AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e
gramática inspiradas na ACF-1995
LIVRO DE
JUÍZES
Capítulos 12-21
Capítulo 12
1 Então
os homens de Efraim foram convocados, e passaram para o norte, e disseram
a Jefté: Por que atravessaste para combater contra os filhos de Amom, e
não nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a tua casa
sobre ti, com fogo.
2 E Jefté
lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom;
e chamei-vos, e não me livrastes das suas mãos;
3 E, vendo
eu que não me livráveis, pus a minha vida
em minhas próprias mãos, e passei contra
os filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mãos; por que, pois,
subistes vós hoje, para combater contra mim?
4 E ajuntou
Jefté a todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim; e
os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos
sois de Efraim, vós gileaditas que habitais
no meio de Efraim e
no meio de Manassés,
5 Porque tomaram
os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando
algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então
os
homens de
Gileade
perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não,
6 Então
lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque
não o podia pronunciar bem; então pegavam dele, e o
matavam
nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim, naquele tempo, quarenta e dois mil
homens.
7 E Jefté
julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi
sepultado em uma das cidades de Gileade.
8 E, depois
dele, julgou a Israel Ibzã de Belém.
9 E tinha
este trinta filhos, e trinta filhas que enviou para
(casar) fora; e trinta filhas trouxe
de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos.
10 Então
faleceu Ibzã, e foi sepultado em Belém.
11 E, depois
dele, julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos.
12 E faleceu
Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.
13 E, depois
dele, julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita.
14 E tinha
este quarenta filhos, e trinta
filhos de
filhos, que cavalgavam sobre setenta jumentos;
e julgou a Israel oito anos.
15 Então
faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita; e foi sepultado em Piratom,
na terra de Efraim, no monte dos amalequitas.
Capítulo 13
1 E os filhos
de Israel tornaram a fazer o que era mal aos olhos do SENHOR, e o SENHOR
os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.
2 E havia
um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo nome era Manoá;
e sua esposa, sendo estéril, não
dava filhos à luz.
3 E o Anjo
do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és
estéril, e nunca tens dado filhos à luz;
porém conceberás, e darás à luz um filho.
4 Agora, pois, guarda-te e não bebas vinho nem bebida forte, ou comer coisa imunda.
5 Porque eis
que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça
não passará navalha; porquanto o menino será nazireu
consagrado para Deus desde o ventre
(da sua mãe); e ele começará a livrar a Israel
da mão dos filisteus.
6 Então
a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a
mim, cuja aparência era semelhante
à aparência
do Anjo de Deus,
muito aterrorizadora;
e não Lhe perguntei donde era, nem Ele me disse o Seu nome.
7 Porém
disse-me: Eis que tu conceberás e darás à luz um filho; agora pois,
guarda-te e não bebas vinho nem bebida forte, e não comas coisa imunda;
porque o menino será nazireu consagrado para Deus, desde o ventre
(da sua mãe) até
ao dia da sua morte.
8 Então
Manoá suplicou ao SENHOR, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-Te que o homem
de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine
o que devemos fazer ao menino que há de nascer.
9 E Deus deu ouvidos à voz de Manoá; e o Anjo de Deus veio outra vez à
mulher,
quando ela estava assentada no campo, porém não estava com ela seu marido, Manoá.
10 Apressou-se,
pois, a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que
aquele Homem que veio a mim o outro dia me apareceu.
11 Então
Manoá levantou-se, e foi
após sua esposa, e foi àquele
Homem,
e disse-Lhe: És Tu aquele Homem que falou a esta
mulher? E disse Ele:
Eu sou.
12 Então
disse Manoá: Cumpram-se as Tuas palavras; mas qual será o
modo de viver e o serviço do menino?
13 E disse
o Anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto Eu disse à
mulher se
guardará ela.
14 De tudo
quanto procede da videira não comerá ela, nem vinho nem bebida
forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto
Eu lhe tenho
ordenado guardará.
15 Então
Manoá disse ao Anjo do SENHOR: Ora, deixa que Te detenhamos e
te
preparemos um cabrito
tirado das cabras para pôr
diante de Ti.
16 Porém
o Anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que Me detenhas, não
comerei de teu pão; e, se fizeres holocausto, o oferecerás ao
SENHOR. Porque não sabia Manoá que era o Anjo do SENHOR.
17 E disse
Manoá ao Anjo do SENHOR: Qual é o Teu nome, para que, quando
se cumprir a Tua palavra, Te honremos?
18 E o Anjo
do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo Meu nome, visto que é Maravilhoso?
19 Então
Manoá tomou um cabrito
tirado das cabras e uma oferta de alimentos, e os ofereceu
sobre uma rocha ao SENHOR: e o Anjo
fez
maravilhas, observando-O Manoá e sua esposa.
20 E sucedeu
que, subindo a chama do altar para o céu, o Anjo do SENHOR subiu
na chama do altar; o que vendo Manoá e sua esposa, caíram
em terra sobre seus rostos.
