AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com grafia e gramática inspiradas na ACF-1995

LIVRO DOS NÚMEROS
Capítulos 13-24


Capítulo 13
1 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Envia homens que espiem a terra de Canaã, que eu hei de dar aos filhos de Israel; de cada tribo de seus pais enviareis um homem, sendo cada homem príncipe entre eles.
3 E enviou-os Moisés do deserto de Parã, segundo a ordem do SENHOR; todos aqueles homens eram cabeças dos filhos de Israel.
4 E estes são os seus nomes: Da tribo de Rúben, Samua, filho de Zacur;
5 Da tribo de Simeão, Safate, filho de Hori;
6 Da tribo de Judá, Calebe, filho de Jefoné;
7 Da tribo de Issacar, Jigeal, filho de José;
8 Da tribo de Efraim, Oséias, filho de Num;
9 Da tribo de Benjamim, Palti, filho de Rafu;
10 Da tribo de Zebulom, Gadiel, filho de Sodi;
11 Da tribo de José, pela tribo de Manassés, Gadi filho de Susi;
12 Da tribo de Dã, Amiel, filho de Gemali;
13 Da tribo de Aser, Setur, filho de Micael;
14 Da tribo de Naftali, Nabi, filho de Vofsi;
15 Da tribo de Gade, Geuel, filho de Maqui.
16 Estes são os nomes dos homens que Moisés enviou a espiar aquela terra; e a Oséias, filho de Num, Moisés chamou Josué.
17 Enviou-os, pois, Moisés a espiar a terra de Canaã; e disse-lhes: Subi por aqui para o lado do sul, e subi à montanha:
18 E vede que terra é, e o povo que nela habita; se é forte ou fraco; se pouco ou muito.
19 E como é a terra em que habita, se boa ou má; e quais são as cidades em que eles habitam; se em tendas, ou em fortalezas.
20 Também como é a terra, se gorda (em alimentos) ou magra; se nela há árvores, ou não; e esforçai-vos, e tomai do fruto da terra. E eram aqueles dias os dias das primícias das uvas.
21 Assim subiram e espiaram a terra desde o deserto de Zim, até Reobe, à entrada de Hamate.
22 E subiram para o lado do sul, e vieram até Hebrom; e estavam ali Aimã, Sesai e Talmai, filhos de Enaque (Hebrom foi edificada sete anos antes de Zoã no Egito).
23 Depois foram até ao vale de Escol, e dali cortaram - abaixo um ramo de vide com um cacho de uvas, o qual trouxeram entre dois homens, sobre uma vara; como também trouxeram das romãs e dos figos.
24 Chamaram àquele lugar o vale de Escol, por causa do cacho de uvas o qual dali cortaram - abaixo os filhos de Israel.
25 E eles voltaram de espiar a terra, ao fim de quarenta dias.
26 E caminharam, e vieram a Moisés e a Aarão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, em Cades; e deram-lhes contas em palavras, a eles, e a toda a congregação, e mostraram-lhes o fruto da terra.
27 E contaram-lhe, e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto.
28 O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades são fortificadas e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Enaque.
29 Os amalequitas habitam na terra do sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam nas montanhas; e os cananeus habitam junto do mar, e pela margem do Jordão.
30 Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela.
31 Porém, os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós.
32 E trouxeram difamação sobre a terra que tinham espiado, dizendo aos filhos de Israel: A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra que consome os seus habitantes; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura.
33 Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.

Capítulo 14
1 Então toda a congregação levantou a sua voz; e o povo chorou naquela noite.
2 E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Aarão; e toda a congregação lhes disse: Quem dera tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou quem dera tivéssemos morrido neste deserto!
3 E por que o SENHOR nos traz a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito?
4 E diziam uns aos outros: Constituamos um líder, e voltemos ao Egito.
5 Então Moisés e Aarão caíram sobre os seus rostos perante toda a congregação dos filhos de Israel.
6 E Josué, filho de Num, e Calebe filho de Jefoné, dos que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes.
7 E falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pela qual passamos a espiar é terra muito boa.
8 Se o SENHOR Se agradar de nós, então nos porá nesta terra, e no-la dará; terra que mana leite e mel.
9 Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR, e não temais o povo dessa terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o SENHOR é conosco; não os temais.
10 Mas toda a congregação disse que os apedrejassem com pedras; porém a glória do SENHOR apareceu na tenda da congregação a todos os filhos de Israel.
11 E disse o SENHOR a Moisés: Até quando Me provocará este povo? E até quando não crerá em Mim, apesar de todos os sinais que Eu fiz no meio dele?
12 Com pestilência o ferirei, e o deserdarei; e farei a ti povo maior e mais forte do que este.
13 E disse Moisés ao SENHOR: Assim os egípcios ouvirão isto; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles.
14 E dirão isto aos habitantes desta terra, os quais ouviram que Tu, ó SENHOR, estás no meio deste povo, que olho a olho, ó SENHOR, lhes apareces, que Tua nuvem está sobre ele e que vais adiante dele numa coluna de nuvem de dia, e numa coluna de fogo de noite.
15 E se matares todo este povo como a um só homem, então as nações, que antes ouviram a Tua fama, falarão, dizendo:
16 Porquanto o SENHOR não podia pôr este povo na terra que lhe tinha jurado; por isso os matou no deserto.
17 Agora, pois, rogo-Te que a força do meu Senhor se engrandeça; como tens falado, dizendo:
18 O SENHOR é longânimo, e grande em misericórdia, que perdoa a iniqüidade e a transgressão, que de modo nenhum tem o culpado por inocente, e que visita (para trazer punição) a iniqüidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração.
19 Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da Tua misericórdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui.
20 E disse o SENHOR: Conforme à tua palavra lhe perdoei.
21 Porém, tão certamente como Eu vivo, e como toda a terra será enchida da glória do SENHOR
22 E que todos os homens que viram a Minha glória e os Meus sinais, que fiz no Egito e no deserto, e Me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à Minha voz,
23 Não verão a terra de que a seus pais jurei, e nenhum daqueles que Me provocaram a verá.
24 Porém o Meu servo Calebe, porquanto nele houve outro espírito, e cumpriu até o fim o seguir após Mim, Eu o levarei à terra em que entrou, e a sua semente a possuirá em herança.
25 Ora, os amalequitas e os cananeus habitam no vale; tornai-vos amanhã e caminhai para o deserto pelo caminho do Mar Vermelho.
26 Depois falou o SENHOR a Moisés e a Aarão dizendo:
27 Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra Mim? Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra Mim.
