Das
buscas
inúteis
por
pastos
e
relvas,
das
mentes
inertes,
sem
sons,
decadentes,
dos
rostos
sem
traços,
de
sombras
e
trevas,
dos
anjos
noturnos,
de
vôos
dementes.
Busquei
meu
abraço
em
portos
de
mágoas,
e
por
valas
e
fossas
meu
reflexo
vi...
Molhei-me
em
regatos,
cobri
minhas
chagas
sem
moldes,
sem
marcas,
do
sonho
bebi.
Tua
face,
entre
tantas,
foi
mera
figura
de
atores
num
palco,
numa
trama
pagã...
E
o
trabalho
do
mestre,
eterna
escultura
doou-me,
indolente,
uma
alma
vilã.
Embriaguei-me
de
infindável
juventude,
cicuta,
alquimia
maldita,
vinho
sagrado,
ousei
sorver
a
vida,
mergulhei
no
teu
açude,
enfeitei-me
de
mim
mesma,
de
momentos
já
passados.
Ergui
montes
de
ilusões,
fui
santa,
fui
noviça,
escrevi
mil
bíblias
de
amor
mais
que
utopia.
Morei
contigo
em
castelos
de
areia
movediça,
fui
senhora,
fui
escrava,
sem
carta
de
alforria.
Da
minha
carne...sonhei
retirar
teu
alimento,
da
minha
alegria...tentei
construir
teu
abrigo,
da
minha
vontade...teu
contentamento,
da
minha
dor
fiz
teu
troféu...meu
castigo.
Navegando
por
lágrimas,
orando
em
simples
lamentos,
houve
momentos
de
luz,
em
meio
ao
breu
do
coração,
em
breves
lampejos
de
quem
sou,
por
momentos
reavivei
a
mais
antiga
chama
de
devoção.
E,
enfim,
renasci
para
dentro
do
corpo
num
parto
difícil,
solitário,
ao
inverso.
Deixarei
o
cordão
que
nos
une
bem
solto
como
um
convite
a
integrar
meu
novo
universo.
E
a
nova
criatura
de
pernas
e
braços
com
vontades,
desejos,
cantares,
desditas,
seguirá
seu
curso,
sem
bússola
ou
compasso
como
anfitriã
herege
de
uma
casa
bendita.
Fernanda
|