Atlântida
Continente que submergiu em épocas
remotas; ocupava parte do Oceano Atlântico e certas terras ainda hoje
existentes. Acolheu a raça atlante, fase da evolução da humanidade anterior
à da presente raça ária. No período atlante, o ser humano formou o corpo
emocional. Após o apogeu dessa civilização, muitos indivíduos começaram a
usar as forças psíquicas para fins egoístas. Deste modo, iniciaram a prática
do que é denominado por magia negra, desencadearam uma série de cataclismos,
apresentados pela cultura esotérica como reacções da Natureza, para libertar
a humanidade dos obstáculos ao seu desenvolvimento superior.
É nos escritos de Platão que aparece pela primeira vez a referência a
Atlântida, com base nos dados de Timeu e Crítias, obra na qual Platão define
os atlantes como antepassados dos egípcios.
Houve na Atlântida um poderoso império que se estendia por vastas regiões. Os
reis obedeciam às leis universais evolutivas, permanecendo, segundo relata
Platão, «unidos ao princípio divino» com o qual eram aparentados, dado que
não tinham origem terrestre, mas provinham de outras esferas de vida. os seus
pensamentos eram amplos, as suas decisões cheias de bondade, discernimento e
flexibilidade. Durante a sua permanência na Terra, fizeram uso dos seus poderes
sem a eles se apegarem. Tinham grande controlo sobre si e viviam correctamente,
pois valorizavam a conquista de virtudes e a obediência à Lei. Platão diz que
esses reis eram clarividentes, cultivavam bom relacionamento com quase todos e
colocavam as riquezas em plano secundário.
Contudo, a certa altura o princípio divino começou a «diminuir nesses reis
por causa do repetido cruzamento com elementos terrestres». Mesmo provindo do
cosmos, esse princípio acabou por mesclar-se demais com vibrações terrestres.
Os atlantes foram perdendo oportunidades preciosas de crescimento interior. Um
dos deuses da época, que tinha poder de conhecer todos os factos, percebeu o
caminho miserável que estava diante daquela Raça, outrora tão próspera. Os
homens esqueciam-se de uma lei básica: «Os bens materiais chegam naturalmente
aos desapegados que os usam sem envolvimento, mas dominam e escravizam os que
tentam consegui-los a todo o custo».
Aquela Raça não escapou a essa lei imutável e de excelente passou a
fraquíssima, incapaz de moderação diante do que quer que fosse.
Vieram os grandes dilúvios. Platão relata que as regiões brandas e prósperas
dos tempos antigos se transformaram em carcaças nuas. Alguns homens aprenderam
então que «mais vale morrer em Deus que reinar sobre a Terra de um extremo ao
outro, pois que serve ao homem possuir o mundo inteiro se em sua alma sofre de
escravidão?»
H.P. Blavatsky ressalva: «Sendo a missão do filósofo grego Platão instruir
mais como moralista do que como geógrafo, étnologo ou historiador, reuniu ele
a história da Atlântida, que abrangia vários milhões de anos num só
acontecimento, que localizou numa ilha relativamente pequena. Mas o relato de
Platão, conquanto alterado no seu contexto geral, tem o selo da verdade» (vide
A Doutrina Secreta, Volume IV, Editora Pensamento, Distribuidora Dinalivro).
Blavatsky afirma também que o cataclismo que destruiu a Atlântida ocorreu há
80 mil anos atrás. Embora se saiba que essas datas não são precisas, porque
lidam com diferentes referências no decurso do tempo (variáveis segundo o
nível de percepção do ocultista), pode considerar-se Blavatsky, que era
Iniciada, uma fonte segura de informações, embora as tenha transmitido muitas
vezes de maneira propositadamente imprecisa para que certos detalhes
permanecessem fora do alcance de curiosos e de magos ambiciosos
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