

Gosto de pensar...
Gosto de pensar,
porque pensar me poupa de viver.
Penso, sonho,
crio, imagino,
e por vezes isso me basta.
E por vezes me angustia.

Meus sonhos são nuvens etéreas
que se desmancham e evaporam
nos meus dias solitários.
No entanto são meus castelos,
a segurança de não me permitir sofrer.

Afundo em minha angústia
os gritos que deveria dar.
Afogo em minha solidão
a força que deveria ter.
Meu tempo parece já ter passado.
Sinto-me fazendo parte
de um filme que já acabou.

Os dias me parecem tão longos.
As noites eternas...
Mergulho dentro de mim.
Já não me resta nada.
Como nunca restou.

Fernanda
Kato


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