Paixão

 

Devora-me o corpo, a mente,

A alma e o meu ser num todo.

Prende-me a um nada

Como quem nada sente,

Tal como prende lixo no lodo.

 

Arrasta-me com maior firmeza

Até aos confins do sentir...

E a minha vida é puxada

Com tamanha frieza

Até onde não quero ir.

 

Maltrata-me como ninguém

E molesta-me o coração...

Não sei, mas sinto,

Algo tão forte quanto paixão.

Não é amor, é solidão

 

Que trago dentro de mim.

É quem adoro, amo e venero.

É de quem não fujo nem minto!

É a quem devo, enfim,

A minha vida e morte. Espero!