não podia mais ter filhos? Pra ter uma conversa civilizada?
Jean, cê sabe que eu subverto qualquer conversa que
tenha com você em algo onde eu possa perder meu controle e te beijar. Não sabe?
– e sorri, como quem ganhou a conversa e, portanto,
não tinha mais nada pra falar.
[Jean] Isso
não se faz, Logan... –
sorri, balançando a cabeça – Eu achei que a convivência com Ohana
tinha mudado essa sua cabeça oca! – fazendo uma cara séria, ela arremata: Você
nunca mais vai me beijar. É perigoso magoar aqueles que amamos, me perdoe...
E
com um olhar um pouco mais incisivo, Logan sente a
ruiva entrar na cabeça dele e modificar lembranças, apagar memórias, enfim, a
sente fazer uma faxina e tanto, sem, contudo ter tempo nem desejo de protestar.
Talvez assim fosse mesmo melhor. Talvez não devesse ter esse sentimento pela telepata. E o que mais o canadense podia
fazer? Amava as duas, na mesma intensidade? Não. Tinha um pouco mais de
sentimento por Ohana, porém, sempre que Jean chegava
e estavam sós, esse sentimento sumia e somente o
desejo de ter a mulher de seu “rival” tomava conta de si. Era a fera desejando
o impossível, corrompendo a amizade em algo ruim e até mesmo nocivo. O que Scott e Ohana não fariam se vissem
os dois se beijando com tamanha vontade e desejo?! Com certeza não perdoariam
e, por conta de um deslize, toda uma vida promissora a dois poderia se
perder...
Depois
de alguns minutos manipulando a mente de Logan e
transformando aquele sentimento em coleguismo, Jean parou. Poderia tentar
remexer nas falsas lembranças, poderia tentar arrumar a bagunça que o Projeto X
fez na mente dele. Preferiu não. Aquilo era parte integrante da personalidade
dele e a ruiva gostava tanto dela! Assim como todos na mansão.
[Wolvie] E então? Não vai responder minha pergunta? Tá com algum problema, Jeannie? –
ele volta a perguntar, tendo totalmente apagadas de sua mente as memórias mais
recentes.
[Jean] Não,
Logan... Nada de errado, deve ter sido uma impressão
sua! – sorri – Passei somente pra desejar uma ótima lua-de-mel! Que vocês
possam se divertir no Japão! – e beija a mão, assoprando sobre ela e enviando
um beijo “etéreo” para ele.
[Wolvie] Valeu, ruiva! – e vai à
direção dela, dando-lhe um efusivo abraço, sem nenhuma malícia, ou segunda
intenção.
Assim
que Jean sai do quarto, Logan sente um estranho vazio
interior, como se estivesse esquecendo de fazer algo, ou então, devesse ter
feito, mas não tinha como. Voltando a arrumar as malas, o canadense sorri
diante da possibilidade de levar Ohana para o país do
sol nascente...
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[Prof. X] <E então, consegue me compreender
totalmente?> - perguntou, em japonês.
[Ohana] <hai! Totalmente, sensei! Isso é incrível!> - comenta, num japonês sem
sotaques ou erros.
[Prof. X] <Muito bem! Terminou no mesmo tempo que levei
para ensinar Logan. E ele foi um dos que eu demorei
menos tempo. Ao que parece, ambos têm um talento nato
para aprender idiomas e eu achava que esse fato se devia a mutação de Logan, mas não. Parabéns, Ohana!
Farei apenas um simples exame oral e pronto!> - comenta,
feliz por tudo ter corrido bem.
[Ohana] <Ao invés disso, poderia me ensinar os costumes
do Japão, Professor? Eu sinto que as diferenças culturais são muitas e nada
adiantará saber falar se não souber como me comportar, não concorda?> - faz
a mesura com o tronco, como todo japonês faz.
Charles
concorda e, assim, passam mais algumas horas aprendendo tudo o que se podia
sobre a cultura japonesa e as gafes que não podiam ser cometidas.
