Por Leona-EBM

 

Capitulo 4

No Divã

 

Horas depois do infeliz incidente, Yuy estava procurando um psicólogo para o seu querido namorado, ao seu lado tinha uma caixinha de lenço.

Jogado no sofá estava Ryori, tentava achar um canal interessante na televisão, mas nada lhe chamava a atenção, parou então em um canal de reportagem, mas nem prestava atenção no que a repórter falava até algo lhe chama a atenção fazendo o ruivo sentar-se no sofá e aumentasse o volume.

 

- “Vinte pessoas foram apreendidas com 10 quilos de Ninfeto em Rondon, o tráfico havia diminuído um pouco há um mês, mas parece que ele voltou com força total. O número de drogas na rua aumentou, a polícia está fazendo a sua parte indo até escolas e...”.

 

Os azuis do ruivo se estreitaram, desligou a televisão e ficou a pensar em quem estaria no seu lugar agora, e pelo jeito o cara devia ser muito bom, pois para ser líder de um trafico do tamanho do dele tinha que ser muito bom e ter muito jogo de cintura.

 

- “Quem poderia pegar o cargo? Yashin? Thaís? Eduardo? Tem tantos... mas esses são os principais... eu não sei por quê, mas sinto falta... ah! Droga, não devia pensar assim, eu estou muito bem agora, estou tão feliz, pena que não posso juntar minha felicidade com o poder!”.

 

Seus pensamentos foram interrompidos pelo moreno que veio correndo falando que havia encontrado um bom psicólogo próximo ao centro da cidade.

 

- Eu não vou!

- Vou marcar uma consulta! – foi até o telefone.

- Por favor... vamos ser racionais!

- Racionais? Não fui eu que disse que o pobre Ryo-Kun estava falando!

Ryori fez cara feia e resolveu ignorar, não iria a lugar algum, ficaria em casa e ninguém e fazer ele sair de lá. Tinha força de vontade o suficiente para ir contra as vontades do seu namorado, além disso, tinha o seu grande orgulho que impedia que ele se rebaixasse a toda essa situação.

- “Ele é louco de pensar que eu vou ao psicólogo... que ridículo, não vou mesmo, ninguém vai me tirar desse sofá”.

 

Duas horas depois.

Yuy e Ryori estavam na sala de espera do consultório, nele só tinha uma recepcionista que não parava de olhar para Ryori.

Ryori estava com os braços cruzados, olhos fechados e boca calada mostrando o seu mau humor. Desde que ficara com Yuy tinha que se sujeitar a coisas que ele nunca sonharia em fazer em toda sua vida.

A porta do consultório de abre e uma linda mulher com lindos cabelos loiros até a cintura, um corpo perfeito, e uma pele maravilhosa misturada com uma super maquilagem surge. Ela olha para sua pasta lendo alguma coisa mostrando todo seu charme e sensualidade quando colocou a caneta na boca a mordendo delicadamente mostrando o branco dos seus dentes perfeitos, momentos depois ela olha para o casal.

- Ryori Nako? – olha para os dois.

- Er... ele... – Yuy aponta para o ruivo.

- Por favor, senhor Nako, me acompanhe. – sorriu.

Ryori se levantou, colocou a mão no bolso da sua calça jeans e abaixou a cabeça mostrando toda sua má vontade, Yuy ficou olhando os dois entrarem na sala, quando a porta se fechou quase saiu correndo atrás do seu namorado.

 

*

 

Na sala, a doutora se sentou numa grande escrivaninha, ela olha a ficha do ruivo e sorri. Depois ela fecha seus documentos e o encara nos olhos.

- Tudo bom? – cumprimenta.

- Tudo...

- Vejo que não gostaria de estar aqui. – sorriu.

- Não!

- Bom, mas aqui diz que você... brigou com um brinquedo, correto? – disse como se fosse a coisa mais comum do mundo.

- Isso é ridículo, eu não devia estar aqui por causa disso! – defendeu-se.

- Concordo!

- Concorda? – indagou.

