PROJETO PIRACEMA                 MATA ATLÂNTICA
 

Beija-Flor-Grande da Mata bromélia

Desde  as primeiras etapas da colonização do Brasil a Mata Atlântica tem passado por uma série de fases de conversão de florestas naturais para outros usos, cujo resultado final observa-se nas paisagens hoje fortemente dominadas pelo homem. A maior parte dos ecossistemas naturais foram eliminados ao longo de diversos ciclos  desenvolvimentistas, nem sempre  bem planejados, resultando na destruição de habitats extremamente ricos em recursos biológicos . A Mata Atlântica foi tradicionalmente a principal fonte de produtos agrícolas para populações litorâneas e atualmente abriga  os maiores pólos industriais e silviculturais do Brasil, além dos mais importantes aglomerados urbanos de todo o país.

A dinâmica da destruição foi mais acentuada durante as últimas décadas, embora já tenha sido estabelecida desde o Século XIX, resultando em alterações  severas o suficiente para que os resultados danosos já fossem notados. A vasta maioria dos animais  e plantas ameaçados de extinção no Brasil estão representados nesse bioma e, das sete espécies brasileiras consideradas extintas em tempos recentes, todas encontravam-se distribuídas na Mata Atlântica.

A Mata Atlântica  significa também abrigo para várias populações tradicionais. A  maior parte das nações indígenas que subsistem está em situação precária, em terras progressivamente ameaçadas por interesses diversos. Outro aspecto primordial são os recursos hídricos que nascem ou cortam a Mata Atlântica.

Parte significativa dos remanescentes florestais da Mata Atlântica  está localizada em encostas de grande declividade. Sua  proteção é a maior garantia para a estabilidade edáfica dessas áreas, evitando assim as grandes catástrofes que já ocorreram onde a floresta foi suprimida, com conseqüências econômicas e sociais extremamente graves. Esta região abriga ainda belíssimas paisagens, verdadeiros paraísos tropicais, cuja proteção é essencial ao desenvolvimento do ecoturismo.

A Mata Atlântica foi inclusa com o status de Patrimônio Nacional  na Constituição Federal de 1988 (art. 225, parágrafo 4º), o que, em termos efetivos, não  reflete no todo os interesses da coletividade.  Essa categorização especial foi dada para destacar a importância de sua conservação e preservação. No entanto, esse destaque por si só não garante  os efeitos práticos se não houver mudanças na postura dos proprietários de terras e dos governos locais  sobre a expansão desordenada das áreas urbanas e outros fatores que impactam a Mata Atlântica. Isso denota a inquestionável necessidade de se reforçar a atuação dos governos federal,  estadual e municipal.

À necessidade de proteger a Mata Atlântica devem ser agregadas  mudanças no padrão de uso da propriedade rural para que essa possa cumprir sua função social através da aplicação dos critérios de uso adequado  e  da preservação do meio ambiente (artigo 186, CF/88), assim como deve-se promover  mudanças, de forma ordenada, no uso do espaço urbano com garantia de bem-estar às populações da Mata Atlântica ( artigo 182, CF/88). Essa associação de ações deve refletir os princípios gerais constitucionais.
 
A Mata Atlântica abriga extensa diversidade biológica, inúmeras comunidades tradicionais, um rico patrimônio cultural e assegura a proteção do solos, sítios turísticos e mananciais. Por isso a UNESCO a reconheceu, em 1991, como  a primeira reserva da biosfera brasileira.
Os  mananciais fluviais  são a garantia de abastecimento de água potável para mais de 100 milhões de pessoas ou 60% da população brasileira,  o que faz com que a sua proteção e recuperação sejam consideradas prioridades para o governo brasileiro.

Durante a Conferência da Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - UNCED, celebrada  no Rio de Janneiro em Junho de 1992, pretendeu-se identificar os desafios e encontrar os caminhos fundamentais que deverão orientar as políticas das nações para o próximo milênio. Entre esses caminhos, a Agenda 21 dedica vários capítulos para a conservação, proteção e para o manejo dos recursos naturais. Em especial, a Política para a Conservação e o Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica deverá contribuir para a consolidação futura dos compromissos da UNCED/92, na área de influência do Bioma. Essa contribuição deverá ser somada às iniciativas de formulação das Agendas 21  estaduais e locais.

"DIRETRIZES PARA A POLÍTICA DE CONSERVAÇÃO E  DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA  MATA  ATLÂNTICA"  MMA - Ministério do Meio Ambiente - 1998

Bromélias      Rio da Mata

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