OTÁVIO LUCIANO CAMARGO SALES DE MAGALHÃES

(Autobiografia)

 

Nasci, no dia 11 de outubro de 1978, sendo o primeiro filho da professora de matemática e ciências Josefina Camargo Sales de Magalhães e do então presidente da câmara de Muzambinho, o professor de português José Sales de Magalhães Filho. Nasci na cidade de Bragança Paulista, cidade do médico de sua mãe, que antes de se casar morava na estância hidromineral de Socorro com meus avós, cerca de 100 km desta cidade. Logo após o nascimento, fui para Socorro com minha mãe e meus avós, e fiquei lá por 3 meses, até voltar para Muzambinho, onde fixei residência e moro até hoje.

Em 1982, meu pai é reeleito vereador de Muzambinho e neste mesmo ano nasce minhã irmã Fábia Cristina. Em 1984 nasce a minha outra irmã, Paula Marize.

Em 1985, começo a freqüentar, já alfabetizado, o pré-primário, na Escola Estadual Cesário Coimbra, onde freqüentei até 1989, quando conclui a 4a série do Ensino Fundamental.

Durante a infância (infância mesmo – até os 10 anos) me dediquei ao autodidatismo, estudando na vasta biblioteca do meu pai, e com alguns livros que meu avô sempre me dava, principalmente a enciclopédia anual chamada Almanaque Abril e outros livros e enciclopédias que ganhava. Na infância estudei Classificação dos Animais, o Mapa Mundi, noções muito elementares de Zoologia, Evolução, Citologia, Geografia Geral do Brasil, Geologia, Astronomia, História, Filosofia, Língua Portuguesa; nesta fase adquiri uma excelente habilidade numérica (e até hoje me surpreendo com que fazia quando criança, principalmente quanto comparo-me com os meus alunos do Ensino Médio), péssima ortografia, memória muito desenvolvida e descaso com a formalidade do saber. Fui fã ardoroso de gibis e coleções, e desde pequeno possuía milhares de gibis Dysney, entre outros, os quais sempre lia e relia. Também inventei milhares de personagens e histórias e fazia lista dos meus personagens e histórias. Passei grande parte da infância, nas férias e finais de semana em Socorro, cidade de seus avós, onde estudava ainda mais.

Sempre amei saber, descobrir coisas novas – isto me dava muito prazer. Na minha infância, nada me agradava mais do que pegar um livro e descobrir novas coisas, ler, compreender. Lembro-me, que quando estudava a taxonomia animal, pegava todos os livros da Biblioteca Municipal de Muzambinho (onde passava tardes e mais tardes, férias e mais férias), e em cada livro procurava mais detalhes sobre a taxonomia animal – anotava cada detalhe das classificações, e percebia que existiam classificações diferentes, e percebia que havia ramos desconhecidos que poucos livros falavam, e descobria quão complexa era a classificação dos seres vivos. Uma vez, eu lembro, por volta de 1989, peguei a enciclopédia Mirador inteirinha e procurei nela toda detalhes sobre a classificação animal – folheei todas as páginas da enciclopédia, e anotei todas as taxonomia. Nestas alturas, já conhecia toda a terminologia da taxonomia – conhecia muito bem quem era Lineu, sabia o que era Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, conhecia sutilezas sobre sub-grupos e coisas assim. Me lembro dos princípios que estudei de taxonomia até hoje, é claro que não me lembro de todas as várias ordens de Mamíferos, Aves e outras classes, que sabia quando tinha 11 anos, mas lembro dos princípios, e também lembro que, quando tinha esta idade não decorava estas informações, de tanto eu ver, de tanto eu trabalhar com estas idéias, acabei decorando, acabei guardando muitas informações na cabeça, o que me propiciou, muito jovem, uma cultura imensa, que foi só crescendo (dando uma pequena estagnada quando comecei a ser professor), e crescendo. O que é interessante, é que em todos os meus estudos, seja de Biologia, Geografia ou História, o que me interessava eram as listas, a organização, a classificação, as relações. Estudava os pontos de vistas matemáticos de cada ciência, e não percebia. A classificação dos animais é de certa forma matemático – os critérios são matemáticos. Eu não importava com as características que levavam para a classificação, eu só importava com a classificação propriamente dita, como um objeto, exatamente como hoje eu sei, que é a matemática pura.

Em 1988, meu pai é eleito vice-prefeito de Muzambinho pelo PSB, sendo o prefeito, o então deputado estadual Marco Régis (PPS). Lembro das noites e dias que o acompanhei nas campanhas eleitorais, comícios e na festa que faziam todo o dia no comitê do partido, na esquina da minha casa. Nesta época comecei a gostar de política. E gostava dos aspectos matemáticos. Gostava de saber quantos votos cada um tinha, e fazer estatísticas. Amava fazer estatísticas sobre votos e eleições. Fazia gráficos, comparava, analisava e verificava detalhes. E conseqüentemente decorava muita coisa. E neste ano, aprendi detalhes sobre o sistema político no Brasil, que sei até hoje. Adorava dados e números. Fazia eleições simuladas no colégio só para ter o prazer de contar os votos. Quando realizava eleições sérias dentro do Clube de Ciências, mais tarde, adorava observar e analisar os resultados e até usá-los em sala de aula.

