Ouvi a um passarinho Canta, passarinho, Canta, pra vida, Mas canta Bem baixinho, Para que te não seja Devida. No agreste do campo, No verde primário, Guarda o teu canto, Sê humilde – E não ordinário. E planta, No teu jardim, Só as flores mais bonitas, Protegendo-te, assim, Da inveja das desditas. Canta, passarinho, Para ti, para o teu vizinho, Para o que é maior e Para o pequenino, Antes pobre, o teu vinho, Que rico e mal servido, Escudando-se pela cor, O que um dia foi perdido, Na falta de amor. Jorge Humberto (16/11/04) |