O QUE É MILAGRE?
Por: jaime nunes mendes

É correto considerar o desaparecimento de uma simples dor de cabeça um milagre? A obtenção de um bom emprego pode ser indício de um milagre? A ascensão financeira pode ser aceita como um milagre? O que realmente é um milagre? Qual a verdadeira finalidade de um milagre?
Vamos meditar um pouco...
A palavra milagre vem do latim miraculum, que significa aquilo que causa admiração. Nos dicionários, o milagre é definido como um fato que se atribui a uma causa sobrenatural. Na Bíblia, os milagres estão sempre associados ao maravilhoso,  ao extraordinário, ao que é fora do comum, ao que é superior às forças do homem e da natureza. O milagre, na concepção bíblica é, portanto, um acontecimento ou fato que evoca a consciência da onipotência do Deus o Todo-Poderoso. Sendo assim, somente é possível aceitar-se como milagre àquilo que está além das possibilidades humanas. Se tomarmos como exemplo o episódio bíblico do Mar Vermelho, concluiremos que não havia ali a menor possibilidade de o homem agir. Não era possível aos hebreus vencer os perseguidores egípcios, nem muito menos atravessar a nado o grande mar. Restava, pois, apenas a possibilidade divina. Foi aí que Deus, com seu ilimitado poder, fez o mar abrir-se ao meio, realizando um milagre. Que homem poderia obrar feito semelhante? Qual dos mortais poderia ressuscitar um defunto? Quem teria a capacidade de abrir os olhos ao cego, fazer falar ao mudo, dar audição ao surdo, tornar ereto um encurvado, andar com os pés sobre um mar bravio, transformar água no melhor dos vinhos, mudar o curso da natureza? Quem??? Certamente nenhum humano é dotado desta extraordinária capacidade. Esta só Deus é o portador.
Portanto, não faz sentido dizer-se que o sumiço de uma simples dor de cabeça, a qual pode ser eliminada com um simples analgésico, seja de fato um milagre. Igualmente, não há base para se afirmar que a obtenção de um emprego seja um milagre, afinal esta é uma possibilidade suscetível ao maior dos incrédulos!  Da mesma forma, se o fato de um crente ascender financeiramente for indício de um milagre, pode-se concluir que os ricos deste mundo são os grandes agraciados.
Se uma pessoa, por exemplo, vai ao médico e, se após uma bateria de exames é constado uma doença incurável (como um câncer, a AIDS, diabetes etc.), e, se após clamar a Deus ela for curada, então não restam dúvidas: aconteceu um milagre.
O milagre, como revela a própria Bíblia, não é um acontecimento banal, que ocorre para satisfazer os caprichos de alguém. Absolutamente. O milagre, segundo a Palavra de Deus, é um feito grandioso, cujo objetivo é cumprir os propósitos de Deus.
EXISTEM MILAGRES GRANDES E MILAGRES PEQUENOS?
Ao pé da letra, assim como não há “mentira grande” ou “mentira pequena”, “pecado grande” ou “pecado pequeno”, também não há “milagre grande” ou “milagre pequeno”. O que existem são mentiras, pecados e milagres, simplesmente.
EXISTEM MILAGRES EM OUTRAS RELIGIÕES?
Trocando em miúdos. Quando um católico que clama ao seu “santo”, é sarado de uma doença incurável, pode-se dizer que ele recebeu um milagre? Quem o curou? Foi o “santo” ou foi Deus?
Quem nunca viu anúncios do tipo: Agradeço a São “Beltrano” pela graça alcançada. / Agradeço a Santa “Fulana” pela graça recebida etc.? Na proximidade de minha casa, numa placa escreveram o seguinte: “Agradeço a São Longuinho pela graça alcançada”. Como é sabido, esse tal de “São Longuinho” nunca existiu, e a própria Igreja Católica o desconhece. Contudo, alguém afirmou e fez questão de declarar a todos que ele (o tal “São Longuinho”) foi autor de uma graça ou bênção. Como se explica isso?
Bem. Há quem diga tratar-se de uma ação maligna para cegar o entendimento da pessoa. Outros afirmam que Deus, não levando em conta a ignorância espiritual do idólatra, dar compassivamente sua bênção. Afinal, quem tem razão?
Sem entrar no mérito da questão, a fé, como mostra a Bíblia: “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hb. 1:1). Quando Jesus curava alguém, ele não pergunta à pessoa a que religião ela pertencia, mas simplesmente dizia: “A tua fé te salvou” (Lc. 7:5; 18:42: Mt. 9:29). Portanto, parafraseando o poeta: Há mais mistério na fé do que imagina a vã lógica humana.




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