28 Dize-lhes: Tão seguramente quanto vivo Eu, diz o SENHOR, que, como falastes aos Meus ouvidos, assim farei a vós outros.
29 Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra Mim murmurastes;
30 Não entrareis na terra, concernente à qual levantei a Minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num.
31 Mas os vossos pequeninos, de que dizeis: Por presa serão, porei nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes.
32 Porém, quanto a vós, os vossos cadáveres cairão neste deserto.
33 E vossos filhos perambularão neste deserto quarenta anos, e levarão sobre si as vossas infidelidades, até que os vossos cadáveres se consumam neste deserto.
34 Segundo o número dos dias em que espiastes esta terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, levareis sobre vós as vossas iniqüidades quarenta anos, e conhecereis o Meu desagrado.
35 Eu, o SENHOR, falei; assim farei a toda esta má congregação, que se levantou contra Mim; neste deserto se consumirão, e aí falecerão.
36 E os homens que Moisés enviara a espiar a terra, e que, voltando, fizeram murmurar toda a congregação contra ele, trazendo difamação contra a terra,
37 Aqueles mesmos homens que trouxeram má difamação contra a terra, morreram de praga perante o SENHOR.
38 Mas Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, que eram dos homens que foram espiar a terra, ficaram com vida.
39 E falou Moisés estas palavras a todos os filhos de Israel; então o povo muito chorou-  lamentando.
40 E levantaram-se cedo ao alvorecer daquela madrugada, e subiram ao cume do monte, dizendo: Eis-nos aqui, e subiremos ao lugar que o SENHOR tem prometido; porquanto havemos pecado.
41 Mas Moisés disse: Por que transgredis o mandado do SENHOR? Pois isso não prosperará.
42 Não subais, pois o SENHOR não estará no meio de vós, para que não sejais feridos diante dos vossos inimigos.
43 Porque os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face, e caireis à espada; pois, porquanto vos desviastes do seguimento após o SENHOR, o SENHOR não estará convosco.
44 Contudo, temerariamente, tentaram subir ao cume do monte; mas a arca da aliança do SENHOR e Moisés não se apartaram do meio do arraial.
45 Então desceram os amalequitas e os cananeus, que habitavam naquela montanha, e os feriram, destruindo-os até Horma.

Capítulo 15
1 Depois falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que Eu vos estou dando,
3 E ao SENHOR fizerdes oferta queimada, holocausto, ou sacrifício, para cumprir um voto, ou em oferta voluntária, ou nas vossas solenes festas anuais, para fazerdes ao SENHOR um cheiro suave de gado ou ovelhas,
4 Então aquele que apresentar a sua oferta ao SENHOR, por oferta de alimentos trará uma décima parte de flor de farinha misturada com a quarta parte de um him de azeite.
5 E de vinho {*} para libação prepararás a quarta parte de um him, para holocausto ou para sacrifício, por cada cordeiro; {* <03196 yayin> pode ser qualquer líquido direta ou indiretamente derivado de uvas. O contexto de toda a Bíblia, e contexto local, e a santidade do verdadeiro autor das Escrituras, o Espírito Santo de Deus, aqui exige que o sentido seja o de suco puro recém espremido (como em Gn 40:11}, ou o de suco não fermentado e conservado por qualquer um de vários processos conhecidos ("pasteurização", fumos de enxofre, fervura e evaporação até se tornar grosso xarope, etc., com envasilhamento estéril e hermético), mas não o sentido de vinagre, nem o de vinho alcoólico. De qualquer modo, quer alcoólico ou não, o líquido proveniente da uva somente devia ser usado misturado em 3 a 20 partes de água. Ler o livro "Bible Wines: or, The Laws of Fermentation and Wine of the Ancients" - William Patton}
6 E para cada carneiro prepararás uma oferta de alimentos de duas décimas partes de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite.
7 E de vinho {*} para a libação oferecerás a terça parte de um him ao SENHOR, em cheiro suave. {* Ver nota 15:5}
8 E, quando preparares novilho (um jovem filho da manada), para holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício pacífico ao SENHOR,
9 Com o jovem filho da manada será apresentada uma oferta de alimentos de três décimas partes de flor de farinha misturada com a metade de um him de azeite.
10 E de vinho {*} para a libação oferecerás a metade de um him, oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR. {* Ver nota 15:5}
11 Assim se fará com cada boi, ou com cada carneiro, ou com cada um dos cordeiros ou cabritos.
12 Segundo o número que oferecerdes, assim o fareis com cada um, segundo o número deles.
13 Todo o natural assim fará estas coisas, oferecendo oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR.
14 Quando também peregrinar convosco algum estrangeiro, ou quem quer que estiver no meio de vós nas vossas gerações, e ele apresentar uma oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR, como vós fizerdes, assim fará ele.
15 Um mesmo estatuto haja para vós, ó congregação, e para o estrangeiro que entre vós peregrina, por estatuto perpétuo nas vossas gerações; como vós sois, assim será o peregrino perante o SENHOR.
16 Uma mesma lei e uma mesma maneira haverá para vós e para o estrangeiro que peregrina convosco.
17 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:
18 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando entrardes na terra em que vos estou introduzindo,
19 Acontecerá que, quando comerdes do pão da terra, então oferecereis ao SENHOR oferta alçada.
20 Das primícias da vossa massa oferecereis um bolo em oferta alçada; como a oferta da eira, assim o oferecereis.
21 Das primícias das vossas massas dareis ao SENHOR oferta alçada nas vossas gerações.
22 E, quando vierdes a errar, e não cumprirdes todos estes mandamentos, que o SENHOR falou a Moisés,
23 Sim, tudo quanto o SENHOR vos tem mandado por mão de Moisés, desde o dia que o SENHOR ordenou, e dali em diante, nas vossas gerações,
24 Será que, quando se fizer alguma coisa por ignorância, e for encoberto aos olhos da congregação, toda a congregação oferecerá um novilho (um jovem filho da manada) para holocausto em cheiro suave ao SENHOR, com a sua oferta de alimentos e libação conforme ao estatuto, e um cabrito tirado das cabras para sacrifício pelo pecado.
25 E o sacerdote fará expiação por toda a congregação dos filhos de Israel, e lhes será perdoado, porquanto foi por ignorância; e trouxeram a sua oferta, oferta queimada ao SENHOR, e o seu sacrifício pelo pecado perante o SENHOR, por causa da ignorância deles.
26 Será, pois, perdoado a toda a congregação dos filhos de Israel, e mais ao estrangeiro que peregrina no meio deles, porquanto por ignorância sobreveio a todo o povo.