21 E nunca
mais apareceu o Anjo do SENHOR a Manoá, nem à sua esposa; então
compreendeu Manoá que era o Anjo do SENHOR.
22 E disse
Manoá à sua esposa: Certamente morreremos, porquanto temos
visto a Deus.
23 Porém
sua esposa lhe disse: Se o SENHOR nos quisesse matar, não aceitaria
da nossa mão o holocausto e a oferta de alimentos, nem nos mostraria
tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo.
24 Depois
esta mulher deu à luz um filho,
e chamou o
seu nome de Sansão; e o
menino cresceu, e o SENHOR o abençoou.
25 E o Espírito
do SENHOR começou a o impelir de quando em quando para o
campo de
Dã, entre Zorá e Estaol.
Capítulo 14
1 E desceu
Sansão a Timnate, e viu em Timnate uma mulher
das filhas dos filisteus.
2 E ele subiu, e
declarou isto a seu pai e a sua mãe, e disse: Vi uma
mulher em Timnate,
das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por esposa.
3 Porém
seu pai e sua mãe lhe disseram: Porventura não há mulher
entre as filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que
tu vás tomar esposa dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse
Sansão a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.
4 Mas seu
pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do SENHOR; pois
Ele buscava
ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus
dominavam sobre Israel.
5 Desceu,
pois, Sansão, com seu pai e com sua mãe, a Timnate; e, chegando
às vinhas de Timnate, eis que um filho de leão, rugindo, lhe saiu- ao- encontro.
6 Então
o Espírito do SENHOR se apossou dele (de Sansão) tão poderosamente que
ele rasgou (de alto a baixo) o leão, como quem
rasga (de alto a baixo) um cabrito, sem
ter nada na sua mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe
deu a saber o que tinha feito.
7 E desceu,
e falou àquela mulher, e ela agradou aos olhos de Sansão.
8 E, depois
de alguns dias, voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho
para ver o corpo- morto do leão, eis que
no corpo- morto
do leão havia um enxame de abelhas,
e mel.
9 E tomou-o
nas suas mãos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua
mãe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém não lhes deu
a saber que tomara o mel do corpo do leão.
10 Portanto, havendo seu pai descido até aquela mulher, fez Sansão ali um banquete; porque
assim os moços costumavam fazer.
11 E sucedeu
que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estar com ele.
12 Disse-lhes,
pois, Sansão: Eu vos proporei um enigma para decifrar; e, se
dentro dos sete
dias das bodas mo explanardes a solução dele e
a descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis
e trinta mudas de roupas.
13 E, se não
mo puderdes explanar a
solução, vós me dareis trinta lençóis
e trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram:
Propõe-nos o teu enigma
a explanar a solução, para que o ouçamos.
14 Então
ele lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em
três dias não puderam explanar a solução do enigma.
15 E sucedeu
que, ao sétimo dia, disseram à esposa de Sansão:
Enganosamente- persuade
a teu marido de modo que nos
explane a solução do enigma, para que porventura não queimemos
a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes
do que possuímos, não é assim?
16 E a esposa
de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me desprezas,
e não me amas; pois propuseste aos filhos do meu povo um enigma para
explanar a sua solução,
e ainda não explanaste a mim a sua solução. E ele lhe disse: Eis que nem a meu
pai nem a minha mãe explanei a sua solução, e
a explanaria a ti?
17 E ela chorou
diante dele os sete dias em que duraram as bodas; sucedeu, pois, que,
ao sétimo dia, explanou a ela a sua solução, porquanto
ela o importunava; então
ela explanou a solução do enigma aos filhos do povo
dela.
18 E os homens daquela cidade disseram a ele
(a Sansão), ao sétimo dia, antes
de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que
coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós
não tivésseis arado com a minha novilha, nunca teríeis descoberto
o meu enigma.
19 Então
o Espírito do SENHOR tão poderosamente se apossou dele, que
desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou
os seus despojos,
e deu as mudas de roupas aos que haviam explanado a solução
do enigma; porém acendeu-se
a sua ira, e subiu à casa de seu pai.
20 E a esposa
de Sansão foi dada ao companheiro {*} dele
(de Sansão), o qual antes
era para ele o amigo especial. {* dentre
os trinta filisteus}
Capítulo 15
1 E aconteceu,
depois de alguns dias, que, nos dias da ceifa do trigo, Sansão
procurou- visitar (para trazer bem) a sua
esposa, com um cabrito
tirado das cabras, e disse: Entrarei na câmara de minha esposa.
Porém o pai dela não o deixou entrar.
2 E disse-lhe
o pai dela: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de modo que a
dei ao teu companheiro {*}; porém não é a irmã mais
nova dela mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar.
{* dentre
os trinta filisteus}
3 Então
Sansão disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus,
quando lhes fizer algum mal.
4 E foi Sansão,
e capturou trezentas raposas; e, tomando tochas {*}, as virou cauda a cauda, e
lhes pôs uma tocha {*} no meio de cada duas caudas. {*
apagada}
5 E chegou
fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e, assim,
totalmente queimou
tanto os molhos como o trigo ainda em pé, e as vinhas, e os olivais.
