AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e
gramática inspiradas na ACF-1995
LIVRO DO GÊNESIS
Capítulos 31-40
Capítulo 31
1 Então
Jacó ouvia as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem
tomado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai fez ele toda
esta glória {*}. {* Na sua 1a. referência
(portanto, em todas as outras), "glória" significa riqueza}
2 Viu também
Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele
como anteriormente.
3 E disse
o SENHOR a Jacó: Torna-te à terra dos teus pais, e à
tua parentela, e eu serei contigo.
4 Então
Jacó enviou (mensageiros) e chamou a Raquel e a Lia ao campo, para junto do seu
rebanho,
5 E disse-lhes:
Vejo que o rosto de vosso pai não é para comigo como anteriormente;
porém o Deus de meu pai tem estado comigo;
6 E vós
mesmas sabeis que com todo o meu esforço tenho servido a vosso pai;
7 Mas vosso
pai me enganou e mudou o meu salário dez vezes; porém Deus não
lhe permitiu que me fizesse mal.
8 Quando ele
dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então
todos os rebanhos davam à luz salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados
serão o teu salário, então todos os rebanhos davam
à luz listrados.
9 Assim Deus
tirou o gado de vosso pai, e deu-o a mim.
10 E sucedeu
que, ao tempo em que o rebanho concebia, eu levantei os meus olhos e vi
em sonhos, e eis que os
carneiros, que cobriam as ovelhas, eram listrados,
salpicados e malhados.
11 E disse-me
o Anjo de Deus em um sonho: Jacó! E eu disse: Eis-me
aqui.
12 E disse
Ele: Levanta agora os teus olhos e vê todos os
carneiros que cobrem o
rebanho, que são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto
tudo o que Labão te está fazendo.
13 Eu sou
o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde Me
votaste um voto;
levanta-te agora, sai-te desta terra e torna-te à terra da tua parentela.
14 Então
responderam Raquel e Lia e disseram-lhe: Há ainda para nós
parte ou herança na casa de nosso pai?
15 Não
nos considera ele como estrangeiras? Pois vendeu-nos, e
devorou todo o nosso
dinheiro.
16 Porque
toda a riqueza, que Deus tirou de nosso pai, é nossa e de nossos
filhos; agora, pois, faze tudo o que Deus te mandou.
17 Então
se levantou Jacó, e pôs os seus filhos e as suas esposas sobre
os camelos;
18 E levou
todo o seu gado, e todos os seus bens, que havia adquirido, o gado que
possuía, que alcançara em Padã-Arã, para ir a Isaque,
seu pai, à terra de Canaã.
19 E havendo
Labão ido a tosquiar as suas ovelhas, furtou Raquel os ídolos
<terafins> {*} que seu pai tinha.
{* Jacó desconhecia a presença dos ídolos
31:35-39; depois, condenou-os 35:2-4}
20 E Jacó
esquivou-se do conhecimento de Labão, o arameu, porque não lhe declarou que fugia.
21 E fugiu
ele com tudo o que tinha, e levantou-se e passou o rio; e
colocou o seu rosto em direção à montanha de Gileade.
22 E no terceiro
dia foi anunciado a Labão que Jacó tinha fugido.
23 Então
tomou consigo os seus irmãos, e perseguiu atrás dele sete
dias de jornada; e alcançou-o na montanha de Gileade.
24 Veio, porém,
Deus a Labão, o arameu, em um sonho, de noite, e disse-lhe: Guarda-te,
que não fales com Jacó nem bem nem mal.
25 Alcançou,
pois, Labão a Jacó, e armara Jacó a sua tenda naquela
montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua,
na montanha de Gileade.
26 Então
disse Labão a Jacó: Que fizeste, que te esquivaste do meu
conhecimento e levaste
as minhas filhas como cativas tomadas pela espada?
27 Por que
fugiste ocultamente, e te esquivaste de mim, e não me declaraste, para que
eu te enviasse com alegria, e com cânticos, e com tamboril e com
harpa?
28 Também
não me permitiste beijar os meus filhos e as minhas filhas. Loucamente
agiste, agora, ao fazer assim.
29 Poder havia
em minha mão para vos fazer mal, mas o Deus de vosso pai me falou
ontem à noite, dizendo: Guarda-te, que não fales com Jacó
nem bem nem mal.
30 E agora
se querias ir embora, porquanto tinhas saudades de
voltar à casa
de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
31 Então
respondeu Jacó, e disse a Labão: Porque temia; pois que dizia
comigo, se porventura não me arrebatarias as tuas filhas.
32 Com quem
achares os teus deuses, esse não viva; reconhece diante de nossos
irmãos o que é teu do que está comigo, e toma-o para
ti. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
33 Então
entrou Labão na tenda de Jacó, e na tenda de Lia, e na tenda
de ambas as servas, e não os achou; e, tendo saído da tenda de Lia, entrou
na tenda de Raquel.
34 Mas tinha
tomado Raquel os ídolos e os tinha posto na albarda {*} de um camelo,
e assentara-se sobre eles; e apalpou Labão toda a tenda, e não
os achou. {* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha,
para bestas de carga}
35 E ela disse
a seu pai: Não se acenda a ira aos olhos de meu senhor, que não
posso levantar-me diante da tua face; porquanto tenho o costume das mulheres.
E ele procurou, mas não achou os ídolos.
