ENCÍCLICA DO
PATRIARCADO ECUMÊNICO, 1920
"Amai-vos ardentemente
uns aos outros de todo o coração".
(1 Ped. 1, 22)
A nossa Igreja crê que a aproximação e a
fraternidade entre as várias igrejas cristãs não é incompatível com as
diferenças doutrinais que existem entre elas. Em nossa opinião essa aproximação
é altamente desejável e necessária. Ela será muito útil para os interesses
reais de cada igreja particular e para o todo do corpo cristão, e também para a
preparação e desenvolvimento da abençoada união que será completada no futuro
de acordo com a vontade de Deus...
Cremos que as duas medidas a seguir apresentadas
contribuirão em grande medida para essa aproximação...
Primeiramente, como necessário e indispensável o
afastamento e a abolição de todo e qualquer azedume e desconfiança mútuos
existentes entre as diferentes igrejas e que nasceram pela tendência de algumas
delas de fazer proselitismo entre os aderentes de outras confissões...
Em
segundo lugar, e acima de tudo, o amor deve ser reacendido e fortalecido entre
as igrejas, de modo que elas não se considerem mais como estranhas e
estrangeiras, mas como parentes, fazendo parte da família de Cristo e
"co-herdeiras, membros do mesmo corpo e participantes da promessa de Deus
em Cristo" (Ef. 3, 6).
Por todas estas razões, estando nós próprios
convictos da necessidade de estabelecer um contacto e uma liga entre as igrejas
e crendo que as outras igrejas partilham da nossa convicção, pelo menos como um
começo, pedimos a cada uma nos faça conhecer o seu pensamento e opinião sobre
este assunto para que, uma vez alcançados o entendimento e resolução comuns,
possamos caminhar juntos para a sua realização, e assim "proclamando a
verdade com amor, cresceremos em todos os sentidos, para Cristo, que é a
cabeça. É nele que todo o corpo se mantém firmemente unido pelas articulações e
de cada uma delas recebe força para ir crescendo em harmonia" (Ef. 4,
15-16).
11E foi ele que a alguns
constituiu como Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres,
12em ordem a preparar os
santos para uma actividade de serviço para a construção do corpo de Cristo
13até que cheguemos todos à
unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto,
à medida completa da
plenitude de Cristo.
14Assim, deixaremos de ser
crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina,
ao sabor do jogo dos homens,
da astúcia que maliciosamente leva ao erro;
15antes, testemunhando a
verdade no amor, cresceremos em tudo para aquele é a cabeça, Cristo.
16É a partir dele que o corpo
inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de junturas que o
sustentam,
segundo uma força à medida
de cada uma das partes, realiza o seu crescimento como corpo, para se construir
a si próprio no amor.
Mons. Dom ++
(Mar Alexander I
da Hispânea)
Última actualização deste Link em 15 de Fevereiro de 2009