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Mitológica
O Templo de Artémis
200 anos de construção
Em Éfeso, na Ásia Menor, ficava o
templo da deusa Ártemis, a quarta maravilha. Sua construção
começou na metade do século VI a.C. , por ordem do conquistador
Creso, rei da Lídia -- região montanhosa que hoje é o oeste da
Turquia. Com 90 metros de altura - como a estátua da Liberdade,
em Nova York - e 45 de largura, o templo era decorado com
magníficas obras de arte. Protetora da cidade e deusa dos
bosques e animais, Ártemis (Diana, para os romanos) foi
esculpida em ébano, ouro, prata e pedra preta. Tinha as pernas e
quadris cobertos por uma saia comprida decorada com relevos de
animais. Da cintura para cima, três fileiras de seios se
superpunham. Um ornamento em forma de pilar lhe adornava a
cabeça.
Nesse período da história grega, chamado Arcaico (século VIII-
século V a.C.), quando Éfeso, graças a seu porto, era uma das
mais importantes cidades do Egeu e do Mediterrâneo, a escultura
tinha alcançado seu ponto alto entre os gregos. Não é, pois,
de estranhar que o templo de Ártemis tenha ficado famoso por
suas esculturas e objetos de ouro e marfim -- alguns dos quais se
encontram no Museu Britânico, em Londres. Quando, no século I,
o escritor romano Plínio, o Velho, afirmou que esse magnífico
templo, com 127 colunas (36 decoradas) demorou duzentos anos para
ser construído, não foi levado a sério. Mas, no século XIX,
quando os arqueólogos conseguiram determinar o lugar onde foi
erguido deu-se finalmente razão a Plínio. O templo foi
incendiado no século III a.C. por um certo Heróstrato, que
assim pretendia tornar-se imortal. Pelo visto, conseguiu.
Reconstruído, destruído e ainda outra vez reconstruído, o
templo foi finalmente arrasado em 262 pelos godos, povo
germânico que durante o século III invadiu províncias romanas
na Ásia Menor e na península balcânica.