27 E, se alguma alma pecar por ignorância, para sacrifício pelo pecado oferecerá uma cabra de um ano.
28 E o sacerdote fará expiação pela alma que pecou, quando pecar por ignorância, perante o SENHOR, fazendo expiação por ela, e lhe será perdoado.
29 Para o natural dos filhos de Israel, e para o estrangeiro que no meio deles peregrina, uma mesma lei vos será, para aquele que pecar por ignorância.
30 Mas a alma que fizer alguma coisa com punho insolentemente erguido, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao SENHOR; tal alma será extirpada do meio do seu povo.
31 Pois desprezou a palavra do SENHOR, e quebrou o Seu mandamento; totalmente será extirpada aquela alma, a sua iniqüidade será sobre ela.
32 Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado.
33 E os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés e a Aarão, e a toda a congregação.
34 E o puseram em guarda; porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer.
35 Disse, pois, o SENHOR a Moisés: certamente será morto aquele homem; toda a congregação com pedras o apedrejará fora do arraial.
36 Então toda a congregação o tirou para fora do arraial, e com pedras o apedrejaram, e morreu, como o SENHOR ordenara a Moisés.
37 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
38 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Que nas bordas das suas vestes façam franjas, pelas suas gerações; e nas franjas das bordas ponham um cordão de azul.
39 E as franjas vos serão para que, vendo-as, vos lembreis de todos os mandamentos do SENHOR, e os cumprais; e não seguireis após o vosso próprio coração, nem após os vossos olhos, após os quais andais vos prostituindo.
40 Para que vos lembreis de todos os Meus mandamentos, e os cumprais, e santos sejais a vosso Deus.
41 Eu sou o SENHOR vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito, para ser vosso Deus. Eu sou o SENHOR vosso Deus.
 
Capítulo 16
1 E Coré, filho de Jizar, filho de Coate, filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho de Pelete, filhos de Rúben.
2 E levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinqüenta homens dos filhos de Israel, príncipes da congregação, eleitos pela e famosos na assembléia, varões de renome,
3 E se congregaram contra Moisés e contra Aarão, e lhes disseram: Tomais demais sobre vós, pois que toda a congregação é santa, cada um deles é (santo), e o SENHOR está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do SENHOR?
4 Quando Moisés ouviu isso, caiu sobre o seu rosto.
5 E falou a Coré e a todo o seu grupo, dizendo: Amanhã ao alvorecer o SENHOR declarará quem é Seu, e quem é o santo que Ele fará chegar a Si; aquele a quem escolheu fará chegar a Si.
6 Fazei isto: Tomai vós incensários, Coré e todo seu grupo;
7 E, pondo fogo neles amanhã, sobre eles deitai incenso perante o SENHOR; e será que o homem a quem o SENHOR escolher, este será o santo; tomais demais sobre vós, filhos de Levi.
8 Disse mais Moisés a Coré: Ouvi agora, filhos de Levi:
9 Porventura pouco para vós é que o Deus de Israel vos tenha separado da congregação de Israel, para vos fazer chegar a Si, para trabalhardes no serviço do tabernáculo do SENHOR e estardes perante a congregação para ministrar-lhe?
10 E fez chegar a Ele, tu e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo? Ainda também procurais o ofício sacerdotal?
11 Assim tu e todo o teu grupo estais contra o SENHOR; e Aarão, quem é ele, que murmureis contra ele?
12 E Moisés enviou (mensageiros) a chamar Datã e Abirão, filhos de Eliabe; porém eles disseram: Não subiremos;
13 Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matar neste deserto, senão que totalmente te fazes príncipe sobre nós?
14 Nem tampouco nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campo e vinhas em herança; porventura arrancarás os olhos a estes homens? Não subiremos.
15 Então Moisés irou-se muito, e disse ao SENHOR: Não olhes com prazer para a oferta deles; nem um só jumento tomei deles, nem a nenhum deles fiz mal.
16 Disse mais Moisés a Coré: Tu e todo o teu grupo ponde-vos perante o SENHOR, tu e eles, e Aarão, amanhã.
17 E tomai cada homem o seu incensário, e neles ponde incenso; e trazei cada homem o seu incensário perante o SENHOR, duzentos e cinqüenta incensários; também tu e Aarão, cada homem tome o seu incensário.
18 Tomaram, pois, cada homem o seu incensário, e neles puseram fogo, e neles deitaram incenso, e se puseram perante a porta da tenda da congregação com Moisés e Aarão.
19 E Coré fez ajuntar contra eles todo o povo à porta da tenda da congregação; então a glória do SENHOR apareceu a toda a congregação.
20 E falou o SENHOR a Moisés e a Aarão, dizendo:
21 Apartai-vos do meio desta congregação, e os consumirei num momento.
22 Mas eles se prostraram sobre os seus rostos, e disseram: Ó Deus, Deus dos espíritos de toda a carne, pecará um só homem, e indignar-Te-ás Tu contra toda esta congregação?
23 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
24 Fala a toda esta congregação, dizendo: Subi do derredor da habitação de Coré, Datã e Abirão.
25 Então Moisés levantou-se, e foi a Datã e a Abirão; e após ele seguiram os anciãos de Israel.
26 E falou à congregação, dizendo: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens ímpios, e não toqueis nada do que é deles para que porventura não pereçais em todos os seus pecados.
27 Subiram, pois, do derredor da habitação de Coré, Datã e Abirão. E Datã e Abirão saíram, e se puseram à porta das suas tendas, juntamente com as suas esposas, e seus filhos, e suas crianças pequenas.
28 Então disse Moisés: Nisto conhecereis que o SENHOR me enviou a fazer todos estes feitos, que de meu coração não procedem.
29 Se estes morrerem como morrem todos os homens, e se forem visitados (para trazer bem) como são visitados (para trazer bem) todos os homens, então o SENHOR não me enviou.
30 Mas, se o SENHOR criar alguma coisa nova, e a terra abrir a sua boca e os tragar com tudo o que é deles, e vivos descerem ao inferno {*}, então conhecereis que estes homens irritaram ao SENHOR. {* Ao morrerem, antes da ascensão de Cristo, os salvos iam imediatamente para a metade do inferno que ficava protegida das chamas (compare Dan 3:19-27; Luc 16:19-31). Para os perdidos, Sheol sempre tem que ser traduzido para INFERNO de sofrimento eterno e consciente, para onde eles sempre foram e vão}
31 E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu.
32 E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os seus bens.
33 E eles e tudo o que era deles desceram vivos ao inferno {*}, e a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. {* Ver nota v. 30}
34 E todo o Israel, que estava ao redor deles, fugiu ao clamor deles; porque diziam: Não suceda que a terra também nos trague.
