Crucificada

 



Resolveste me crucificar
nas asas de uma lembrança,
dos tempos não vividos...
São sonhos hoje destruídos,
nos teus gestos desumanos,
arremessados no espaço vazio,
no infinito dos teus encantos.


Se meu pranto hoje é o teu sorriso,
onde o orgulho te completa...
Saio pela porta aberta
do teu coração, que me expulsa
feito uma praga, feito um bicho...
E nas infinitas noites mal dormidas,
desocupo teus pensamentos,
pois outra já ocupa o lugar.


Desliga-se da minh' alma,
para que eu nem escute
notícias sobre você...
Perca-se no seu ódio,
corrompa-se neste rancor...
Eu sei que nunca mais vai falar deste amor,
que pra você nunca existiu...
Você me crucificou,
e neste único julgamento que me fazes,
vai ficar o vazio e  a solidão,
 a que teu ódio me condenou...

Fernanda Kato