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Mitológica
A águia
Certo dia uma águia olhou para baixo, do alto
do seu ninho, e viu uma coruja.
- Que estranho animal! - pensou consigo mesma. Certamente não se
trata de um pássaro.
Movida pela curiosidade, abriu suas grandes asas e pôs-se a
descer voando em círculos
Ao aproximar-se da coruja perguntou:
- Quem é você? Como é seu nome?
- Sou a coruja - respondeu o pobre pássaro em voz trêmula,
tentando esconder-se atrás de um galho.
- Ha, ha! Como você é ridícula! - riu a águia, sempre voando
em torno da árvore. Só tem olhos e penas! Vamos ver,
acrescentou, pousando num galho, - vamos ver de perto como você
é. Deixe-me ouvir melhor sua voz. Se for tão bonita quanto sua
cara vou ter que tapar os ouvidos.
- Enquanto isso a águia tentava, por meio das asas, abrir
caminho por entre os galhos para apanhar a coruja.
Porém um fazendeiro havia colocado, entre os galhos da árvore,
diversos ramos cobertos de visgo, e também espalhara visgo nos
galhos maiores.
Subitamente a águia viu-se com as asas presas à árvore, e
quanto mais lutava para se desvencilhar, mais grudadas ficavam
suas penas.
A coruja disse:
- Águia, daqui a pouco o fazendeiro vai chegar, apanhar você e
trancá-la numa grande gaiola. Ou talvez a mate para vingar-se
pelos cordeiros que comeu. Você, que passou toda a sua vida no
céu, livre de qualquer perigo, tinha alguma necessidade de vir
até aqui para caçoar de mim?
Leonardo Da Vinci
MORAL: "Um dia da caça, outro do caçador."