Aliás, não era só dados de política de que eu gostava. Eu adorava dados numéricos, como populações de cidades, o que me fez, desde pequeno saber de cor a população de centenas de cidades (a localização no mapa destas eu já sabia desde pequeno, pois a minha primeira paixão foi os mapas – até hoje sei localizar em menos de 10 s qualquer país no mapa mundi, e nunca tive o trabalho de decorar nenhuma, apenas mexia tanto com isso, passava semanas contemplando, igualzinho os artistas e até mesmo os pitagóricos, quando minha cabeça desenvolvia, que acabei guardando para sempre). Lembro uma vez que peguei a população de todas as cidades do Brasil e fui colocando-as em ordem – não terminei, mas devo ter gastado uns 10 dias. Lembro que fui até as cidades com mais de 40.000 habitantes.

Adorava fazer estatísticas. Ficava contando as coisas que aconteciam, colocando no papel e analisando as estatísticas, contemplando as estatísticas como se elas estivessem revelando alguma coisa importante para mim. Aliás, faço isto até hoje. E, este comportamento é matemático de alguma forma, talvez o comportamento dos geômetras da Grécia antiga, os pré-euclidianos, os que não se preocupavam com o raciocínio formal, mas com a intuição.

Em 1989, meu pai foi nomeado Secretário Municipal de Educação de Muzambinho. Eu começo a liderar um grupo de meninos que se reunia para jogar queimada e futebol no pátio de terra da Escola Municipal José Januário de Magalhães (e tinha imensas tabelas de resultados de jogos, campeonatos, de números de gols, presenças, estatísticas, etc,..., e adorava contemplar estes resultados, e talvez isto me motivava fazer estes jogos), e idealiza para meu pai que se pavimente o pátio e lá sejam construídas quadras esportivas – é feito – e lá vira um grande centro de lazer, que foi o maior da cidade até o fim da administração de meu pai, quando encerrei definitivamente o meu trabalho com atividades esportivas. Detalhe: raramente eu jogava – eu comandava o time e anotava tudo.

Em 1990 muita coisa aconteceu, a minha vida começou a agitar: entrei na 5a série da Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida de Muzambinho, onde permanece até o 3o ano do Colegial, em 1996 (até a 8a série anotava todas as salas e matérias que eu tinha aula, e fazia gráficos das classes que eu mais tinha aula). Montei meu time de futebol, o Falcões Muzambinhense F. C. (inspirado no time de seu pai, os Condores), com meninos, que não durou muito. Idealizei uma escolinha de futebol – esta é montada pela prefeitura, sob o comando do prof. Márcio Dias de Souza, e dura vários anos. Fui candidato a membro do Centro Cívico da Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida, pela chama VISUAL, e perdi a eleição. Dediquei à leitura de romances, lendo quase toda a coleção de livros juvenis, denominada Vagalume, da editora Ática, apenas neste ano. Talvez meu prazer da descoberta da leitura, que aconteceu em 1989 me afastou um pouco do estudo e me aproximou da leitura – isto foi bom, pois me permitiu a leitura de mais de 60 livros em apenas um ano. Este hábito de leitura foi diminuindo, se extinguiu, e só retornou muitos anos depois. Em 1994 fui obrigado a ler um livro da literatura brasileira, e fiquei traumatizado e revoltado – era uma besta – e era teimoso e só queria aprender matemática, naquela típica rebeldia de aluno do Ensino Médio, e isto me fechou algumas portas (e como me arrependo de querer só estudar matemática), e fiquei os primeiros anos dos meus estudos matemáticos sem ler, e fui retornando aos poucos, mas até hoje não retornei como eu lia antes. Neste ano dediquei também ao meu time de Futebol, e nas aulas de educação física era o ajudante principal do prof. Willian Pérez, atual diretor da Escola Superior de Educação Física de Muzambinho e da Fundação Educacional de Muzambinho – nas aulas dele, eu anotava tudo, preenchia súmulas, e fazia tabelas, gráficos e coletava dados – e eu adorava, apesar de raramente participar de qualquer atividade.

Em 1991 mesmo com o fracasso do meu time de futebol, continuei reunindo meninos para jogar futebol (eu mesmo não participava). Também reunia pessoas para jogar queimadas. Foi um ano de poucos feitos, mas muitas estatísticas e eleições simuladas para um grupo de queimadas que inventei. Neste ano, comecei a jogar videogame, quando ganhei, em setembro, o meu primeiro jogo: o Odyssei (não seria novidade dizer que anotava o placar de todo mundo e fazia tabelas de melhores desempenhos, incluindo médias aritméticas, recordes, modas, etc...).

