Nada Muda!!! Vejo muitos por aí, dizendo-se poetas, que antes só aqui, que escutar-lhes as petas. São só fogo-fátuo, não valem um vintém, sempre a cuspir pró alto com imenso desdém. E se outros assombram as suas míseras faculdades, logo eles descobrem, as muitas dificuldades, que é escrever livremente sem livro nem canudo, pior, bem sabe a gente, é passar de cavalo pra burro. Mas eu, que nada devo, acusado de poeta menor, cada vez dou maior relevo, ao que escrevo por amor. Amor a mim, a quem amo, e à palavra que é escrita, sem forçar e em qualquer plano, o que aos ditos é desdita, isto tendo em conta a seguinte situação, seis anos cursei por uma ponta, a outra é a vida pela mão. De tudo escrevo um pouco, muito, o que queira escrever, e gritarei até ficar rouco e doa a quem doer. Esses, que se dizem maiores, reparem como trabalham, parecem-se com devedores, nas silabas que entalham, uma a uma, simetricamente, com medo de perder o tino, mais não sabem certamente, nem que a vida é um desatino. E assim, quando calha, fazem um poema com moldura, e saem, prontos pra salha, se alguém perde a compostura, para com o mestre emproado, no seu momento original, que o prosélito empregado, não deve levar a mal. Contudo, não sendo injusto, à poetas que são humanos, conheço-os e sou justo, chamo-os de decanos. A esses eu respeito com grado, eles se fazem respeitar, sabem do aluno e do letrado, com ambos põem-se a conversar. Por isso eu digo, vejo muitos por aí, mas antes só e comigo, que aturar-lhes o pedigree. Ele é epítetos davideanos, gustativos luzidios, outros há em que amainamos, e temos calafrios. As poetisas, por seu nome, também deixam a sua bufa, têm flores no cognome, e o resto é só marufa. Escusado será dizer que, quem não se sente, não é filho de bem querer, mas assim, de repente, a ninguém querendo ofender, senão os citados, por sua vez, se nas veias o sangue correr, dêem-me o desdém de vossa tez. Porque tudo isto já cansa, ver uns pobres coitados, que nem a fome já amansa, serem endeusados, que basta que escrevam merda, logo o aplauso é unanime, para quem tem idéia lerda, tal atitude é magnânima. Mas convenhamos, amigos, se eu escrevo o mesmo e melhor, porque se sentem ofendidos, com cara de mau perdedor? Basta! não é hora de modéstias, é a minha obra que está em jogo. Se não querem mais moléstias, não ponham as mãos no fogo, sejam justos, para quem tem sido, de tanto trabalho e atenção, e que agora se sente ofendido, e magoado no coração. Jorge Humberto 16/03/05 |