- Loddigesia mirabilis [Bourcier, 1847].
- Citação: PZS Pt15 no.171 p.42.
- Localização típica:
-
Características gerais
Comprimento do corpo: 10-15 cm.
Altura: cerca de 56 cm.
É
uma espécie de colibri de tamanho médio com uma cauda chamativa e diferente.
Os machos possuem uma crista azulada semelhante à um quepe. A garganta é dum
azulado brilhante e uma linha negra desce no centro do peito e barriga. As
partes restantes da plumagem são brancas com lados esverdeados do peito e da
barriga. As costas são dum marrom-esverdeado em sua maioria. As penas caudais
das laterais são bastante longas, curvas, terminadas em raquetes grandes e
negras com reflexos azuis. Duas penas caudais projetam-se no centro dessas em
forma de raquete. A cauda varia conforma a idade. As fêmeas possuem a
garganta branca com uma linha central preta que vai até a região da base das
pernas. A cauda é muito menor, ainda mostrando duas penas terminadas em forma
de raquetes.
Chaves
de classificação física:
endotérmico; simetria bilateral; bípede; aerodinâmico.
Dimorfismo sexual: macho
com crista azulada em forma de quepe e cauda mais longa.
Ontogenia e Reprodução
Aparentemente
os machos maduros (que são em menor número se comparados à fêmeas e machos
imaturos) utilizam-se de suas maravilhosas ''espátulas'' na cauda para atrair
as fêmeas. O período reprodutivo ocorre do final de outubro ao começo de
maio. Os filhotes são bastante diminutos e as ''espátulas'' se desenvolvem
conforme a idade e o sexo (mais nos machos).
Chaves
de características reprodutivas: ovíparo; sexual; dióico; fertilização
interna.
Ecologia e Comportamento
Sua
alimentação a base de vegetais favorita é a planta de flores vermelhas Alstroemeria
(Bomarea) formosissima, mas foi observado alimentando-se de até cinco
espécies diferentes de plantas floríferas, como as árvores de mupa-mupa. Nas
plantas de que se alimenta, o colibri-sílfide, que é uma espécie pequena, é
dominado por atitudes agressivas e violeteares. Os machos utilizam-se de sua
plumagem vistosa para atrair as fêmeas durante o acasalamento. Produz ruídos
peculiares de bater de asas devido às suas penas de vôo modificadas. Sua área
estimada de moradia é de 110 km².
Dieta:
Néctar, matéria vegetal.
Predadores
principais: Homem.
Chaves
de características comportamentais: móvel;
diurno;
terrícola; alado.
Chaves de características alimentares: heterótrofo.
Habitat
Habita
a
borda de florestas tropicais, arvoredos de montanhas, e, em particular, áreas de
árvores espinhosas impenetráveis de Rubus misturadas com Alnus,
em uma altitude de 2.100-2.900 (ocasionalmente 1.700-3.700)².
Bioma
terrestre: floresta
tropical; bosque; montanha subtropical.
Distribuição Geográfica
Ocorre
incomunmente e restritamente ao lado
este do valo do rio Utcubamba (um afluente do banco direito do rio Marañón)
na Cordillera del Colán, Amazonas, e em uma localidade no este de San
Martín, norte do Peru; na região do rio Utcubamba, é conhecido por três
áreas (norte e sudeste de Leimebamba, a área de Chachapoyas e Florida, na
margem do Lago Pomacochas), mas o único avistamento recente vem de Florida,
cidade do Peru; apesar disso, o avistamento de um macho perto de Jesús del
Monte, San Martín, em 1987 indica que existe muito mais para se descobrir à
respeito da distribuição da espécie; na década de 1960, foi reportado de
ter ocorrência em cerca de 15 localidades ao oeste do rio Utcubamba na
província de Luya, mas não existem evidências confiáveis; parece ocorrer
em baixa densidade.
Região
Biogeográfica: neotropical (nativo): brasiliana (nativo).
Distribuição Histórica
O
colibri-sílfide é uma espécie holocênica proveniente de apodiformes terciários
basais.
Era
geológica:
Cenozóico; Quaternário; Holoceno (dias atuais).