- Sim, vamos falar de outra coisa... vejo que você gosta muito de se vestir de preto, eu adoro preto, mas acho que não combina comigo.

- Hum... eu gosto muito dessa cor...

- Essa cor é muito bonita e discreta, para pessoas que não gostam de ser notadas! – sorriu.

- Posso ir embora?

- Sou tão chata assim? – fez uma carinha triste.

- Não, não é.

- Obrigada, eu tive um paciente que disse que eu era muito chata, fiquei com medo que todos pensassem assim.

- Hum... vou me deitar! – Ryori viu o divã, vai até ele se jogando em cima.

- Claro! – ela senta-se numa cadeira que ficava ao lado do divã.

- Pode ficar falando... – Ryori fecha os olhos.

- Hum! – psicóloga viu que aquele ali seria difícil. – Bom, eu soube que o tal do coelhinho lhe chamou de idiota, tonto e você não é mais nada! É só um cara normal e sem graça!, certo?

- Hum!

- Bom... – sorriu – por que você acha que ele disse isso?

Ryori ficou um pouco pensativo, seria ridículo admitir que o coelhinho realmente falou com ele, mas já que estava ali iria cooperar, pois queria ir embora o quanto antes.

- Idiota... eu me sinto assim...

- Por que?

- Eu... bom, eu me sinto assim por estar pensando seriamente num assunto absurdo! – revelou, na verdade estava com vontade de se abrir para alguém, e nada melhor que alguém desconhecido.

- Que assunto?

- Não posso falar!

- Bom, e por que ele lhe chamou de tonto?

- Pelo mesmo motivo! – suspirou.

- E por que disse isso que “É só um cara normal e sem graça?” – estranhou essa frase.

- Bom, é que eu era um cara importante sabe? Aí não sou mais!

- Isso é psicológico, você é importante! – sorriu.

- Você não entende! – bufou.

- Era um rico empresário que perdeu seu trono? – chutou.

- Mais ou menos isso!

- Você era tão importante como um empresário? – duvidou.

- Mais importante!

- Hum... – ela anotou alguma coisa – o que fazia então, pode dizer... nada vai sair daqui!

Ryori pensou um pouco e viu que não faria mal contar, aliais se ela soubesse quem ele foi, não iria se meter a besta com ele.

- Sabe o trafico de drogas de Pratania?

- Hum... é terrível, mas o que tem a ver? – indagou.

- Eu era o líder do trafico!

A psicóloga quase caiu da cadeira, seu caderno foi ao chão de repente. Ela olhou para o ruivo com atenção, não via um assassino nem um traficante naquele olhar.

- Mesmo? – duvidou.

- Acha que eu gosto de brincar? – deu um dos seus olhares assassino para moça que quase saiu correndo.

- Desculpa! – ela quase chorou de medo.

- Então, continuando... eu larguei tudo por causa de um grande amor!

- Mesmo? – ficou mais aliviada.

- Hum hum! – afirmou.

- E agora está querendo voltar?

- Bom, não posso ficar com o trafico e com ele também, mas eu sinto falta do que eu fazia, sabe? Mas não posso ficar com os dois, por isso estou me achando um idiota! – desabafou.

- Ele?

- Sim!

- Por acaso... aquele garoto... – fez uma cara horrorosa.

- Sim!

- Oh! Meu Deus! – exclamou – quantos anos ele tem?

- 15!

- Oh! – arregalou os olhos – e você?

- 20!

- Por acaso ele está com você por conta própria? – suspeitou. Ao descobrir que ele era um traficante duvidava muito do seu caráter agora.

- O que você está pensando? – se sentou no sofá erguendo seu tom de voz.

- Na... nada! – fez um não com as mãos se assustando – a consulta está acabada!

- E o meu diagnostico? Precisa falar para Yuy que eu estou bem, ou ele não vai sossegar!

- Bom, você é um traficante, gostava de ser um e quer voltar a ser... você não tem problemas, só sua consciência que lhe revelou o que você queria através do coelhinho, então converse com seu ami... namorado e pronto! – sorriu nervoso.