Nesse
ínterim, Ororo e Warren
retornam de seu vôo um tanto modificados. A africana
tinha no olhar uma alegria ainda maior que o normal, caso isso fosse
concebível. Ao que parece, toda sombra de pesar por Forge
tinha sido apagada no longo passeio que fizeram. Warren
parecia ter dado trégua à tristeza, parecia remoçado e esboçava um sorriso
contagiante! Entram pela mesma porta que saíram, encontrando a cozinha vazia:
[Ororo] Warren! Pare com isso,
assim todos vão notar algo de errado... – pede baixinho.
[Warren] De errado?... O que conversamos não foi e não é
errado! Além do mais, é impossível, Ororo! Você está
pedindo pra que eu fique triste depois do que me disse? Eu não consigo! Não
consigo parar de sorrir, desculpe... – beija a testa dela.
[Ororo] Você não tem jeito mesmo, não é? E isso tudo porque
eu não disse “sim”, imagina se tivesse dito!! –
bronqueia, sem conseguir tirar da face o mesmo sorriso, ou apagar a alegria de
seu olhar.
[Warren] Ah! Se você tivesse dito “sim”, eu acho que
explodiria de tanta felicidade! Sabe, ultimamente tem sido aqui que eu consigo me sentir feliz e descobri que
isso é por você estar aqui, Ororo. – e novamente seu
semblante assume aquele ar de tristeza tão conhecido.
[Ororo] Obrigada, Warren. Eu
também me sinto muito bem aqui. Essa mansão passa essa sensação de se ter
encontrado um porto seguro, de ser uma âncora firme, um farol. Se eu não
estivesse aqui, você se sentiria igualmente feliz, me acredite. A felicidade
que está dentro de você não pode ser imputada a algo ou alguém, pois as coisas
passam e as pessoas se vão, sempre que colocar sua felicidade fora de você
mesmo, estará fadado a sofrer, Anjo. E você não merece sofrer... – passa a mão
nos cabelos loiros dele -... meu amigo.
[Jubi para August] ...e foi assim
que eu descobri quem matou meus pais. O Logan me
ajudou a não me transformar numa assassina, entendeu? – ela tinha um misto de
tristeza e alegria na voz.
August
não responde, ele estava olhando para Ororo e Warren e fica parado, na porta da cozinha.
[Jubi] Que foi? – levantando a sobrancelha.
O
rapaz acena para os dois e Jubi se vira, levando um
susto!
[Jubi] Seus...!! Seus...! Não sabem como eu fiquei preocupada com vocês! Como podem sumir assim? Hein?
[Warren] Agradecemos a preocupação,
mas não devemos explicações, somos grandinhos, já... – com a
voz um pouco afetada pelas últimas palavras de Ororo.
[Ororo] Warren! – o repreende –
Bem, Jubilee, nós precisávamos conversar coisas entre
nós. Por isso, saímos. – explica, sorrindo.
[Jubi] E essas “coisas entre nós” teve
um “sim” como resposta? – pergunta, toda moleca.
[August] Ei! Maneiro! Tu é bem direta,
hein, Jubi? – comenta, cruzando os braços na frente
do corpo e esperando por uma resposta dos dois mais velhos.
[Jubi] Claro que sou! A Ororo é
minha amiga e eu ficaria muito feliz se ela tivesse dito “sim”! – sorri para a
africana.
Ororo enrubesce! Apesar da preocupação legítima de Jubi, a Deusa dos Ventos nunca foi de comentar sobre seus
sentimentos com os outros e, nesse momento, Warren
toma a palavra, tomando inclusive à frente da amiga:
[Warren] Bom, eu posso garantir que ela não disse sim, mas
também não diria que é motivo para ficar triste, pois, ela não negou também. O
que ela disse foi um: “vamos tentar, começando por nos conhecer melhor”. Por
isso, eu vou pedir ao Professor se podemos tirar uma folga de uma semana, pois
eu quero muito tentar e ela também, falei certo, Ororo?
