Que não
morra a esperança
Em duas gotas apenas eu vi,
tua solidão e desespero,
e também ao mesmo tempo,
tanta esperança e amor!
Em
duas gotas cristalinas,
que de teus olhos caíram,
vi tantos apelos,
e nessas gotas furtivas me vi
tentando fazer-te entender,
que tua dor e sofrimento,
refazem-se no Divino Alento.
Ao sondar
outras direções,
vi tantos riozinhos salgados,
nascidos em tantos olhos...
Todos buscavam céleres,
livrar-se dos abrolhos,
unindo-se ao grande mar,
queriam com ele estar...
No
fundo...
tanta carência de amor,
tanta falta de compreensão,
por isso, a solidão...
Vindo
o agressor da mulher,
em minha direção,
bravio como fera da floresta,
disse-lhe então,
tentando abrir em sua alma
uma fresta:
Se puderes evitar,
fazer alguém chorar,
será muito melhor;
às vezes, a dor é tão grande,
que vale a pena calar,
calar para não machucar.
E
ante a sua arrogância,
sem medo prossegui:
palavras impensadas são fel,
na vida de quem as escuta,
não queiras fazer mais dor,
querendo da situação ser
absoluto senhor...
Ante
o olhar irado que vi,
mais uma vez prossegui:
se o senhor soubesse sim,
a verdade dos olhos que choram,
daria perdão e calor,
para ao amor dar valor.
Fungando
como potro bravio,
deixou a vida da mulher por um fio,
não a matou,
mas cicatrizes em seu corpo deixou.
Pobre mulher,
apenas amor quer...
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