- Diga a ele que eu estou bem então! – levantou-se a olhando de cima.

A moça se levantou também, parecia estar meio trêmula. Ela foi até a sua mesa colocando seu caderno nela, depois se virou para o ruivo e disse:

- Tudo bem... vamos lá!

Os dois saíram da sala encontrando Yuy bebendo água próximo ao filtro. Yuy sorriu ao ver Ryori se aproximando, estava ficando desesperado pela demora, além do mais a psicóloga era muito bonita e vai que ela se engrace para cima do seu namorado. Desde que conhecera Shibushi havia descoberto o que era ciúme, e agora ficava feito um gavião em cima de Ryori, não permitindo que ele ficasse muito tempo com pessoas interessantes.

- Boa tarde Yuy! – a moça sorriu – “Meu Deus, ele é só uma criança, será que Ryori não força ele a nada?”.

- Boa tarde doutora! – sorriu dando mais um gole na sua água.

- Diga a ele doutora! – Ryori encarou-a.

- Ah! Claro... – sorriu – me diga Yuy, está tudo bem com você?

- Está sim, por que? – estranhou.

- Não quer me contar algo, não se preocupe com nada.... nada mesmo... pode me contar! – sorriu – “Preciso ver o que esse moleque está sentindo”. – pensou em seguida.

- Bom, eu não tenho nada... – disse o moreno.

- Diga apenas o meu diagnostico doutora! – Ryori estava ficando impaciente.

- Bom, você não gostaria de conversar comigo antes? – perguntou ignorando Ryori.

- “Meu Deus... será que o Ryori fez alguma coisa com essa moça para ela estar querendo falar comigo?”. – Yuy pensava.

- “Mas o que está acontecendo aqui?” – Ryori percebe que os dois o olhavam de maneira suspeita.

- Vamos conversar um pouco Yuy!? – ela sugeriu.

- “Será que o Ryori não está bem e ela não quer falar na frente dele?” – preocupou-se.

- Mas isso não vai ser necessário! – Ryori interferiu – agora diga o que ele tem que saber!

- “Estou vendo que ele é mandão... tenho que tirar essa pobre criança das suas mãos perversas” – pensou – Vamos Yuy – tocou nas suas mãos.

- O que? Nada disso eu não vou espe... – o ruivo se irritou.

- Eu vou! – Yuy interrompeu – “Acho que o meu Ryori não está bem, pobrezinho, finalmente a loucura veio a tona!” – Lamentou mentalmente.

- Não! – Ryori ficou louco – o que está querendo mulher? – a fuzilou com o olhar.

- Na... nada! – ficou com medo – “Ele está com medo que Yuy fique a sós comigo”.

- Vamos! – Yuy sorriu, um sorriso bem forçado que Ryori acabou sacando.

- Você não quer ir! – Ryori diz.

- Quero sim!

- “Meu Deus... ele é um monstro!” – a doutora estava pensando em correr com Yuy até a sua sala e se trancar lá e depois chamar a policia.

- Ta bom... vai, mas depois não venha me encher o saco! – falou com seu tom frio.

- “Ele o está ameaçando indiretamente!” – pensou.

- Ahhh! Eu vou... vamos doutora! – Yuy fez um não com a cabeça e seguiu a doutora até a sua sala.

Ryori ficou olhando os dois, não entendia o que a doutora queria, talvez ela queira falar com Yuy sobre o seu diagnostico, mas não precisava falar só com ele. Cansando e tentar achar respostas se sentou num dos bancos de espera e ficou a pensar no que a mulher havia dito, no final havia sido bom conversar com ela.

Quando entrou na sala a doutora abraçou Yuy, este não entendeu nada e abraçou a mulher também.

- “Coitado... ele está precisando de carinho” – pensou ao ver que foi abraçada também. Aquela era uma técnica dela para descobrir se uma criança era rebelde, carinhosa, carente ou rejeitada.

- “Essa mulher deve ter uma noticia horrível sobre o Ryori, está tentando me consolar antes” – Yuy ficou preocupado.