35 Então saiu fogo do SENHOR, e consumiu os duzentos e cinqüenta homens que ofereciam o incenso.
36 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
37 Dize a Eleazar, filho de Aarão, o sacerdote, que tome os incensários do meio do incêndio, e espalhe o fogo longe, porque santos são;
38 Quanto aos incensários daqueles que pecaram contra as suas próprias almas, deles se façam folhas estendidas para cobertura do altar; porquanto os trouxeram perante o SENHOR; pelo que santos são; e serão por sinal aos filhos de Israel.
39 E Eleazar, o sacerdote, tomou os incensários de bronze, que trouxeram aqueles que foram queimados, e os estenderam em folhas para cobertura do altar,
40 Por memorial para os filhos de Israel, que nenhum estranho, que não for da semente de Aarão, se chegue para acender incenso perante o SENHOR; para que não seja como Coré e o seu grupo, como o SENHOR lhe tinha dito por mão de Moisés,
41 Mas no dia seguinte toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Aarão, dizendo: Vós matastes o povo do SENHOR.
42 E aconteceu que, ajuntando-se a congregação contra Moisés e Aarão, e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a glória do SENHOR apareceu.
43 Vieram, pois, Moisés e Aarão perante a tenda da congregação.
44 Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
45 Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei num momento; então se prostraram sobre os seus rostos,
46 E disse Moisés a Aarão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar, e deita incenso sobre ele, e vai depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu de diante do SENHOR; já começou a praga.
47 E tomou-o Aarão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele, e fez expiação pelo povo.
48 E estava em pé entre os mortos e os vivos; e a praga foi cessada.
49 E os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coré.
50 E voltou Aarão a Moisés à porta da tenda da congregação; e a praga foi cessada.

Capítulo 17
1 Então falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel, e toma deles varas, uma para cada casa paterna de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, isto é, doze varas; e escreverás o nome de cada homem sobre a sua vara.
3 Porém o nome de Aarão escreverás sobre a vara de Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá uma vara.
4 E as porás na tenda da congregação, perante o testemunho, onde Eu Me encontrarei convosco.
5 E será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra Mim, com que murmuram contra vós.
6 Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel; e todos os seus príncipes deram-lhe cada um uma vara, para cada príncipe uma vara, segundo as casas de seus pais, doze varas; e a vara de Aarão estava entre as deles.
7 E Moisés pôs estas varas perante o SENHOR na tenda do testemunho.
8 Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de Aarão, pela casa de Levi, tinha florescido; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas.
9 Então Moisés tirou todas as varas de diante do SENHOR a todos os filhos de Israel; e eles o viram, e tomaram cada homem a sua vara.
10 Então o SENHOR disse a Moisés: Torna a pôr a vara de Aarão perante o testemunho, para que se guarde por sinal para os filhos rebeldes; assim farás acabar as suas murmurações contra Mim, para que não morram.
11 E Moisés fez assim; como lhe ordenara o SENHOR, assim fez.
12 Então falaram os filhos de Israel a Moisés, dizendo: Eis aqui, nós expiramos, perecemos, nós todos perecemos.
13 Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do SENHOR, morrerá; seremos pois todos consumidos, para expirar?

Capítulo 18
1 Então disse o SENHOR a Aarão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levareis sobre vós a iniqüidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniqüidade do vosso sacerdócio.
2 E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti, e te sirvam; mas tu e teus filhos contigo servireis perante a tenda do testemunho.
3 E eles cumprirão as tuas ordens e terão o encargo de toda a tenda; mas não se chegarão aos utensílios do santuário, nem ao altar, para que não morram, tanto eles como vós.
4 Mas se ajuntarão a ti, e farão o serviço da tenda da congregação em todo o exercício- do- servir da tenda; e o estranho não se chegará a vós.
5 Vós, pois, fareis o serviço do santuário e o serviço do altar; para que não haja outra vez furor sobre os filhos de Israel.
6 E Eu, eis que tenho tomado vossos irmãos, os levitas, do meio dos filhos de Israel; são dados a vós em dádiva pelo SENHOR, para que sirvam ao exercício- do- servir da tenda da congregação.
7 Mas tu e teus filhos contigo cumprireis o vosso ofício sacerdotal no tocante a tudo o que é do altar, e a tudo o que está dentro do véu, nisso servireis; Eu vos tenho dado o vosso ofício sacerdotal em dádiva ministerial e o estranho que se chegar será morto.
8 Disse mais o SENHOR a Aarão: Eis que Eu te tenho dado a guarda das Minhas ofertas alçadas, com todas as coisas santas dos filhos de Israel; por causa da unção as tenho dado a ti e a teus filhos por estatuto perpétuo.
9 Isto terás das coisas sumamente consagradas reservadas do fogo: todas as suas ofertas com todas as suas ofertas de alimentos, e com todas os seus sacrifícios pelo pecado, e com todos os seus sacrifícios pela culpa, que Me apresentarão; serão coisas sumamente consagradas para ti e para teus filhos.
10 No lugar santíssimo as comerás; todo macho a comerá; santas serão para ti.
11 Também isto será teu: a oferta alçada das suas dádivas com todas as ofertas movidas (de um lado para outro) dos filhos de Israel; a ti, a teus filhos, e a tuas filhas contigo, as tenho dado por estatuto perpétuo; todo o que estiver limpo na tua casa, delas comerá.
12 Todo o melhor do azeite, e todo o melhor do mosto e do grão, as suas primícias que derem ao SENHOR, as tenho dado a ti.
13 Os primeiros frutos de tudo que houver na terra, que trouxerem ao SENHOR, serão teus; todo o que estiver limpo na tua casa os comerá.
14 Toda a coisa consagrada em Israel será tua.
15 Tudo que abrir a madre, e toda a carne que trouxerem ao SENHOR, tanto de homens como de animais, será teu; porém os primogênitos dos homens resgatarás; também os primogênitos dos animais imundos resgatarás.
16 Os que deles se houverem de resgatar resgatarás, da idade de um mês, segundo a tua avaliação, por cinco siclos de dinheiro, segundo o siclo do santuário, que é de vinte geras.
17 Mas o primogênito de vaca, ou primogênito de ovelha, ou primogênito de cabra, não resgatarás, santos são; o seu sangue espargirás sobre o altar, e a sua gordura queimarás em oferta queimada de cheiro suave ao SENHOR.
18 E a carne deles será tua; assim como o peito da oferta de movimento, e o ombro direito, teus serão.
19 Todas as ofertas alçadas das coisas santas, que os filhos de Israel oferecerem ao SENHOR, tenho dado a ti, e a teus filhos e a tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo; aliança perpétua de sal perante o SENHOR é, para ti e para a tua semente contigo.
