Adentrar o universo das letras de Nelson de Medeiros Teixeira é permitir-se o contato com a mais refinada das emoções. É como se a alma de cada verso nos abraçasse, num misto de descoberta e reencontro. Quando digo descoberta, refiro-me ao surpreender constante que pulsa de cada poesia. O reencontrar, centra-se na assertiva de que Nelson de Medeiros fala de sentimentos que o nosso coração tanto reconhece. Daí, a afinidade e a sensação de que os nossos olhos falam o mesmo idioma das mãos do autor.

           Nelson de Medeiros consegue através da sua escrita, o que persegue todo escritor: este elo silencioso e nem sempre revelado, onde se espraia a cumplicidade num misto de reverência e regozijo.

          Nas ruas poéticas do escritor, há passos que revelam a inquietação que sente o poeta, quando a palavra ainda é pouca para a inspiração que lhe arde o peito. Assim pode-se, entre as letras de cada composição, escutar o silêncio das mãos do poeta, como se em prece estivessem, rogando à lua, às estrelas, aos deuses enfim, que desnudem em palavras, o que respira no peito.

          Na palavra de Nelson de Medeiros sente-se a imensidão, onde se forjam os sonhos que adormecidos anseiam pelos olhares do poeta. É no firmamento da alva folha que se confessam os silêncios, em meio a exclamações e reticentes suspiros. É o horizonte do papel, cenário sublime, onde se bordam estrelas insones, em madrugadas de espera, à espreita de ouvidos amantes...




Fernanda Guimarães
Em 25.10.2002

 

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