Estado de Conservação
O
colibri-sílfide é considerado ameaçado de acordo com o IUCN (2005;
levantamento feito pelo BirdLife International - a Lista Vermelha oficial de
aves para o IUCN); apêndice II do CITES, sem outras medidas conhecidas. O
desflorestamento na região montanhosa da Cordillera del Colán, com muito de
seu habitat desaparecido desde 1978, e as florestas remanescentes sob a ameaça
de derrubada para plantação de culturas como maconha e café são os
principais fatores que ameaçam a espécie. Apesar disso, a espécie
aparentemente tem preferência pela borda das florestas e lotes de árvores
isolados pode reduzir sua vulnerabilidade à alteração de habitat. Foi
revelado que os habitantes da cidade de Florida acreditam que o coração seco
dos machos desta espécie possui propriedades afrodisíacas. A caça com
estilingues para esta causa pode diminuir a diversidade sexual da espécie.
Entre as medidas de conservação propostas existe a medida de criar áreas
adicionais para esta espécie. Sobreviventes para investigar o potencial desta
espécie ocorre no oeste do rio Utcubamba; estimar a população próxima à
Florida; proteger as áreas florestais remanescentes na Cordillera del Colán; e
criar iniciativas para reduzir o impacto da caça.
Parece ter sido considerado extinto durante 40 anos. As
observações de Ted Parker nas décadas de 1970 e 1980 encontraram machos com
cauda totalmente desenvolvida que são sobrenumerados por fêmeas machos
imaturos, de modo que são um macho maturo para cada 5 destes últimos.
Densidade demográfica estimada em 10.0-20.0 indivíduos por km²
vezes 49 km².
Não há definições
de subespécies disponíveis neste banco de dados. |
Observações e Etimologia
Dentre
as 328 espécies de colibris no mundo (Schuchmann 1999), nenhuma é mais
espetacular e misteriosa que o colibri-sílfide, também chamado de
maravilhosa-cauda-de-espátula. Foi descoberto pelo colecionador de pássaros
Andrew Matthews em 1835, trabalhando para George Loddiges. Ele tinha o
primeiro exemplar macho que tornou-se a base para os desenhos deste colibri
único por H.C. Richter na mais famosa monografia de John Gould. Permaneceu
quase totalmente desconhecido na década de 1960 quando Augusto Ruschi adquiriu
um pássaro selvagem para seu aviário no Brasil onde Crawford Greenewalt
bateu as primeira fotografias (Greenewalt 1960). Poucos ornitólogos são
capazes de localiza-lo nas montanhas no norte do Peru. Loddigesia em
homenagem à George Loddiges. Mirabilis (Latim) maravilhoso.
Nomes
vulgares:
colibri-sílfide (português); colibri-de-cauda-maravilhosa (português);
colibri-de-espátulas-maravilhosas (português); beija-flor-sílfide
(português); marvellous-spatuletail (inglês, britânico); marvelous-spatuletail
(inglês); loddigésie-admirable (francês); colibrí-admirable (espanhol).
Protônimo: Trochilus
mirabilis Bourcier, 1847.
Referências
BirdLife
International 2004. Loddigesia mirabilis. Em: IUCN 2004. 2004 IUCN Red
List of Threatened Species. Acessado em 27 de agosto de 2005. Avaliado
on-line em: http://www.redlist.org
BirdLife
International (2005) Species factsheet: Loddigesia mirabilis. Acessado em
27 de agosto de 2005. Avaliado on-line em: http://www.birdlife.org
Endangered
& Threatened Birds of the World - Marvelous Spatuletail Loddigesia
mirabilis. Avaliado on-line em: http://montereybay.com/creagrus/spatuletail.html
O
Mundo dos Animais, Aves 1 - Nova Cultural, vol. 1, pág. 8.
Saving
Northern Peru's Dry Forests (2004). Avaliado on-line em: http://www.birdfair.org.uk/projects/default.htm
Traumvogel
- Auf der Suche nach dem schönsten Kollibri - Welt Der Tiere, Tiere + Natur.
Avaliado on-line em: http://www.br-online.de
Zoonomen.
Alan P. Peterson, M.D., ''Apodiformes''. Avaliado on-line em: http://www.zoonomen.net