- Yuy eu sinto muito... – disse – é tão triste e cruel!

- Eu sei doutora eu sei! – disse – “O Ryori enlouqueceu de vez... Ó vida cruel”.

- Você quer ajuda? – perguntou soltando Yuy.

- Muito! – disse, afinal, seria muito difícil cuidar de Ryori sozinho, precisava de auxilio médico.

- Vamos prendê-lo! – disse confiante.

- Acha isso necessário? – não gostou muito da idéia.

- É preciso, sei que deve estar mal com tudo isso, mas eu sinto muito, sinto mesmo... depois de prendê-lo todo o terror irá terminar! – sorriu.

- Tudo irá terminar mesmo, tem certeza? – indagou.

- “Tadinho, ele está com medo que ele consiga fugir e volte a atormentá-lo”. – a moça quase chorou.

- Meu Deus... eu não quero prender o Ryori... é muito triste, ele não merece isso!

- Ele abusou de você, você não pode mais ficar com um traficante como ele... você tem que fugir disso, pretende ficar a vida inteira sofrendo? – gritou.

- Er... – ficou confuso – bem... o que você está querendo de dizer?

- Ryori Nako lhe obriga a fazer sexo com ele!

- Hahahahahaha!!! – começou a rir sem parar – eu... hahahaha... você está louca... eu amo... o Ryori!! – continuou rindo.

A moça olhou perplexa para Yuy que se ajoelhou no chão segurando sua barriga que já doía de tanto rir, a moça começou a ficar vermelha. Ela respira fundo e grita:

- PÁRA COM ISSO!!!!

Nesse instante Ryori entra na sala, viu Yuy no chão se acabando de rir, não entendeu nada e foi até ele.

- Vamos embora! – disse.

- Hahahahaha vamos Ryori! – se levantou limpando as gotas de lágrimas que começavam a sair – eu vou indo, foi um prazer doutora! – disse tentando conter os risos.

Ryori não entendeu nada, ficou preocupado com que a doutora poderia lhe dizer, mas pela reação de Yuy a moça não havia contado nada grave, ao contrário, deveria ter feito piadas sobre ele, essa última idéia lhe contrariou.

O casal sai do consultório rapidamente, Ryori enchia Yuy de perguntas, mas esse achava que não era melhor dizer o que acontecera, pois o ruivo poderia se irritar e voltar lá para tirar satisfações com a mulher.

Os dois entraram no belo porsche do ruivo, Yuy parou de rir, entretanto ainda mantinha aquele sorriso idiota no rosto, Ryori olhava para ele a cada minuto tentado adivinhar o que se passava naquela cabecinha oca, mas desistiu.

A noite começava a cair, o vento estava ficando mais frio e forte. Yuy já dormia no banco do carro, Ryori ainda dirigia de volta para casa.

 

*

*

*

 

Estava olhando para o nada, sua mente estava cheia de lembranças, seus olhos se fecharam fortemente ao se lembrar daqueles tubos ligados ao seu corpo, sentiu um arrepio percorrer pela sua espinha só pelo fato de imaginar-se preso numa jaula novamente. Seus punhos se cerraram com força sobre a mesa ao se lembrar dos gritos e das torturas.

- Ruk? Ruk?

Voltou à realidade ao ouvir alguém lhe chamando, se acalma e olha para o rapaz que o chamava. Era Aizu que tocava no seu ombro, a expressão seria do rapaz fez ele prestar a atenção nas suas palavras.

- O que foi? – indagou.

- Temos missões.

- Temos?

- Vamos trabalhar juntos! – sorriu – vamos!

Ruk se levantou e seguiu o rapaz, sorriu, pelo jeito iria conseguir voltar logo para casa se tivesse uma missão por dia. Os dois entraram no quarto de Aizu, Ruk olhou para todo o quarto antes de entrar notando que não havia mudado nada, era o mesmo ambiente quente, fechado e escuro de sempre.

