Três
sonetos do livro Os olhos de Isa de
Joaquin Pessoa
(poeta
português contemporâneo)
1°
Quem
disse que o teu nome é uma espada
E
as tuas mãos dois rios transparentes?
Quem
te acordou naquela madrugada?
O
voo da águia? O silvo das serpentes?
Quem
sabe que és a minha namorada
E
me guardas os beijos mais ardentes?
Quem
fez uma canção desesperada
com
o sexo dos anjos impotentes?
Ó
meu amor, quem foi? Quem foi que disse
que
se durante a noite alguém nos visse
fazendo
amor de corpos abraçados
nos
faria morrer de orgasmo e sede
ou
apenas, encostados à parede,
em
nome da alegria fuzilados?
2°
As
lobas dão-me o leite do teu peito.
As
águias a distância dos teus passos.
As
rosas o delírio do teu leito.
As
corças a ternura dos teus braços.
Bebo
um vinho doirado em tua boca
que
é feito de jacintos amarelos.
Dos
meus olhos voou a ave louca
que
dança em redor dos teus cabelos.
Passando
pelos cornos do inverno
as
tuas mãos serenas e suaves
são
duas pombas brancas no inferno.
E
eu grito nos terraços ou nas caves
O
amor quase brutal e quase terno
Que
dói como um punhal e tu não sabes.
3°
As
mãos fechadas no teu peito e o
Vestido
azul caído aos pés da cama.
(Teu
corpo de mulher é belo nú
e
ainda mais belo quando ama).
Os
meus beijos são potros que te mordem
os
seios, as coxas e os cabelos
para
que os minutos todos nos acordem
e
nunca mais possamos esquecê-los.
E
penetrando em ti perdidamente
atravesso
mil bosques pela estrada
que
há dentro do teu sexo e lentamente
tu
ficas nos meus braços espantada
como
se o mundo fosse de repente
acabar-se em plena madrugada.
=poesia original=
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