Recados



Biografia


Modelo desde os 12 anos, com filmes publicitários para as marcas Grendene, Halls e Guaraná Antárctica no currículo, a gaúcha Juliana Didone sempre quis ser atriz. Nem os sete meses em que viveu no Japão foram suficientes para que a carreira de modelo esfriasse a vocação artística. Depois de ser reprovada em um teste para fazer a novela juvenil “Malhação”, Juliana foi escalada para viver a adolescente Tatí na novela “Desejos de Mulher”, da Rede Globo, que foi ao ar em 2002.
Seu papel em “Desejos de Mulher”, coincidentemente, tinha muita familiaridade com a sua própria história de vida. Afinal, a personagem era uma modelo em início de carreira, que vivia todas as ansiedades das meninas nesta mesma situação. Sem dúvida, viver uma modelo fez com que a atriz se sentisse mais confortável para desempenhar o papel: “Me senti mais à vontade porque todo o meu laboratório já tinha sido feito na prática... a competição entre as modelos, a inveja e também a obsessão pela magreza. Aliás, tudo o que a novela mostrava é real!” Apesar de não ter sido tão profunda como muitas vezes acontece na realidade das jovens modelos, a anorexia de Tatí também foi um fato vivido por Juliana: “Sempre me achava gorda, cheguei a pensar até que ar engordava! Não acreditava no que as pessoas me falavam, achava que elas mentiam quando diziam que eu estava magra demais. Só que eu estava realmente magérrima, pesava dez quilos a menos do que tenho hoje.”

MODELOS QUE VIRAM ATRIZES

Antes de “Desejos de Mulher”, a atriz havia feito somente dois outros trabalhos. Sua primeira experiência foi o curta-metragem “Fora de Controle”, em que viveu a pré-adolescente Mariana. A história se baseava no cotidiano de uma família e seu comportamento perante a televisão. Além disso, aos 12 anos, já havia tomado parte da peça infantil “Caçadores de Aventuras”, de Paulo Guerra, no papel da personagem Cléo… “Ela vê o pai adoecer e, para salvá-lo, precisa enfrentar alguns desafios. Com isso, Cléo percebe que a vida não é feita somente de coisas materiais.” “Desejos” foi o primeiro trabalho em televisão e logo Juliana sentiu um certo preconceito com as “modelos-que-viram-atrizes”. “Apesar de não ser tão declarado, isso ainda existe! Quando você faz um teste, alguns atores olham torto e devem pensar ‘é bonitinha, mas não faz nada!’” O posicionamento de Juliana a respeito dessa questão é muito claro: “Sempre quis ser atriz, antes mesmo de ser modelo, e eu estudo pra isso! Minha preocupação é me dar bem com todo mundo. Ainda não sei nada e estou aprendendo. Os bons papéis virão para quem tiver mais talento, quem se dedicar.” Juliana tentava superar esses momentos difíceis batendo longos papos com a atriz, e também ex-modelo, Silvia Pfeifer: “Ela me aconselhou a estudar e me concentrar no meu trabalho, sempre fazer algo de qualidade.” Glória Pires, Regina Duarte e José de Abreu foram outros atores com as quais Juliana manteve bastante contato ao longo dos meses em que a novela permaneceu no ar. “Muitas vezes, eu ia ao estúdio ver a Glória gravar. Só ficava observando para aprender com ela.”

JAPÃO

Aliás, morar longe de casa já é algo comum na vida de Juliana. Aos 14 anos, ela partiu de Porto Alegre para uma temporada no Japão e, na volta, veio para São Paulo, onde deu seqüência à carreira de modelo e também fez os primeiros cursos de TV e Cinema. “A experiência do Japão foi maravilhosa. Aprendi muito e fiz bons trabalhos, como a campanha da marca de cosméticos Shiseido e de algumas lojas de departamentos, além de editoriais de revistas.” Durante a temporada no Japão, Juliana passou vários apertos com a língua. “Parecia que eu não sabia nada de inglês. Ficava muito nervosa para falar com o pessoal da agência e as pessoas com quem eu tinha contato direto. Aí, tive que me virar realmente. No dia em que cheguei, ninguém foi me buscar no aeroporto. Lá, isso é normal e eu precisava ir para a agência.” Foi por estas necessidades e muitas outras que Juliana aprendeu o básico em japonês: direita, esquerda, siga reto, estou com fome, com sede... Do país, ela conheceu Tóquio e Osaka. Diz ter gostado mais da capital, principalmente porque o povo é mais descontraído. “Tóquio tem muitos parques e, nas duas temporadas que passei lá, era inverno. As crianças faziam esculturas lindas no gelo. Tirei milhões de fotos disso e de todos os lugares em que eu estive para guardar como recordação!”