36 Então
irou-se Jacó e contendeu com Labão; e respondeu Jacó,
e disse a Labão: Qual é a minha transgressão? Qual é
o meu pecado, que tão furiosamente tens perseguido
atrás de mim.?
37 Havendo
apalpado todos os meus utensílios, que achaste de todos os
utensílios
de tua casa? Põe-no aqui diante dos meus irmãos e de teus irmãos;
e que julguem entre nós ambos.
38 Estes vinte
anos eu estive contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram,
e não comi os carneiros do teu rebanho.
39 Não
te trouxe eu o despedaçado pelas feras; eu pagava
pela sua perda; o furtado de dia e o furtado
de noite da minha mão o requerias.
40 Estava
eu assim: De dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o meu sono
fugiu dos meus olhos.
41 Tenho estado
agora vinte anos na tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas,
e seis anos por teu rebanho; mas o meu salário tens mudado dez vezes.
42 Se o Deus
de meu pai, o Deus de Abraão e o temor de Isaque não fora comigo,
por certo me despedirias agora vazio. Deus atentou à minha aflição,
e ao trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem à noite.
43 Então
respondeu Labão, e disse a Jacó: Estas filhas são minhas
filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é o
meu rebanho, e tudo o que vês, é meu; e que farei hoje a estas
minhas filhas, ou a seus filhos, que deram à luz?
44 Agora pois
vem, e façamos aliança eu e tu, que seja por testemunho entre
mim e ti.
45 Então
tomou Jacó uma pedra, e erigiu-a por coluna.
46 E disse
Jacó a seus irmãos: Ajuntai pedras. E tomaram pedras, e fizeram
um montão, e comeram ali sobre aquele montão.
47 E chamou-o
Labão Jegar-Saaduta <"Montão do Testemunho",
em arameano>; porém Jacó chamou-o Galeede
<Idem, em hebraico>.
48 Então
disse Labão: Este montão seja hoje por testemunha entre mim e
ti. Por isso se chamou o seu nome Galeede,
49 E Mispá <Torre de Vigia>,
porquanto disse: Atente o SENHOR entre mim e ti, quando nós estivermos
apartados um do outro.
50 Se afligires
as minhas filhas, e se tomares esposas além das minhas filhas,
ninguém está conosco; atenta que Deus é testemunha
entre mim e ti.
51 Disse mais
Labão a Jacó: Eis aqui este mesmo montão, e eis aqui essa
coluna que levantei entre mim e ti.
52 Este montão
seja testemunha, e esta coluna seja testemunha, que eu não passarei
este montão a ti, e que tu não passarás este montão
e esta coluna a mim, para mal.
53 O Deus
de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai
deles, julgue entre nós.
E jurou Jacó pelo temor de seu pai Isaque.
54 E sacrificou
Jacó um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos,
para comer pão; e comeram pão e passaram a noite na montanha.
55 E levantou-se
Labão ao alvorecer de madrugada, e beijou seus filhos e suas filhas
e abençoou-os e Labão partiu; e voltou ao seu lugar.
Capítulo 32
1 Jacó
também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus.
2 E Jacó
disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou
aquele lugar Maanaim <Dois Exércitos, ou Dois
Bandos>.
3 E enviou
Jacó mensageiros adiante de si a Esaú, seu irmão, à
terra de Seir, território de Edom.
4 E ordenou-lhes,
dizendo: Assim direis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó,
teu servo: Como peregrino morei com Labão, e me detive lá até
agora;
5 E tenho
bois e jumentos, ovelhas, e servos e servas; e enviei para o anunciar a
meu senhor, para que ache graça em teus olhos.
6 E os mensageiros
voltaram a Jacó, dizendo: Fomos a teu irmão Esaú; e
também ele vem para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.
7 Então
Jacó temeu muito e angustiou-se; e repartiu o povo que com ele estava,
e as ovelhas, e as vacas, e os camelos, em dois bandos.
8 Porque dizia:
Se Esaú vier a um bando e o ferir, escapará o outro bando
que sobrar.
9 Disse mais
Jacó: Deus de meu pai Abraão, e Deus de meu pai Isaque, o SENHOR,
que me disseste: Torna-te à tua terra, e a tua parentela, e far-te-ei
bem;
10 Menor sou
eu que todas as beneficências, e que toda a fidelidade que fizeste
ao teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão, e agora me
tornei em dois bandos.
11 Livra-me,
peço-Te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú;
porque eu o temo; porventura não venha, e me fira, e a mãe com
os filhos.
12 E Tu o
disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua semente
como
a areia do mar, que pela multidão não se pode contar.
13 E passou
ali aquela noite; e tomou do que lhe veio à sua mão, um presente
para seu irmão Esaú:
14 Duzentas
cabras e vinte bodes; duzentas ovelhas e vinte carneiros;
15 Trinta
camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez novilhos; vinte jumentas
e dez jumentinhos;
16 E deu-os
na mão dos seus servos, cada rebanho à parte, e disse a seus
servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre rebanho e rebanho.
17 E ordenou
ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar,
e te perguntar, dizendo: De quem és, e para onde vais, e de quem
são estes diante de ti?
18 Então
dirás: são de teu servo Jacó, presente que envia a meu
senhor, a Esaú; e eis que ele mesmo vem também atrás
de nós.