6 Então
perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansão, o
genro do timnita, porque este tomou a
esposa dele, e a deu ao companheiro
{*}
dele.
Então subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e ao pai
dela.
{* dentre
os trinta filisteus}
7 Então
lhes disse Sansão: É assim que fazeis? Pois,
(somente depois de) havendo-me vingado
eu de vós, então cessarei.
8 E feriu-os
com grande matança, quadril juntamente com coxa; e desceu, e habitou
no topo da rocha de Etã.
9 Então
os filisteus subiram, e acamparam-se em Judá, e estenderam-se
por Leí.
10 E perguntaram-lhes
os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles responderam:
Subimos para amarrar a Sansão, para fazer a ele como ele fez
a nós.
11 Então
três mil homens de Judá foram até o topo da rocha
de Etã, e disseram a Sansão: Não sabias tu que os filisteus
dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse:
Assim como eles fizeram a mim, eu fiz a eles.
12 E disseram-lhe:
Descemos para te amarrar, de modo a te entregar
nas mãos dos filisteus. Então
Sansão lhes disse: Jurai-me que vós mesmos não me acometereis.
13 E eles
lhe falaram, dizendo: Não, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos
nas mãos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no
com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha.
14 E, depois que
ele chegou a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, gritando
(de alegria e triunfo);
porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele,
e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de
fibra de linho
que já foram queimados no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas
mãos.
15 E achou
uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mão, e tomou-a,
e feriu com ela mil homens.
16 Então
disse Sansão: Com uma queixada de jumento, um montão sobre dois montões;
com uma queixada de jumento feri a mil homens.
17 E aconteceu
que, acabando ele de falar, lançou da sua mão a queixada; e
chamou aquele lugar Ramate-Leí <O Alto da Queixada>.
18 E, como
tivesse ele grande sede, clamou ao SENHOR, e disse: Pela mão do teu servo
Tu deste esta grande salvação; morrerei eu pois agora de sede,
e cairei na mão destes incircuncisos?
19 Então Deus fendeu uma cavidade que estava
em Leí <Queixada>; e saiu dela
água; e, havendo Sansão bebido, seu espírito voltou,
e ele permaneceu em vida; por isso ele chamou o nome daquele
lugar En-Hacoré <A
Fonte Do Que Clama (em Oração)>, o qual
(lugar) está em Leí
<Queixada> até este dia de hoje.
20 E ele julgou
a Israel, nos dias dos filisteus, por vinte anos.
Capítulo 16
1 E foi Sansão
a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.
2 E foi dito
aos gazitas,
dizendo-se: Sansão entrou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite lhe puseram
espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos,
dizendo: Até à luz da manhã esperaremos; então
o mataremos.
3 Porém
Sansão deitou-se até à meia noite, e à meia noite
se levantou, e agarrou as duas
folhas
da porta da entrada da cidade, juntamente com ambas as
suas umbreiras
e, juntamente com a barra- de- trancar, as
arrancou fora, pondo-as sobre os ombros; e levou-as
para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom.
4 E, depois
disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque,
cujo nome era Dalila.
5 Então
os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram:
Enganosamente- persuade-o,
e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos
assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te
daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
6 Disse, pois,
Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua
grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
7 Disse-lhe
Sansão: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda
não estivessem secos, então me enfraqueceria, e seria como qualquer
outro homem.
8 Então
os príncipes dos filisteus trouxeram a
ela sete vergas de vimes frescos,
que ainda não estavam secos; e
ela o amarrou com elas.
9 E ela tinha homens espreitando em emboscada,
escondidos numa câmara interior. Então ela lhe disse: Os
filisteus vêm sobre ti, Sansão. Então ele quebrou as vergas
de vime, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim não
se soube em que consistia a sua força.
10 Então
disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras;
ora, declara-me agora com que poderias ser amarrado.
11 E ele lhe disse:
Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda não houvessem
sido usadas para
trabalho
nenhum, então eu me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
12 Então
Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus
vêm sobre ti, Sansão. E ela tinha homens
espreitando em emboscada, escondidos numa câmara interior.
Então ele rebentou elas (as cordas) para longe de seus braços, como a um
único fio torcido.
13 E disse
Dalila a Sansão: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras;
declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse:
Se teceres as sete tranças dos cabelos da minha cabeça
juntamente com a
urdidura da teia.
14 E ela as
fixou com o torno do tear, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão:
Então ele despertou do seu sono e {*} arrancou- fora o
torno, o tear, e a teia. {* somente usando seus cabelos?}
15 Então
ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo
o teu coração? Já três vezes zombaste de mim,
e ainda não me declaraste em que consiste a tua
grande
força.
16 E sucedeu
que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o,
a alma dele se angustiou até a morte.