Aizu sentou-se na cama, Ruk sentou-se numa poltrona e ficou encarando-o.

- Temos que vigiar um cara! Missão 1! – sorriu – descobrir tudo sobre ele! Depois temos que pegá-lo missão 2! Depois temos que dar ele ao Suka, para que ele o interrogue! Missão 3!

- Só? – achou fácil demais.

- 3 missões em um dia... muito bom! – disse sem se abalar.

- Estou vendo que você não se importa em ser usado... – abaixou a cabeça.

- Quando vamos? – perguntou ignorando o comentário.

- Não se importa mesmo? – ergueu seu olhar.

- Eu só quero voltar logo para casa, e desde o começo sabia que não seria para nós fazermos faxina na casa de ninguém! – se levantou – Quando vamos? – perguntou novamente.

- Essa noite... as 23:00! Onde você vai? – viu que o moreno estava saindo.

- Me arrumar... e colher informações! – disse saindo do quarto.

Aizu suspirou, jogou-se para trás fechando os olhos.

 

*

 

Ruk foi até seu quarto, no seu guarda-roupa tinha sua roupa para missões. Era uma calça preta de lycra, uma blusa de manga comprida do mesmo tecido e cor, tinha um par de coturnos preto, luvas e uma espada. E para completar, por cima de tudo isso ele coloca um sobretudo preto, e nos seus bolsos tinham explosivos e armas brancas.

Depois viu no seu relógio de pulso que já eram 22:00 horas, se sentou na cama e ficou fechou os olhos, soltou um suspiro.

- “Vamos lá Ruk... você foi criado para isso!”.

 

*

 

 

Ruk ouve dois toques na porta, era um toque estranho, mas era um código entre ele e Aizu, sorriu ao ver que ele ainda lembrava desse toque.

Foi até a porta abrindo-a, quase caiu para trás ao ver seu parceiro, ele estava lindo, na verdade ele sempre ia para as missões daquele jeito, lembrou-se das vezes que conseguiram se safar quando foram pegos, só porque os inimigos haviam se interessado em Aizu e no seu jeito exótico, e às vezes muito erótico de ser.

Aizu vestia uma calça jeans preta, só que a na sua perna direita a sua calça chegava até os joelhos dando-lhe um ar mais rebelde, usava coturno preto, uma regata verde escuro colada ao seu corpo, seu braço tinha umas faixas pretas, usava luvas onde seus dedos ficavam para fora, seu cabelo cobria seu belo rosto, mas parte dos seus olhos vermelhos podiam ser vistos o que lhe dava um ar mais selvagem.

- Tudo pronto... Sereia? – sorriu, esse eram os nomes códigos deles.

- Pronto dragão! – Ruk brincou também.

Aizu se virou seguindo para fora do quarto, agora nas suas costas podia-se ver um grande dragão negro com os olhos vermelhos desenhado.

 

*

 

Um carro preto estava estacionado no final da rua embaixo de uma grande árvore de cerejeiras, não se podia ver nada que tinha dentro do carro, todos os vidros eram tão escuros como a noite. Mas dentro desse carro misterioso estavam Ruk e Aizu. Os dois olhavam com atenção para uma grande empresa, os dois sabiam que a sua vitima estaria saindo agora do seu trabalho, agora seria o momento perfeito de pegá-lo, cumprindo a sua missão.

- O cara desvia dinheiro da empresa, tem uma conta de dez milhões em Brincamasca, dorme com a esposa do vice-presidente e gosta de beber vinho – Aizu disse.

- Essa última informação é ridícula, de onde tirou isso? – Ruk observou.

- Hahahaha estou brincando... mas olha para a cara dele, parece um bêbado, deve gostar de vinho! – riu.

- Tsc... tsc... tsc... – fez um não com a cabeça e continuou a observar a entrada da empresa.

- Olha... – Aizu aponta para uma limusine que estacionou na frente da empresa.

- Hum... se prepara para segui-lo! – Ruk diz.

- Pode deixar... – disse encostando suas mãos no volante.