19 E assim ordenou
também ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás
dos rebanhos, dizendo: Conforme a esta mesma palavra falareis a Esaú,
quando o achardes.
20 E direis
também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós.
Porque dizia: Eu o aplacarei com o presente, que vai adiante de mim, e
depois verei a sua face; porventura ele me aceitará.
21 Assim,
passou o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite
no acampamento.
22 E levantou-se
aquela mesma noite, e tomou as suas duas esposas, e as suas duas servas,
e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque.
23 E tomou-os
e fê-los atravessar o ribeiro; e
fez tudo o que tinha atravessá-lo.
24 Jacó,
porém, ficou só; e ali lutou com ele um
Varão, até a aurora subir.
25 E, tendo Este
visto que não prevalecia contra ele, tocou a juntura de sua coxa, e
se deslocou a juntura da coxa de Jacó, ao lutar com Ele.
26 E o Varão disse:
Deixa-Me ir, porque já a aurora subiu. Porém ele disse: Não
Te deixarei ir, se não me abençoares.
27 E disse-lhe:
Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó.
28 Então
o Varão disse:
Teu nome não mais
será chamado Jacó, mas Israel
<Aquele que luta com Deus>; pois como
príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.
29 E Jacó
Lhe perguntou, e disse:
Dize-me, peço-Te, o
Teu nome.
E disse: Por que perguntas pelo Meu nome? E abençoou-o ali.
30 E chamou
Jacó o nome daquele lugar Peniel <Face de
Deus>, porque dizia: Tenho visto a Deus
face a face, e a minha vida está preservada.
31 E saiu-lhe
o sol, quando atravessava Peniel; e manquejava da sua coxa.
32 Por isso
os filhos de Israel não comem o nervo encolhido, que está sobre
a juntura da coxa, até este dia de hoje; porquanto
o Varão tocara a juntura
da coxa de Jacó no nervo encolhido.
Capítulo 33
1 E levantou
Jacó os seus olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos
homens com ele. Então repartiu os filhos entre Lia, e Raquel, e as
duas servas.
2 E pôs
as servas e seus filhos na frente, e a Lia e seus filhos atrás;
porém a Raquel e José por últimos.
3 E ele mesmo
passou adiante deles e inclinou-se à terra sete vezes, até
que chegou a seu irmão.
4 Então
Esaú correu a encontrá-lo, e abraçou-o, e lançou-se
sobre o seu pescoço, e beijou-o; e choraram.
5 Depois levantou
os seus olhos, e viu as mulheres, e os meninos, e disse: Quem são
estes contigo? E ele disse: Os filhos que Deus graciosamente tem dado a
teu servo.
6 Então
chegaram as servas; elas e os seus filhos, e inclinaram-se.
7 E chegou
também Lia com seus filhos, e inclinaram-se; e depois chegou José
e Raquel e inclinaram-se.
8 E disse
Esaú: Que intencionas tu com todo este
rebanho que já tenho encontrado? E ele
disse: Achar graça aos olhos de meu senhor.
9 Mas Esaú
disse: Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens.
10 Então
disse Jacó: Não, se agora tenho achado graça em teus
olhos, peço-te que tomes o meu presente da minha mão; porquanto
tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tomaste
contentamento em mim.
11 Recebe, peço-te,
a minha bênção, que te foi trazida; porque Deus tem sido
gracioso para comigo; e porque tenho de tudo. E instou com ele, até que
a
tomou.
12 E Esaú disse:
Partamos e caminhemos, e eu irei adiante de ti.
13 Porém
Jacó lhe disse: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que
tenho comigo ovelhas e vacas que amamentam; se as afadigarem somente um dia,
todo o rebanho morrerá.
14 Ora passe
o meu senhor, rogo-te, adiante de seu servo; e eu irei
guiando gentilmente conforme o passo
do trabalho do gado
que está diante de mim e conforme o passo dos meninos,
até que chegue a meu senhor em Seir.
15 E Esaú
disse: Permite então que eu deixe contigo alguns da minha gente. E
ele disse: Para que é isso? Basta que ache graça aos olhos
de meu senhor.
16 Assim voltou
Esaú aquele dia pelo seu caminho a Seir.
17 Jacó,
porém, partiu para Sucote e edificou para si uma casa; e fez cabanas
de ramos
para o seu gado; por isso o nome daquele lugar
é chamado Sucote
<Em Paz>.
18 E chegou
Jacó salvo à Salém, cidade de Siquém, que está
na terra de Canaã, quando vinha de Padã-Arã; e armou a sua
tenda diante da cidade.
19 E comprou
uma parte do campo em que estendera a sua tenda, da mão dos filhos
de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro. {* Abraão comprou dois sepulcros, ver nota
At 7:15-16}
20 E levantou
ali um altar, e chamou-lhe: Deus, o Deus de Israel.
Capítulo 34
1 E saiu Diná,
filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da terra.
2 E Siquém,
filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e tomou-a,
e deitou-se com ela, e humilhou-a.
3 E apegou-se
a sua alma a Diná, filha de Jacó, e amou a moça
e falou afetuosamente ao coração da moça moça.
4 Falou também
Siquém a Hamor, seu pai, dizendo: Toma-me esta moça por esposa.
5 Quando Jacó
ouviu que Diná, sua filha, fora contaminada, estavam os seus filhos
no campo com o gado; e calou-se Jacó até que viessem.