20 Disse também o SENHOR a Aarão: Na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; Eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel.
21 E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço com que servem, o serviço da tenda da congregação.
22 E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram.
23 Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniqüidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão,
24 Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto Eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão.
25 E falou o SENHOR a Moisés, dizendo:
26 Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que Eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles levantareis- para- entregar uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos dos dízimos.
27 E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como se fosse grão da eira, e como plenitude do lagar.
28 Assim também oferecereis ao SENHOR uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do SENHOR a Aarão, o sacerdote.
29 De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do SENHOR; de tudo o melhor deles, a sua santa parte.
30 Dir-lhes-ás pois: Quando erguerdes em oferta o melhor deles, como lucro da eira e como lucro do lagar, isto será contabilizado aos levitas.
31 E o comereis em todo o lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso serviço na tenda da congregação.
32 Assim, não levareis sobre vós o pecado, quando erguerdes em oferta o melhor deles; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não morrais.

Capítulo 19
1 Falou mais o SENHOR a Moisés e a Aarão dizendo:
2 Este é o estatuto da lei, que o SENHOR ordenou, dizendo: Dize aos filhos de Israel que te tragam uma novilha vermelha, que não tenha mancha, e sobre a qual não tenha sido posto jugo.
3 E a dareis a Eleazar, o sacerdote; ele a tirará para fora do arraial, e degolar-se-á diante dele.
4 E Eleazar, o sacerdote, tomará do sangue dela com o seu dedo, e dele espargirá sete vezes diretamente em frente da tenda da congregação.
5 Então queimar-se-á a novilha perante os olhos dele;  e ele queimao couro, e a carne, e o sangue, com o esterco dela.
6 E o sacerdote tomará pau de cedro, e hissopo, e carmesim, e os lançará no meio do fogo que queima a novilha.
7 Então o sacerdote lavará as suas vestes, e banhará a sua carne na água, e depois entrará no arraial; e o sacerdote será imundo até ao pôr do sol.
8 Também o que a queimou lavará as suas vestes com água, e em água banhará a sua carne, e imundo será até ao pôr do sol.
9 E um homem limpo ajuntará a cinza da novilha, e a porá fora do arraial, num lugar limpo, e ficará ela guardada para a congregação dos filhos de Israel, para a água da separação; purificação por pecado é.
10 E o que apanhou a cinza da novilha lavará as suas vestes, e será imundo até ao pôr do sol; isto será por estatuto perpétuo aos filhos de Israel e ao estrangeiro que peregrina no meio deles.
11 Aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem, imundo será sete dias.
12 Ao terceiro dia se purificará com aquela água, e ao sétimo dia será limpo; mas, se ao terceiro dia se não purificar, não será limpo ao sétimo dia.
13 Todo aquele que tocar em algum morto, cadáver de algum homem que estiver morto, e não se purificar, contamina o tabernáculo do SENHOR; e aquela alma será extirpada de Israel; porque a água da separação não foi espargida sobre ele, imundo será; está nele ainda a sua imundícia.
14 Esta é a lei, quando morrer algum homem em alguma tenda, todo aquele que entrar naquela tenda, e todo aquele que nela estiver, será imundo sete dias.
15 Também todo o vaso aberto, sobre o qual não houver pano atado, será imundo.
16 E todo aquele que sobre a face do campo tocar em alguém que for morto pela espada, ou em outro corpo morto ou nos ossos de algum homem, ou numa sepultura, será imundo sete dias.
17 Para um imundo, pois, tomarão da cinza da novilha queimada para purificação de pecado, e sobre ela colocarão água corrente num vaso.
18 E um homem limpo tomará hissopo, e o imergirá naquela água, e a espargirá sobre aquela tenda, e sobre todos os utensílios, e sobre as pessoas que ali estiverem, como também sobre aquele que tocar os ossos, ou em alguém que foi morto, ou que faleceu, ou numa sepultura.
19 E o limpo, ao terceiro e sétimo dia, espargirá sobre o imundo; e ao sétimo dia ele mesmo se purificará; e lavará as suas vestes, e se banhará na água, e ao pôr do sol será limpo.
20 Porém o homem que for imundo, e se não purificar, a tal alma do meio da congregação será extirpada; porquanto contaminou o santuário do SENHOR; água de separação sobre ele não foi espargida; imundo é.
21 Isto lhes será por estatuto perpétuo; e o que espargir a água da separação lavará as suas vestes; e o que tocar a água da separação será imundo até ao pôr do sol,
22 E tudo o que tocar o imundo também será imundo; e a alma que o tocar será imunda até ao pôr do sol.

Capítulo 20
1 Chegando os filhos de Israel, toda a congregação, ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo permaneceu em Cades; e Miriã morreu ali, e ali foi sepultada.
2 E não havia água para a congregação; então se reuniram contra Moisés e contra Aarão.
3 E o povo contendeu com Moisés, dizendo: Quem dera tivéssemos perecido quando pereceram nossos irmãos perante o SENHOR!
4 E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este deserto, para que morramos aqui, nós e os nossos animais?
5 E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? Lugar que não é de semente, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem há aqui nenhuma água para beber.
6 Então Moisés e Aarão se foram de diante do povo à porta da tenda da congregação, e se lançaram sobre os seus rostos; e a glória do SENHOR lhes apareceu.
7 E o SENHOR falou a Moisés dizendo:
8 Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Aarão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais.
9 Então Moisés tomou a vara de diante do SENHOR, como lhe tinha ordenado.
10 E Moisés e Aarão reuniram a congregação diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes, porventura tiraremos água desta rocha para vós?
11 Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais.
12 E o SENHOR disse a Moisés e a Aarão: Porquanto não crestes em Mim, para Me santificardes aos olhos dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes tenho dado.
13 Estas são as águas de Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o SENHOR; e Ele foi santificado sobre eles.
14 Depois Moisés, de Cades, enviou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel: Sabes todo o trabalho que nos sobreveio,
15 Como nossos pais desceram ao Egito, e nós no Egito habitamos muitos dias; e como os egípcios nos maltrataram, a nós e a nossos pais;
16 E clamamos ao SENHOR, e Ele ouviu a nossa voz, e enviou um anjo, e nos tirou do Egito; e eis que estamos em Cades, cidade na extremidade dos teus limites.
17 Deixa-nos, pois, passar pela tua terra; não passaremos pelo campo, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real; não nos desviaremos para a direita nem para a esquerda, até que passemos pelos teus limites.
