Por: Jaime Nunes Mendes
“A Fé recebe. O amor dá” - Martinho Lutero.
Qualquer cristão realmente convertido sabe que a fé é condição sine qua nons para a salvação: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb. 11:6). Todavia, ninguém pode conhecer verdadeiramente a Deus sem viver o amor. Isto pode até parecer paradoxal, contudo, trata-se de um fato bíblico incontestável: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (1 Jo. 4:8).
Então a fé por si mesma não é suficiente para salvação?
A fé aponta o caminho, e o amor nos conduz a Deus. Sim, embora a fé seja sólido fundamento para os que crêem na salvação, o amor, diz Paulo, é maior do que ela: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor” (I Co. 13:13). Porque: “Ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria” (I Co. 13:2).
Na verdade, prega-se e fala-se muito mais sobre a fé, porque ela está de alguma forma associada (embora não seja este seu único papel) ao ato de receber. E, como bem sabemos, é muito mais fácil receber do que dar. Daí, raramente ouvimos pregações acerca de versículos, tais como: “Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos” (At. 4:34). A prioridade é pelas passagens bíblicas em que há alguma promessa. Por exemplo: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mt. 7:7, 8).
A fé e o amor são itens essenciais para o verdadeiro servo de Deus. Ambos devem ser a base ou o fundamento da formação da personalidade de um lídimo cristão. Do contrário, a vida cristã torna-se defeituosa e infrutífera. O amor sem a fé é imperfeito; a fé sem o amor é morta: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?” (Tg. 2:14-20).
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