6 E saiu Hamor,
pai de Siquém, a Jacó, para falar com ele.
7 E vieram
os filhos de Jacó do campo; e,
tendo ouvido isso (que
tinha acontecido), entristeceram-se os
homens, e iraram-se muito, porquanto Siquém cometera uma
vil- loucura
em Israel, deitando-se com a filha de Jacó; o que não se devia
fazer.
8 Então
falou Hamor com eles, dizendo: A alma de Siquém, meu filho, está
enamorada da vossa filha; dai-lha, peço-vos, por esposa;
9
Fazei-vos genros- e- noras nossos, dai-nos as vossas filhas, e tomai as nossas filhas para vós;
10 E habitareis
conosco; e a terra estará diante de vós; habitai e negociai
nela, e tomai vossas possessões nela.
11 E disse
Siquém ao pai dela, e aos irmãos dela: Ache eu graça
em vossos olhos, e darei o que me disserdes;
12 Aumentai
muito sobre mim o dote e a dádiva e darei o que me disserdes;
porém dai-me
a moça por esposa.
13 Então
os filhos de Jacó responderam a Siquém e a Hamor, seu pai, enganosamente
(porquanto havia contaminado a Diná, sua irmã) e
falaram
14 E disseram-lhes:
Não podemos fazer isso, dar a nossa irmã a um homem não
circuncidado; porque isso seria uma vergonha para nós;
15 Nisso,
porém, consentiremos a vós: se fordes como nós; que
seja circuncidado todo o
macho entre vós;
16 Então
dar-vos-emos as nossas filhas, e tomaremos nós as vossas filhas,
e habitaremos convosco, e seremos um povo;
17 Mas se
não nos atenderdes, e não vos circuncidardes, tomaremos a nossa
filha e ir-nos-emos.
18 E suas
palavras foram boas aos olhos de Hamor, e aos olhos de Siquém, filho
de Hamor.
19 E não
tardou o jovem em fazer isto; porque a filha de Jacó lhe contentava;
e ele era o mais honrado de toda a casa de seu pai.
20 Veio, pois,
Hamor e Siquém, seu filho, à porta da sua cidade, e falaram
aos homens da sua cidade, dizendo:
21 Estes homens
são pacíficos conosco; portanto, habitem nesta terra,
e negociem nela; eis que a terra é larga de espaço
para eles; tomemos nós as suas filhas por esposas, e lhes
demos
as nossas filhas.
22 Nisto,
porém, consentirão aqueles homens, em habitar conosco, para
que sejamos um povo, se todo o macho entre nós for
circuncidado, como
eles são circuncidados.
23 E seu gado,
as suas possessões, e todos os seus animais não serão nossos?
Apenas precisamos consentir com eles e habitarão conosco.
24 E deram
ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam
da porta da cidade; e foi circuncidado todo o macho, de todos os que saíam
pela porta da sua cidade.
25 E aconteceu
que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, os dois filhos
de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram
cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todos
os machos.
26 Mataram
também ao fio da espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e
tomaram a Diná da casa de Siquém, e saíram.
27 Vieram
os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto
haviam contaminado
a sua irmã.
28 As suas
ovelhas, e as suas vacas, e os seus jumentos, e o que havia na cidade e
no campo, tomaram.
29 E todos
os seus bens, e todos os seus meninos, e as suas esposas, levaram
cativos,
e saquearam tudo o que havia em casa.
30 Então
disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me turbado, fazendo-me
cheirar mal entre os habitantes desta terra, entre os cananeus e perizeus;
tendo eu pouco povo em número, eles ajuntar-se-ão
contra mim e me ferirão, e serei
destruído, eu e minha casa.
31 E eles
disseram: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?
Capítulo 35
1 Depois disse
Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali; e faze ali
um altar ao Deus que te apareceu, quando fugiste da face de Esaú
teu irmão.
2 Então
disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele
estavam: Tirai os deuses estrangeiros, que há no meio de vós,
e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
3 E levantemo-nos,
e subamos a Betel; e ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia
da minha angústia, e que foi comigo no caminho que tenho andado.
4 Então
deram a Jacó todos os deuses estrangeiros, que tinham em suas mãos,
e todas as suas
argolas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo
do carvalho que está junto a Siquém.
5 E partiram;
e o terror de Deus foi sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não
perseguiram após os filhos de Jacó.
6 Assim chegou
Jacó a Luz, que está na terra de Canaã (esta é
Betel), ele e todo o povo que com ele havia.
7 E edificou
ali um altar, e chamou aquele lugar El-Betel
<o Deus de Betel>; porquanto Deus ali se lhe
tinha manifestado, quando fugia da face de seu irmão.
8 E morreu
Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel,
debaixo de um carvalho, e
Jacó chamou o seu nome Alom-Bacute
<O Carvalho de Pranto>.
9 Ao sair Jacó de Padã-Arã, outra vez lhe
apareceu Deus e o abençoou.
10 E disse-lhe
Deus: O teu nome é Jacó; o
teu nome não mais será
chamado
Jacó, mas Israel será o teu nome. E chamou
o seu nome Israel.
11 Disse-lhe
mais Deus: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma
nação, sim, uma multidão de nações sairá
de ti, e reis procederão dos teus lombos;
12 E te darei
a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque. Sim, à tua
semente depois de ti darei a terra.