18 Porém Edom lhe disse: Não passarás por mim, para que eu não saia com a espada ao teu encontro.
19 Então os filhos de Israel lhe disseram: Subiremos pelo caminho aplanado, e se eu e o meu gado bebermos das tuas águas, darei o preço delas; não desejo alguma outra coisa, senão passar a pé.
20 Porém ele disse: Não passarás. E saiu-lhe Edom ao encontro com muita gente, e com mão forte.
21 Assim recusou Edom deixar passar a Israel pelo seu limite; por isso Israel se desviou dele.
22 Então partiram de Cades; e os filhos de Israel, toda a congregação, chegaram ao monte Hor.
23 E falou o SENHOR a Moisés e a Aarão no monte Hor, nos limites da terra de Edom, dizendo:
24 Aarão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que tenho dado aos filhos de Israel, porquanto rebeldes fostes contra a Minha palavra, nas águas de Meribá.
25 Toma a Aarão e a Eleazar, seu filho, e faze-os subir ao monte Hor.
26 E despe a Aarão as suas vestes, e veste-as em Eleazar, seu filho, porque Aarão será recolhido ao seu povo, e morrerá ali.
27 Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara; e subiram ao monte Hor perante os olhos de toda a congregação.
28 E Moisés despiu a Aarão de suas vestes, e as vestiu em Eleazar, seu filho; e morreu Aarão ali sobre o cume do monte; e desceram Moisés e Eleazar do monte.
29 Vendo, pois, toda a congregação que Aarão era morto, choraram a Aarão trinta dias, toda a casa de Israel.

Capítulo 21
1 Ouvindo o cananeu, rei de Arade, que habitava para o lado sul, que Israel vinha pelo caminho dos espias, pelejou contra Israel, e dele levou alguns por prisioneiros.
2 Então Israel votou um voto ao SENHOR, dizendo: Se de fato entregares este povo na minha mão, destruirei totalmente as suas cidades.
3 O SENHOR, pois, atendeu à voz de Israel, e lhe entregou os cananeus; e os israelitas destruíram totalmente, a eles e às suas cidades; e chamou o nome daquele lugar Hormá.
4 Então partiram do monte Hor, pelo caminho do Mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo angustiou-se por causa daquele caminho.
5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto? Pois aqui nem pão nem água ; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil.
6 Então o SENHOR enviou entre o povo serpentes ardentes, que picaram o povo; e morreu muita gente em Israel.
7 Por isso o povo veio a Moisés, e disse: Havemos pecado porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós estas serpentes. Então Moisés orou pelo povo.
8 E disse o SENHOR a Moisés: Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que todo o que tiver sido picado, quando olhar para ela, viverá.
9 E Moisés fez uma serpente de bronze, e a pôs sobre uma haste; e sucedia que, picando alguma serpente algum homem, quando esse olhava para a serpente de bronze, vivia.
10 Então os filhos de Israel partiram, e acamparam em Obote.
11 Depois partiram de Obote e acamparam em os outeiros de Ije-Abarim, no deserto que está defronte de Moabe, para o nascente do sol.
12 Dali partiram, e acamparam no vale de Zerede.
13 E dali partiram e acamparam no outro lado de Arnom, que está no deserto e sai dos limites dos amorreus; porque Arnom é o limite de Moabe, entre Moabe e os amorreus.
14 Por isso se diz no livro das guerras do SENHOR: O que fiz no Mar Vermelho e nos ribeiros de Arnom,
15 E contra a corrente dos ribeiros, que descendo para a sede de Ar, se encosta aos limites de Moabe.
16 E dali partiram para Beer; este é o poço do qual o SENHOR disse a Moisés: Ajunta o povo e lhe darei água.
17 Então Israel cantou- respondendo-se (uns aos outros) este cântico: Jorra, ó poço! Cantai- respondendo-vos (uns- aos- outros), a ele:
18 Tu, poço, que cavaram os príncipes, que escavaram os nobres do povo, e o legislador com os seus bordões; e do deserto partiram para Mataná;
19 E de Mataná a Naaliel, e de Naaliel a Bamote.
20 E de Bamote ao vale que está no campo de Moabe, no cume de Pisga, que olha para o lado do deserto de Jesimom.
21 Então Israel enviou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, dizendo:
22 Deixa-me passar pela tua terra; não nos desviaremos pelos campos nem pelas vinhas; as águas dos poços não beberemos; iremos pela estrada real até que passemos os teus limites.
23 Porém Siom não deixou passar a Israel pelos seus limites; antes Siom congregou todo o seu povo, e saiu ao encontro de Israel no deserto, e veio a Jaza, e pelejou contra Israel.
24 Mas Israel o feriu ao fio da espada, e tomou a sua terra em possessão, desde Arnom até Jaboque, até aos filhos de Amom; porquanto a fronteira dos filhos de Amom era forte.
25 Assim Israel tomou todas estas cidades; e habitou em todas estas cidades, em Hesbom e em todas as suas aldeias.
26 Porque Hesbom era cidade de Siom, rei dos amorreus, que tinha pelejado contra o precedente rei dos moabitas, e tinha tomado da sua mão toda a sua terra até Arnom.
27 Por isso dizem os que falam em provérbios: Vinde a Hesbom; edifique-se e estabeleça-se a cidade de Siom.
28 Porque fogo saiu de Hesbom, e uma chama da cidade de Siom; e consumiu a Ar dos moabitas, e os senhores dos altos de Arnom.
29 Ai de ti, Moabe! Perdido és, povo de Quemós! Entregou seus filhos, que iam fugindo, e suas filhas, como cativas a Siom, rei dos amorreus.
30 E nós os asseteamos; Hesbom perdida é até Dibom, e os assolamos até Nofá, que se estende até Medeba.
31 Assim Israel habitou na terra dos amorreus.
32 Depois mandou Moisés espiar a Jazer, e tomaram as suas aldeias, e desapossaram os amorreus que estavam ali.
33 Então viraram-se, e subiram pelo caminho de Basã; e Ogue, rei de Basã, saiu contra eles, ele e todo o seu povo, à peleja em Edrei.
34 E disse o SENHOR a Moisés: Não o temas, porque eu o tenho dado na tua mão, a ele, e a todo o seu povo, e a sua terra, e far-lhe-ás como fizeste a Siom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom.
35 E de tal maneira o feriram, a ele e a seus filhos, e a todo o seu povo, que nenhum deles restou; e tomaram a sua terra em possessão.

Capítulo 22
1 Depois partiram os filhos de Israel, e acamparam-se nas campinas de Moabe, sobre este lado do Jordão à altura de Jericó.
2 Vendo, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus,
3 Moabe temeu muito diante deste povo, porque era numeroso; e Moabe andava angustiado por causa dos filhos de Israel.
4 Por isso Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas.
5 Este enviou mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito; eis que cobre a face da terra, e está parado defronte de mim.