17 E descobriu-lhe
todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca subiu navalha
à
minha cabeça, porque tenho sido nazireu
para com Deus desde o ventre de minha
mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força,
e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
18 Vendo,
pois, Dalila que ele já lhe
tinha declarado todo o seu coração,
ela enviou (mensageiros)
a chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez,
porque agora me descobriu ele todo o seu coração. E os príncipes
dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo o dinheiro
na mão deles.
19 Então
ela o fez dormir sobre os joelhos dela, e chamou a um homem, e
fez com que rapasse
as sete tranças do cabelo da cabeça
dele (de Sansão), e ela começou
a afligi-lo. E retirou-se dele a força dele.
20 E disse
ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu
sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei
(libertando-me). Porque
ele não sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.
21 Então
os filisteus o agarraram, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer
a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho
na
casa de encarceramento.
22 E o cabelo
da sua cabeça começou a crescer de novo,
depois que ele (Sansão) foi rapado.
23 Então
os príncipes dos filisteus se ajuntaram para sacrificar
um grande
sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso
deus entregou a Sansão, nosso inimigo, nas nossas mãos.
24 Semelhantemente,
vendo-o o povo, louvava ao deus deles; porque
eles diziam: Nosso deus nos entregou
nas mãos o nosso inimigo, o que destruía a nossa terra,
e o que multiplicava os nossos mortos.
25 E sucedeu
que, quando o coração deles já estava alegre, disseram: Chamai a Sansão,
para que façamos dele diversão. E chamaram a Sansão
para fora da
casa de
encarceramento,
fizeram dele diversão, e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
26 Então
disse Sansão ao moço que o firmava segurando-lhe pela mão:
Deixa-me, para
que eu apalpe as colunas
sobre as quais se sustém a casa, para que eu me encoste
a elas.
27 Ora, estava
a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os
príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três
mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansão ser
feito diversão.
28 Então
Sansão clamou ao SENHOR, e disse: ó Senhor DEUS, peço-te que
te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus,
para que de uma vez me vingue eu dos filisteus, pelos meus dois olhos.
29 Assim, abraçou-se Sansão com as duas colunas do meio,
sobre as quais se sustinha a casa,
e arrimou-se sobre elas, com a sua mão direita numa, e com a sua
mão esquerda
na outra.
30 E disse
Sansão: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força,
e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia;
e foram mais os mortos que ele (Sansão) matou na sua morte do que os que matara em sua
vida.
31 Então
seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram
com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá,
seu pai. Ele (Sansão) julgou a Israel
por vinte anos.
Capítulo 17
1 E havia
um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica.
2 O qual disse
à sua mãe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas,
razão porque lançaste maldições, e de que também
falaste
aos meus ouvidos, eis que esse dinheiro está comigo; eu o
tinha tomado. Então
lhe disse sua mãe: Bendito do SENHOR seja meu filho.
3 Assim ,ele restituiu
as mil e cem moedas de prata à sua mãe; porém sua mãe
disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mão ao SENHOR,
para meu filho fazer uma imagem esculpida e uma imagem de fundição;
de modo que agora to tornarei a dar.
4 Porém
ele restituiu aquele dinheiro à sua mãe; e sua mãe tomou
duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem
de escultura e uma imagem de fundição, que ficaram em casa de Mica.
5 E teve este
homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafim, e consagrou
um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
6 Naqueles
dias não havia rei em Israel; cada homem fazia o
que parecia reto aos
seus próprios olhos.
7 E havia
um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá,
que era levita, e peregrinava ali.
8 E este homem
partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer
que achasse lugar para isso. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim,
até à casa de Mica, seguindo o seu caminho,
9 Disse-lhe
Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou um levita de Belém de Judá,
e vou peregrinar onde quer que achar lugar para isso.
10 Então
lhe disse Mica: Habita comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada
ano te darei dez moedas de prata, e um conjunto de
vestes, e teu sustento. E o
levita entrou.
11 E aqiesceu
o levita em habitar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de
seus filhos.
12 E Mica
consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve
em casa de Mica.
13 Então
disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho
um levita para me ser por sacerdote.
Capítulo 18
1 Naqueles
dias não havia rei em Israel; e, nos mesmos dias,
uma tribo dos danitas {*}
buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele
dia entre as tribos de Israel não lhe havia caído por sorte
toda a
sua herança.
{* uma família (também chamada tribo) deles, não todos
os danitas, pois v.2 mostra que a tribo, considerada como um todo, já
tinha confins de território}
2 E enviaram
os filhos de Dã, da sua tribo, cinco homens
provenientes de seus confins, homens valorosos,
de Zorá e de Estaol, a espiar e investigar toda
a terra, e lhes disseram:
Ide, investigai a terra. E chegaram à montanha de Efraim, até
à casa de Mica, e passaram ali a noite.
3 E quando
eles estavam junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço,
do levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram: Quem te trouxe
aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui?
4 E ele lhes
disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem contratado, e eu lhe
sirvo de sacerdote.
5 Então
lhe disseram: Consulta a Deus, para que possamos saber se prosperará
o caminho em que vamos.