13 E Deus
subiu dele, do lugar onde falara com ele.
14 E Jacó
erigiu uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra;
e derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite.
15 E chamou
Jacó
o nome daquele lugar, onde Deus falara com ele, Betel.
16 E partiram
de Betel; e havia ainda uma pequena extensão de terra para chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e seu dar à luz lhe foi
trabalhoso.
17 E aconteceu
que, tendo ela trabalho em dar à luz, lhe disse a parteira: Não temas,
porque também este filho terás.
18 E aconteceu
que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), ela chamou
o seu nome Benoni
<Filho de Minha Dor>; mas seu pai
chamou-lhe Benjamim <Filho da Mão Direita>.
19 Assim morreu
Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; a qual é Belém.
20 E Jacó
pôs uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da
sepultura de Raquel até este dia de hoje.
21 Então
partiu Israel, e estendeu a sua tenda além da torre de
Eder.
22 E aconteceu
que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila,
concubina de seu pai; e isto chegou aos ouvidos de Israel. E eram doze os filhos de Jacó.
23 Os filhos
de Lia: Rúben, o primogênito de Jacó, depois Simeão
e Levi, e Judá, e Issacar e Zebulom;
24 Os filhos
de Raquel: José e Benjamim;
25 E os filhos
de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;
26 E os filhos
de Zilpa, serva de Lia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó,
que lhe nasceram em Padã-Arã.
27 E Jacó
veio a seu pai Isaque, a Manre, à cidade de Arba (que é Hebrom),
onde peregrinaram Abraão e Isaque.
28 E foram
os dias de Isaque cento e oitenta anos.
29 E Isaque
expirou, e morreu, e foi recolhido ao seu povo, velho e
pleno- satisfeito de dias;
e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
Capítulo 36
1 E estas são
as gerações de Esaú (que é Edom).
2 Esaú
tomou suas esposas dentre as filhas de Canaã: a Ada, filha de Elom, heteu,
e a Aolibama, filha de Aná,
filha de Zibeão, heveu.
3 E a Basemate,
filha de Ismael, irmã de Nebaiote.
4 E Ada deu á luz,
de Esaú, a Elifaz; e Basemate deu à luz a Reuel;
5 E Aolibama
deu à luz Jeús, Jalão e Coré; estes são
os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã.
6 E Esaú
tomou suas esposas, e seus filhos, e suas filhas, e todas as almas de
sua casa, e seu gado, e todos os seus animais, e todos os seus bens, que
havia adquirido na terra de Canaã; e foi para outra terra apartando-se
de Jacó, seu irmão;
7 Porque os
bens deles eram muitos para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações
não os podia sustentar por causa do gado deles.
8 Portanto,
Esaú habitou na montanha de Seir; Esaú é Edom.
9 Estas, pois,
são as gerações de Esaú, o pai dos edomeus, na montanha
de Seir.
10 Estes são
os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, esposa de Esaú;
Reuel, filho de Basemate, esposa de Esaú.
11 E os filhos
de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefó, Gaetã e Quenaz.
12 E Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e
ela deu à luz, de Elifaz, a Amaleque.
Estes são os filhos de Ada, esposa de Esaú.
13 E estes
foram os filhos de Reuel: Naate, Zerá, Samá e Mizá;
estes foram os filhos de Basemate, esposa de Esaú.
14 E estes
foram os filhos de Aolibama, esposa de Esaú
e filha de Aná,
filha de Zibeão; ela teve de Esaú: Jeús, Jalão
e Coré.
15 Estes são
os príncipes dos filhos de Esaú: os filhos de Elifaz, o primogênito
de Esaú: o príncipe Temã, o príncipe Omar, o
príncipe Zefó, o príncipe Quenaz.
16 O príncipe
Coré, o príncipe Gaetã, o príncipe Amaleque;
estes são os príncipes de Elifaz na terra de Edom; estes são
os filhos de Ada.
17 E estes
são os filhos de Reuel,
filho de Esaú: o príncipe Naate,
o príncipe Zerá, o príncipe Samá, o príncipe
Mizá; estes são os príncipes de Reuel, na terra de Edom;
estes são os filhos de Basemate, esposa de Esaú.
18 E estes
são os filhos de Aolibama, esposa de Esaú: o príncipe
Jeús, o príncipe Jalão, o príncipe Coré;
estes são os príncipes de Aolibama, filha de
Aná
e esposa
de Esaú.
19 Estes são
os filhos de Esaú, e estes são seus príncipes: Ele é
Edom.
20 Estes são
os filhos de Seir, o horeu,
que habitavam naquela terra: Lotã, Sobal, Zibeão
{*}
e Aná, {* Este Zibeão, horeu, é diferente daquele de vs.2,
14}
21 Disom,
Eser e Disã; estes são os príncipes dos horeus, filhos
de Seir, na terra de Edom.
22 E os filhos
de Lotã foram Hori e Homã; e a irmã de Lotã era Timna.
23 Estes são
os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefó e Onã.
24 E estes
são os filhos de Zibeão: Aiá e Aná; este é
o Aná {*} que achou as
mulas no deserto, quando apascentava
os jumentos de Zibeão, seu pai. {* Este Aná, horeu, é
diferente da Aná de vs. 2, 14,18}
25 E estes
são os filhos de Aná: Disom e Aolibama, a filha de Aná.
