Amor Proibido





Deitada como sombra
rastejo pelas paredes, e sumo nos becos.
Sou qual folha seca a cobrir os gravetos,
jornais que passam voando nas tempestades...
Como brisa dos ventos te procuro,
desejando que nossos corpos estivessem a se encontrar,
e o desejo de ouvir seu coração pulsar...
Como gostaria de ouvi-lo ( tê-lo)...junto ao meu ouvido,
como o som dos ventos que agora envolvem meu sonhar.
Dura caminhada nesta estrada sem destino
levando em meu corpo somente o desatino
das doces lembranças , de nossos breves momentos,
carregando o seu cheiro entre a minha pele
e o ar que respiro...
Sim, desatino, como posso viver sem destino?

Procuro-te e sei que proibido é meu sonho...
Vivo a procurar-te em meus momentos de solidão,
respiro profundamente e deixo meus sentimentos
encontrarem os seus, num relance de inconstantes divagações.
Reencontro-te nas minhas poucas lembranças,
e para cada encontro, ou reencontro...Os medos, infinito fim...
E para cada lembrança ..Sempre uma nova esperança
de um dia ter o perdão do bom ladrão,
e poder encontrar espaço...pequeno que seja
neste vasto paraíso.

A esperança existe em meu viver.
Junto a ela o temor de não poder novamente corresponder,
e, contudo faze-lo sofrer.
Eu aqui e você onde quer que esteja,
como te procuro...Como te desejo...
Caminhos que não se cruzam...
Bifurca-se onde só o destino pode nos responder.
Mas o destino...cruel...não nos colocou juntos,
em momentos ..em estradas...em situações
onde a única coisa a ser unida
seriam os nossos corações,
deixando nossos corpos a mercê do desejo,
perdidos neste amor proibido...

(E nossos pés fariam amor debaixo da mesa...
e o orgasmo sairia pelos nossos olhos em forma de lágrimas).

 

 

Fernanda Kato