Em 1992, tentei, com insucesso, continuar com seus times de futebol e queimada, mas não funcionou. Fiz dois cursos de datilografia. Neste ano, meu pai perde a sua primeira eleição para prefeito de Muzambinho, para o empresário José Ubaldo de Almeida. Se candidatei ao cargo de orador da chapa META do Centro Cívico do Colégio Salatiel, sendo líder dentro de minha chapa, a chapa fica em último lugar. Ajudei a criar, novamente, no Colégio Salatiel o jornal “O Líder”, que durou de 1955 até 1972, iniciei com um cargo menor e cheguei, em poucos meses, ao cargo de Redator Chefe – o jornal durou apenas 6 meses e teve como diretor Marco Marcelo Bortolotti, filho do diretor do Colégio e ex-prefeito Nilson Bortolotti. Amava as atividades do Jornal “O Líder”, foi o meu primeiro passo para a liderança, e foi neste ponto que comecei a conhecer todo mundo em Muzambinho, comecei a conhecer com quem conviveria, e, aos poucos, fiquei conhecendo quase todo o colégio, e fiz muitas amizades, comecei a me apaixonar por meninas que não eram da minha classe, e comecei a ter atividades sociais que não eram relativas à números e estatísticas. Entrei num mundo social, onde a comunidade era a Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida, por onde permaneci, andando livre por ela, nos três turnos, até o ano de 1999; escola esta, que foi muito mais minha casa do que a própria, escola onde passava o dia todo, e onde aconteceram os maiores acontecimentos da minha vida. Nos finais de semana, me dedicava ao meu novo videogame: um Nintendo de oito bits.

Em 1993 montei com minha tia materna Albertina uma locadora de videogames, chamada Arcádian Games, que durou do dia doze de janeiro até treze de dezembro, neste ano. Durante este período dediquei bastante ao videogame, e foi a única parte da minha vida onde não me dediquei principalmente para as atividades intelectuais. Mesmo assim continuei a luta pelo retorno do jornal “O Líder”, que havia acabado, mesmo afastado do Colégio Salatiel. Neste mesmo ano, meu pai monta a locadora de videocassetes, chamada Arcádia Vídeo.

Em 1994, entrei no 2o grau, na Escola Estadual Professor Salatiel de Almeida e no noturno, na Escola Municipal Dr. José Januário de Magalhães, onde fiquei durante 3 anos. Não consegui reabrir sua locadora de videogames e se dedica todo o dia ao estudo. Nos primeiros meses, só estudava, todo o dia, incessantemente, repassando cada detalhe das aulas dos dois turnos. Comecei a dar aulas, dia dezoito de março, como monitor para os meus colegas de classe, para aperfeiçoar o que aprendia em Matemática e Física, minhas disciplinas favoritas. Após isto, depois de muitas aulas para os meus colegas, e no final de abril, comecei um programa, dando aulas para as turmas de minha mãe de Matemática e de mais três professoras no Colégio Salatiel, iniciando neste momento a minha carreira de professor, nunca parando de dar aulas – neste ano, apartir do dia 29 de abril, dediquei para ensinar 9 turmas de 5a e 2 de 6a série, me envolvendo completamente com estas turmas, e passei um ano satisfeito e feliz. Neste ano, também dava algumas aulas de reforço para outras turmas, além de aulas particulares. Este trabalho me rendeu notas 100 em Matemática nos cursos matutino e noturno. Fui candidato ao cargo de Diretor Cultural do Centro Cívico do Colégio Salatiel, em chapa única que foi eleita. Consegui levantar o jornal “O Líder” que durou apenas 2 edições, tendo eu como coordenador geral. Foi um ano de muitos sucessos e felicidades, onde (re)comecei a ter vida social, e conheci centenas de pessoas, muitas delas que iam fazer parte do meu círculo social para sempre – comecei a cavar o meu meio, a fazer amigos e amigas, a ter pessoas mais novas freqüentando a minha casa – pessoas com interesses mais semelhantes aos meus do que os da minha idade. O ano me rendeu muitas felicidades e alegrias; um ano que foi quase perfeito, mas que foi marcada pela maior perda que tive na minha vida até então, o falecimento da minha avó materna, no dia vinte e um de março, três dias após o início da minha carreira de professor.