6 E disse-lhes
o sacerdote: Ide em paz; o caminho em que vais está perante o SENHOR.
7 Então
foram-se aqueles cinco homens, e chegaram a Laís; e viram que o
povo que havia no meio dela
habitava
confiantemente, conforme ao costume dos sidônios,
quieto e confiado; não havia ninguém possuindo
autoridade de restringir e que por qualquer coisa pudesse pôr em vergonha a alguém naquela terra; também estavam
longe dos sidônios, e não tinham palavra com
nenhum homem.
8 Então
voltaram a seus irmãos, a Zorá e a Estaol, e
seus irmãos lhes disseram:
Que dizeis vós?
9 E eles disseram:
Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que
é muitíssimo boa. E vós estareis aqui
inativos?
Não sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta
terra.
10 Quando
fordes chegareis a um povo confiado, e a
uma terra larga
de extensão; porque Deus vo-la entregou nas mãos; lugar em que
não há falta de coisa alguma que há na terra.
11 Então
partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos
homens cingidos com suas armas de guerra.
12 E subiram,
e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; então chamaram
a este lugar Maané-Dã <Acampamento de Dan>, até este dia de hoje; eis que está
por detrás de Quiriate-Jearim.
13 E dali
passaram à montanha de Efraim; e chegaram até a casa de Mica.
14 Então
responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Laís, e
disseram a seus irmãos: Sabeis vós também que naquelas
casas há um éfode, e terafim, e uma imagem esculpida
e uma imagem de fundição?
Considerai, pois, agora o que haveis de fazer.
15 Então
partiram para lá, e chegaram à casa do moço, o
levita, em casa de Mica, e perguntaram por seu bem-estar.
16 E os seiscentos
homens, que eram dos filhos de Dã, cingidos com
suas armas de guerra,
postaram-se à entrada da porta.
17 Porém,
subindo os cinco homens que haviam ido para espiar a terra, entraram ali, e tomaram
a imagem esculpida, o éfode, e o terafim, e a imagem de fundição,
ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos
homens que estavam cingidos com as
suas armas de guerra.
18 Entrando
eles, pois, em casa de Mica, e tomando a imagem esculpida, e o éfode, e
o terafim, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote:
Que estais fazendo?
19 E eles
lhe disseram: Cala-te, põe a tua mão
sobre tua boca, e vem conosco, e sê-nos
por pai e sacerdote. Porventura te é melhor ser sacerdote da casa de um só homem,
do que ser sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel?
20 Então
alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o éfode, e o terafim, e a imagem esculpida; e entrou no meio do povo.
21 Assim eles se viraram,
e partiram; e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram adiante
deles mesmos.
22 E, estando
eles já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto
à casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram os filhos de Dã.
23 E clamaram
após os filhos de Dã, os quais viraram os seus rostos, e disseram
a Mica: Que tens, que tanta gente convocaste?
24 Então
ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote,
e partistes; que mais me resta agora? Como, pois, me dizeis: Que é
que tens?
25 Porém
os filhos de Dã lhe disseram: Não nos faças ouvir a tua
voz, para que porventura homens de ânimo mau não se lancem
sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.
26 Assim seguiram
o seu caminho os filhos de Dã; e Mica, vendo que eram mais fortes
do que ele, virou-se, e voltou à sua casa.
27 Eles, pois,
tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que ele tivera, e chegaram a Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada,
e queimaram a cidade a fogo.
28 E ninguém
houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom, e não tinham
palavra com ninguém, e a cidade estava no vale que
está junto de Bete-Reobe; depois, eles (os
danitas) reedificaram a cidade e habitaram
nela.
29 E chamaram
o nome da cidade Dã, conforme ao nome de Dã, pai
deles, que nascera a Israel;
porém, antes, o nome desta cidade
era Laís.
30 E os filhos
de Dã levantaram para si aquela imagem esculpida; e Jônatas,
filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram
sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra.
31 Assim,
pois, estabeleceram para si a imagem esculpida, que fizera Mica, por
todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.
Capítulo 19
1 Aconteceu
também naqueles dias, em que não havia rei em Israel, que houve
um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou
para si uma
mulher concubina, de Belém de Judá.
2 Porém
a sua concubina adulterou contra ele, e deixando-o, foi para a casa
do pai dela, em Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber,
quatro meses.
3 E seu marido
se levantou, e foi atrás dela, para lhe falar conforme o coração
dele,
e para tornar a trazê-la; e o jovem- servo dele e um par de jumentos
iam com ele; e ela o levou à casa do pai dela, e, vendo-o o pai da
moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele.
4 E seu sogro,
o pai da moça, o deteve, e hospedou-se com ele três dias; e comeram
e beberam, e passaram ali a noite.
5 E sucedeu
que, ao quarto dia, ao alvorecer, de madrugada, ele levantou-se
cedo para partir;
então o pai da moça disse a seu genro: Fortalece o teu coração
com um bocado de pão, e depois partireis.
6 Assentaram-se,
pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao
homem: Peço-te que ainda esta noite te agrades de passá-la aqui,
e alegre-se o teu coração.