Os dois sorriem ao ver a sua presa saindo da empresa com dois seguranças, viram que ele entrou no carro apressadamente e logo partiu a uma alta velocidade. Claro que Aizu já estava atrás dele tomando o máximo de cuidado para não parecerem suspeitos.

Seguiam a limusine a risca, não a perderam de vista por um segundo, Aizu era um mestre no que fazia Ruk tinha que admitir.

Duas horas depois a limusine entra numa bela mansão que ficava num bairro muito nobre, Aizu pára o carro duas quadras atrás.

- O que faremos? – Aizu pergunta – aqui parece ser muito seguro!

- Nada vai nos impedir, vamos entrar e atacar! – diz o soldado.

- Não sabemos quantos homens têm na casa!

- Está com medo? Você não era assim! – estranhou.

- Bom... depois de perder Xyen... não quero perder mais ninguém! – revelou.

- Hum... – Ruk percebeu que o moreno havia ficado triste.

- Vamos então! – Aizu vai para o banco de trás do carro pegando seus equipamentos.

Pegou várias facas de tamanho pequeno e as guardou nos bolsos, depois pegou duas armas a colocando na cintura e a outra colocou no calcanhar da perna que a calça cobria por inteira e pegou óculos infravermelhos.

- Tudo pronto? – Ruk perguntou.

O soldado só havia pegado uma arma de fogo e uma espada tamanho médio a colocando na cintura.

- Tudo!

Os dois saíram do carro tomando cuidado para ninguém vê-los, com um super salto os dois pulam no muro de uma outra casa, depois entram nela tomando cuidado com os alarmes, andavam abaixados e devagar. Momentos depois escalaram a parede de fora da casa subindo nos telhados, os dois não falavam nada, se comunicavam com o olhar.

Com pulos anormais eles iam até a mansão da sua vitima pelo os telhados das casas, quem via de longe parecia ver dois gatos, já que os dois ficavam abaixados todo o tempo, e qualquer pessoa normal não acreditaria que um ser humano poderia pular daquele jeito. Minutos depois chegaram até a casa da sua vitima, do telhado podiam ver a mansão, pelo menos uma grande parte dela. Viram que tinham 20 homens no portão principal, viram que tinham mais 20 nos fundos e 20 nas laterais. Aquilo seria muito fácil para eles.

Aizu faz um movimento com as mãos fazendo algum código para Ruk que entendeu muito bem. Segundos depois o rapaz de olhos vermelhos estava no gramado da mansão, ele pegou suas facas fazendo-as ficar no vão dos seus dedos, segurava dez facas, sem contar que algumas facas tinham um explosivo muito forte dentro. Ruk lhe dava a retaguarda, o soldado pegou a sua arma prestando a atenção nos movimentos do moreno, qualquer um que se aproximasse dele morreria com sua mira perfeita.

Aizu ia fazer barulho, mas essa era a intenção, fazer muito barulho e bagunça. Ele vai até uma das laterais e joga três facas no chão chamando a atenção de alguns guardas que foram averiguar o que estava acontecendo, quando os pobres homens se aproximaram a faca que continha a bomba explodiu fazendo um forte estrondo. Como desejava muitos guardas se aproximaram de um único lugar, agora seria mais fácil matá-los.

Seus olhos vermelhos brilhavam de um modo febril, parecia adorar ver aqueles corpos estraçalhados no chão, vendo mãos, pernas e cabeças espalhadas pelo gramado manchado de sangue. Num movimento rápido jogou 7 facas que rodearam os 15 seguranças que estavam ali, todos acharam estranho as facas, não sabiam que elas eram os explosivos, realmente, eram bem mal treinados.

Outro estrondo foi ouvido, Aizu viu que não poderia fica mais ali, correu rapidamente se arrastando pelos muros que tinham pouca luz, iria para outra parte da casa matar mais guardas, para no final todos se reunirem num único lugar para matá-los. Fez o mesmo com os guardas que estavam do outro lado, logo um por um foi morto. Entretanto tinham muitos guardas, sem contar nos que estavam dentro da casa, que deveriam ser os mais experientes.