Em 1995, continuei meus trabalhos como monitor na Escola Estadual Prof. Salatiel de Almeida, agora com 18 turmas, de 5a a 8a série. Iniciei o curso técnico em Contabilidade, na Escola Municipal Dr. José Januário de Magalhães, continuando o curso colegial no Colégio Salatiel. Conheci a minha futura noiva Mírian Freire Tavares, que era minha aluna na 5a série. Criei, em julho, o Clube de Ciências Onze de Agosto, apartir de um pic-nic com alunos meus, este Clube, existindo até hoje, tendo eu como líder e presidente o tempo todo. Este Clube foi um grande auxiliar para que pudesse realizar meus trabalhos sociais. Comecei a realizar um trabalho de educação ambiental, liderando um grupo de meninos do Onze de Agosto,  com o Instituto Sul Mineiro de Estudo e Conservação na Natureza, na Fazenda Lagoa, em Monte Belo – MG, juntamente com a fitogeógrafa Maria Cristina Weyland Vieira. Realizei, para inaugurar o Clube Onze de Agosto, a modesta gincana Potências e Radicais, que tornou mais tarde um dos maiores eventos de Muzambinho, logo mais. Fui eleito membro do colegiado do Colégio Salatiel, onde fiquei durante um ano. Filie-me ao Partido Popular Socialista – PPS, partido do meu pai e do recém eleito deputado estadual Marco Régis. Neste ano, continuava a estudar muito matemática, e só estudava matemática – em 1994, ainda estudava outras coisas, mas neste ano estudava só matemática, o que quase me levou a uma reprovação na matéria de Contabilidade.

Em 1996 continuei o trabalho como monitor, agora com 32 turmas, de 5a a 8a série. Continuei também com o Clube de Ciências Onze de Agosto, realizando neste ano, mais duas edições da Gincana Potências e Radicais, cada uma maior do que a anterior. Comecei a participar, com o Clube Onze de Agosto, da Semana Florestal de Guaxupé – MG, com a apresentação de vários trabalhos, sempre com sucesso, participando até hoje, ininterruptamente, todos os anos, nos meses de setembro. Com bastante intensidade continuei os trabalhos de educação ambiental na Fazenda Lagoa, em Monte Belo – MG. O Clube de Ciências fixa sede na Casa da Cultura de Muzambinho, e inicia uma série de projetos e atividades, incluindo realização de Shows Artísticos, sempre eu estando na liderança e coordenação (de fato e de direito). Neste ano, o Clube tem a sua primeira aparição na televisão – até então, o Clube já participou de mais de 15 entrevistas da EPTV Sul de Minas, incluindo duas matérias exclusivas sobre ele, dando eu várias vezes entrevistas. Durante este ano, fui colunista no jornal “A Folha Regional”, mantendo uma coluna semanal denominada “Um jovem e seu ponto de vista”, que durou 1 ano, e trazia opiniões sobre comportamento, ensino, matemática e também falava sobre o Clube de Ciências.

Em 1997, continuei o trabalho como monitor, desta vez com 27 turmas de Ensino Fundamental e Médio. Fui aprovado em 3o lugar, com nota máxima em Matemática, do vestibular de Ciências para a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé – MG, e, em 2o lugar, também com nota máxima em Matemática, do vestibular de Ciências para a Fundação Educacional Octávio Bastos de São João da Boa Vista – SP. Me matriculei no 1o ano de Ciências na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São João da Boa Vista – SP, continuando a morar em Muzambinho. No Clube de Ciências Onze de Agosto, continuei minha atuação, bastante intensa, sempre líder de fato e de direito. O Clube foi oficializado e considerado de Utilidade Pública Municipal, e realizou mais uma Gincana Potências e Radicais (4a edição), que alcançou toda a cidade. Pelo Onze de Agosto, continuei meu trabalho de educação ambiental, participando do pré-fórum de Educação Ambiental, no Rio de Janeiro - RJ, com apresentação de trabalhos e presença de Maria Cristina W. Vieira. Também participei do IV Encontro Nacional de Educação Ambiental em Guarapari – ES, I Conferência Nacional de Educação Ambiental em Brasília – DF e de reuniões temáticas em Belo Horizonte – MG, todos estes eventos em nome do Clube Onze de Agosto, com outros membros, sendo delegado, um dos seis representante da sociedade civil mineira no evento de Brasília. Para o evento em Brasília tivemos apoio do deputado federal e atual ministro, Carlos Melles, com quem encontramos. Neste ano, o Clube de Ciências lança duas edições do jornal “De Olho no Mundo”, estando eu na coordenação; e além disto, o Clube tem várias aparições na televisão, em vários jornais, nas rádios de Muzambinho e com várias participações da tribuna livre da Câmara Municipal. O Clube, além de tudo, participou de um encontro com o secretário estadual de Meio Ambiente, Dr. José Carlos de Carvalho, em Varginha – MG, onde eu pude lhe fazer sugestões para a defesa meio ambiente, ressaltando a importância da implementação de uma Agenda 21 Local para o estado de Minas Gerais. Em nome do Clube, fui nomeado membro da Comissão Municipal da Sub-bacia de Muzambinho, tudo ainda neste ano de 1997. Eu também participei pelo Clube de reunião do Movimento de Cidadania pelas Águas, em Guaxupé – MG, de plantio de matas ciliares em Guaranésia – MG, de encontro de Ciências Agrárias em Alfenas – MG,  além de muitos outros pequenos e mínimos eventos e da participação novamente da Semana Florestal de Guaxupé. Foi o ano onde o Clube de Ciências fez maior número de realizações de toda a sua história, até mesmo, foi o ano onde houveram mais visitas à Fazenda Lagoa, entre outros locais visitados, sempre tendo eu na liderança e participação. Também neste ano, realizei diversas experiências educacionais, com vários alunos, obtendo vários sucesso e tendo o meu nome projetado em grande escala em Muzambinho. A maior destas experiências foi feita com a aluna Luana Nuevo dos Santos, de 11 anos, 6a série, que havia ficado de recuperação em matemática no ano anterior – tive a oportunidade de ensinar minúcias algébricas e de resolução de equações para ela, que desenvolveu uma capacidade manipulativa fenomenal, apesar das dificuldades, ela conseguia resolver várias equações, até mesmo um sistemas de equações não-preparadas com três variáveis. Além do trabalho com Luana, também tinha uma turma de 8a série da minha mãe, que voltava no turno da tarde e eu pude dar dezenas de aulas para eles, aprofundando a matemática com eles – não era a ênfase ideal, que eu não conhecia, mas permitiu que eles adquirissem uma habilidade manipulativa fenomenal, que eles nunca esqueceram – o método era inadequado, mas era um método que permitia avanços na área exclusiva da manipulação, e isto já era algum progresso. Comecei neste ano a montagem de diversas apostilas e livros textos, montei minha escolinha de matemática, que futuramente foi denominada Oficina de Matemática Malba Tahan, onde possuo grande biblioteca especializada, acervo de materiais didáticos entre outros objetos e materiais de interesse. Nesta escolinha de matemática montei diversos cursos, para vestibular, concursos ou aprofundamento, além de aulas particulares, que duraram até 1999. Neste ano, me filiei na Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM. Na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de São João da Boa Vista da FEOB – Fundação Educacional Octávio Bastos, eu nunca fui valorizado ou reconhecido – apesar de ser o melhor dos alunos da minha classe, e ser aprovado com quatro notas dez de sete matérias, incluindo aí até Psicologia da Educação, eu nunca fui percebido ou notado pela direção da escola ou da fundação.

