Dentro de Mim
Dentro de mim mora um animal
Que queima faminto querendo mais.
Debaixo da minha saia, de ar tão comportado,
Vivo em fogo e brasa, a espreita de alguém.
Sinto que me chamam...
Meu olhar, minha pele,
Meu faro espreita minha presa.
Ela se perturba, me chama, me ama.
Pensando que sou santa,
Não sabendo o quanto queimo.
Nesta minha escrita,
Há desejo, tesão, em lugar de tinta.
E alguém longe sente o cheiro e grita.
Dilene Maia
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