Caminhando apressada sobre cacos de lua e
fragmentos de estrelas que espalhei pela estrada,
não me foi possível vê-las apagadas pelas ruas
a chorar a solidão daquelas tristes madrugadas.

O tempo passou, mas nunca esqueci do vento
assanhando meus cabelos, derrubando folhas secas,
me avivando pelo corpo de minhas fantasias,
arrepios suaves e sedentos
de seus beijos, seus abraços e carícias .

Hoje a saudade é redemoinho em meu peito e
espalha poeira em meu coração todo encharcado,
deixando-o escorregadio, mas, ainda não refeito
das lágrimas e do orvalho que nas noites frias,
derramamos juntos, eu e a madrugada,
e nos tornamos íntimas, fortalecidas na poesia.