IRMÃO VOTA EM IRMÃO?
Por: jaime nunes mendes

Depende.
Se o irmão candidato apresentar propostas sérias; se tiver um passado político de engajamento social; se se defende princípios éticos e morais; se não busca o favorecimento de um grupo religioso específico; se não é mais um que usa o nome de Deus para se promover; se é uma pessoa idônea e íntegra perante a comunidade onde atua; se tem como meta o benefício da sociedade de um modo geral, então nesse eu voto. É uma pena não ter encontrado ainda um político irmão que seja possuidor de todos esses atributos. Mas, vá lá, dou minha mão à palmatória.
Pessoalmente, não me interessa se o candidato é evangélico, católico, espírita, agnóstico, ateu etc. O povo de Deus não precisa de um candidato para defendê-lo. Se tomarmos como exemplo a igreja primitiva, constataremos que seu maior crescimento adveio das perseguições religiosas e políticas da época. No instante em que alguns dentro dela elegeram a grande “candidata” Roma como sua defensora, tornando-se religião oficial deste Império, o seu declínio espiritual passou a fazer parte dos anais da História. O comunismo russo tentou por décadas destruir o rebanho de Deus, e o fim tudo nós vimos pela televisão: caiu o comunismo e triunfou a igreja. Portanto, repito, não temos necessidade de alguém para defender nossos interesses. O corporativismo não é bom para ninguém. Precisamos sim de candidatos (seja qual for sua religião) que trabalhem em prol dos interesses da sociedade de um modo geral e que lutem por uma melhor distribuição de renda nesta mesma sociedade. É melhor elegermos um candidato que não seja evangélico mas que seja atuante e honesto, do que um evangélico que simplesmente ficará quatro anos desfrutando de regalias com o dinheiro do povo. E o pior, correndo o risco de ser mais um a escandalizar o nosso nome.
Não estou afirmando que o cristão não deva participar de política. Absolutamente. A discussão é outra. Se bem que... Deixa pra lá.
E até lá.