Por: jaime nunes mendes
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15).
Duas cousas você poderia fazer se visse um cego caminhando na direção de um precipício: o avisaria do iminente perigo, ou permitiria que ele caísse no abismo. O que você faria?
Creio que, como um bom cristão, você o alertaria e o conduziria ao caminho seguro.
Fazendo um paralelo deste fato com a realidade espiritual, na qual milhões de pessoas, cegas espiritualmente, caminham a passos largos para o abismo eterno, surgem uma inquietante pergunta: você, como alguém livre da cegueira espiritual, tem alertado a essa multidão de cegos espirituais de que há um abismo à sua frente? Ou tem permanecido omisso a esta terrível realidade?
“Se tu deixares de livrar os que estão sendo levados para a morte, e aos que estão sendo levados para a matança” (Pv. 24:11).
Não basta sabermos que estamos salvos do abismo eterno, faz-se mister que levemos a luz aos que, nas trevas, trilham para a perdição. E muitos sem serem avisados.
Li sobre um caso no qual um certo cristão sonhou que havia chegado no gozo do céu. Lá, ele estava deslumbrantemente maravilhado. O fato dele saber que já tinha alcançado a vida eterna o fez inexplicavelmente exultante. Contudo, num dado momento, apareceu alguém que o conduziu a uma muralha, dizendo: “Olha lá para baixo. Que vês?” Ao que ele respondeu: “Ora, o mundo de onde vim”! O ser celestial continuou: “Que estás vendo lá?” E o cristão: “Vejo homens caindo do abismo!”. Aquele que o condizia então indagou-lhe: “Queres permanecer aqui e gozar a vida eterna, ou queres regressar à terra, para alertares a muitos?” Neste instante o obreiro, que estava um tanto desanimado, despertou do sono com estas palavras: “Nunca mais quero morrer!”. Como afirmou o pastor Rocco Paladino: “Deus colocou sob a responsabilidade de cada crente a eternidade de uma alma”. Faz-se necessário, como alertou Philemon Choi, no “Lausane II”: “tirar o evangelho das igrejas e templos, dos recintos e dos círculos dos crentes, para levá-lo à rua, às casas, aos escritórios e aos lugares onde se acham os não-alcançados pelo ministério regular da igreja”.
Sim, a tarefa principal da igreja aqui na terra, é exatamente a evangelização do mundo. Individualmente, cada crente que compõe o corpo de Cristo, que faz parte desta igreja, é responsável pela salvação ou perdição das almas sem Cristo. Não é suficiente sabermos que missões está no coração de Deus. Ela precisa estar também no coração daqueles que dizem servi-lo. Não basta falar ou escrever sobre missões. Ela precisa estar dentro de nós como uma chama viva.
O “IDE” de Cristo é o ultimato de Deus para a igreja nesses últimos tempos. Recusá-lo é dizer um NÃO ao que mais ele deseja: “Se Deus quer a evangelização do mundo, mas te recusas a sustentar as missões, então de opões à vontade de Deus” (Oswald Smith).
O ultimato de Cristo não é para os anjos. Absolutamente. É para mim. É para você. É para cada um de nós. Resta, pois, assumirmos o nosso dever de alertar o cego sem Deus de que há um precipício à sua frente, ou permanecermos omissos à esta realidade.
(São Paulo: 25/02/1993).
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