26 E estes
são os filhos de Disã: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
27 Estes são
os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.
28 Estes são
os filhos de Disã: Uz e Arã.
29 Estes são
os príncipes dos horeus: o príncipe Lotã, o príncipe
Sobal, o príncipe Zibeão, o príncipe Aná.
30 O príncipe
Disom, o príncipe Eser, o príncipe Disã: estes são
os príncipes dos horeus segundo os seus principados na terra de
Seir.
31 E estes
são os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei
algum sobre os filhos de Israel.
32 Em Edom reinou Belá, filho de Beor, e o nome da sua cidade foi Dinabá.
33 E morreu
Belá; e Jobabe, filho de Zerá, de Bozra, reinou em seu lugar.
34 E morreu
Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar.
35 E morreu
Husão, e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, o que feriu
a Midiã, no campo de Moabe; e o nome da sua cidade foi Avite.
36 E morreu
Hadade; e Samlá de Masreca reinou em seu lugar.
37 E morreu
Samlá; e Saul de Reobote, junto ao rio, reinou em seu lugar.
38 E morreu
Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar.
39 E morreu
Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar, e o nome de
sua cidade foi Pau; e o nome de sua esposa
foi Meetabel, filha de Matrede,
filha de Me-Zaabe.
40 E estes
são os nomes dos príncipes de Esaú, segundo as suas
famílias, segundo os seus lugares, com os seus nomes: o príncipe Timna, o príncipe Alva, o príncipe Jetete,
41 O príncipe
Aolibama, o príncipe Ela, o príncipe Pinom,
42 O príncipe
Quenaz, o príncipe Temã, o príncipe Mibzar,
43 O príncipe
Magdiel, o príncipe Irã: estes são os príncipes
de Edom, segundo as suas habitações, na terra da possessão
deles.
Este é Esaú, pai dos edomeus.
Capítulo 37
1 E Jacó
habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de
Canaã.
2 Estas são
as gerações de Jacó. José, um filho de dezessete
anos, apascentava as ovelhas com seus irmãos; e este jovem, andava
com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, esposas de seu pai; e
José trazia más notícias deles a seu pai.
3 E Israel
amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era
o filho
da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de muitas cores.
4 Vendo, pois,
seus irmãos que o pai deles
o amava mais do que a todos os irmãos dele, odiaram-no,
e não podiam falar com ele pacificamente.
5 Sonhou José
um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
6 E disse-lhes:
Ouvi, peço-vos, este sonho, que tenho sonhado:
7 Eis que
estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho
se levantava, e também ficava em pé, e eis que os vossos
molhos o rodeavam, e se prostravam- em- reverência ao meu molho.
8 Então
lhe disseram seus irmãos: Tu, pois, deveras reinarás sobre
nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por
isso ainda mais o odiavam por seus sonhos e por suas palavras.
9 E sonhou
José
outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que
sonhei ainda
outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se
prostravam- em- reverência a
mim.
10 E, enquanto ele contava isto a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que
sonho é este que sonhaste? Porventura viremos, eu e tua mãe,
e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra?
11 Seus irmãos,
pois, tinham ciúmes dele; seu pai porém guardava esta
palavra no
seu coração.
12 E seus
irmãos foram apascentar o rebanho do pai
deles, junto de Siquém.
13 Disse,
pois, Israel a José: Não apascentam os teus irmãos junto
de Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. E ele respondeu: Eis-me aqui.
14 E ele lhe
disse: Ora vai, vê se vão bem teus irmãos, e
bem os rebanho, e retorna-me
palavra. Assim o enviou do vale de Hebrom, e
ele foi
a Siquém.
15 E achou-o
um homem, porque eis que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe o homem,
dizendo: Que procuras?
16 E ele disse:
Procuro meus irmãos; dize-me, peço-te, onde eles apascentam.
17 E disse
aquele homem: Foram-se daqui; porque ouvi-os dizer: Vamos a Dotã.
José, pois, seguiu atrás de seus irmãos, e achou-os
em Dotã.
18 E viram-no
de longe e, antes que chegasse a eles, conspiraram contra ele para o matarem.
19 E disseram
um ao outro: Eis lá vem o sonhador-mor!
20 Vinde,
pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e diremos: Um
animal maligno o comeu; e veremos que será dos seus sonhos.
21 E Rúben, em ouvindo isto, livrou-o das mãos
deles. Ele disse: Não lhe tiremos
a vida.
22 Também
lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta
cova, que está no deserto, e não lanceis mãos sobre
ele; isto
disse para livrá-lo das mãos deles e para o restituir ao
seu pai.
23 E aconteceu
que, tendo José chegado a seus irmãos, despiram José da
sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia.
24 E tomaram-no,
e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não
havia água nela.
25 Depois,
assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam,
e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos
traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao
Egito.
26 Então
Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que
matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue?
27 Vinde e
vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele;
porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos
o atenderam.
28 Passando,
pois, os mercadores midianitas, puxaram e alçaram a José
da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas,
os quais levaram José ao Egito.
29 Voltando,
pois, Rúben à cova, eis que José não estava na
cova; então rasgou as suas vestes.
30 E voltou
a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu aonde irei?
31 Então
tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito
tirado das cabras, e
imergiram
a túnica no sangue.
32 E enviaram
a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai,
e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será
ou não a túnica de teu filho.