Em 1998, me transferi para a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé – MG, no segundo ano da faculdade. Neste ano tirei o primeiro lugar geral, entre todos os cursos das faculdades FAFIG e FACEG de Guaxupé, com nota máxima em Matemática. Neste mesmo ano fui eleito, no início do ano, membro do diretório do PPS de Muzambinho, e fui eleito delegado do partido, participando de convenção estadual, com a presença do ex-ministro Ciro Gomes. Continuei o trabalho como monitor, desta vez para 35 turmas de Ensino Fundamental e Médio do Colégio Salatiel. Continuei atuando no Clube de Ciências Onze de Agosto, na Fazenda Lagoa e na realização das Gincanas Potências e Radicais (a 5a), sendo o evento deste ano maior ainda. Comecei a participar com o Clube das Exposições de Biologia de Machado – MG, onde participo todos os anos, até hoje, desde este ano, levando sempre a mesma exposição apresentada na Semana Florestal de Guaxupé. Também pelo Clube, participei de dezenas de eventos, inclusive da Caminhada Ecológica em Divisa Nova – MG, apresentação do grupo de danças do Clube em Delfinópolis –MG. Este ano, a sede do Clube é transferida para a Escola Municipal Dr. José Januário de Magalhães, e são iniciados novos trabalhos e atividades, incluindo lazer, dentro do Clube. Fui contratado pela Fundação Educacional de Muzambinho para dar aulas no Colégio Lyceu, de reforço de Matemática para 5a até 8a série, onde fiquei durante um ano, realizando um trabalho medíocre, visto a impossibilidade de acompanhar o ritmo das várias aulas de matemáticas no primeiro ano que aquele colégio usava o Sistema Anglo de Ensino no Ensino Fundamental. Realizei um trabalho de montagem de apostilas para todas as turmas do Ensino Fundamental do Colégio Salatiel, no conteúdo de Matemática. Também fiz um trabalho idealista e de muito sucesso com turmas de 8a série desta escola, conseguindo progredir muito no ensino da Matemática na escola, sempre com o apoio de minha mãe e de outros professores de Matemática, conseguindo o apoio e admiração até hoje, da maioria daqueles alunos de 8a série, que até hoje têm um certo carinho por minha pessoa. Introduzi e difundi em Muzambinho as olimpíadas científicas, trazendo a Olimpíada Brasileira de Matemática para Muzambinho, e fui coordenador delas durante três anos, ajudando no quarto ano. Montei vários cursos. Iniciei um programa de estudos, no período da tarde, com o prof. Dr. José Carlos de Souza Kiihl, doutor em Matemática pela Universidade de Chicago e livre docente pela UNICAMP, que me orientou nos estudos de matemática até maio de 2000. Cursei como ouvinte o curso de pós graduação em Matemática na Faculdade de Guaxupé – MG, com o prof. Kiihl. Projetei o meu nome em toda a faculdade, e fui escolhido como monitor de matemática da faculdade, chegando a dar várias aulas, até para turmas do 3o ano (eu estava no 2o). Neste ano tive um grande reconhecimento dentro da FAFIG. Era elogiado, pediam meu auxílio, tirava notas altas (exceto em Física, onde briguei com a professora). Sempre acompanhava as lições do prof. Kiihl, que muito me ensinou e me fez enxergar o que era matemática e perceber o tempo que eu perdia. As aulas do Kiihl me permitiram ter uma nova visão do aprendizado e do conhecimento matemático, e ele falava e citava fatos que estavam contidos em revistas e jornais que já havia lido, e parecia que ele sabia quase tudo de “Cultura Matemática”, e, com isso, fui aperfeiçoando-me e descobrindo o que deveria aprender. O Kiihl foi o único professor que fez com que eu aprendesse alguma coisa diferente de Matemática. Antes de conhecer ele, achava que quase todo mundo não sabia nada de Matemática! Todos os meus professores sabiam o mesmo tanto que eu, e talvez menos! Como eu poderia aprender? Precisava aprender, e não sabia como – tinha uma ambição: Queria saber tudo de Matemática! Tola ambição! O prof. Kiihl foi quem me fez compreender o tamanho da Matemática e a extensão maior da minha ignorância, que hoje percebo que é muito maior. Ele dizia “Todos os anos são descobertos 200.000 teoremas novos de matemática”. Eu fui me convencendo que tinha que aprender muito, mas não tudo. E hoje percebo que não sei nem o mínimo, nem o necessário para um graduando. E antes do Kiihl, pensava inocentemente que sabia tudo. Até ganhei o apelido na faculdade de “Kilzinho”, e não nego que tinha orgulho do apelido. A Faculdade me reconhecia, e isto para mim foi muito importante e me fez um ano muito produtivo e promissor dentro da Matemática e do aprofundamento. Após uma semana de aulas com o Kiihl fiz uma lista de 103 integrais indefinidas – e nunca tinha estudado integrais (no segundo ano do colegial, em 1995, havia comprado o livro de Cálculo do Simmons, e tentava fazer os exercícios – levava o livro para a sala de aula, e ficava tentando resolver os exercícios – acabei aprendendo a fazer algumas derivadas, e descobrir que existia Cálculo Diferencial e Integral, em uma e várias variáveis). Neste mesmo ano, os alunos do 3o ano de Matemática me convidaram para dar aulas particulares para eles no Sábado, e me deslocava, todos os sábados, para Guaranésia para ensiná-los a calcular limites, derivadas e integrais com uma variável.

