
Confissão
Gue
Eu queria num gesto
inútil de arrependimento,
ajoelhar-me aos teus pés
e adorar-te,
e a minha adoração
seria a eterna prece dos meus lábios
impuros em penitência,
à beleza da tua alma cheia de pureza
e perfeição...

Ah! Mil perdões porque
arrastei-te
em vão comigo em meu destino,
e desviei teu rumo que era claro e azul
para as sombras do meu, sonhador e incerto...
Mil perdões porque tanto te adoro,
porque não posso renunciar-te por um mal já feito
e covarde! Ainda te amo...Te queria perto!

Eu queria tanto que
tivéssemos um recanto
afastado (seria melhor afastado),
um recanto
que fosse como um ramo sossegado
ou como um ninho,
muito alto, sob o fundo de um céu azulado,
e onde cantasse enamorado
algum poeta feliz que nasceu passarinho!

Hoje, em minha
angústia, sofro ante
o irreparável, ao ter que me conformar,
com esse mal que acabei por fazer a mim mesmo
quando o fiz contra ti,
sofro, porque não merecias,
porque te achei tal como eu te queria,
tal como eu te esperava,
e te destruí!
Perdoe-me!
Nanda


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