33 E ele a reconheceu,
e disse: É a túnica de meu filho; uma animal
maligno o comeu; certamente
José foi despedaçado.
34 Então
Jacó rasgou as suas vestes, pôs pano de saco sobre os seus lombos
e chorou- lamentando a seu filho muitos dias.
35 E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o
consolarem; recusou porém ser consolado, e disse: Porquanto
com choro (como em luto) hei de descer
ao meu filho até à sepultura. Assim o chorou seu pai.
36 E os midianitas
venderam-no no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da
guarda.
Capítulo 38
1 E aconteceu
no mesmo tempo que Judá desceu de entre seus irmãos e
virou-se para a casa de um homem de Adulão, cujo nome era Hira,
2 E viu Judá
ali a filha de um homem cananeu, cujo nome era Sua; e tomou-a por esposa,
e entrou a ela.
3 E ela concebeu e deu à luz um filho, e Judá
chamou o
seu nome Er.
4 E tornou
a conceber e deu à luz um filho, e ela chamou
o seu nome Onã.
5 E ela concebeu novamente e deu à luz
um filho, e chamou
o seu nome Selá;
e Judá
estava em Quezibe, quando ela o deu à luz.
6 Judá,
pois, tomou uma esposa para Er, o seu primogênito, e o seu nome era
Tamar.
7 Er, porém,
o primogênito de Judá, era mau aos olhos do SENHOR, por isso
o SENHOR o fez morrer.
8 Então
disse Judá a Onã: Entra à esposa do teu irmão, e casa-te
com ela, e suscita
semente a teu irmão.
9 Onã,
porém, sabia que esta
semente não havia de ser para
ele; e aconteceu que, quando entrava à esposa de seu irmão, derramava
o sêmen sobre a terra, para não dar
semente a seu irmão.
10 E o que
fazia era mau aos olhos do SENHOR, pelo que também o
fez morrer.
11 Então
disse Judá a Tamar sua nora: Permanece viúva na casa de teu
pai, até que Selá, meu filho, seja grande. Porquanto disse:
Para que porventura não morra também este, como seus irmãos.
Assim se foi Tamar e habitou na casa de seu pai.
12 Passando-se
pois muitos dias, morreu a filha de Sua, esposa de Judá; e depois
de consolado Judá subiu aos tosquiadores das suas ovelhas em Timna,
ele e Hira, seu amigo, o adulamita.
13 E deram
aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as
suas ovelhas.
14 Então
ela tirou de sobre si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu,
e envolveu-se, e assentou-se
num lugar aberto que
está
no caminho de Timna, porque via que Selá já era grande, e
ela não lhe fora dada por esposa.
15 E vendo-a
Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu
rosto.
16 E dirigiu-se
a ela no caminho, e disse: Vem, peço-te, deixa-me entrar a
ti. Porquanto
não sabia que era sua nora. E ela disse: Que me
darás, para que
entres a mim?
17 E ele disse:
Eu te enviarei um cabrito do rebanho. E ela disse: Dar-me-ás penhor
até que o envies?
18 Então
ele disse: Que penhor é que te darei? E ela disse: O teu selo, e
os teus
braceletes, e o cajado que está em tua mão. O que ele
lhe deu, e entrou a ela, e ela concebeu dele.
19 E ela se
levantou, e se foi e tirou de sobre si o seu véu, e vestiu os vestidos
da sua viuvez.
20 E Judá
enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para
receber o seu penhor
da mão da mulher; porém este não a achou.
21 E perguntou
aos homens daquele lugar, dizendo: Onde está a prostituta que estava
abertamente junto ao caminho? E disseram: Aqui não esteve
prostituta alguma.
22 E voltou
a Judá e disse: Não a achei; e também disseram os homens
daquele lugar: Aqui não esteve prostituta alguma.
23 Então
disse Judá: Deixa-a ficar com o penhor, para que porventura não
caiamos em opróbrio; eis que tenho enviado este cabrito; mas tu não
a achaste.
24 E aconteceu
que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo:
Tamar, tua nora, se prostituiu, e eis que está grávida da
prostituição.
Então disse Judá: Tirai-a fora para que seja queimada.
25 Quando ela foi tirada
fora, ela mandou dizer a seu sogro: Do homem de quem são estas coisas
eu concebi. E ela disse mais: Conhece, peço-te, de quem é
este selo, e estes braceletes, e este cajado.
26 E reconheceu-os
Judá e disse: Mais justa é ela do que eu, porquanto não
a tenho dado a Selá meu filho. E nunca mais a conheceu.
27 E aconteceu
ao tempo de seu trabalho de parto, que havia gêmeos em seu ventre;
28 E sucedeu
que, estando ela em trabalho de parto, um pôs fora a sua mão, e a parteira
tomou-a, e atou em sua mão um fio de escarlata, dizendo: Este saiu primeiro.
29 Mas aconteceu
que, tornando ele a recolher a sua mão, eis que saiu o seu irmão,
e ela disse: Como tu tens rompido, sobre ti seja
esta rotura. E chamaram
o seu nome Perez.
30 E depois
saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio
de escarlata; e chamaram
o seu nome Zerá.
Capítulo 39
1 E José
foi levado ao Egito, e Potifar, um oficial de Faraó, capitão da
guarda, homem egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que
o tinham levado lá.
2 E o SENHOR
estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de
seu senhor egípcio.