7 Porém
o homem levantou-se para partir; mas seu sogro o constrangeu a tornar a
passar ali a noite.
8 E, havendo-se levantado cedo ao alvorecer daquela
madrugada, para partir, disse o pai da moça:
Ora, conforta o teu coração. E detiveram-se até já
declinar o dia; e ambos juntos comeram.
9 Então o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o
jovem- servo dele;
e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina
e o anoitecer já vem chegando; peço-te que aqui passes a noite;
eis que o dia já vai acabando, passa aqui a noite, e que o teu coração
se alegre; e amanhã de madrugada levanta-te cedo e
põe-te a caminho, e irás
para a tua tenda.
10 Porém
o homem não quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e
chegou até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e
com ele o par de jumentos albardados {*}, e sua concubina
também estava com ele.
{* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha, para
bestas de carga}
11 Estando,
pois, já perto de Jebus, e tendo-se já declinado muito o
dia, disse o jovem- servo a seu senhor: Vamos agora, e retiremo-nos a esta
cidade dos jebuseus, e passemos ali a noite.
12 Porém
disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estrangeira,
que não seja dos filhos de Israel; mas passaremos até Gibeá.
13 Disse mais
a seu jovem- servo: Vamos, e cheguemo-nos a um daqueles lugares, e passemos
a noite em Gibeá ou em Ramá.
14 Passaram,
pois, adiante, e caminharam, e o sol se lhes pôs junto a Gibeá,
que é cidade de Benjamim.
15 E retiraram-se
para lá, para
entrar e passar a noite em Gibeá; e, entrando ele,
assentou-se na praça da cidade, porque não houve
nenhum homem que os recolhesse
em casa para ali passarem a noite.
16 E eis que
um velho homem vinha ao pôr do sol do seu trabalho do campo; e era este
homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram porém
os homens deste lugar filhos de Benjamim.
17 Levantando
ele, pois, os olhos, viu a este
homem viajante na praça da cidade, e disse
o homem
ancião: Para onde vais, e donde vens?
18 E ele lhe
disse: Estamos viajando de Belém de Judá até aos lados da
montanha de Efraim, de onde sou; porquanto fui a Belém de Judá,
porém agora vou à casa do SENHOR; e nenhum
homem há
que me recolha em casa.
19 Todavia
temos palha e pasto para os nossos jumentos, e também pão e
vinho {*} há para mim, e para a tua serva, e para o moço que
vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta.
{* <03196 yayin> pode ser qualquer líquido direta
ou indiretamente derivado de uvas. O contexto de toda a Bíblia, e contexto
local, e a santidade do verdadeiro autor das Escrituras, o Espírito Santo de
Deus, aqui exige que o sentido seja o de suco puro recém espremido (como em Gn
40:11}, ou o de
suco não fermentado e conservado por qualquer um de vários processos conhecidos
("pasteurização", fumos de enxofre, fervura e evaporação até se tornar grosso xarope,
etc., com envasilhamento estéril e hermético), mas não o sentido de vinagre,
nem o de vinho alcoólico. De
qualquer modo, quer alcoólico ou não, o líquido proveniente da uva somente devia
ser usado misturado em 3 a 20 partes de água. Ler o livro "Bible Wines: or, The Laws of Fermentation and Wine of the Ancients" - William Patton}
20 Então
disse o homem
ancião: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu
cargo; tão-somente não passes a noite na praça.
21 E levou-o
à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, havendo eles lavado os
seus pés,
comeram e beberam.
22 Estando
eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade
(homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta;
e falaram ao homem
ancião, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem
que entrou em tua casa, para que o conheçamos.
23 E o homem,
dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus, ora
não façais semelhante mal; já que este homem entrou
em minha casa, não façais tal vil- loucura.
24 Eis que
a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as
a elas, e fazei delas o que bom- parecer aos vossos olhos; porém
a este homem não façais essa coisa que é tão vil- loucura.
25 Porém
aqueles homens não lhe quiseram
dar ouvidos; então aquele homem pegou
da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram
dela toda a noite até ao alvorecer, e, subindo o alvorecer, a deixaram.
26 E ao romper
da manhã veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem,
onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.
27 E, levantando-se
seu senhor ao alvorecer, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir
o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da
casa, com as mãos sobre o limiar.
28 E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela não respondeu {*};
então o homem levantou-se e o
homem a pôs sobre um jumento, e foi para o lugar
dele.
{* ela já havia morrido}
29 Chegando,
pois, à sua casa, tomou um cutelo, e agarrou a sua concubina, e a
despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos
os limites de Israel.
30 E sucedeu
que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o
dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao
dia de hoje; ponderai isto no coração,
tomai conselho juntamente, e falai.
Capítulo 20
1 Então
todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se
ajuntou perante o SENHOR em Mizpá, como se fora um só homem,
desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade.
2 E os principais
de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na congregação
do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que sacavam
da espada
3 (Ouviram,
pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá).