Em 1999, iniciei o último ano do meu curso de Matemática na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé e também o curso de pós graduação latu senso, como aluno matriculado nesta mesma faculdade, sendo sempre orientado pelo prof. José Carlos Kiihl. Continuei o meu trabalho como monitor no Colégio Salatiel, para todas as turmas do Ensino Fundamental e Médio, cerca de 35 – ano onde passei dificuldades, pelo fato de minha mãe ter se aposentado. Também mantive o meu trabalho de montagem de cursos, apostilas e aplicação de olimpíadas. No Clube de Ciências realizei o maior evento de todos os tempos – a 6a Gincana Potências e Radicais – que foi eleita pela Rádio Cidadania FM como o quarto melhor evento de Muzambinho. A 6a Gincana foi tecnicamente impecável e amplamente elogiada, riquíssima em modelos matemáticos simples, envolvendo proporcionalidade e funções. Também no Clube, continuando as participações de eventos em Machado e Guaxupé, participei de pequenos eventos e da I Exposição de Ciências Integradas do Colégio Alternativo de Guaranésia – MG. Participei também do VI Encontro de Educação Ambiental do CREA Rio de Janeiro – RJ. Pelo Clube, realizei dezenas de eventos, como festas juninas, shows artísticos e outros. No fim do ano iniciei grandes projetos de reestruturação e remodelação do Clube de Ciências Onze de Agosto. No fim do ano, me inscrevi em concurso público para professor da prefeitura municipal de Botelhos – MG. Fui eleito membro da executiva do PPS, como 2o vice-presidente. Participei do 22o Colóquio Brasileiro de Matemática, no Instituto de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro – RJ, representando a FAFIG, Faculdade de Filosofia Ciência e Letras de Guaxupé – MG, tendo sido levado pelo prof. Kiihl (e tive oportunidade de ver na minha frente dois ganhadores da Medalha Fields, incluindo o célebre sir Michael Atthya, que me repreendeu com os olhos, pois comia um pacote de amendoim durante sua palestra tão inacessível para mim, que estava lá apenas para ver tão célebre figura). Fiz algumas substituições na FAFIG e no Colégio Dom Inácio, tradicional escola particular de Guaxupé – MG. Realizei diversas experiências educacionais, inclusive uma com Quarta série, da Escola Municipal Coronel José Martins – e estas experiências já levavam em conta os aspectos cognitivos do aluno, e não eram manipulativas, como as de 1997 – trabalhava com o ensino de Poliedros (o primeiro capítulo do meu curso ideal de Geometria de 7a Série, que escrevi na minha monografia de pós graduação). Participei do Exame Nacional de Cursos – PROVÃO, do Ministério de Educação, do Curso de Matemática, e, entre quase quatro mil estudantes de escolas públicas e particulares, de todo o estado de Minas Gerais, tirei a segunda maior nota, sendo uma das maiores do país (De cada 200 alunos, fui melhor que 199). Neste ano se filiei na Sociedade Brasileira de Matemática – SBM.