– pergunta, virando-se para ela e segurando-lhe as mãos.
Ela
acena a cabeça:
[Ororo] Vamos ficar num chalé nos Alpes... – sua voz era de
alegria, com uma ponta de vergonha.
[Jubi] Huhu! Que coisa mais
romântica! – e dá alguns pulos de emoção.
[Warren] Ela nunca via crescer, não é? – comenta baixinho,
somente para Ororo ouvir.
[Ororo] Espero que não... – e sorri para o loiro.
Nisso
o casal LeBeau, seguido de
Clarisse, entram na cozinha e Jubilee não perde tempo
em ir contar à eles o que aconteceu. Felizes, Vampira
vai dar um abraço em Warren e Gambit
em Ororo. Este último, não consegue resistir e solta
alguma piada sem graça no ouvido da africana. Quer dizer, sem graça para ela,
porque ele ria muito!
[Vampira] O que você falou, Gambit?! Desembucha! – a morena ordena.
[Gambit] Nada, mon coeur... Apenas*
[Wolvie] Que nada o quê! – ele corta o cajun,
entrando pela porta com um sorriso e uma mala em cada mão – Se eu fosse a tua
mulher e você me falasse o que disse pra ela, quebrava tua cara, Remy!
[Ororo] Não foi nada, criança... – a Deusa dos ventos fala
para Vampira – Não tem porque ficar nervosa.
Mesmo!...
[Clarisse]
A Dona Ororo fica tão bem do lado do Seu Warren, né? Olha como fazem um
lindo par! Olha, pai! Olha,
mãe! – e ambos tiveram que ir onde Clarisse estava, para que ela parasse de
pedir para olharem.
[Vampira] É verdade, minha filha! – e a pega no colo – E eu
espero que sejam tão felizes quanto eu!
[Remy] Precisa de ajuda, mon ami? – corre solicito para o lado de Logan.
O
canadense levanta uma sobrancelha e já solta:
[Wolvie] O que é que tu quer, cajun?! – e solta as malas no chão. Com a sobrancelha ainda
levantada.
[Remy] Assim você me ofende, homme!
Até parece que eu não posso querer ajudar despretensiosamente... Humpft... – e pega uma das malas.
[Wolvie] Não pode mesmo! Me dá essa
mala aqui! – e a arranca da mão de Gambit, fazendo
este soltar um “ouch” de indignação – Se quer sair da
cozinha, não precisa me usar de desculpa e, se quer me fazer alguma pergunta,
faz de uma vez, oras!
[Remy] Oui, farei
de uma vez: existe alguma possibilidade de irmos para o aeroporto juntos? Todos
nós? – e faz sinal para Vampira e Clarisse.
[Vampira / Clarisse / Wolvie] O
quê?! – com cara de indignados.
[Vampira] Eu não sabia nada sobre isso, Logan.
Senão, não tinha deixado ele começar... – “nem eu...”
a vozinha de Clarisse sentencia.
E
todos ficam olhando para o cajun, esperando alguma
resposta por aquela pergunta descabida, já que o casal Logan
iria a sós, numa limusine alugada até o aeroporto. Certamente iniciando sua
lua-de-mel...
Remy engole seco. Não pensava que uma simples pergunta pudesse
deixar todos tão apáticos. Afinal, o que eles fariam na limo,
Remy sabia de cor e salteado. Não precisavam se
envergonhar.
“Talvez
seja por Clarisse. É... Pode ser.” – ele pensa, ainda
quieto.
[Wolvie] Tá com problema pra pagar
um táxi, pode deixar que eu pago pra vcs... –
comenta, cheio de sarcasmo na voz.
[Remy] Claro que non! Está me
chamando de incapaz de prover minha família, Logan!...