6 Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois mais poderoso é do que eu; talvez prevalecerei de modo que o poderemos ferir e lançar fora da terra; porque eu sei que, a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.
7 Então foram-se os anciãos dos moabitas e os anciãos dos midianitas com o preço dos encantamentos nas suas mãos; e chegaram a Balaão, e disseram-lhe as palavras de Balaque.
8 E ele lhes disse: Hospedai-vos aqui esta noite, e vos retornarei palavra, como o SENHOR me falar; então os príncipes dos moabitas ficaram com Balaão.
9 E veio Deus a Balaão, e disse: Quem são estes homens que estão contigo?
10 E Balaão disse a Deus: Balaque, filho de Zipor, rei dos moabitas, os enviou a Mim, dizendo:
11 Eis que o povo que saiu do Egito cobre a face da terra; vem agora, amaldiçoa-o para mim; porventura poderei pelejar contra ele e expulsá-lo.
12 Então disse Deus a Balaão: Não irás com eles, nem amaldiçoarás a este povo, porquanto é bendito.
13 Então Balaão levantou-se ao alvorecer, e disse aos príncipes de Balaque: Ide à vossa terra, porque o SENHOR recusa deixar-me ir convosco.
14 E levantaram-se os príncipes dos moabitas, e vieram a Balaque, e disseram: Balaão recusou vir conosco.
15 Porém Balaque tornou a enviar mais príncipes, mais honrados do que aqueles.
16 Os quais foram a Balaão, e lhe disseram: Assim diz Balaque, filho de Zipor: Rogo-te que não te demores em vir a mim.
17 Porque grandemente te honrarei, e farei tudo o que me disseres; vem pois, rogo-te, amaldiçoa-me este povo.
18 Então Balaão respondeu, e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia ir além da palavra do SENHOR meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande;
19 Agora, pois, rogo-vos que também aqui fiqueis esta noite, para que eu saiba o que mais o SENHOR me dirá.
20 Veio, pois, Deus a Balaão, de noite, e disse-lhe: Se aqueles homens te vieram chamar, levanta-te, vai com eles?! Não, mas somente farás o que Eu te digo {*}. {* Deus não muda, a proibição do verso 12 persiste, evidentemente verso 20 é sarcasmo ou é uma pergunta indignada}
21 Então Balaão levantou-se ao alvorecer, e albardou {*} a sua jumenta, e foi com os príncipes de Moabe. {* Albarda é sela rústica, enchumaçada de palha, para bestas de carga}
22 E a ira de Deus acendeu-se, porque ele se ia; e o Anjo do SENHOR pôs-Se-lhe no caminho por adversário; e ele ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus jovens- servos iam com ele.
23 Viu, pois, a jumenta o Anjo do SENHOR, que estava no caminho, com a Sua espada desembainhada na Sua mão; pelo que desviou-se a jumenta do caminho, indo pelo campo; então Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho.
24 Mas o Anjo do SENHOR pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo uma parede deste lado e uma parede do outro lado.
25 Vendo, pois, a jumenta, o Anjo do SENHOR, encostou-se contra a parede, e apertou contra a parede o pé de Balaão; por isso tornou a espancá-la.
26 Então o Anjo do SENHOR passou mais adiante, e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita nem para a esquerda.
27 E, vendo a jumenta o Anjo do SENHOR, deitou-se debaixo de Balaão; e a ira de Balaão acendeu-se, e espancou a jumenta com o bordão.
28 Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes?
29 E Balaão disse à jumenta: Porque zombaste de mim; quem dera tivesse eu uma espada na minha mão, porque agora te mataria.
30 E a jumenta disse a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até hoje? Porventura tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não.
31 Então o SENHOR abriu os olhos a Balaão, e ele viu o Anjo do SENHOR, que estava no caminho e a Sua espada desembainhada na Sua mão; pelo que Balaão inclinou a sua cabeça, e prostrou-se sobre a sua face.
32 Então o Anjo do SENHOR lhe disse: Por que já três vezes espancaste a tua jumenta? Eis que Eu saí para ser teu adversário, porquanto o teu caminho é perverso diante de Mim:
33 Porém a jumenta Me viu, e já estas três vezes se desviou de diante de Mim; se ela não se desviasse de diante de Mim, na verdade que Eu agora te haveria matado, e a ela deixaria com vida.
34 Então Balaão disse ao Anjo do SENHOR: Pequei, porque não sabia que estavas neste caminho para Te opores a mim; e agora, se parece mal aos Teus olhos, voltarei.
35 E disse o Anjo do SENHOR a Balaão: Vai-te com estes homens; mas somente a palavra que Eu falar a ti, esta falarás. Assim Balaão se foi com os príncipes de Balaque.
36 Ouvindo, pois, Balaque que Balaão vinha, saiu-lhe ao encontro até à cidade de Moabe, que está no limite de Arnom, na extremidade do limite dele.
37 E Balaque disse a Balaão: Porventura não enviei diligentemente a chamar-te? Por que não vieste a mim? Não posso eu na verdade honrar-te?
38 Então Balaão disse a Balaque: Eis que eu tenho vindo a ti; porventura poderei eu agora de alguma forma falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca essa falarei.
39 E Balaão foi com Balaque, e chegaram a Quiriate-Huzote.
40 Então Balaque sacrificou bois e ovelhas; e deles enviou a Balaão e aos príncipes que estavam com ele.
41 E sucedeu que, ao alvorecer Balaque tomou a Balaão, e o fez subir aos lugares altos de idolatria de Baal, e viu ele dali a mais extrema parte do povo.

Capítulo 23
1 Então Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete novilhos e sete carneiros.
2 Fez, pois, Balaque como Balaão dissera: e Balaque e Balaão ofereceram um novilho e um carneiro sobre cada altar.
3 Então Balaão disse a Balaque: Fica-te junto do teu holocausto, e eu irei; porventura o SENHOR me sairá ao encontro, e o que me mostrar te notificarei. Então foi a um lugar alto.
4 E encontrando-se Deus com Balaão, este Lhe disse: Preparei sete altares, e ofereci um novilho e um carneiro sobre cada altar.
5 Então o SENHOR pôs a palavra na boca de Balaão, e disse: Torna-te para Balaque, e assim falarás.
6 E tornando para ele, eis que estava junto do seu holocausto, ele e todos os príncipes dos moabitas.
7 Então proferiu a sua parábola, e disse: De Arã, me mandou trazer Balaque, rei dos moabitas, das montanhas do oriente, dizendo: Vem, amaldiçoa-me a Jacó; e vem, expressa indignação contra Israel.