Em 2000, dia seis de janeiro, reencontrei, depois de quatro anos minha ex-aluna Mírian Freire Tavares, que, um dias depois se torna minha primeira namorada e em seis meses minha noiva.  Neste ano decidi procurar aulas, e sai atrás de aulas em toda a região. Prestei o concurso de Botelhos e fui chamado antes da realização da 2a etapa do concursos para dar aulas. Fui contratado pela prefeitura para dar 25 aulas (1 6a, 1 7a e 3 8as, entre elas, a 7a Prata, de que trato na monografia) de Matemática na Escola Municipal Isaura Vilela Brasileiro de Botelhos - MG. Em pouco tempo, o meu número de aulas subiu para 37 (mais 1 7a e 1 8a), e no fim do ano para 43 (mais uma 8a). Quando fui chamado, já estava à quase dez dias dando aulas de Física na Escola Estadual Prof. Pedro Saturnino de Magalhães, de Cabo Verde – MG, com onze aulas (1 3o colegial e 1 3o supletivo), onde fiquei até o meio do ano. Continuei o trabalho no Clube de Ciências Onze de Agosto, fazendo este ano poucas visitas à Fazenda Lagoa, mas realizando sete gincanas Potências e Radicais em bairros rurais (Palméia, Moçambo, Bom Retiro, Barra Bonita, Campestre, Três Barras e Patrimônio), que tiveram sucesso absoluto. No final do ano, remodelei o Clube de Ciências, o tornando mais modesto, mas apresentando trabalhos excelentes em Guaxupé e Machado. Me matriculei no curso de Física da FAFIG de Guaxupé – MG, mas desiste em maio, por pegar aulas no período noturno. Conclui o curso de pós graduação em Matemática na FAFIG (mas não regularizei tudo, o que fez com que tivesse que repetir uma das matérias no ano seguinte) e inicio a pós em Física, mas desisto após duas aulas. Após problemas internos e renúncia do presidente, assumi a presidência do PPS, durante um tumultuado ano eleitoral. Em Botelhos, depois de muito tempo na sala de aula, com um trabalho reconhecido e valorizado, que até rendeu um trabalho monográfico, fui reprovado em avaliação psicológica do concurso, e, iniciei uma batalha judicial e política contra o prefeito municipal Marcionil Moreira da Silva. Participei de concurso da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas - MG, para professor de Matemática de 1o e 2o graus, e professor de Ciências de 1o grau, fiquei com nota máxima nas duas provas de Matemáticas (única e bem distante do 2o colocado), e, 85% na prova de Ciências.

