Ouço
música
em
teus
gestos,
que,
como
névoa
úmida
e
abrangente,
ocupa
todos
os
espaços
da
mente,
embotando
a
compreensão
de
meus
protestos.
Pressinto
tua
presença
vil
e
traiçoeira,
rompendo
acordos
de
paz
da
alma,
levando
para
sempre
os
resquícios
de
calma,
lançando
minha
vida
em
sua
sorte
derradeira.
Vislumbro
momentos
de
prazer
e
agonia,
entre
puro
e
nobre,
herege
e
soturno,
onde
deito
entregue
em
meu
leito
noturno,
para
amargar,
em
brasas,
os
pecados
do
dia.
Confino
os
planos
em
lacre,
sem
futuro,
indissolúvel
alquimia
de
proteção
garantida.
Impossível
cicatrizar
as
bordas
da
ferida,
se
em
tuas
mãos
estão
a
mágica
e
o
absurdo.
Perco
o
rumo
em
tua
lembrança,
enlouqueço
ante
à
perspectiva
do
jamais,
feito
demente,
criatura
voraz,
busco
teu
beijo
e
teu
adeus
de
herança.
Fernanda |