Aizu foi matando os guardas com muita facilidade, ria dos pobres coitados, mas não sentia pena, não sentia nada.

Enquanto isso Ruk observava o moreno vendo como ele eliminava facilmente os guardas, achou incrível a facilidade dele de inventar planos, já havia sacado o plano do seu parceiro. Primeiro ele ia fazer muito barulho e matar todos os assustando, sendo assim os guardas iriam se reunir na porta principal tentando protegê-la e só alguns ficariam nas laterais, então ele jogaria um gás ou outra bomba neles fazendo muita fumaça e confusão para que Ruk entrasse sem ser visto.

- “Muito bem Aizu... parece que você não perdeu o jeito, continua o mesmo assassino de sangue frio de sempre! Foi isso o que  mais me impressionei com você, apesar de ser muito alegre e extrovertido no final... você é o mais cruel de todos nós, até mais cruel que Suka”. – Ruk pensava enquanto o observava.

Pensado e feito. Os guardas se reuniram no portão principal com o objetivo de bloquear a principal entrada de acesso, e nas laterais ficaram alguns guardas que usavam metralhadoras. Aizu se aproximou cautelosamente do portão principal, ele da um salto ficando em cima dos galhos, ele pega três facas diferentes. Seus olhos se estreitaram, ele olhou para aqueles homens que pareciam assustados, viu nos seus olhos o medo, viu neles a esperança de não serem mortos, viu que todos ali eram seres humanos procurando um modo de sobreviver, entretanto aquilo era uma batalha e o único sentindo para um guerreiro como ele era sobreviver a uma batalha, se não lutasse morria, e se morria não era um bom guerreiro e se não era um bom guerreiro não merecia piedade. Era assim que Aizu pensava, ele joga duas facas de uma vez fazendo uma forte explosão, depois ele joga a outra faca que era de outra cor fazendo um gás de cor vermelha se espalhar, levou sua mão até os seus bolsos jogando mais facas com gás, claro que era só gás colorido, pois Ruk entraria agora em ação, sendo assim o gás só deixavam os seguranças desnorteados, enquanto Ruk colocava seus óculos especiais e entrava na casa.

Ruk saltou do telhado cautelosamente, passou pelos guardas, alguns esbarraram nele, mas ninguém ali saberia se ele era amigo ou  inimigo, então não fizeram nada. O soldado entra na casa encontrando um belo salão todo de mármore, olhou para cima vendo gigantescas escadas que circulavam toda a casa, no alto tinha um gigantesco lustre de cristal.

- Não se mexa! – dez homens armados aparecem na frente de Ruk.

O soldado ficou sério, mostrou uma face que era desconhecida para todos, menos para Aizu que convivia com ele nessas missões. Seu olhar ficou mais claro, tão claro que quase ficou branco, seus punhos estavam cerrados, ele flexiona a perna levemente e corre em direção dos guardas que começaram a atirar.

Ruk via todos os seus movimentos, via o momento que a bala saia da ponta do calibre, via a força da gravidade contra a bala, via a fumaça saindo devagar, tudo era muito lento aos seus super sentidos. O soldado se move tranqüilamente fugindo das balas, parecia que ele dançava uma doce melodia, ele pegou sua espada e se aproximou dos guardas os atacando com força e velocidade. Segundos, havia levado segundos para matar todos aqueles homens, era realmente incrível, agora aquele belo chão de mármore estava manchado pelo sangue daqueles infelizes.

Foi em cômodo por cômodo acabando com todos os guardas, parecia um demônio só lhe faltava as asas. Ele corria a uma velocidade incrível, era anormal. Finalmente chegou ao corredor principal onde tinham um punhado de guardas, viu que o corredor só tinha uma saída, era extenso e no final dele tinha uma grande janela de vidro, do seu lado direito tinha uma grande porta de madeira. Ele pegou sua arma e atirou no corredor derrubando alguns guardas no chão, depois ele se escondeu atrás da parede novamente quando atiraram na sua direção, quando eles pararam de atirar se virou e atirou novamente derrubando dois. Estava nesse jogo há um bom tempo, sua paciência estava indo embora com aquela demora, de repente ouve um som de vidro se quebrando, dá uma espiada e vê Aizu entrando pela janela.