8 Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoa? E como expressarei indignação, quando o SENHOR não expressa indignação?
9 Porque do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo; eis que este povo habitará sozinho, e entre as nações não será contado.
10 Quem contará o pó de Jacó e o número da quarta parte de Israel? Que a minha alma morra da morte dos justos, e seja o meu fim como o dele.
11 Então disse Balaque a Balaão: Que me fizeste? Tomei-te para amaldiçoar os meus inimigos, mas eis que inteiramente os abençoaste.
12 E ele respondeu, e disse: Porventura não terei cuidado de falar o que o SENHOR pôs na minha boca?
13 Então Balaque lhe disse: Rogo-te que venhas comigo a outro lugar, de onde verás o povo (de Israel); verás somente a mais extrema parte dele, mas a todo ele não verás; e amaldiçoa-mo dali.
14 Assim o levou consigo ao campo de Zofim, ao cume de Pisga; e edificou sete altares, e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar.
15 Então disse a Balaque: Fica aqui junto do teu holocausto, e eu irei ali ao encontro do SENHOR.
16 E, encontrando-se o SENHOR com Balaão, pôs uma palavra na sua boca, e disse: Torna para Balaque, e assim falarás.
17 E, vindo a ele, eis que estava junto do holocausto, e os príncipes dos moabitas com ele; disse-lhe pois Balaque: Que coisa falou o SENHOR?
18 Então proferiu a sua parábola, e disse: Levanta-te, Balaque, e ouve; inclina os teus ouvidos a mim, filho de Zipor.
19 Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que Se arrependa; porventura diria Ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?
20 Eis que recebi mandado de abençoar; pois Ele tem abençoado, e eu não o posso revogar.
21 Não viu iniqüidade em Jacó, nem contemplou maldade em Israel; o SENHOR seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei.
22 Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio {*}. {* A tradução da KJB é preferível a boi selvagem e búfalo. Note que unicórnios, aqui, não são os cavalos alados e enfeitiçados do paganismo: são animais extintos, de um só chifre e de grande força e valentia, indomáveis, hoje desconhecidos, talvez semelhantes a super-rinocerontes. Note que as primeiras traduções do V.T. hebraico para outras línguas são monoceros, unicornis, unicorn, einhorn e eenhorn, sempre significando a mesma coisa: “um único chifre”. Note que ainda hoje existe um mamífero que pode perfeitamente ser chamado de unicórnio, pois tem um só chifre: o Rinoceronte Indiano, forte, valente, indomável. Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Rhinoceros_unicornis. Dados enviados por Humberto Rafeiro, 2008.}
23 Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem realizado!
24 Eis que o povo se levantará como um grande leão, e se erguerá como um leão jovem; não se deitará até que coma a presa, e beba o sangue dos que forem mortos.
25 Então Balaque disse a Balaão: Nem totalmente o amaldiçoarás, nem totalmente o abençoarás.
26 Porém Balaão respondeu, e disse a Balaque: Não te falei eu, dizendo: Tudo o que o SENHOR falar isso farei?
27 Disse mais Balaque a Balaão: Ora vem, e te levarei a outro lugar; porventura bom- parecerá aos olhos de Deus que dali mo amaldiçoes.
28 Então Balaque levou Balaão consigo ao cume de Peor, que olha para o lado do deserto de Jesimom.
29 Balaão disse a Balaque: Edifica-me aqui sete altares, e prepara-me aqui sete novilhos e sete carneiros.
30 Balaque, pois, fez como dissera Balaão; e ofereceu um novilho e um carneiro sobre cada altar.

Capítulo 24
1 Vendo Balaão que bom- parecia aos olhos do SENHOR que abençoasse a Israel, não se foi esta vez como antes ao encontro dos encantamentos; mas colocou o seu rosto em direção ao deserto.
2 E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, que estava habitando em suas tendas segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus.
3 E alçou a sua parábola, e disse: Fala, Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos;
4 Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, o que vê a visão do Todo-Poderoso; que cai em êxtase, mas tendo os seus olhos abertos:
5 Quão formosas são as tuas tendas, ó Jacó, os teus tabernáculos, ó Israel!
6 Como vales eles se estendem, como jardins à beira dos rios; como árvores de sândalo o SENHOR os plantou, como cedros junto às águas;
7 De seus baldes manarão águas, e a sua semente estará em muitas águas; e o seu rei se erguerá mais do que Agague, e o seu reino será exaltado.
8 Deus o tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio {*}; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e com as suas setas os atravessará. {* Nota 23:22}
9 Encurvou-se, deitou-se como um leão, e como um grande leão; quem o despertará? benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.
10 Então a ira de Balaque se acendeu contra Balaão, e bateu ele as suas palmas; e Balaque disse a Balaão: Para amaldiçoar os meus inimigos te tenho chamado; porém agora já três vezes os abençoaste inteiramente.
11 Agora, pois, foge para o teu lugar; eu tinha dito que te honraria grandemente; mas eis que o SENHOR te privou desta honra.
12 Então Balaão disse a Balaque: Não falei eu também aos teus mensageiros, que me enviaste, dizendo:
13 Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e ouro, não poderia ir além da ordem do SENHOR, fazendo bem ou mal de meu próprio coração; o que o SENHOR falar, isso falarei eu?
14 Agora, pois, eis que me vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que este povo fará ao teu povo nos últimos dias.
15 Então alçou a sua parábola, e disse: Fala Balaão, filho de Beor, e fala o homem de olhos abertos;
16 Fala aquele que ouviu as palavras de Deus, e o que sabe a ciência do Altíssimo; o que viu a visão do Todo-Poderoso, que cai em êxtase, mas tendo os seus olhos abertos:
17 Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os limites dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete.
18 E Edom será uma possessão, e Seir, seus inimigos, também será uma possessão; pois Israel se portará valentemente.
19 E dominará um de Jacó, e exterminará os que restam das cidades.
20 E vendo os amalequitas, alçou a sua parábola, e disse: Amaleque é a primeira das nações; porém o seu fim será destruição para sempre.
21 E vendo os quenitas, alçou a sua parábola, e disse: Firme está a tua habitação, e puseste o teu ninho na penha.
22 Todavia o quenita será consumido, até que Assur te leve por prisioneiro.
23 E, alçando ainda a sua parábola, disse: Ai, quem viverá, quando Deus fizer isto?
24 E as naus virão das costas de Quitim e afligirão a Assur; também afligirão a Éber; que também será destruição para sempre.
25 Então Balaão levantou-se, e se foi, e voltou ao seu lugar, e também Balaque se foi pelo seu caminho.