O real motivo é que eu queria aproveitar para ficar mais tempo com o casal... Remy não se lembra de ter dado os parabéns corretos para a
noiva...
[Wolvie] Aaaaaaahhhhh! Agora
entendi... Tá querendo se despedir da minha mulher, n’é isso? – solta de novo as malas
no chão.
[Remy] Não me entenda mal! Não precisa me olhar assim... –
com seu característico sotaque francês e a voz um
pouco trêmula. Tinha falado besteira! Definitivamente, tinha! – Merde! Je ne
cest pa! Não entendo o que
está acontecendo, parece que eu nem mesmo vi sua mulher ainda... Não é
estranho? Hein? Como se tivessem apagado da minha mente que* - ele tem um
estalo e, voltando-se para Vampira, pergunta, com um
tom alterado de voz: Você não fez isso, não é, belle?!
[Vampira] Gambit! Como pode
perguntar isso pra mim?! Vai perguntar pra Jean se ela não fez isso... Eu sou
sempre a primeira que você desconfia, né? Caramba, Remy!
Sou sua mulher, por que eu ia fazer isso?! – com a cara mais deslavada do
mundo.
[Remy] Justamente por ser minha mulher... – sentencia, meio triste – Não deve ser nada, então. Eu lembro
da Ohana, é uma ruiva, non?
[Wolvie] Isso mesmo, cara. Toma! – praticamente joga uma das
malas em cima dele – Vem me ajudar a carregar, vem...
Deixando
o pessoal da cozinha conversando sobre o assunto, os dois saem de cena:
[Remy] Eu sou um péssimo marido, Logan...
Às vezes penso se a chéri vai me suportar por muito
mais tempo... Eu a amo, sabe?!
[Wolvie] Mas não consegue deixar de arrastar a asa pra
outras, né? – não conseguindo deixar de sorrir – Tu sempre foi assim, Gambit e a Vampira sempre soube disso, xará! Claro que deve doer pra
ela, mas ela não tinha esperança alguma de te ver mudado quando casaram. Disso
eu me lembro...
[Remy] Je se... Mas, mesmo assim, Remy se sente mal deixando Vampira
mal. Eu não consigo mudar*
[Wolvie] Ah! Fala sério! Cê já
tentou?! – e solta outra risada.
[Remy] Ao que parece minha situação o diverte, non? Estou aqui, abrindo minha alma para você e tudo o que
faz é rir! – seu tom de voz é de alguém realmente ofendido! – É claro que eu já
tentei e tenho orgulho em dizer que fiquei uma semana sem tentar nada contra
outra mulher! Mas, depois disso, tive uma recaída que quase acaba com meu
casamento...
[Wolvie] Pôxa! Uma semana!
Parabéns... – coloca a mala no porta-malas da limusine.
[Remy] Depois disso, nunca mais tentei ficar tanto tempo,
pois assim, ao menos eu consigo me controlar. Não quero magoar ainda mais ela,
entende? – dando a mala para o canadense.
[Wolvie] Cê tu não quer magoar a
guria, então não magoa, Gambit! Não é tão difícil
assim, cara... Eu nunca fui como você com as mulheres e isso dificulta muito
que eu te entenda... Não sei se ia querer alguma coisa com outra pessoa estando
com a Ohana. Aposto que se eu perguntar “entende”, cê vai responder que não...
[Remy] Eu vou perguntar somente isso: nem se essa “outra
pessoa” fosse Jean Grey?
A
cara de indignação que Logan faz é indescritível! Ele
bate o porta-malas e responde:
[Wolvie] Tá ficando louco, é? A Jean é minha amiga, cajun! Nada
mais, nada menos... Eu, hein! – e sai arrastando as botas de cowboy e mastigando algumas palavras sem sentido para Gambit.
O
cajun não entende é nada! E começa a pensar em algum
complô por parte das mulheres da mansão. Só podia ser... E ele não estava de
todo errado.
*corrigido
e rediagramado em 25/07/2006 – 18h35min*