Dendrobates auratus

 

 

Nome comum:  Dendrobate

Nome científico: Dendrobates auratus

Família: Dendrobatidae

Tamanho: Entre 2,5 e 6 cm, de acordo com a variedade.

Distribuição geográfica: Américas Central e do Sul, nas florestas chuvosas da Costa Rica e a Bolívia; também foram introduzidos no Havaí, onde se adaptaram com facilidade. Os D. auratus vivem em pequenos grupos; podem ser encontrados também em plantações de cacau, na Nicarágua e Costa Rica, onde encontram várias opções de esconderijos.

Ambiente: Florestas tropicais quentes e úmidas, com vegetação densa.

Longevidade: Em média 4 anos, mas existem registros de rãs que atingiram 10 anos em cativeiro.

Manuseio: Animal venenoso, por isso não devem ser manuseados sem a proteção de luvas. 

Hábitos: Diurnos e terrestres, vivem em pequenos bandos (com exceção da estação de acasalamento), sempre perto de riachos e lagoas. É raro que descansem durante o dia; passam o dia em busca de alimento e prevenindo-se de ataques predadores.

Terrário: Um terrário com 70 x 45 x 30 cm, mais larga do que alto, acomoda 4 a 5 espécimes. Deve-se ficar fechada e no topo, uma abertura de 10 cm de diâmetro é necessário para manter a ventilação adequada. Como decoração, deve ser densamente plantado, com bromélias e antúrios; o substrato pode ser musgo, barks, cascalho de rio natural, pó de xaxim, litter, etc., forrado com folhas secas. Pedras e pedaços de troncos devem ser dispostos de modo a permitir que as rãs se ocultem. Um pequeno tanque de água limpa com profundidade menor do que a altura das rãs, deve ser mantido no terrário.

Estas rãs não gostam de escalar, por isso, é melhor mantê-las num terrário largo, bem plantado e com uma boa área para explorarem. Pedaços de tronco podem ser usados na decoração.

Iluminação: Fraca, uma lâmpada do tipo gro-lux, mantida acesa durante o dia, é suficiente para manter as plantas.

Temperatura: Entre 20° e 28°C.

Umidade: Em torno dos 75%.

Alimentação: Pequenos insetos como filhotes de grilos, larvas de tenébrios, moscas de frutas, baratinhas, cupins, etc, que podem ser  pulverizados com vitaminas e cálcio. Em seu ambiente natural, alimentam-se principalmente de aranhas e insetos (como formigas e cupins), encontrados no solo da floresta. Capturam suas presas com a língua longa e retrátil, aliada a um excelente sentido da visão. É provável que a dieta natural esteja relacionada com a produção de veneno. 

Variedades de cores: Estão catalogadas 12 variedades; a mais comum tem o corpo verde e preto, com o padrão formado por marcas, pintas e listras irregulares. Existem, ainda, os D. auratus azuis, encontrados com mais facilidade junto ao oceano Atlântico. Os espécimes havaianos mostram um verde mais brilhante do que o de seus colegas americanos.   

Dimorfismos sexuais: Os machos apresentam os dedos das patas dianteiras maiores do que os das fêmeas.

Maturidade sexual: Entre 4 e 6 meses de idade, sempre depois da primeira estação chuvosa depois que as rãs se tornam adultas.

Reprodução: A estação de acasalamento ocorre durante o período das chuvas, de julho a setembro. Durante as 2 semanas de choco, o macho retorna várias vezes ao local, para checar os ovos. Uma vez que os girinos nascem, eles sobem às costas do pai, que os carrega a um local adequado para a metamorfose, que pode ser o pote de água ou dentro de uma bromélia onde deve conter água. Durante a transferência, os filhotes ficam grudados à pele do macho por um muco secretado pela pele, que impede acidentes. Essa substância é solúvel em água. Com maior quantidade de alimento, elevação da umidade relativa do ar e temperatura em torno dos 28°C, baixando sensivelmente à noite, as rãs se predispõem aos rituais nupciais. Caso seja reunido um grupo grande (4 ou 5 espécimes), pode haver brigas na época de acasalamento, que pode durar de alguns minutos a várias horas, e os ovos, protegidos por um cordão gelatinoso, poderão ser colocados entre as folhas duras das bromélias. Em seguida, o pai vai transferí-los (pode-se utilizar um pequeno tanque). À medida que vão crescendo, os girinos, que nascem pretos, com a barriga amarela ou creme, se alimentam de resíduos orgânicos presentes na água, algas e larvas de insetos. Depois da eclosão, nenhum outro cuidado é dispensado pelos pais.

O canibalismo é bastante comum, por isso, o ideal é retirar os girinos do terrário, mantendo-os em pequenos tanques isolados (pode-se colocar cada um num copo plástico de café, com água pela metade), alimentando-os com ração para peixes e suplementos vitamínicos e de cálcio em pó. Quando os jovens perderem ¾ da cauda, podem ser reunidos num pequeno aquário, com 1 cm de água, decorado com algumas pedras e plantas artificiais em que possam ocultar-se. Quando perderem toda a cauda, a água pode ser retirada (mantendo-se um pires bem raso, para evitar que se afoguem) por uma camada de musgo, para manter a umidade alta.      

Postura: De 13 à 25 ovos por postura.

Alimentação dos girinos: Algas, resíduos orgânicos presentes na água, larvas de insetos e ração para peixes vegetarianos.

Informações adicionais...

Na família Dendrobatidae, os D. auratus são considerados como os mais fáceis de se manter em cativeiro, sendo uma boa opção para criadores iniciantes. Estas rãs se adaptam facilmente em diversos ambientes, como é o caso dos espécimes que foram introduzidos no Havaí, rapidamente colonizando as ilhas. As rãs havaianas, que vivem em regiões densamente populosas, costumam depositar seus ovos em garrafas e latas velhas.

Uma característica importante dos D. auratus são suas glândulas de veneno. Acredita-se que as cores brilhantes sejam uma advertência, para que os predadores não se aproximem, além de confundir a visão dos agressores por alguns instantes, tempo suficiente para que as rãs escapem.

Aproximadamente 90 substâncias alcalóides foram identificadas nesta espécie. A peçonha dos D. auratus, também é usada por indígenas há séculos, para embeber suas flechas. Atualmente, a indústria farmacêutica estuda a possibilidade de usar a substância epibatidine, presente na pele das rãs na fabricação de analgésicos, a ação dessa droga no combate a dores, especula-se que seria 200 vezes mais fortes do que a morfina (ainda não existem resultados conclusivos). Como existem mais de 90 alcalóides na peçonha dos D. auratus, as possibilidades de utilização, principalmente no tratamento de problemas neurológicos e musculares, são muito grandes.

São excelentes animais de decoração, apesar de não poderem ser manuseados sem luvas, em função dos venenos da pele. Animais capturados tendem a diminuir a toxicidade, provavelmente em função da perda de alguma fonte alimentar.

Fotos:


Green and Black


Blue



Costa Rica



Hawaii



Panama