E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade?
4 Então
respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei
com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a
noite.
5 E os homens
de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite;
tencionaram
matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.
6 Então
peguei a minha concubina, e a cortei em pedaços, e a enviei
através de toda
a terra da herança de Israel; porquanto fizeram tal
hedionda- depravidade
e vil- loucura em Israel.
7 Eis que
todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho.
8 Então
todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós
irá à sua tenda nem nenhum de nós voltará à
sua casa.
9 Porém
isto é a coisa que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por
sorte.
10 E, de todas
as tribos de Israel, tomaremos dez homens de cada cem, e cem de cada mil,
e mil de cada dez mil, para receberem mantimento para o povo; para
que, vindo ele (o povo) a Gibeá de Benjamim, lhe
faça conforme a
toda a vil- loucura que tem feito em Israel.
11 Assim, ajuntaram-se
contra esta cidade todos os homens de Israel, unidos como um só
homem.
12 E as tribos
de Israel enviaram homens através de toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade
é esta que se fez entre vós?
13 Dai-nos,
pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estão em Gibeá,
para que os matemos, e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos
de Benjamim não quiseram dar ouvidos à voz de seus irmãos, os filhos
de Israel.
14 Antes os
filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades para Gibeá, para saírem
a pelejar contra os filhos de Israel.
15 E contaram-se
naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens
que sacavam da espada, afora os habitantes de Gibeá, de que se contaram
setecentos homens escolhidos.
16 Entre todo
este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam
com a funda uma pedra em um cabelo, e não erravam.
17 E contaram-se
dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que
sacavam da espada, e todos eles homens de guerra.
18 E levantaram-se
os filhos de Israel, e subiram à casa de Deus; e consultaram a Deus, dizendo:
Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra
os filhos de
Benjamim?
E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro.
19 Levantaram-se,
pois, os filhos de Israel ao alvorecer, e acamparam-se contra Gibeá.
20 E os homens
de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e os homens de
Israel se dispuseram em ordenada
linha para a batalha contra eles, ao pé de Gibeá.
21 Então
os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra,
naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel.
22 Porém
o povo (isto é, os homens de Israel) fortaleceu a
si mesmo e tornou
a se dispor em ordenada linha
para a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinha disposto em ordenada linha de batalha.
23 E subiram
os filhos de Israel, e choraram diante do SENHOR até ao pôr do sol,
e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja
contra os filhos de Benjamim, meu irmão? E disse o SENHOR: Subi contra
ele.
24 Chegaram-se,
pois, os filhos de Israel contra os filhos de Benjamim, no dia seguinte.
25 Também
os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá,
e derrubaram ainda por terra
dos filhos de Israel mais dezoito mil homens; todos
estes sacavam da espada.
26 Então
todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram
à casa de Deus, e choraram,
e permaneceram ali diante do SENHOR, e jejuaram aquele dia até
ao
anoitecer; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR.
27 E os filhos
de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca da aliança de
Deus estava ali naqueles dias;
28 E Finéias,
filho de Eleazar, filho de Aarão, estava perante
dela naqueles dias),
dizendo: Tornarei ainda a
sair para pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmão,
ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhã eu to entregarei na
mão.
29 Então
Israel pôs emboscadas em redor de Gibeá.
30 E subiram os filhos de Israel ao terceiro dia contra os filhos de
Benjamim, e dispuseram-se em ordenada
linha de batalha contra Gibeá, como das outras vezes.
31 Então
os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se
da cidade; e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os,
como das outras vezes, pelas estradas elevadas (uma das quais sobe para
a casa de Deus,
e a outra para Gibeá pelo campo),
cerca de trinta dos homens de Israel.
32 Então
os filhos de Benjamim disseram: Estão derrotados diante de nós
como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos, e desviemo-los
da cidade para as estradas elevadas.
33 Então
todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e
dispuseram-se em ordenada linha de batalha
em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar,
das campinas de Gibeá.
34 E dez mil
homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja
se agravou; porém eles não sabiam o mal que lhes tocaria.
35 Então
feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e os filhos de
Israel destruíram, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim; todos
estes sacavam da espada.
36 E viram
os filhos de Benjamim que estavam feridos; porque os homens de Israel
cederam
lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam
posto ao lado de Gibeá.
37 E a emboscada
se apressou, e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra
ela, e feriu ao fio da espada toda a cidade.
38 E os homens
de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazer levantar
da cidade uma grande nuvem de fumaça.
39 Viraram-se,
pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim começava
a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens,
atravessando-os,
pois diziam: Já
infalivelmente estão derrotados diante de nós, como na peleja
passada.
40 Então
a nuvem de fumaça começou a se levantar da cidade, como uma
coluna; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que
a fumaça da cidade subia ao céu.
41 E os homens
de Israel viraram os rostos, e os homens de Benjamim pasmaram; porque viram
que o mal lhes tocaria.
42 E viraram
as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém
a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruíram no
meio deles.
