O Início - As Cantigas em Galego-Português

Para iniciarmos nossa viagem pela Língua de Camões, é importante ressaltarmos que, fora através de uma Poesia, de um trovador chamado Paio Soares de Taveirós, que teve início a História da Literatura Portuguesa. A Cantiga da Guarvaya (conhecida também por Cantiga da Ribeirinha) data de 1189 ou 1198, marco inicial da Literatura Lusófona.

O primeiro grande documento de nossa Literatura, foi a Cantiga da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós, escrita ainda em galego-português.

Desta época, vários outros autores  destacaram-se por suas cantigas de Amor, Amigo, e de Maldizer.

Ao lado,  você confere alguns trovadores famosos, como o maior de todos, El-Rei D. Dinis, grande rei de Portugal, sobretudo por instaurar a Língua Portuguesa como idioma oficial, e Martim Codax.

Cantiga de Amigo

Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
     e ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
     e ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,

o por que eu sospiro!
     e ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado
por que ei gram cuidado!
     e ai Deus, se verrá cedo!

(Martim Codax - escrita em galego-português)

 

 

  Cantiga de Amigo

"O meu amigo que mi dizia
que nunca mais migo viveria,
     par Deus, donas, aqui é já.
Que muito m' el avia jurado
que me non visse, mais, a Deus grado,
     par Deus, donas, aqui é já.
O que jurava que me non visse,
por non seer todo quant' el disse,
     par Deus, donas, aqui é já.
Melhor o fezo ca o non disse:
     par Deus, donas, aqui é já"

(Paio Soares de Taveirós - escrita em galego-português)

 

El-rei D. Dinis

 

Cantiga de  Amor

Proençaes soen mui ben trobar
e dizen eles que é con amor;
mais os que troban no tempo da frol
e non en outro, sei eu ben que non
an tan gran coita no seu coraçon
qual m'eu por mha senhor vejo levar.

Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol sazon
á, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.

Ca os que troban e que s'alegrar
van eno tempo que ten a color
a frol consigu', e, tanto que se for
aquel tempo, logu'en trobar razon
non an, non viven [en] qual perdiçon
oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.
(El-Rei D. Dinis - O Rei Trovador)

 

Confira em nosso sítio mais de 100 Cantigas de Amigo, de diversos trovadores!

 

Memória - Documentos Antigos

Nossa história prossegue com alguns exemplos de documentos antigos, preservados pelo historiógrafo português Fernão Lopes; Cancioneiros da Biblioteca Nacional e outros documentos importantes mantidos pela Torre do Tombo.

Aqui, o prezado leitor perceberá o valor da historiografia: o Cancioneiro da Biblioteca Nacional, por exemplo e a página introdutória do Auto de Moralidade de Gil Vicente.

 

Cancioneiro da Biblioteca Nacional

 

Cancioneiro da Biblioteca Nacional

 

 

Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente

 

Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente Gil Vicente

 

(Página Introdutória do Auto de Moralidade)

-Leia na íntegra Autos de Gil Vicente-

 

A Poesia Eterna, por Marco Dias®

©1998-2004