5.- CPRM - Outros

 

   

5.1.- CHEFE NO ACRE

 

O geólogo Carlos Estevão era dotado de uma credulidade muito marcante. Essa característica, aliada a sua ingenuidade faziam dele um emérito “engolidor de corda”. Devido a isso, seguidamente os colegas pregavam-lhe uma peça. Quando trabalhava na Agência de Manaus da CPRM, o colega Osvaldo Caramori, combinado com Ivan – o Agente da época, forjou um memorando do Diretor de Operações (Dr. Moacyr Vasconcelos), no qual indicava Carlos para assumir a futura Residência do Acre, a ser criada brevemente. Recebendo a correspondência das mãos de Ivan, após lê-la com atenção, pensou consigo mesmo:

    -“ Logo agora, faltando pouco tempo para meu casamento”.

    E depois perguntou, preocupadíssimo  ao Ivan:

    -     Você sabe me dizer se em Rio Branco tem ginásio?

 

 

 

5.2.- PARA QUE SERVE ESSE PALITO?

 

José Aquiles, devido ao seu caráter detalhista e metódico, muitas vezes tornava-se inconveniente. Quando estava trabalhando em Manaus, interessou-se pelo Ford Corcel cor de mel de Giácomo e se propôs a comprá-lo. Giácomo explicou-lhe que era um carro já velho, mas se ele realmente quisesse comprar entregava-o logo. Acertados quanto ao preço e condições, José preparou um massudo contrato de compra e venda do móvel, estipulando, inclusive, o prazo de entrega.

Em um sábado, as 15 horas, em pleno churrasco de tambaqui, José apontando para o relógio, disse a Giácomo:

    - Está na hora de você me entregar o carro!

    Giácomo, entregando-lhe as chaves falou:

    - Toma aqui, podes levar o carro. É teu. Até já pagaste. Então José ponderou:

    - Mas eu não sei dirigir. Você pode me dar umas instruções? Ai Giácomo, largando o churrasco, a contragosto, mostrou

lhe os comandos, ensinando como manobrá-los. Mas José quis ainda ver o motor e quando o examinava notou um palito

de fósforo junto da tampa do distribuidor, perguntando então:

    - Para que serve este palito?

    Neste ponto Giácomo não se agüentou e esbravejou:

    - Não sei, pôxa ! Nunca vi este palito ai. Vai perguntar a um mecânico.

 

 

5.3.- AS GORJETAS DE GERALDO MANUEL

 

No início da década de l970, Geraldo Manuel foi designado a chefiar a Agência da CPRM de Porto Velho e levou João Oliveira, o popular João Batráquio, seu amigo e compadre para lá. João, sentindo saudades do Piauí, voltou e Geraldo Manuel sentindo falta do amigo e das farras que faziam juntos, sempre que podia , vinha passar uns dias em Teresina. Geraldo Manuel era um farrista perdulário. Costumava sair do aeroporto de Teresina direto para a gandaia, sem se preocupar com a própria mala nem com seu dinheiro, muitas vezes convocando João, pelo telefone, diretamente da zona. João Batráquio, que nunca foi de jogar dinheiro fora, se preocupava com a saúde financeira do amigo e da sua também. Nessas ocasiões, acompanhava o amigo, sóbrio, em todos os lugares a que ia, conferindo o troco e recolhendo as gorjetas excessivas, distribuídas fartamente pelo Geraldo à garçons e prostitutas.

 

   

5.4.- PERCENTAGEM PARA ÍNDIO

 

O geólogo Gato (este era seu nome de batismo) trabalhava do Programa da Platina da CPRM no interior de Roraima, onde habitavam diversos índios, muitos deles já bastante aculturados.

O Gato observava um afloramento quando chegou um índio chegou e foi logo dizendo:

- Estas terras nos pertencem, eu exijo uma percentagem sobre os resultados do seu trabalho!

O gato explicou que se tratava apenas de trabalhos de reconhecimento com objetivos primordialmente científicos e não havia o que repassar para os índios.

O indígena não se conformou e já enfurecido repetia que queria sua percentagem.

O geólogo, então, teve uma idéia genial de deixou o índio aquietado. Pegou a amostra de piroxenito que examinava, partiu-a bem ao meio com o martelo e entregando metade para o índio, disse:

- Aqui está sua parte, 50 %! Tá bom?

 

 

5.5.- PROJETO “PROTEGER?”

 

    Krebs não gosta do apelido de Marreco, mas bem que faz pôr merecê-lo .No início da atuação da CPRM na área do meio ambiente, foi criado o Projeto PROTEGER (Programa Técnico para o Gerenciamento da Região Metropolitana de Porto Alegre), em convênio com órgãos do Governo do Estado do RS. Na primeira reunião do projeto, com o pessoal da METROPLAN, para discutir as APAs (Áreas de Preservação Ambiental), lá se foi o Krebs acompanhando  Vitório, chefe do projeto. Durante a reunião, a Dra. Ada explanava  sobre os locais críticos de preservação e Krebs passou a cochilar. Lá pelas tantas, acordou quando a palestrante se referia aos marrecos que habitavam os banhados do rio Gravatai. Nesse ponto, Krebs interpelou a palestrante:

-         Dra. “Apa”, a senhora poderia dar mais detalhes sobre essa área dos marrecos ? Aí a Dra. Ada explicou que se tratava de aves migratórias, que vinham da Patagônia e permaneciam engordando no local durante alguns meses do ano. Não satisfeito com a primeira gafe, no final da reunião, falou todo animado para Vitório:

-          Tu já pensaste gringo, nós comendo aqueles marrecos com polenta!

 

 

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