MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

 

 

3.     RESUMO DO ENREDO

 

Brás Cubas, depois de morto, ao ser levado ao encon­tro da mãe natureza, começa a contar a história de sua

vida. Uma morte obscura, um enterro acompanhado por apenas doze pessoas num dia chuvoso.

Desde criança fora um menino endiabrado. E após uma infância em que recebera uma educação defeituosa e

frouxa, passa por uma adolescência tumultuada. Conhece uma bailarina espanhola, Marcela, com que mantém um ro­mance escandaloso e que lhe custa muito dinheiro. O pai, para livrá-lo dessa mulher manda-o para a Europa, onde se forma em Direito. Volta depois de alguns anos, chamado com urgência devido à enfermidade de sua mãe, que morre antes de sua chegada.

 

Conhece Eugênia, moça bonita, mas com um defeito na perna, com quem mantém um romance passageiro.

 

O pai alimenta dois sonhos em relação ao filho: casá-lo e fazê-lo deputado. Brás Cubas, depois de reencontrar Marcela completamente deformada pela varíola, conhece Virgília, filha do Conselheiro Dutra. Os sonhos do pai esta­vam se realizando, pois casando-se com a aistinta e bela Virgília, certamente Brás Cubas seria eleito deputado por influência do Conselheiro Dutra.

 

Num imprevisto, surge Lobo Neves, que lhe rouba Vir­gília, conquistando a confiança do Conselheiro Lobo Neves se casa com Virgília e é eleito deputado. O Pai de Brás Cu­bas morre logo depois, desgostoso, num desastre. Virgília se casou com Lobo Neves, mas amava realmente Brás Cu­bas. Passam a encontrar-se com freqüência e se tornam amantes. Neves confiava na esposa e no amigo Cubas, além de não ter tempo, pois vivia envolvido na política.

 

Brás Cubas encontra Quincas Borba, um antigo colega da escola. A família perdera tudo e Quincas Borba tornara-se mendigo de rua. Após o encontro, Brás Cubas percebe que ele lhe roubara o relógio.

 

Por causa de fofocas, Virgília recebe uma proposta de Brás Cubas de fugirem para um lugar distante. Virgília, pen­sando na família, sugere uma casinha retirada. Dona Pláci­da ama de Virgília torna-se intermediária dos amantes, que passam a se encontrar na casinha, sem maiores embara­ços. Lobo Neves é designado para presidente de uma pro­víncia e Brás se desespera, mas logo surge a solução quando Lobo Neves o convida para acompanhá-lo como secretário. Por superstição, Lobo Neves acaba não acei­tando o cargo. Lobo Neves recebe uma carta anônima, de­nunciando o romance de Virgília e Brás Cubas, então os dois passam a encontrar-se com mais cautela na Gamboa. Lobo Neves é novamente nomeado para presidente no in­terior do País e ele parte levando a esposa consigo.

 

Brás procura esquecer a separação, e Sabina, sua irmã, casada com Cotrim, trata de arranjar-lhe uma noiva:

Nhá-Lolô. Brás mostra interesse pela moça, mas esta vem a falecer vitimada pela epidemia de febre amarela.

Brás se reencontra com Lobo Neves e Virgilia, que ha­viam voltado da província. Virgília não tinha mais a beleza de antigamente. Quincas Borba, o amigo de Brás Cubas, tinha recebido uma fabulosa herança de um tio de Barbace­na e se torna um filósofo, criando a teoria do HUMANITISMO, segundo a qual o bem-estar da humani­dade é mais importante que as desgraças particulares de pessoas ou povos.

Lobo Neves morre, sendo sinceramente pranteado pela viúva.

Quincas Borba, tendo ficado completamente louco, também morre.

 

Brás Cubas, sem conseguir um alto cargo para o qual fizera concurso e vendo ir à falência um jornal que fundara, vê, como última alternativa de conseguir a fama e a notorie­dade, a invenção do fabuloso “Emplasto Brás Cubas’ que teria a propriedade de curar as doenças do espírito. Passa noites em claro planejando seu invento, porém pensa muito mais nas manchetes com seu nome como o maior cientista, nos luminosos com seu nome anunciando suas conferênci­as em todos os países, do que na milagrosa fórmula do em­plasto.

 

Numa dessas noites de divagações, tendo deixado a janela aberta, apanha um resfriado que passa a pneumo­nia, a qual por falta de cuidados leva-o ao túmulo.

 

Virgília acompanhou-o em sua doença e foi uma das doze únicas pessoas que acompanharam seu enterro.

 

A falência de todas as suas ambições e sonhos, a inuti­lidade da vida e a negatividade de sua existência, faz o de­funto-narrador concluir: “Não tive filhos, não transmiti ne­nhuma criatura o legado de nossa miséria”.