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RPG-7: o implacável caçador de blindados...
Desde a Guerra do Vietnã os EUA vêm sendo perseguidos pelo “fantasma da guerrilha”, que após esta longa e tão sangrenta guerra provou que a guerrilha é o meio mais eficaz de desestabilizar e derrotar uma força inimiga, independentemente dos recursos e do nível tecnológico que a mesma possua. Mas, como se o Vietnã não servisse de lição, as forças de ocupação no Iraque estão enfrentando as sérias conseqüências das forças irregulares, que com as táticas não-convencionais de combate estão freqüentemente causando baixas e abatendo o moral das forças da coalizão. Mas o “fantasma” não anda sozinho, traz com ele armas de manufatura barata, de sistemas de funcionamento rústicos, baixo custo de aquisição, e de alto poder de fogo, dentre elas, o terror das forças blindadas: o lançador de granadas-foguetes RPG-7.
Desde a Guerra do Vietnã este singelo lançador vem provando sua eficiência, e representando um dos maiores perigos para as forças blindadas, e até certo ponto, para as aeronaves de asas rotativas. Entre os conflitos nos quais a participação dele foi de vital importância destacam-se: a Guerra do Afeganistão, onde os Mujahideens conseguiram destruir um MBT T-72 equipado com blindagem reativa (ERA); a intervenção dos EUA na Somália, onde os guerrilheiros conseguiram alvejar dois helicópteros US Army Black Hawk; a intervenção da Rússia na República da Tchetchênia, onde as força de resistência alvejaram, apenas no primeiro mês de combate, 225 veículos blindados russos; e agora em nossa atualidade no Iraque e Afeganistão, onde este lançador já fez e continua fazendo muitas vítimas.
O RPG-7 é um lançador simples, de baixo recuo, recarregável, rústico, de manufatura barata, baseado no lançador de granadas alemão RPG-2 utilizado na Segunda Guerra Mundial. É disponível em várias versões, cujas principais são: RPG-7V (mais utilizada no mundo), RPG-7V1(versão com bipé), e RPG-7D (versão de fácil transporte, se divide em duas partes) entre outras. Projetado e fabricado inicialmente pela Rússia, mas posteriormente sendo fabricado em larga escala por vários outros países como China, Irã, Iraque, Paquistão, Romênia e Bulgária entre outros, se tornou uma das armas mais desejadas entre as milícias espalhadas pelo mundo.
Seu tubo de disparo possui um calibre de 40mm em alma lisa, e é constituído de duas empunhaduras, um suporte para acoplagem do sistema de mira (natural ou NV), sistema de miras simples, protetor de ombro em madeira ou fibra plástica e sistema de disparo elétrico. Pode ser carregado com foguetes de diversos tipos, como por exemplo: PG-7 (uso geral, diâmetro máximo de 85mm), PG-7M (com função HEAT, e diâmetro máximo de 70mm), PG-7N, PG-7VL (antitanque), PG-7VR (antitanque, perfurador de blindagens ERA), OG-7 (HE, antipessoal) e OG-7M (HE, antipessoal). Todas as granadas-foguetes possuem um sistema de estabilização de vôo constituído de quatro lâminas, que se abrem no momento em que o foguete deixa o tubo, e um sistema traseiro de lâminas que dá ao foguete uma trajetória precisa e rotativa. O foguete é disparado numa velocidade de 120m/s, e após uma distância de aproximadamente 11 metros do tubo, o motor do foguete sofre sua ignição iniciando a aceleração do foguete, que por volta dos 500m de vôo atingirá sua velocidade máxima de aproximadamente 300m/s, onde após esta distância será mantido nesta velocidade pelo estágio de sustentação de vôo. O estágio de sustentação de vôo funcionará dos 500m até os 920m de trajetória, onde, ao atingir 4,5 segundos de vôo o foguete irá se autodestruir. A perfuração do foguete PG-7M (versão mais utilizada) é de 330mm de blindagem homogênea. Os alcances de utilização da arma são de: 500m para alvos fixos e 300m para alvos móveis, sendo os 920m o alcance máximo. O lançador pode ser equipado com uma mira óptica iluminada ou de visão noturna.
Eu, representando mais um do time dos fanáticos em materiais de procedência russa, classifico o RPG-7 como sendo uma das mais eficientes armas antitanque já produzidas, não apenas pelo fato dela possuir características singulares, mas também pela sua longa participação em combates reais, o que faz de sua plena capacidade algo rigorosamente testado, avaliado e aprovado por quem realmente entende do assunto. O rápido desenvolvimento tecnológico reduz em um período de tempo muito curto a vida útil desse tipo de arma, mas, devido às suas capacidades, admito que ela vai continuar sendo por muito tempo um dos maiores obstáculos às forças blindadas...
André Lovadine (ARMEIRO)
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