3 Vendo, pois,
o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava
em sua mão,
4 José
achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs por
supervisor sobre
a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.
5 E aconteceu
que, desde que o pusera por supervisor sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR
abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção
do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo.
6 E deixou
tudo o que tinha na mão de José, de maneira que nada sabia
do que estava com ele, a não ser do pão que comia. E José
era formoso de porte, e de semblante.
7 E aconteceu
depois destas coisas que a esposa do seu senhor pôs os seus olhos
em José, e disse: Deita-te comigo.
8 Porém
ele recusou, e disse à esposa do seu senhor: Eis que o meu senhor
não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão
tudo o que tem;
9 Ninguém
há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão
a ti, porquanto tu és sua esposa; como pois faria eu tamanha maldade,
e pecaria contra Deus?
10 E aconteceu
que, ao falar ela dia a dia a José, e não lhe
tendo ele dado ouvidos,
para deitar-se com ela, ou
estar com ela,
11 Sucedeu
num certo dia que José
entrou na casa para fazer seu serviço;
e nenhum dos
homens da casa estava ali;
12 E ela lhe
pegou pela roupa dele, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa
na mão dela, e fugiu, e saiu para fora.
13 E aconteceu
que, ao ver ela que ele deixara a sua roupa
na mão dela, e fugira para fora,
14 Chamou
os homens de sua casa, e falou-lhes, dizendo: Vede,
meu marido trouxe-nos
um homem hebreu para escarnecer de nós; veio a mim para deitar-se
comigo, e eu gritei com grande voz;
15 E aconteceu
que, ao ouvir ele que eu levantava a minha voz e gritava, deixou a sua roupa
comigo, e fugiu, e saiu para fora.
16 E ela pôs
a roupa dele perto de si, até que o seu senhor voltou à sua
casa.
17 Então
falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu,
que nos trouxeste, veio a mim para escarnecer de mim;
18 E aconteceu
que, ao levantar eu a minha voz e
gritar, ele deixou a sua roupa comigo,
e fugiu para fora.
19 E aconteceu
que, tendo o senhor dele
ouvido as palavras de sua esposa, que lhe falava, dizendo:
Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo, a ira
dele se acendeu.
20 E o senhor
de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar
onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do
cárcere.
21 O SENHOR,
porém, estava com José, e estendeu sobre ele a Sua benignidade,
e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor da prisão.
22 E o carcereiro-mor da prisão entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa
do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali.
23 E o carcereiro-mor
da prisão não teve cuidado de nenhuma coisa que estava
debaixo da mão dele, porquanto
o SENHOR estava com ele, e o SENHOR fazia prosperar tudo o que
ele fazia .
Capítulo 40
1 E aconteceu,
depois destas coisas, que o copeiro do rei do Egito, e o seu padeiro, ofenderam
o seu senhor, o rei do Egito.
2 E indignou-se
Faraó muito contra os seus dois oficiais, contra o copeiro-mor e
contra o padeiro-mor.
3 E entregou-os
à prisão, na casa do capitão da guarda, na casa do cárcere,
no lugar onde José estava
preso.
4 E o capitão
da guarda pô-los a cargo de José, para que ele os servisse; e estiveram muitos dias na prisão.
5 E ambos
sonharam um sonho, cada um seu sonho, na mesma noite, cada um conforme a
interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do
Egito, que estavam presos na casa do cárcere.
6 E veio José
a eles ao alvorecer, e olhou para eles, e viu que estavam perturbados.
7 Então
perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere
da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão hoje tristes os vossos
semblantes?
8 E eles lhe
disseram: Sonhamos um sonho, e ninguém há que o interprete.
E José disse-lhes: Não pertencem
a Deus as interpretações? Contai-me
os sonhos, peço-vos.
9 Então
contou o copeiro-mor o seu sonho a José, e disse-lhe: Eis que em
meu sonho havia uma videira diante da minha face.
10 E na videira havia
três ramos de videira, e
ao brotar ela, as suas
flores saíam, e os seus
cachos amadureciam em uvas;
11 E o copo
de Faraó estava na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia
no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó.
12 Então
disse-lhe José: Esta é a interpretação disto: Os
três ramos de videira são três dias;
13 Dentro
ainda de três dias Faraó levantará a tua cabeça,
e te restaurará ao teu lugar, e darás o copo de Faraó
na mão dele, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.
14 Porém
lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão,
e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me
sair desta casa;
15 Porque,
de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito
para que me pusessem nesta masmorra.
16 Quando
o padeiro-mor viu que José tinha interpretado bem, disse a José: Eu também
vi em meu sonho, e eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça;
17 E no cesto
mais alto havia de todos os tipos de manjares, arte
de padeiro, para Faraó;
e as aves os comiam do cesto, de sobre a minha cabeça.
18 Então respondeu José, e disse: Esta é a interpretação
disto:
Os três cestos são três dias;
19 Dentro
ainda de três dias Faraó tirará fora a tua cabeça
e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre
ti.
20 E aconteceu
ao terceiro dia, o dia do aniversário de nascimento de Faraó, que fez um banquete
a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor, e a
cabeça do padeiro-mor, no meio dos seus servos.
21 E fez tornar
o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão
de Faraó.
22 Mas ao
padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado para
eles.
23 O copeiro-mor,
porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.