43 E cercaram
os Benjamitas, e os perseguiram, e à vontade os pisaram, até
diante de Gibeá, para o nascente do sol.
44 E caíram
de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes.
45 Então
viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom;
respigaram
ainda deles pelas estradas elevadas uns cinco mil homens; e de perto os seguiram
até Gidom, e feriram deles dois mil homens.
46 E, todos
os que caíram de Benjamim, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens
que sacavam da espada, todos eles homens valentes.
47 Porém
seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à
penha de Rimom; e permaneceram na penha de Rimom quatro meses.
48 E os homens
de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada,
desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto
se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram
fogo.
Capítulo 21
1 Ora, tinham
jurado os homens de Israel em Mizpá, dizendo: Nenhum de nós
dará sua filha por esposa aos benjamitas.
2 Veio, pois,
o povo à casa de Deus, e ali
permaneceu diante de Deus até ao pôr do sol; e
todos levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto,
3 E disseram:
Ah! SENHOR Deus de Israel, por que sucedeu isto
em Israel, que hoje falte uma tribo
em Israel?
4 E sucedeu
que, no dia seguinte, o povo se levantou ao alvorecer, e edificou ali
um altar; e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas.
5 E disseram
os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel não subiu à
assembléia (ajuntada) diante do SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento
acerca dos que não subisse ao SENHOR em Mizpá, dizendo:
Será morto certamente.
6 E arrependeram-se os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmão, e
disseram: Cortada fora
é hoje de Israel uma tribo.
7 Que faremos para conseguir esposas para os que restaram deles, pois nós temos
jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por
esposa?
8 E disseram:
Qual é a uma das tribos de Israel que não
subiu ao SENHOR a Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial,
à assembléia.
9 Porquanto,
quando se contou o povo, eis que nenhum dos habitantes de Jabes-Gileade
se achou ali.
10 Então
a assembléia enviou para lá doze mil homens dos mais valentes,
e lhes ordenou, dizendo: Ide, e ao fio da espada feri aos habitantes de
Jabes-Gileade, e às mulheres, e aos meninos.
11 Porém
esta é a coisa que haveis de fazer: A todo o macho,
e a toda a mulher já
conhecendo o se deitar com um homem, totalmente destruireis.
12 E acharam
entre os habitantes de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens,
que não tinham conhecido homem pelo se
deitar com um
macho; e as trouxeram ao arraial, a Siló,
que está na terra de Canaã.
13 Então
toda a assembléia enviou mensageiros e falou aos filhos de Benjamim, que estavam
na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.
14 E, naquele
tempo, voltaram os benjamitas; e deram-lhes esposas que haviam guardado
com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda não
lhes bastaram.
15 Então
o povo se arrependeu por causa de Benjamim; porquanto o SENHOR tinha feito
brecha nas tribos de Israel.
16 E disseram
os anciãos da assembléia: Que faremos para obter
esposas para
os que restaram, pois foram destruídas as mulheres de Benjamim?
17 Disseram
mais: Haja uma herança
para os que restaram de Benjamim , e não seja
destruída nenhuma tribo de Israel.
18 Porém
nós não lhes poderemos dar esposas de nossas filhas, porque
os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der esposa aos
benjamitas.
19 Então
disseram: Eis que de ano em ano há uma festa do SENHOR em Siló,
em um local que
está para o norte de Betel, do lado do nascente- do- sol
da estrada elevada que sobe de Betel a Siquém, e
ao sul de Lebona.
20 E ordenaram
aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas.
21 E olhai, e
eis que, se as filhas de Siló
saírem a
rodopiar
em alegres girar numa roda {*},
então saí vós das vinhas, e arrebatai cada homem sua esposa dentre as filhas de Siló, e
ide-vos à terra de Benjamim. {* Note que este "rodopiar em alegres
girar numa roda" foi somente com a presença e participação feminina,
não de toda uma igreja; foi em festa folclórica (não em culto, culto direto
a Deus); foi nos campos (não no Tabernáculo, muito menos em igreja
neotestamentária); foi na dispensação de Israel (não em igreja
neotestamentária). Além
disso, a Bíblia simplesmente o cita (como à poligamia, etc....), sem nem de
longe recomendar que crentes e igrejas do N.T o imitem.}
22 E será
que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a conosco litigar
em
juízo, nós
lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois
nesta guerra não reservamos (de lado) para cada
homem (entre eles) a sua esposa;
porque não
lhas destes vós (voluntariamente),
de modo que agora ficásseis culpados.
23 E os filhos
de Benjamim fizeram assim, e levaram esposas conforme ao número
deles, daquelas
que rodopiavam numa roda {*}, as quais arrebataram;
e foram-se, e
voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram
nelas. {* Vide nota v. 21}
24 Também
os filhos de Israel partiram dali
naquele tempo, cada homem para a sua tribo e para a sua
família; e saíram dali, cada homem para a sua herança.
25 Naqueles
dias não havia rei em Israel; porém cada homem fazia o
que parecia
reto aos seus próprios olhos.