Em 2001, iniciei o ano com a notícia de que fui reprovado na avaliação psicológica de Poços de Caldas, o que me causa revolta e desânimo, fazendo eu começar o ano totalmente perturbado. Continuei como professor da Escola Municipal Isaura Vilela Brasileiro, em Botelhos – MG, onde peguei 22 aulas de Matemática do Ensino Fundamental (e apesar de perder noites de sono, diversos telefonemas e dias de insistência, não me deixaram continuar com a turma que era a minha 7a Prata, e neste ano, 8a Branca, mesmo depois de alegar os diversos motivos pedagógicos), e como professor da Escola Estadual João de Souza, em Botelhos – MG, onde peguei 18 aulas de Física no Ensino Médio e professor da escola particular Criativa Idade em Poços de Caldas – MG, onde peguei 5 aulas de Ciências no Ensino Fundamental. Meu pai é nomeado Secretário de Educação em Muzambinho, mas tem de deixar o cargo, por causa de ter cargo como professor na rede pública. Iniciei minha atuação como presidente do PPS, estando no meu partido o deputado Marco Régis e dois vereadores, incluindo o presidente da Câmara. Fui obrigado a cursar novamente uma das matérias curso de pós graduação em Matemática, pela terceira vez, pois a faculdade se recusa dar o seu diploma, alegando que o prof. Kiihl não deixou a nota, porém, o curso serviu para que eu retomasse a minha vontade de estudar e aprofundar dentro da área de matemática. A profa. Luciane Mastoregan, mestre pela UNICAMP, reconheceu o meu valor e começou a me dar apoio e incentivo, e senti novamente a valorização vinda da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Guaxupé, que me fez animar e voltar a querer progredir no estudo da Matemática e não ficar dando aulas em escolas públicas. Neste mesmo ano, continuei com a realização da Olimpíada de Matemática, levando o evento para Bandeira do Sul e Botelhos, onde consegui, a participação de 150 alunos, além de 100 alunos de Muzambinho. Também continuei com o trabalho no Clube de Ciências, preparando a realização de gincanas rurais Potências e Radicais em vários bairros, além do início dos preparativos para a Gincana Potências e Radicais do ano 2002, visto que em 2000 e 2001 não foram realizadas as Gincanas, por motivos políticos. Neste mesmo ano, consegui com a prefeitura municipal de Botelhos, que me arrumassem um ônibus para que levasse os alunos de uma das minhas 8as séries, a 8a Prata para que eles se apresentem na Faculdade de Guaxupé, mostrando o meu trabalho de matemática renovado, e, no dia 30 de junho, levei 23 alunos da Escola Isaura para se apresentaram na Faculdade de Guaxupé, onde consegui muitos elogios e apoio, e pela primeira vez, depois de quase dois anos, consegui mostrar o valor do meu trabalho, quase sempre reconhecido em Muzambinho e Guaxupé e raramente reconhecido em Botelhos e Cabo Verde. Comecei em Botelhos uma campanha de incentivo dos alunos para o sucesso, e consegui que sessenta alunos do terceiro ano do Ensino Médio se inscrevessem para a participação do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, e também consegui condução para levar estes alunos para a prova em Alfenas – MG. Apoiando a participação do ENEM em Muzambinho, também consegui, por intermédio e trabalho minha noiva, que 105 alunos recebam condução da prefeitura para Alfenas também. Este ano participei de três eventos de Matemática. Participei de Encontro de Educação Matemática na PUC-MG, no Câmpus de Poços de Caldas, realizado pela SBEM-SP, neste evento mantive contato com vários nomes da Educação Matemática, como o prof. Ruy Madsen Barbosa, o prof. Irineu  Bicudo e a profa. Lourdes de La Rosa Onuchic. Em julho fui para o Rio de Janeiro e fiquei lá durante 9 dias, onde participei do VII ENEM – Encontro Nacional de Educação Matemática, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, evento este, realizado pela SBEM, sendo o maior evento de Matemática, em número de participantes, já realizado na história do país, tendo quase 3.000 participantes. Este evento foi muito bom para abrir muitas portas para o meu aprendizado, e compreensão do que é Educação Matemática e quais são os rumos para esta. Neste evento tive a oportunidade de conversar e conhecer pessoalmente com o prof. Luís Márcio Imenes (conversei com ele um bocado e troquei muitas idéias, e acho que ele teve uma boa impressão de mim), além de trocar algumas palavras com pessoas célebres dentro do ensino da Matemática no país, como o prof. João Bosco Pitombeira de Carvalho e o prof. Ubiratan D’Ambrósio, além de conhecer várias pessoas de grupos de matemática como o GEPEM, CEMPEM, e outros grupos, além de bater boca com um professor de Brasília que dizia “ensinar” e na realidade as técnicas dele eram apenas truques para cálculos rápidos, e tinham apenas utilidades circenses e não pedagógicas.  No mesmo mês de julho, no Rio de Janeiro, participei também do 23o Colóquio Brasileiro de Matemática, realizado no IMPA, e este evento me fez ver a necessidade de continuar os estudos e fazer mestrado o mais rápido possível, e começar a conhecer o mundo da matemática de verdade. Estive com o prof. Kiihl, durante os dias do colóquio e conversamos muito. O Kiihl me apresentou várias figuras, entre elas o prof. Elon Lages Lima, o prof. Manfredo Perdigão do Carmo, e uma grande quantidade de nomes importantes na Matemática do país – e ele conhecia estes nomes importantes muito bem e mostrava que fazia parte do círculo deles. Os dois eventos do rio me fizeram trazer para casa nada menos que 86 novos livros, pagos em várias parcelas. Neste ano, ainda participarei do Congresso Nacional de Matemática Aplicada e Computacional (CNMAC), da SBMAC, Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional, que vai ser realizado em Setembro em Belo Horizonte. E ainda este ano, devo participar de diversas atividades em Muzambinho, em Botelhos, em Poços de Caldas, no PPS, no Clube de Ciências, entre outras atividades possíveis. Devo participar da Semana Florestal de Guaxupé, da Exposição de Biologia em Machado, e de outros eventos talvez, e, também devo realizar 5 gincanas rurais, e também vou fazer um concurso para professor do estado de Minas Gerais, concorro para três cargos, dois de matemática, e quero me sair muito bem no concurso, e talvez o resultado do concurso seja outro dado importante para o meu currículo. Quem sabe? E talvez ano que vem vá fazer o curso de mestrado. Quem sabe?

O importante é que esta biografia é importante para que o leitor conheça quem escreveu esta monografia, conhecendo os detalhes da minha formação como educador e como professor, para que o leitor entenda que eu não fui formado na escola e sim na marra, cheio de falhas e distrações. E que, me dediquei muito, mas talvez muito da minha capacidade tenha sido canalizado para rumos não tão produtivos, que me fazem perder tempo. Talvez....

 

Muzambinho, 18 de agosto de 2001