O rapaz jogava seus dardos para todos os lados, os homens sorriram ao ver que o moreno não tinha saída, todos se viraram para ele que agora estava encurralado, eles apontaram suas armas e atiraram. Aizu estaria no chão se ele fosse uma pessoa normal, mas como Ruk ele também tinha seus truques. Deu um salto passando por cima dos guardas, todos os seguiram com um olhar arregalado, depois começaram a atirar sem se importar mais com nada, estavam com medo, muito medo. Quando saltou matou meia dúzia de guardas com seus dardos.

Os olhos de Aizu eram muito tenebrosos, seu sorriso de escárnio era demais para qualquer um deles e seu rosto expressava maldade.

Ruk saiu de trás da parede e foi até o corredor pegando sua espada e acabando com os poucos guardas que Aizu deixou para ele.

- Vamos! – Ruk diz apontando para a porta.

- Tem uma janela do outro lado, acho que é para o quarto, eu entro primeiro depois você entra! – Aizu correu para onde havia entrado indo novamente para o telhado.

Ruk segurou sua espada com firmeza, ficou encostado na parede a espera de Aizu.

Aizu parecia um bicho andando pelo telhado, ele tinha uma habilidade além de toda aquela agilidade e reflexo, ele podia escalar paredes com as mãos e pés.

 

*

 

Dentro do quarto tinham 20 guardas, 10 estavam na frente da porta esperando os intrusos entrarem para matá-los, e os outros estavam em volta de Mizatu que era a vitima dos dois. O homem olhava para todos os lados muito apreensivo, de repente ele olha para a janela vendo um par de olhos vermelhos o olharem, sentiu um frio correr pela sua espinha, no começo pensou que era alucinação sua, pois o rapaz estava colado no vidro como se fosse um demônio, ele o olhava com um olhar estranho, era sanguinário, maldoso, assassino e penetrante. Mizatu sentiu suas pernas tremerem, ele fechou os olhos e quando os abriu não viu mais o garoto, respirou fundo, acho que era uma ilusão.

Momentos depois os guardas se saltam de susto ao ver a parede onde tinha a janela ir para os ares, viram um rapaz muito misterioso com dez facas na mão, começaram a atirar nele. Nesse instante Ruk entra pegando os guardas que acabaram virando de costas para acertarem Aizu, no final só sobram três pessoas na sala. Ruk, Aizu e Mizatu que choramingava implorando por sua vida.

- E agora sereia?

- Missão 3!

Os dois concordam com o olhar, depois olharam para o pobre homem que chorava, eles lhe aplicaram um golpe na nuca o fazendo cair inconsciente no chão. Usando sua velocidade, Ruk foi pegar o carro enquanto Aizu saia da casa pelas paredes com Mizatu nos braços.

Uma hora depois eles já estavam numa cabana numa montanha onde se encontrava Suka, deixaram Mizatu lá e partiram. A partir de agora Suka iria tomar conta da vitima.

 

Continua...

 

Hello!!

Espero que tenham gostado de toda a ação que eu pus, espero que não tenha ficado um tédio!!

Comentário são tão bons!!! Com eles eu escrevo mais rápido!!!

O que acontecerá com o pobre Shibushi? Ryori está mesmo louco? Yuy vai se recuperar depois da morte de Ryo-Kun? Ruk vai completar suas 20 missões com êxito? Aizu vai deixar de dar em cima do soldado?

Descubram isso no próximo capitulo de Mundos 2!!! O.o

Rs... não sei de onde tirei isso... ¬.¬”””

Bom, é isso.

Agradecimentos a Aya Ceres!! Beijos a Sanae!!!

Ah! E obrigada por lerem.

 

05/08/2004                 22:06 h.

 

Por Leona-EBM